O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre TIAGO TOMÁS:
- Paulo Guilherme Figueiredo: «O altamente prometedor goleador Tiago Tomás também já está nos sub-23.» (26 de Janeiro)
- Luís Lisboa: «Sporar é superior a LP29 fora da área, mas ainda inferior a ele dentro dela no jogo aéreo. Pedro Mendes, Tiago Tomás, Gelson Dala, Ruiz: nenhum deles tem essas características.» (7 de Julho)
- Eu: «Esteve nos dois melhores momentos da prestação leonina: aos 65', numa rápida incursão na grande área aproveitando um monumental lapso defensivo de Jardel, atirou a bola ao poste de um ângulo muito apertado; aos 69', fez um soberbo passe que funcionou como assistência para o golo de Sporar, que assim quebrou um ciclo de cinco jogos sem marcar. Destaco o jovem avançado, com apenas 18 anos, como o melhor do Sporting neste clássico.» (26 de Julho)
- Leonardo Ralha: «Tantas vezes mereceu a aposta do treinador que acabou por trazer dividendos. Poderia ter feito melhor do que o violento remate ao poste quando ficou sozinho na grande área depois na sequência de uma fífia de Jardel, mas no lance do 1-1 lançou Sporar de forma perfeita, quase se diria que à prova de falhanço.» (28 de Julho)
- Eduardo Hilário: «Outra jovem promessa que tem qualidade, mas que necessita tempo para demonstrar. Temos que ter paciência para deixá-lo crescer.» (5 de Agosto)
Quando pensamos num qualquer campeonato do mundo de futebol, saltam-nos à cabeça alguns crónicos candidatos a ganhar o troféu. Brasil, Alemanha e Argentina são, talvez, os nomes mais vezes apontados, na história da competição, como favoritos.
Muito por culpa desse status, os jogadores que normalmente são convocados para essas seleções têm um valor de mercado muito superior a muitos outros jogadores de outras nacionalidades. Quando falamos de habituais titulares, esse valor dispara ainda mais.
Marcos Acuña é um desses jogadores. Titular da seleção argentina, é um dos dez humanos - o outro titular, Messi, está, com Cristiano Ronaldo, na lista de extraterrestres - que tem esse estatuto, e é, por isso, um jogador raro e diferenciado da larga maioria dos jogadores que praticam futebol. No entanto, apesar do Sporting ser um dos poucos clubes do mundo que tem um titular da seleção onde Aguero e Dybala são “apenas” figuras importantes, Frederico Varandas não parece dar relevo a este ativo, permitindo que o mesmo treine à parte, a correr numa mata, enquanto se desvaloriza no mercado.
Não se conhecendo qualquer motivo que justifique esta situação, não será este ato de gestão um comportamento doloso e prejudicial para o clube? Muito sinceramente, começo a achar que a gestão de Frederico Varandas é… bem, é melhor não continuar.
Tiago e Jovane festejam segundo golo (foto: Ricardo Nascimento/Lusa)
Confirma-se: está a ser a melhor pré-temporada leonina das últimas três épocas. Segundo jogo de preparação, segunda vitória consecutiva que pudemos ver em directo na SportTV.
No jogo anterior, de positivo, só os 20 minutos finais - aqueles em que Rúben Amorim decidiu mudar todos os jogadores de campo. Nesse período conseguimos o golo da vitória frente ao clube de Portimão, marcado por Tiago Tomás. O anterior teve assinatura de Sporar, na conversão de um penálti.
Desta vez o onze que entrou em campo foi esse que finalizou o anterior embate. E as impressões voltaram a ser dignas de elogio: equipa dinâmica, veloz, a desdobrar-se em passes verticais, de olhos fitos na baliza adversária. Quase nada daquela "filosofia de posse" estéril que marcou o Sporting da temporada 2019/2020.
Sem surpresa, marcámos logo aos 14' num lance rápido concluído pelo recém-chegado Pedro Gonçalves, também conhecido por Pote (confirmando que é mesmo reforço), bem servido por Tiago Tomás em zona frontal à baliza após iniciativa de Jovane, crucial no aproveitamento dos espaços permitidos pelo Belenenses. Nove minutos depois, Tiago marcou o segundo, culminando outra bela sequência de futebol de ataque, iniciada em Nuno Mendes e conduzida por Jovane, que fez a assistência.
O terceiro foi apontado aos 73' por Sporar: um golo à ponta-de-lança, com o esloveno a isolar-se, ultrapassando com êxito a linha defensiva algarvia. E aos 87' quase viria a marcar outro, de remate cruzado: Moreira, o guarda-redes adversário, defendeu in extremis, fazendo a bola embater no poste.
Balanço destes dois jogos de preparação: cinco golos marcados, dois sofridos (um deles devido a um penálti inexistente). Mais robusta, esta vitória por 3-1 contra um adversário orientado por Petit, um treinador que nunca facilita.
Melhores? Desde logo Pedro Gonçalves. E também um trio de miúdos formados em Alcochete que merecem um lugar ao sol: Gonçalo Inácio, Nuno Mendes e Tiago Tomás. Este, com um par de golos e uma assistência em dois meios-jogos, promete ser um forte concorrente de Sporar.
Quem disse que a nossa Academia não formava goleadores?
ADENDA: A jumentude leonina continua a marcar a diferença. Sempre pela negativa. Qualquer semelhança entre isto e uma claque verdadeira é mera coincidência.
«Bruno de Carvalho foi destituído pelo que fez antes e logo depois de Alcochete, e foi muito bem expulso de sócio por ter violado gravemente os estatutos ao não ter aceitado a vontade da maioria que o destituiu. Se tivesse reagido como uma pessoa de bem e defendido os interesses do Sporting, ainda seria sócio e provavelmente presidente. Tudo o que fez a seguir e continua a fazer só veio dar razão a quem o destituiu e expulsou.»
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre PEDRO MENDES:
- Francisco Chaveiro Reis: «O Sporting procura um extremo e um ponta-de-lança. Pelos nomes que por aí andam (Paulinho, Anthony ou Almada, por exemplo), os alvos são jovens talentosos, que se desenvolvam no clube e tragam retorno desportivo e financeiro. Não sou olheiro, mas, lembro-me de dois: Joelson Fernandes e Pedro Mendes.» (28 de Agosto)
- Pedro Boucherie Mendes: «O incrível golo de Pedro Mendes é seguido de um tipo a festejar sozinho. Durante o que me pareceu uma eternidade, o jovem jogador está sozinho no que terá sido um dos momentos mais felizes da sua vida (digo eu). Finalmente, dois ou três colegas lá lhe dão um tapa de felicitações, mas é um golo que não é festejado em equipa. Talvez Bruno Fernandes, o capitão, possa fazer alguma coisa pelo grupo fora das quatro linhas.» (20 de Setembro)
- Leonardo Ralha: «O goleador dos sub-23 ocupou lugar dentro das quatro linhas, recebeu a bola de costas para a linha de grande área, rodopiou o corpo, puxou a perna para trás, e fez história. Poderia ter sido ainda mais decisivo se não tivesse entrado a tão poucos minutos do final, e se o PSV Eindhoven não tivesse conseguido encostar o Sporting ao seu lado do campo, mas ficou um pouco mais claro que existe um círculo do inferno reservado para quem não inscreveu o ponta de lança na Liga NOS.» (21 de Setembro)
- Paulo Guilherme Figueiredo: «Dez vitórias em dez jogos para os sub-23 do Sporting. Pedro Mendes: dez golos em dez jogos. A equipa com a média de idades mais baixa da Liga Revelação. Com uma qualidade muito acima da média da mesma.» (5 de Outubro)
- José Cruz: «Para ficar em quarto (ou quinto) um Pedro Mendes é melhor que um Jesé.» (18 de Janeiro)
- António F: «[Ao] ter dado a titularidade a Jesé e não ter convocado Pedro Mendes, em detrimento do recém-chegado Sporar, o técnico do clube [Silas] deixou uma mensagem clara: Pedro Mendes é o elo mais fraco.» (28 de Janeiro)
- Luís Lisboa: «Sporar é superior a LP29 fora da área, mas ainda inferior a ele dentro dela no jogo aéreo. Pedro Mendes, Tiago Tomás, Gelson Dala, Ruiz: nenhum deles tem essas características.» (7 de Julho)
- Eu: «Pedro Mendes, cujo real valor ainda constitui uma incógnita, vai certamente actuar noutro clube da I Liga a título de empréstimo.» (10 de Julho)
- JPT: «Nem vi jogar, para além de fugazes aparições, sprints de quem vem do banco de suplentes. Disse-me quem sabe muito de bola e acompanha o clube, profissionalmente: "grande atleta, grande profissional, um puto porreio. Mas não chega para o Sporting." Deve o Sporting, em respeito pela sua Academia, vender o seu passe desportivo a um clube onde possa singrar.» (12 de Julho)
- Eduardo Hilário: «Quem foi o melhor marcador da equipa de Leonel Pontes? Quem tinha a média de um golo por jogo? Quem marca na Liga Europa um grande golo? Criticámos a falha de inscrição deste jogador durante meses. Desaprendeu?» (5 de Agosto)
Ainda ontem trocava o Benfica pelo Sporting, num verão – 1993 – bem mais quente do que este, e hoje já faz 50 anos. Paulo Sousa, seis de qualidade superior, campeão europeu por Juventus e Borussia Dortmund e até há pouco, treinador do Bordéus, está de parabéns. Numa altura em que Palhinha (já sei que não é nenhum Sousa) está de saída, Rodrigo está em ascensão (tenho as minhas dúvidas) e o Sporting procura um médio defensivo, é bom recordar Sousa, que fez 43 jogos e marcou 2 golos pela equipa leonina. Boa desculpa para lembrar outros, que tal como Sousa, hoje seriam muito bem-vindos: Oceano, Peixe (early years), Delfim, Duscher ou Vidigal. Mas já nos estamos a desviar. Parabéns, Sousa.
Faz hoje 43* anos que Rui Jordão vestiu pela primeira vez a camisola do Sporting, num jogo contra o Vasco da Gama.
«Sporting 2 – Vasco da Gama, 1
JORDÃO – AQUELA MÁQUINA
BRASILEIROS… AQUELA «BRONCA»
Numa noite verdadeiramente convidativa para a prática do futebol, o Sporting derrotou (2-1) o Clube de Regatas Vasco da Gama, num encontro que não fora as «fitas» incríveis rubricadas por alguns vascaínos até podia, ainda hoje, estar a ser saboreado por todo aquele público que ocorreu ao estádio José Alvalade como uma agradável recordação. De facto, embora tudo possa esperar-se das equipas brasileiras – e muito particularmente de alguns dos seus craques – a verdade é que começa a saturar ver tamanhas manifestações de indisciplina. Os brasileiros não têm necessidade de exibir aquele reportório de má criação. O futebolista brasileiro tem futebol de sobra para vencer e convencer. O resto… é resto.
Entretanto numa análise ao que foram os noventa minutos do desafio, temos que a actuação do «team» leonino, para princípio de época – como soe dizer-se – não deixou de impressionar de maneira muito favorável. A ganhar plena ligação entre os seus sectores, o «association» sportinguista está agora a beneficiar de uma movimentação mais competitiva, graças a uma velocidade que os seus homens do meio-campo estão a evidenciar e que chegou a contagiar as bancadas. Na verdade, os últimos minutos tiveram sabor de campeonato. Houve competição. Aconteceu futebol e o público fez-se ouvir nas suas múltiplas maneiras de marcar a sua presença, agrado e… desagrado.
A par disso, a apresentação do angolano Jordão foi aliciante de tomo. De que quase será escusado falar…
Preocupados com as intenções atacantes denunciadas pelo Sporting, os brasileiros iniciaram a partida recolhidos num 4-3-3 que bem cedo começou a viver a intranquilidade provocada por hábeis, rápidas e perigosíssimas «tabelas» rubricadas por Keita e Jordão.
Não obstante, foi à passagem do primeiro quarto-de-hora que o marcador não funcionou por um triz… E a favor dos cariocas… Um cabeceamento de Roberto apanhou Valter em falso… Na circunstância valeu Da Costa que, sobre a linha de golo evitou o pior. Pouco depois, o mesmo Roberto fez nova ameaça.
À meia hora e espevitado por estes dois pequenos sustos, o «onze» de Paulo Emílio passou a descer com mais frequência e maior perigo à área brasileira. Contudo, Mazzapolli, opôs-se com determinação, ficando «tocado» num lance em que disputou a bola com Jordão.
Para o segundo tempo, depois de tentativas «leoninas», bem gizadas, para levar de vencida a defesa vascaína, temos que à passagem do sétimo minuto a «bronca» instalou-se no relvado. Um desentendimento entre Artur e Roberto foi o princípio. Abel meteu-se ao barulho e a partir daí a partida endureceu em prejuízo do futebol que até estava a ser bem aceite por relativamente bem jogado.
... E o golo havia de aparecer. A vinte minutos do fim, aproveitando uma «fífia» de Valter, Roberto «Dinamite» «estoirou» e... a bola só parou no fundo das redes do azarento guarda-redes sportinguista.
Inconformado, o Sporting lançou-se ao ataque na ânsia, natural, de alcançar um empate que justifica plenamente. Confiantes, os vacainos iam tentando tudo para congelar o jogo pelas zonas de meio-campo, lateralizando e… entretendo. Até que a sete minutos do fim, nova «bronca». Fraguito, junto à área brasileira é impedido de jogara abola e Nemésio de Castro não hesita. É «penalty»… É «sururu»... É bom e... o feio! Jordão atira e apanha a devolução da bola que «estalara» na barreira adversária e dos pés do angolano à baliza foi um ápice... Era o empate e... continuação do «sururu». Feio.
Nos últimos instantes o mesmo Jordão apanha a equipa vascaína em «contrapé» e disparado para abaliza tenta fintar o guarda-redes que não foi de cerimónia... Falta do «keeper» e «penalty»...
«Penalty» e... golo do Sporting. (…)
Sob a arbitragem de Nemésio de Castro, as equipas alinharam:
SPORTING: Valter; Artur, Laranjeira, Manaca e Da Costa; Vítor Gomes Fraguito e Baltasar; Barão, Jordão e Keita.
VASCO DA GAMA: Mazzapolli, Orlando, Abel, Geraldo, e Marco António; José Mário, Hélinho e Dirceu; Wilsinho, roberto «Dinamite» e Ramon.
Golos: Roberto «Dinamite» (70 m) e Jordão (84 e 90 m)
Substituições: Orlando por Geninho (45 m) e Wilsinho por Paulo Roberto (71 m)»
In. Record, n.º 2976, de 2 de setembro de 1977
(*) 43, este é, igualmente, o número de vezes que Rui Jordão vestiu a camisola da selecção nacional.
Varandas cumpriu o objectivo da união. Uniu todos os sportinguistas num único pensamento: ninguem acredita no sucesso desportivo no futebol. Gestão desportiva atroz, desperdício de milhões em contratação falhadas (não era preciso saber muito de futebol para o perceber). Toda a dança de treinadores e o facto de não se ter sabido rodear de quem perceba da poda foram outros factores negativos.
No entanto este defeso está-me a surpreender pela positiva: globalmente contratações com critério e aparentemente acertadas, tendo em conta as limitações financeiras. Desta vez não pode haver desculpas, apesar da disparidade orçamental para os nossos concorrentes: Amorim, pelo preço que custou e pelo tempo que teve para planear a época, terá de nos levar a resultados desportivos.
Fico com uma dúvida, no entanto, sobre as reais intenções de vários sócios. Querem Varandas fora e, vindo outro presidente, dar-lhe-ão a tranquilidade e paz para governar? ou só calarão a contestação se o novo presidente for exactamente aquele que sabemos?
Texto do leitor Carlos Correia, publicado originalmente aqui.
«Apesar de outras lacunas, algumas já colmatadas, parece-me que a de um ponta de lança com golo de cabeça e capacidade de choque é a mais evidente. Espanta-me que não tenha sido prioridade no reforço da equipa.»
Ainda é cedo para formar opinião definitiva sobre o plantel para a próxima época, o mercado está aberto, não sabemos quem ainda pode entrar ou sair, os valores envolvidos. Mas desde já deixo as minhas primeiras impressões:
- Sobre o episódio Rúben Amorim, espero que o SCP honre o quanto antes o compromisso que assumiu com o SCB e não faça mais negócios com o clube em questão, pelo menos enquanto o trolha for presidente da agremiação.
- Quanto a reforços, a meu ver, Adán não oferece mais que Max na defesa da nossa baliza. A contratação do espanhol fez-me até lembrar a contratação de Stojokovic, quando também existia alguma relutância em apostar no então considerado demasiado jovem Rui Patrício. O resultado financeiro e desportivo da operação, como sabemos, pouco ou nada trouxe ao SCP. A meu ver, Luís Maximiano deverá continuar a merecer a titularidade. Antunes oferece bem menos qualidade que Nuno Mendes, pelo que, salvo qualquer lesão ou castigo, o lugar pertence à jovem pérola da academia.
Estas duas contratações não eram prioritárias, mas percebo-as numa lógica de gestão de plantel com época longa e demasiadas incertezas pela frente
Feddal dificilmente conseguirá fazer esquecer Mathieu, mas é tarefa dificílima que poucos conseguiriam. Sendo um jogador que ao longo da carreira teve demasiados problemas disciplinares, adivinha-se que se torne um “cliente habitual” dos árbitros portugueses, ontem já recebeu um primeiro aviso ao ser-lhe assinalada falta com lugar à marcação de grande penalidade. Terá que aprender a refrear algum ímpeto e perceber que em Portugal nem todos os centrais beneficiam da mesma complacência por parte dos senhores do apito. Em princípio será titular, tal como Porro, que deverá conquistar o lugar a Ristovski. Se é ou não o lateral-direito que precisamos, apenas o tempo o dirá, mas fazer melhor que o macedônio não parece muito difícil, apesar do falhanço absoluto que se revelou Rosier, contratação que se revelou dinheiro atirado fora, prejuízo que dificilmente algum dia será recuperado.
Nuno Santos é um jogador de plantel, que mostra empenho e oferece alternativas ao treinador. Mas neste SCP 2020/21 dois reforços merecem destaque, o regressado D. Bragança e Pote. Ambos possuidores de inegável classe, são daqueles que não enganam, capazes de ler o jogo e acrescentar criatividade ao meio-campo. Face à apatia que Wendel mostra na maioria dos jogos, poderemos assistir a uma verdadeira revolução no jogo do SCP. Assim Rúben Amorim não tenha medo das vacas sagradas e aposte em quem denotar maior empenho e mostre trabalho. Outros, como I. Doumbia ou G. Plata, têm que mostrar bem mais para calçarem, ou terão destino idêntico.
Globalmente, o plantel parece mais equilibrado que no início da época anterior. Falta principalmente um avançado com golo, que concorra com Sporar. Se sair mais alguém, poderá ser necessário ir ao mercado, mas sou da opinião que alguns jogadores deveriam ser considerados inegociáveis, só saindo pelo valor da cláusula de rescisão, nomeadamente os jovens que podem crescer, valorizar e muito neste SCP comandado por Amorim.
Na era dos “galácticos”, com Carlos Queiroz como treinador, o presidente do Real Madrid prometeu uma equipa de “Zidanes y Pavones”, que misturava craques feitos com jovens talentos da academia. A ideia não resultou.
Nesta nova era do Sporting, com Rúben Amorim a substituir um desorientado e desorientador Jorge Silas como treinador, a promessa do presidente tem alguma coisa de parecido com a do Real Madrid, só que os Zidanes são quase todos Ristovskis, não é bem a mesma coisa. E só com Pavones, por muito bons que sejam e são, a coisa não vai lá, como se viu nos recentes confrontos com os rivais.
Não vai lá pelo menos em termos desportivos, porque a jogarem assim daqui a um ano estamos a falar de muitas dezenas de milhões de euros de valorização do plantel. O Sporting conseguiu ontem pôr em campo toda uma equipa de jogadores abaixo dos 23 anos de grande potencial: Max, Porro, Quaresma, Inácio, Nuno Mendes, Matheus Nunes, Pedro Gonçalves, Wendel, Plata, Tiago Tomás, Jovane, Daniel Bragança e Rodrigo Fernandes (este parece primo do Ilori, precisa duma lavagem ao cérebro).
O problema é que, dos mais velhos, apenas Coates está noutro nível. Todos os outros são iguais ou piores que os putos, e nalguns casos muito teriam que aprender com eles se tivessem idade para isso.
Alguns dos dispensados ou colocados no mercado seriam titulares nesta equipa? Acuña, claramente, mas a jogar mais à frente do que ia acontecendo com Amorim, a ala ou interior esquerdo. Mas existe Nuno Mendes e veio Nuno Santos.
Palhinha tirava o lugar a Wendel ou a Matheus Nunes? Nem pensar. Seria um suplente para determinados jogos, como seriam Battaglia ou Doumbia se ficassem.
Algum outro? Diaby, Bruno Gaspar, Misic? Francamente não vejo.
Bastaram pouco mais de 20 minutos para o Sporting conseguir deixar umas sementes de esperança de que um plantel insuficiente para disputar o título talvez tenha algumas hipóteses de atingir o terceiro lugar que destranca a primeira das portas de acesso à Liga dos Campeões que seria o início de um caminho de regresso à vida.
Nuno Mendes, Pedro Gonçalves e Matheus Nunes mostraram que têm de ser titulares, Daniel Bragança trouxe uma dinâmica no meio-campo que contrastou com a modorra de Wendel, Tiago Tomás revelou-se mais letal do que Sporar e até Borja pareceu eficaz quando comparado com Feddal, a quem o árbitro até um pénalti-fantasma assinalou.
Da equipa titular só estiveram claramente melhor Luís Maximiano (apesar de uma fífia esteve à altura quando o Portimonense fazia gato-sapato da rapaziada) e Coates, com Pedro Porro e Nuno Santos a deixarem indicações interessantes e Neto melhor à direita do que Feddal à esquerda (enquanto o suplente Eduardo Quaresma voltou a transparecer um certo nervosismo, tal como nos últimos jogos da época passada).
Olhando para os 70 minutos em que Ruben Amorim prescindiu de alguns dos melhores que tem no plantel, com os resultados que ficaram à vista de todos, lembrei-me da velha história do mítico Meirim a explicar ao suplente "melhor do mundo" que ele ficava no banco pois o titular era o "melhor da Europa". Substituindo por "melhor do plantel" e "melhor da SAD".
O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre SPORAR:
- Francisco Chaveiro Reis: «Aos 25 anos, o esloveno tem pouco cartel mas, pago a preço de ouro (deve estar no topo das vendas mais caras da poderosa liga eslovaca), só pode ser craque. Certo?» (23 de Janeiro)
- Luís Lisboa: «Entrou sem ritmo competitivo mas com pormenores de ponta de lança.» (28 de Janeiro)
- Leonardo Ralha: «Estreou-se a marcar na Liga NOS, dias após marcar na Liga Europa, com um toque oportuno que desviou da melhor forma o livre marcado por um equatoriano de que já talvez tenham ouvido falar. Mas também garantiu espaços para os colegas e continua a aumentar os níveis de confiança, o que vem mesmo a calhar numa altura em que se descobre que os bónus previstos na sua transferência podem fazer de si a contratação mais cara de sempre do Sporting.» (26 de Fevereiro)
- Eu: «Move-se bem dentro da área, baralhando as marcações, revela faro de golo e evidencia bons dotes técnicos. Se Bas Dost tinha direito a música própria em Alvalade, Sporar pode seguir-lhe o exemplo quando o nosso estádio voltar aos dias grandes, enchendo-se de público. Ele já provou merecer. E nós também.» (1 de Junho)
- JPT: «Nem Sporar nem o rapaz brasileiro de nome estranho são pontas de lança para uma equipa de topo.» (12 de Julho)
- Paulo Guilherme Figueiredo: «Portanto este jogador pelo qual pagámos mais ou menos o mesmo do que recebemos por Bas Dost (que rendia mais de 30 golos por época) não é fraco. Está é... cansado! Sporar esteve parado entre Março e Junho e está cansado?? Sim, cansado ao fim de oito jogos desde o retomar da Liga!» (17 de Julho)