2022 em balanço (5)
DECEPÇÃO DO ANO: ST. JUSTE
Há jogadores assim: chegam aureolados de grandes aquisições, prometem muito em campo mas acabam por oferecer quase nada. Aconteceu em 2022, infelizmente, com Jeremiah Israël St. Juste, defesa direito holandês que desembarcou em Maio, vindo da Alemanha, para colmatar um dos problemas mais prementes do nosso onze titular.
Não foi barato. A SAD leonina comprometeu-se a pagar por ele 9,5 milhões de euros, garantindo-lhe uma ligação contratual de quatro anos e fixando-lhe uma vistosa cláusula de rescisão: 45 milhões.
Parecia contratação promissora. O jogador, então com 25 anos, falava de si próprio sem falsas modéstias: «Sou rápido, com técnica e bom com a bola.» Adquirira alguma experiência nos escalões juniores da selecção do seu país e somava nove internacionalizações sub-21.
Faltava contar o outro lado da história. St. Juste tinha um historial de lesões problemático: operado ao ombro direito em Outubro e ao ombro esquerdo em Janeiro, na época 2021/2022 permaneceu cinco meses parado, sem dar o devido contributo ao Mainz, emblema alemão que representava antes de rumar ao Sporting. Ali até ganhara fama de ser o jogador mais rápido da Bundesliga.
Mas continuou desencontrado da sorte nos relvados portugueses. Mal desembarcou, contraiu nova lesão numa das primeiras sessões de treino em Alvalade: entorse traumática no tornozelo direito. Passou ao lado da pré-temporada, sem se integrar na equipa. Em Setembro, já com o campeonato em andamento, nova paragem - desta vez devido a uma mialgia de sobrecarga. Sofreu recaída em Outubro. No final de Novembro, voltou a exigir tratamento, desta vez devido a uma contusão óssea no joelho esquerdo, também num treino.
Balanço: cerca de dois terços do tempo passados no estaleiro leonino. O que sucedeu nos intervalos? Estreou-se como titular contra o Estoril na Amoreira, a 2 de Setembro - e até marcou um golo. Fez o seu primeiro jogo completo de verde e branco a 13 de Novembro, na vitória (1-2) em Famalicão. Primeiro e único até hoje.
O prometido contributo do holandês mal superou o plano das promessas. O nosso central titular a jogar pela direita tem sido um canhoto, Gonçalo Inácio. E já se fala na necessidade urgente de contratarmos outro destro no mercado de Inverno.
Havia uma lacuna antes, mantém-se a lacuna agora.
Decepção do ano em 2012: Elias
Decepção do ano em 2013: Bruma
Decepção do ano em 2014: Eric Dier
Decepção do ano em 2015: Carrillo
Decepção do ano em 2016: Elias
Decepção do ano em 2017: Alan Ruiz
Decepção do ano em 2018: Rafael Leão
Decepção do ano em 2019: Miguel Luís
Decepção do ano em 2020: Vietto
Decepção do ano em 2021: Plata