Bruno Prata, que tenho visto apontado como simpatizante do FC Porto, revelou quinta-feira, na sua página de opinião do Record, alguns dos motivos que têm levado Sérgio Conceição a exprimir insatisfação cada vez mais pública (e mais vociferante) perante as condições que lhe são propiciadas pela administração das Antas.
Entre esses motivos, destaca-se um relacionado com o Sporting: o técnico portista fez um pedido expresso à SAD azul e branca para contratar três jogadores que acabaram por rumar a Alvalade: Nuno Santos (vindo do Rio Ave), Ugarte (que actuava no Famalicão) e Pedro Gonçalves (também oriundo do Famalicão). Com a agravante, do ponto de vista dele, de Nuno Santos ter feito boa parte da sua formação - seis anos - no FCP.
Pinto da Costa recusou fazer-lhe a vontade e Frederico Varandas não tardou a trazer para o Sporting este excelente trio de jogadores - dois dos quais contribuíram para a conquista do campeonato em 2021.
Sérgio Conceição ficou com isto sempre atravessado. Cheio de azia, para usar uma expressão a que ele recorre com frequência.
Outro jogador que constava da sua lista e que a administração da SAD igualmente lhe negou foi André Almeida, então no V. Guimarães e entretanto transferido para o Valência.
Deram-lhe David Carmo (20 milhões de euros), que quase ainda não calçou no Dragão, Veron (apenas um projecto de jogador por 10 milhões de euros) e um guarda-redes de que ele não precisava, Samuel Portugal (4 milhões de euros), até agora apenas aproveitado durante 360 minutos.
Bruno Prata conclui que a azia já vem de longe. Dos que constavam da lista do treinador, nas últimas três épocas, apenas chegou Taremi como «único reforço significativo da equipa». Muito pouco para quem tanto queria.
Isto num clube que, desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa, encaixou 280 milhões de euros em receitas da Liga dos Campeões e 453 milhões de euros brutos em transferências de jogadores. Nada disto evitou que o passivo portista aumentasse, para impensáveis 481 milhões de euros, e registe agora 178,9 milhões de euros em capital próprio negativo. Quadratura do círculo, mesmo com a UEFA a fiscalizar-lhe de perto as contas.
Francisco Melo: «Regresse o símbolo de origem. Regressem as camisolas como “antigamente”, com largas listas horizontais, a publicidade a ocupar o mínimo e os nomes dos jogadores escritos à “inglesa”, ou seja em letras garrafais, de modo a se conseguirem ler. Regressem as camisolas alternativas com bom gosto. Regressem os jogos à tarde. Regressem os professores de português que ensinem ao fim de meio ano/um ano, os jogadores estrangeiros a falar bem a nossa língua. Regressem os estágios de pré-época algures pelo País, como aconteceu com Viseu, numa forma de promover a militância sportinguista, preferencialmente em zonas onde o Clube não costuma jogar. Regressem os históricos, como o Real Madrid, Manchester United ou Inter, para fazer o jogo de apresentação da nossa equipa. Regresse o Hugo Viana, que sabe o que é ser campeão pelo Sporting, e continua a jogar com muito nível.»
José Manuel Barroso: «Não deveria ser aceitável, mesmo para quem é fanático da nova direção, ler-se entrevistas do treinador do Moreirense como se já diretor da SAD e do diretor da SAD como se já não treinador do Moreirense. Se se fala do Domingos, como um exemplo, ele de facto é um bom exemplo de comportamento ético exemplar. E era tão fácil evitar esta trapalhada! Bastaria [Augusto Inácio] trabalhar em silêncio, e falar apenas na hora apropriada. Mas o brilho dos palcos mediáticos perturba as mentes menos sensatas. E o vinho da vitória enebria quem o bebe em excesso.»
Eu: «Não queremos que chegue ao fim um novo ciclo dirigente sem qualquer título obtido no futebol, o que nos forçaria a invocar em estado de necessidade eventuais medalhas conquistadas no judo. Não queremos cumprir 23 jogos do campeonato só com seis vitórias e sem conseguir melhor do que o décimo posto na tabela classificativa. Não queremos voltar a ver jogadores vendidos, quase em desespero, para assegurar o cumprimento de elementares operações de tesouraria, incluindo o pagamento de salários. Não queremos o clube novamente transformado em apeadeiro de jogadores que chegam inesperadamente, jogam quase nada e partem sem deixar rasto. Não queremos que um presidente chegue ao fim do mandato sem honrar os compromissos financeiros assumidos em nome do clube. Não queremos voltar a ver providências cautelares apresentadas em tribunal para tentar impedir a livre expressão da vontade dos sócios. Não queremos nada disto no Sporting. Nunca mais.»
«Cristiano Ronaldo é, e continuará a ser, a estrela maior desta constelação que representa as cores nacionais. Ontem [23 de Março], mais uma vez, voltou a destacar-se pela forma como deposita, em campo, toda a sua motivação para representar Portugal. Em matéria de disponibilidade e golos marcados pelo seu país, não há outro no mundo, por muito que isso doa aos seus detractores: 197 jogos e 120 golos marcados são, distintivamente, marcas que nos orgulham. Nenhum jogador, no mundo inteiro, conseguiu tais marcas.»
Agora foi o Boaventura que foi condenado por corrupção e outras vigarices para beneficiar o Benfica.
A exemplo de Paulo Gonçalves, entenderam os doutos juízes que apesar de um criminoso (ups! ainda não transitou em julgado) ter cometido uma carrada de crimes para beneficiar um clube/SAD e ele/a terem acabado por beneficiar desses crimes, o facto de não haver ligação contratual entre ambos, não incrimina o beneficiado. Calhou, foi sorte ter um amigo que os ajudava. Nem o velho crocodilo nos tempos em que se pirou para Vigo conseguiu tal façanha.
Que merda de justiça esta, é o que se me apraz dizer.
No dia 2 de Março partilhei uma antiga angústia da minha vida de associada à distância: a dificuldade que encontro em adquirir ingressos para o Portimonense - Sporting, directamente ao clube, fazendo assim uso pleno da minha condição e direitos de associada. Resume-se a isto: os bilhetes destinados ao Sporting para o jogo em apreço só estão disponíveis para compra nas bilheteiras físicas do Estádio, encontrando-me eu a 300 km das mesmas.
Sei agora que parti de um pressuposto errado. O de que a Liga Portugal teria uma responsabilidade directa naquele que é o formato dos bilhetes a que me refiro supra: os da condição de equipa visitante.
Tal qual partilhei na caixa de comentários do texto indicado no início, remeti um e-mail para a Liga Portugal, no qual dava nota das circunstâncias conhecidas.
Recebi hoje esclarecedora, e muito gentil, resposta expedida pelo Departamento de Marketing da Liga, que, no interesse do rigoroso esclarecimento dos interessados e pela natureza pública do seu conteúdo, aqui transcrevo ipsis verbis:
Exma. Sra.
Esperamos que esta mensagem a encontre bem.
Agradecemos o email que nos foi endereçado, no qual expressa as suas preocupações, e teremos todo o gosto em esclarecê-las.
Cumpre às Sociedades Desportivas, enquanto promotores do espetáculo desportivo, distribuir os bilhetes para o referido espetáculo. A Liga Portugal não distribui aos clubes os bilhetes em formato de papel para os jogos. A única responsabilidade da Liga Portugal é definir, no início de cada época desportiva, o layout do bilhete para os jogos das suas competições, sendo este layout posteriormente replicado pelo promotor do espetáculo em formato físico ou digital.
Todavia, a Liga Portugal tem feito um esforço junto dos seus clubes no sentido de sensibilizar e fazer os clubes adotar novos processos que facilitem o acesso de todos os adeptos, independentemente da sua localização, a qualquer espetáculo desportivo nas melhores condições possíveis, tornando o processo mais intuitivo e inclusivo, e isso passará pela digitalização dos bilhetes quando assim for possível.
Agradecemos novamente o seu contacto e esperamos ter respondido às suas questões.
Com os melhores cumprimentos,
Marketing
Departamento de Marketing
E esta, hein!?
Agradeci o esclarecimento, desculpei-me pelo lapso e emendo aqui, publicamente, a mão.
Resta-me agora descobrir um qualquer e-mail, do Sporting, para onde expedir não só estas minhas inquietações, como os esclarecimentos prestados pela Liga Portugal, exortando a que procedam de forma a harmonizar esta discriminação negativa para com sócios à distância. Não vos pediria discriminação positiva - entendida enquanto direito de precedência no acesso aos bilhetes por referência ao critério 'domícilio do sócio' -, mas peço-vos que procurem eliminar esta discriminação negativa.
Aqui mais em baixo fala-se no Augusto Inácio, que conjuntamente com alguns antigos colegas da equipa do Sporting na altura de Malcom Allison teve um papel importante na vitória de Bruno de Carvalho e na gestão do futebol até à entrada de Jorge Jesus. E com Inácio como director desportivo tivemos direito a Sackos, Dramés e Gazelas, pazadas de reforços todos os anos com uma ou outra pepita, como Slimani, e muito, muito cascalho. Foi assim que Abel Ferreira foi demitido para dar lugar ao Barão, a equipa B definhou até à extinção e a formação foi-se degradando sob o comando de Virgílio e o afastamento do mestre Aurélio Pereira.
Depois do Inácio tivemos Jorge Jesus e a qualidade na quantidade melhorou significativamente. Chegaram, entre outros, Coates, Mathieu, Bruno Fernandes e Acuna. Depois (com Inácio mais uma vez a ter uma actuação deplorável ao contratar o inútil Bruno Gaspar) tivemos Sousa Cintra e Hugo Viana e foi chegando um pouco de tudo, sem critério que se percebesse, e muitas vezes por valores injustificáveis face ao valor demonstrado. Ainda assim chegou ao preço da chuva um excelente Matheus Nunes.
Com Amorim a situação passou a ser bem diferente. Existe enfim um treinador principal com estatuto, que faz as escolhas de acordo com o seu modelo de jogo e do que o Sporting pode pagar, às vezes até arriscando um pouco mais do que devia.
Isso não quer dizer que com Amorim e com os relacionamentos cada vez mais complexos com os empresários dominantes não tenham existido flops e erros de casting, talvez Vinagre tenha sido o maior de todos, mas foram diminutos e sem comparação possível com os tremendos casos de sucesso como foram Porro, Pedro Gonçalves e Ugarte.
Por outro lado, nota-se que existe uma preocupação sobre o carácter dos homens que chegam, todos educados, humildes, descomplicados, concentrados. Não existem notícias de noitadas ou de comportamentos desviantes. Para mim trata-se duma política transversal a todas as modalidades, porque em todas encontro esse perfil de contratações.
Se olharmos para os reforços desta época e se tentarmos distribui-los por cinco categorias de acordo com o rendimento actual e potencial, podemos avaliar a qualidade do reforço do plantel esta época.
Faço a seguinte classificação:
Ouro - Excelentes contratações
1. Diomande - Um central de enorme categoria, presença física, capacidade técnica, inteligência, 19 anos com um futuro tremendo. Não foi barato mas pode valer 4 ou 5 vezes mais.
2. Fatawu - Um pouco a mesma coisa, agora num extremo canhoto de 18 anos que gosta de jogar a partir da direita, presença física, pontapé-canhão. E este até foi barato.
Prata - Boas contratações
3. Trincão - Um extremo habilidoso, intuitivo, trabalhador ainda à procura do seu melhor lugar na equipa para decidir no momento certo. Pena que o seu jogo de cabeça seja quase nulo. Jogador do Barcelona, jogador de selecção, jovem com muito para crescer.
4. St. Juste - Central que se destaca pela rapidez, muito bom tecnicamente, as lesões atrasaram a sua afirmação na Alemanha e nesta época no Sporting. Também não foi barato, mas é jogador de selecção.
5. Morita - Um médio versátil que preenche muito terreno e tem boa chegada à área contrária, que peca apenas por não conseguir aguentar os 90 minutos ao mesmo ritmo. Mais um jogador de selecção, titular pelo Japão.
6. Bellerin - Saiu Porro e veio Bellerin, perdemos a garra contagiante e a vertigem ofensiva do Porro, ganhámos um jogador calmo e experiente, mais consistente a defender e que joga simples lá na frente.
Bronze - Contratações com sentido
7. Israel - Um guarda-redes com escola, seguro, bom suplente.
8. Tanlongo - Médio centro à antiga, duro na marcação, vistas largas, excelentes passes longos.
9. Sotiris - Um "box to box" a formar-se com Amorim na linha de Matheus Nunes, duro nas marcações, passada larga, chegada à area, mas ainda muito indisciplinado em campo.
10. Diogo Abreu - O patrão do meio-campo da B que não entendo porque não teve oportunidades na equipa A, por exemplo jogando em vez de Mateus Fernandes a 8 no Funchal. Não se trata de embirração com o Mateus, trata-se apenas de olhar para as características dum e doutro para a função.
Latão - Contratações duvidosas
11. Arthur Gomes - Não dá para perceber se vai ser um novo Matheus Reis ou um novo Jovane, joga pouco tempo e em diferentes posições, um jogador a rever.
12. Rochinha - Se calhar contratado para integrar o ataque móvel sem ponta de lança, o falhanço deste deixou-o sem espaço no plantel, porque compete com muita gente para um dos dois lugares de interior.
Lata - Flops
Não me recordo de nenhum Bruno Gaspar ou Ilori.
Concluindo, se a temporada está a deixar a desejar não é tanto pela política de contratações ou pela qualidade individual dos reforços, é bem mais pelo desequilíbrio do plantel em termos de características e idades e pela aposta de Amorim claramente falhada num modelo de jogo demasiado exigente para a qualidade do plantel baseado num ataque móvel, sem ponta de lança de referência.
Estão à vontade para deixar as vossas apreciações sobre os reforços deste ano.
"Eu não entendo porque é que se dizia que o Gonçalo Inácio não ia à selecção porque Fernando Santos não jogava com um sistema de três centrais e ninguém questiona o António Silva a titular quando ele no seu clube não joga no sistema de três centrais". Vidigal, ontem, na SportTV.
Melhor jogador português de sempre festeja com Bruno Fernandes o seu segundo golo
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Já o davam como acabado, aposentado, pronto a arrumar as botas. Já salivavam de gozo considerando-o uma relíquia do passado.
E eis que Cristiano Ronaldo, contrariando as aves agoirentas, acaba de marcar quatro golos em menos de uma semana pela selecção nacional. É obra.
Dois na quinta-feira, em Alvalade, contra o Liechtenstein. Outros dois ontem, no Luxemburgo, na goleada portuguesa contra o onze do grão-ducado: fomos lá vencer por 6-0. Meia dúzia para o nosso espólio.
Coube ao nosso n.º 7 meter o primeiro, logo aos 9', finalizando da melhor maneira uma assistência de cabeça de Nuno Mendes, que por sua vez recebera a bola num passe cruzado de Bruno Fernandes. Foi dele também o nosso quarto golo, aos 31', desta vez assistido pelo próprio Bruno: o melhor jogador português de todos os tempos meteu-a lá dentro com o pé esquerdo, ludibriando o guarda-redes.
Dois antes de "bola parada", dois ontem em lance corrido: Cristiano Ronaldo soma agora 122 golos com a camisola das quinas vestida. Batendo o seu próprio recorde mundial, estabelecido dias antes.
Neste, três golos de cabeça: João Félix aos 15' (Bernardo Silva assistiu), Bernardo aos 18' (com passe para golo de Palhinha) e Otávio aos 77' (Nuno Mendes a assistir). Rafael Leão fechou a contagem aos 88', num espectacular slalom até à baliza - três minutos após ter falhado um penálti, já sem Ronaldo em campo.
Roberto Martínez, novo timoneiro da selecção portuguesa, começa da melhor maneira. Dois triunfos na campanha de qualificação para o Europeu, com dez golos marcados e nenhum sofrido. Lideramos o Grupo J, já muito bem colocados para o apuramento. Com um sistema táctico idêntico ao que Rúben Amorim implantou no Sporting.
Cristiano Ronaldo voltou a sorrir. E nós sorrimos com ele.
Francisco Mota Ferreira: «Colaborei na campanha de José Couceiro por convicção e sportinguismo e por acreditar que, dos três, era o melhor candidato para o nosso Clube. A vitória ou derrota de Couceiro em nada influiria na minha actual situação profissional. Repito: a vitória ou derrota de Couceiro em nada influiria na minha actual situação profissional. (E, já agora, dizer-vos que também não ganhava nada por escrever no jornal do Sporting, pelo que, quanto muito, a perda será de quem gostava de me ler).»
«A falta de golo é a grande mancha na carreira do Matheus Nunes. Nunca percebi a falta de apetência para o remate, quando até tinha um pontapé forte. Todos nos lembramos do último, dos poucos golos que marcou pelo Sporting, antes de rumar para Inglaterra - um potente remate de fora da área, já não me lembro contra quem, talvez o melhor golo ao serviço do Sporting. É paradoxal que o seu melhor golo tenha sido o último, pelo que a sua partida, depois de tamanho feito, ainda deixou mais saudade.»
Não era certamente este o desfecho esperado pela maioria dos 27.221 espetadores que hoje dedicaram duas horas da sua tarde para ver um jogo de futebol feminino em pleno estádio da Luz.
O recorde histórico de assistência fez-se para testemunhar uma justa vitória das leoas.
Aos 62 minutos, Ana Capeta assistiu e Maiara Niehues faturou, fixando o resultado final, naquela que foi a primeira derrota do Benfica esta época na Liga de Futebol Feminino.
A equipa da casa vinha de um atípico, mas inegável, período hegemónico recente, não tinha perdido qualquer ponto nas 16 jornadas já disputadas, e, apesar de ter, de longe, o maior orçamento da modalidade em Portugal, beneficiava ainda de uma política custo zero dos bilhetes para sócios, praticada pela sua direção.
Já o Sporting Clube de Portugal vinha recuperando de um início de época atribulado (também no futebol feminino, sim) e apresentava-se na Luz com uma série de sete vitórias e um empate na Liga, empate esse cedido na jornada anterior, em jogo disputado a norte, frente ao Braga com quem partilhamos ex-aequo a segunda posição na Liga.
Lograram as leoas com humildade e algumas lições aprendidas dos desaires recentes, frente ao mesmo rival, corrigir o passo e repor o respeito pelas nossas cores, perante admirável plateia.
Sim, admirável. Fica aqui a minha homenagem a quem valoriza o futebol feminino e já vai fazendo hábito de o ver ao vivo e a cores. Que continuem e mantenham esta sorte de ver sempre as leoas a rugir vencedoras.
As primeiras entraram no estádio da Luz como quem entra no Aurélio Pereira, e com 27 mil espectadores nas bancadas encararam o Benfica como quem encara o Fófó, e ganharam por 1-0 à equipa que talvez custe tanto como as outras todas do campeonato juntas.
As segundas entraram no sempre difícil (pelo ambiente escaldante) pavilhão de Matosinhos no dia seguinte a terem sido derrotadas por 3-0. Perdem o primeiro set e conseguem arranjar forças para ganhar por 3-1. Assim voltam ao João Rocha com a possibilidade de fechar a meia-final.
As terceiras venceram o Benfica por 15-18 na meia-final da Taça de Portugal da modalidade.
São três exemplos de equipas que não se construiram no "supermercado", construiram-se num processo longo com altos e baixos. Estas vitórias foram fruto de muito esforço, dedicação e devoção e união.
Parabéns às equipas, e muito em especial aos dois treinadores e às capitães.
Não faltaram bons prognósticos nesta ronda com quatro vencedores. Cumprimento os leitores Jorge Luís e Leão do Xangai, que anteviram o resultado do Sporting-Boavista, acertando no golo de Nuno Santos, e os leitores Fernando e José Vieira, que anteciparam o golo de Paulinho. Muito mais difícil seria prever o autogolo de Salvador Agra, que fechou a conta em Alvalade.
Menção honrosa para os leitores Allfacinha e Armando Santos: ambos previram o 3-0, embora sem acertarem em quem marcou.
Francisco Melo: «Depois da troca de galhardetes com o sr. Pinto, o consócio Paulo Jorge Gomes Bento (48.072) muito dificilmente irá algum dia treinar para as bandas do Olival...»
Francisco Mota Ferreira: «Inácio é treinador do Moreirense. Mas todos nós sabemos que vai ser administrador na nova SAD. Isso só irá acontecer no final da época. Até lá, Inácio vai treinar o Moreirense (que ainda vai jogar contra o Sporting) e depois assume a sua nova pele de leão. Sou só eu que acho estranho que um treinador de um clube ainda em funções ache isto tudo normal? Vindo de quem vem, não é de estranhar. Muitos não se recordam certamente, mas eu ainda sou do tempo em que Inácio saiu do Sporting, foi jogar para o FC Porto e, no jogo em que os do norte vieram a Alvalade, Inácio disse o pior do Sporting e dos seus ex-colegas.»
Leonardo Ralha: «Pela frente temos uma temporada de contenção, mas que se espera de melhores resultados. Esta é a matéria-prima disponível (já sem os emprestados Joãozinho e King), à qual urge acrescentar um ou dois defesas centrais, dois avançados e um patrão do meio-campo. Hugo Viana e Ghilas seriam muito bem-vindos.»
Eu: «Gestos como o de [José] Couceiro é que devem ser valorizados. Os outros, pertencentes à minoria ressabiadíssima dos seus alegados apoiantes, não têm a menor expressão. Couceiro foi só derrotado uma vez - e soube perder com dignidade. Os ressabiados, que torcem para que tudo agora dê errado, terão muitas derrotas pela frente. Quanto mais irritados andarem, tanto melhor para o Sporting: é sinal de que a escolha dos sócios esteve certa.»
«Gonçalo Inácio é o tipo de jogador que dá tudo pela equipa. Nunca [o] ouvimos queixar-se por jogar à direita. Agora na sua posição natural é um dos melhores centrais do futebol português. Merece tudo de bom.»
Edmundo Gonçalves: «Como se tem comparado muito a situação do Sporting com a do País, com as devidas distâncias, o que eu acho urgente para o Sporting é que, a exemplo do implementado na África do Sul pelo nosso sócio honorário Nelson Mandela, se implemente aqui uma verdadeira comissão da verdade e reconciliação, sob pena de darmos todos cabo do nosso grande Clube.»
Francisco Mota Ferreira: «Terminada a campanha, eis-me pois de volta a esta casa. Sou um institucionalista e, como tal, a lista eleita pela maioria dos sócios do Sporting é agora também a minha lista. Bruno de Carvalho é o meu Presidente. Digo isto com o conforto e à vontade de ter trabalhado activamente numa solução alternativa para o futuro do nosso Clube. O nosso novo Presidente terá um desafio enorme pela frente e cá estaremos, Sportinguistas, atentos ao que foi dito e prometido na campanha e o que a realidade dos factos irá forçar esta nova equipa a fazer.»
João Távora: «Passado algum tempo (demasiado) em que o Sporting vem sendo para mim um assunto profundamente desagradável e com pouco que ver com futebol, eis que estou de volta aos assuntos da bola para umas curtas considerações. Em primeiro lugar lamentar o triste espectáculo que resultou da comunicação dos resultados eleitorais, condicente com o que se vem verificando nas quatro linhas: um desastre de improvisos e amadorismo gritante. Em segundo, sendo eu avesso ao estilo de Bruno Carvalho, reconheço-lhe uma enorme virtude em relação às candidaturas concorrentes: um visível gosto e determinação férrea em conquistar o poder, condição que julgo valiosa para a tarefa ciclópica que o aguarda. Foi este dilema que me levou pela primeira vez a abster-me em eleições no meu clube.»
Tiago Cabral: «O que mais custa a alguns que por aí vagueiam é esta mania que os sportinguistas têm de pensar pela sua cabeça. Estes energúmenos têm a ousadia de pensar que as suas arcaicas formas de raciocinar e de se expressar constituem um qualquer paradigma a seguir. Julgam-se imbuídos de um qualquer poder divino, que lhes outorgou o direito de pensar por todos, serem os únicos com capacidade de indicar o caminho, o destino a seguir. O seu maniqueísmo é confrangedor, sendo também um sinal vindo do passado, simplório e retrógrado. Esquecem-se estes simplórios que felizmente o tempo do seguidismo cego há muito que acabou. Não entendem que os sportinguistas consigam escolher a opção que representa o melhor para o futuro do seu clube. Custa-lhes perceber que os tachos acabaram, que as sinecuras que usufruíam foram à vida.»
Zélia Parreira: «Tenho evitado escrever ou comentar aqui. Os ânimos andavam demasiado exaltados e quase todos os intervenientes convencidos de serem donos da razão absoluta. Talvez seja já a hora de colocar as diferenças de lado e assumir o que temos em comum. O Sporting é o nosso grande amor e Bruno de Carvalho o nosso Presidente. Agora, que vivemos os primeiros dias do resto das nossas vidas enquanto Sportinguistas, olhemos em frente, unidos.»
«São vulgares criminosos. Não vale a pena ser meigo nas palavras. São grupos liderados por vulgares criminosos, que se acobertam no Sporting para conseguir viver à margem da lei. E fazem-no com o beneplácito das autoridades públicas e com o Sporting a pagar as favas, incapaz de controlar o problema internamente, empurrado por leis inadequadas que facilitam e em boa verdade promovem a existência destas quadrilhas.»
Cristiano Ronaldo marcou, toda a equipa celebra: festa da selecção no nosso estádio
Foto: Miguel A. Lopes / Lusa
Aqueles imbecis que já o consideravam "reformado", incluindo alguns (coisa para mim incompreensível) adeptos do Sporting, ficaram decerto muito decepcionados.
Cristiano Ronaldo, muito aplaudido, regressou ontem ao Estádio José Alvalade. E marcou mais dois golos, contribuindo com meia goleada da selecção de Portugal ao Liechtenstein (4-0). Um de penálti, outro de livre directo - um golaço. Quem disse que CR7 não sabe marcar desta forma?
Num estádio quase cheio, com mais de 45 mil pessoas nas bancadas, ele satisfez o público em 12 minutos de grande produção ofensiva, metendo-a lá dentro aos 51' e aos 63'.
Batendo novos recordes: passou a ser o futebolista mais internacional de sempre à escala planetária (197 participações); tornou-se o português com mais golos marcados na equipa das quinas, sendo 120 já; e o Liechtenstein foi a 47.ª selecção a sofrer golos do nosso maior artilheiro dos relvados.
Noite de orgulho também para nós, sportinguistas.
Vimos vários dos nossos regressar a Alvalade (Bruno Fernandes, Palhinha e Rui Patrício, por exemplo), contribuindo para a goleada. Vimos Gonçalo Inácio estrear-se na selecção A, actuando durante os 90 minutos deste desafio que marcou igualmente a estreia do seleccionador Roberto Martínez ao comando da turma nacional. Vimos enfim o topo norte e o topo sul do nosso estádio preenchidos com adeptos de futebol.
Portugal começa da melhor maneira a campanha para o Europeu 2024. Já seguimos no comando do Grupo J.
Há um quarto de século que não entrávamos a ganhar numa qualificação europeia.
Tudo perfeito? Não.
Considerei uma estupidez aqueles assobios a João Mário, quando saiu do banco, a escassos minutos do fim do jogo. Sintoma de clubite doentia. Visando um jogador que há dois anos foi um dos obreiros do título de campeão nacional para o Sporting.
Nunca pactuarei com o fanatismo daqueles que imaginam as bancadas dos estádios como trincheiras de guerra.
Muito menos quando os alvos são alguns daqueles que serviram com zelo e competência o emblema leonino enquanto estiveram entre nós.