2021 em balanço (7)
DERROTA DO ANO: 1-5 CONTRA O AJAX EM CASA
O impensável aconteceu: fomos cilindrados em Alvalade pelo Ajax. Por números humilhantes: 1-5. Acabou por ser a derrota que mais nos custou ao longo de 2021, ano em que apenas perdemos dois jogos nas competições internas.
É verdade que o adversário impunha respeito, tem um longo historial europeu e se transformou numa máquina de fazer golos, como ninguém ignora. Mas também é um facto que este Sporting comandado por Rúben Amorim nos habituou a elevadíssimos padrões de exigência. Daí a decepção ter sido maior.
Se há jogos que correm mal desde o início, este foi um deles. O primeiro golo foi sofrido logo aos 2'. Aos dez, já perdíamos 0-2. Com o corredor direito do campeão holandês a actuar num ritmo alucinante, desorganizando a nossa linha defensiva, onde Rúben Vinagre, em estreia absoluta numa partida da Liga dos Campeões, teve exibição para esquecer. De tal maneira que foi substituído ao intervalo.
Mas o problema não foi só dele. Se aos 33' tínhamos conseguido reduzir para 1-2, com Paulinho a marcar, ainda na primeira parte sofremos o terceiro. Na segunda, outros dois fixaram o resultado, com Haller e Antony exibindo todo o seu talento em campo.
Era também a estreia do nosso treinador numa partida da Champions: as recordações que conservou dela não são nada agradáveis, com toda a certeza. Tornou-se a nossa segunda pior prestação de sempre na Liga dos Campeões, onde não actuávamos desde 2017/2018. Pior só a derrota frente ao Bayern por 0-5 em 2009.
Valha a verdade que houve atenuantes. Desde logo, jogámos desfalcados. Com Coates ausente por castigo, Pedro Gonçalves de fora por lesão, Sarabia excluído por opção técnica. Nuno Mendes, titular absoluto do Sporting 2020/2021, saíra duas semanas antes para o PSG, deixando o nosso flanco esquerdo desguarnecido nessa noite de 15 de Setembro.
No banco de suplentes sentavam-se três futebolistas da equipa B: Geny, João Goulart e Gonçalo Esteves. O plantel parecia curto para tantas frentes competitivas.
Ainda por cima Gonçalo Inácio viu-se forçado a sair aos 21', lesionado.
Mas convém sublinhar que apesar da goleada não se escutaram assobios nas bancadas do nosso estádio - com apenas metade da lotação devido às restrições impostas pela pandemia. Pelo contrário, o apoio foi constante. Como há muito não se via. Prova inequívoca da confiança que os adeptos depositam na equipa.
Outro aspecto positivo: os jogadores cresceram com esta derrota. De tal modo que acabámos por superar com sucesso a fase de grupos da Liga dos Campeões, algo que não nos sucedia desde 2008/2009. Conclusão: a experiência adquirida, mesmo numa derrota pesada, acabou por ser um lado menos mau deste Sporting-Ajax. O caminho faz-se caminhando.
Derrota do ano em 2012: final da Taça de Portugal (20 de Maio)
Derrota do ano em 2013: 0-1 em casa contra o Paços de Ferreira (5 de Janeiro)
Derrota do ano em 2014: 3-4 contra o Schalke 04 em Gelsenkirchen (21 de Outubro)
Derrota do ano em 2015: 1-3 contra o CSKA em Moscovo (26 de Agosto)
Derrota do ano em 2016: 0-1 contra o Benfica em casa (5 de Março)
Derrota do ano em 2017: 1-3 contra o Belenenses em casa (7 de Maio)
Derrota do ano em 2018: final da Taça de Portugal (20 de Maio)
Derrota do ano em 2019: Supertaça (4 de Agosto)
Derrota do ano em 2020: 1-4 contra o Lask Linz em casa (1 de Outubro)