Com apenas 50 anos morreu Teresa Machado, ímpar figura do atletismo nacional e, sem qualquer dúvida, uma das grandes figuras da secular história do Sporting. O nosso És a Nossa Fé já como tal a havia consagrado, num belo texto de João Paulo Palha (em 26.8.2014). Aqui o reproduzo parcialmente, forma de comovida homenagem à nossa extraordinária campeã, por duas vezes galardoada com o Prémio Stromp, a forma máxima do clube reconhecer os que reclama como seus.
[É] um dos mais altissonantes nomes dos anais do Sporting Clube de Portugal e deste fabuloso desporto no nosso país: Teresa Machado. Não fora o esmagamento a que o futebol sujeita qualquer outra actividade desportiva em Portugal e escrever um texto sobre esta fantástica atleta seria bem mais exigente, já que obrigaria a um esforço suplementar de pesquisa e a um especial vigor da imaginação. Seria como escrever sobre Luís Figo, Cristiano Ronaldo, Mário Coluna ou Eusébio, saber-se -ia quase tudo sobre ela e eu seria forçado a procurar estes e aqueles detalhes mais incógnitos ou obscuros.
Assim, com a vida facilitada pelo desconhecimento geral de um nome que não está ligado ao futebol - não quero com isto dizer que o mal esteja radicado nos leitores ... ele está, antes, no clima criado, acima de tudo, pela imprensa desportiva, cujos critérios mercantilistas, muito mais do que quaisquer outros, se é que estes existem, trucidam implacavelmente tudo o que escape ao dia a dia em redor do sacrossanto e adorado esférico - basta-me fazer uma resenha dos triunfos e resultados obtidos por esta nossa inacreditável atleta para que qualquer interessado fique, como eu, imediatamente convencido da elementar justiça de a colocar entre as grandes figuras da história do Sporting Clube de Portugal.
Teresa Machado veio para o Sporting aos 17 anos de idade, em 1986, ano em que, representando o Galitos - centenário clube e relevantíssima instituição aveirense, em que vale a pena pôr os olhos - foi pela primeira vez campeã nacional de lançamento do disco. Até ao final da sua carreira, foi campeã nacional de peso e disco por cinquenta e três vezes (53!), dezasseis vezes no lançamento do disco, dezoito no do peso e dezanove no do peso em pista coberta. No decurso dos dezassete anos em que representou o Sporting, entre 1986 e 2003 - a excepção foi 1994, ano em que os muitos problemas financeiros que afectaram o clube a levaram a praticar o atletismo ao serviço da Junta de Freguesia de São Jacinto - Teresa Machado conquistou quarenta e quatro títulos nacionais. A lista das suas vitórias, recordes nacionais e participações em competições internacionais não pode ser minimamente exaustiva num texto deste género. Aconselho, por isso, os mais interessados a recorrerem à WikiSporting, cuja involuntária ajuda muito agradeço, para se porem a par de um historial de tirar a respiração.
Teresa Machado, além da conquista dos campeonatos nacionais acima referidos, participou nos Jogos Olímpicos de Barcelona, Atlanta, Sidney e Atenas, em sete Campeonatos do Mundo, em três Campeonatos da Europa, em cinco Campeonatos Ibero-Americanos, em cinco Challenges e Taças da Europa de Lançamentos, em dezoito Taças da Europa (em Peso e Disco), num Campeonato do Mundo de Juniores e num Campeonato da Europa de Juniores. Tudo isto,é claro, sem falar de uma grande série de importantes eventos desportivos internacionais que, no currículo de qualquer atleta, serão mencionados com justificadíssimo alarde.
Se nos campeonatos Ibero-Americanos Teresa Machado nos brindou com excelentes vitórias, tendo ganho a medalha de ouro do lançamento de disco em 1990, em Manaus, a medalha de ouro, também do lançamento do disco, em 1994, em Mar del Plata, a medalha de ouro, ainda do lançamento do disco, em 1998, em Lisboa, e a medalha de bronze do lançamento do peso, igualmente em 1998, em Lisboa, já nos Jogos Olímpicos e nos Campeonatos do Mundo pareceu, quase sempre, atingida por síndrome idêntica à que travou a, mesmo assim, extraordinária carreira internacional de outro dos maiores nomes da história do Sporting, o do inesquecível Fernando Mamede. Apesar desta limitação, Teresa Machado conseguiu um 10º lugar nos Jogos Olímpicos de Atlanta e um 11º nos de Sidney, um 6º no Mundial de Atenas e um 10º no de Paris e, ainda, um 7º e um 9º lugares nos Europeus de Munique e Budapeste, respectivamente. Repare-se que estamos a falar dos lançamentos do disco e peso, provas de enorme dificuldade técnica que, muito mais do que hoje, levantavam grandes problemas aos atletas nacionais.
Se nos propusermos falar de recordes nacionais, salientemos, não nos preocupando com os tantos e tantos que Teresa Machado bateu ao longo da sua carreira e já passaram à história, os que ainda estão em vigor: peso, 17,18 m, em 1996; peso em pista coberta, 17,26 m, em 1998; disco, 65,40, em 1998; peso, sub 23, 16,46, em 1991; peso, juniores, 15,54, em 1988; peso em pista coberta, sub 23, 16,41, em 1990 e peso em pista coberta, juniores, 15,69, em 1988. Repito, trata-se de recordes que ainda perduram, como os mais desconfiados ou incrédulos podem verificar no site da Federação Portuguesa de Atletismo. Sublinho, já que estou a falar em recordes nacionais, que Teresa Machado também chegou a ter o do lançamento do martelo. Quase me esquecia de o mencionar, por aqui se vendo a importância que mais um ou outro máximo vem a ter na avaliação final da carreira da atleta.
A vida de Teresa Machado dava um filme. Os interessados podem vê-lo no site Atletismo Estatística, em que Manuel Arons de Carvalho desenha com brevidade a história desportiva da nossa grande atleta. Como conta este jornalista, em toda a sua carreira, aqui se incluindo os dezassete anos no Sporting, Teresa Machado manteve-se sempre em Aveiro, onde, inicialmente trabalhava numa fábrica de confecções, sem nunca deixar de ser orientada pelo seu primeiro e único treinador, Júlio Cirino. Chegou a treinar-se num jardim público, a tomar cuidado com os seus utentes, treinou-se num parque de estacionamento, com Júlio Cirino a dar-lhe orientações pela janela do seu escritório, e conseguiu, finalmente, que lhe cedessem um areal vedado, ao pé da lota do peixe da Gafanha da Nazaré.
Por motivos que desconheço, Teresa Machado, ao fim de dezassete anos no Sporting, acabou por ir parar aos Açores, onde, durante quatro anos, representou o Clube Operário Desportivo. No final da carreira, ainda esteve um ano no F.C. Porto, ao serviço do qual, já com quarenta anos, ainda foi a terceira melhor portuguesa no lançamento do disco.
Não tenho quaisquer dúvidas sobre o que está reservado, na história do Sporting Clube de Portugal, para esta excepcional desportista, que foi distinguida, entre outras honrarias, com dois Prémios Stromp, em 1988 e 1997. Um lugar dos mais altos, como é óbvio.
Nos 19 destaques feitos pelo Sapo em Fevereiro para assinalar os dez blogues mais comentados nesta plataforma ao longo do mês, És a Nossa Fé recebeu 19 menções. Fazendo assim o pleno, pelo nono mês consecutivo.
Além disso, figurámos 17 vezes no pódio dos mais comentados - com nove "medalhas de ouro", sete de "prata" e uma de "bronze". Fomos primeiros, portanto, em quase metade dos dias que estiveram sob escrutínio.
Recorde-se que os textos publicados ao fim de semana são agregados aos de sexta-feira para este efeito, o que leva o número de destaques a ser inferior ao número de dias.
Com um total de 1334 comentários nestes postais. Da autoria do JPT, do António de Almeida, do José Cruz, do Edmundo Gonçalves, da CAL e de mim próprio.
Fica o agradecimento a quem nos dá a honra de visitar e comentar. E, naturalmente, também aos responsáveis do Sapo por esta iniciativa.
Muito textos descrevem, neste espaço, a inabilidade, a incompetência, da equipa directiva do Sporting. Muitos, eu incluído, pedem um novo rumo para o nosso clube, porém esse novo rumo não pode, definitivamente, ser escrito por aqueles que escreveram a nossa página mais negra. Li, hoje, uns delírios de Bruno de Carvalho a dizer que apresenta a sua candidatura à presidência do nosso clube. Delírios...
Todos os anos, jornada após jornada, anoto aqui os jogadores que a imprensa desportiva elege como melhores em cada partida disputada pelo Sporting. Estive há pouco a lembrar a lista dos eleitos na temporada 2018/2019: Bruno Fernandes, Raphinha e Nani.
Oito meses depois, nenhum deles está no Sporting. Nani até saíra antes, por motivos nunca explicados, quando era capitão da equipa e peça vital do plantel reconstruído durante a gestão provisória protagonizada por Sousa Cintra na SAD leonina que possibilitou a conquista da Taça de Portugal e da Taça da Liga. A 19 de Fevereiro de 2019, o Sporting anunciou a saída deste campeão europeu em simultâneo com o afastamento definitivo de um tal Castaignos, o que me levou a protestar: «Isto não é forma de tratar os nossos. Refiro-me aos que são verdadeiramente nossos, não aos que só passam por cá para fazer turismo.»
Com razão ou sem ela, circulou o rumor de que Nani fora afastado por incompatibilidade com Bruno Fernandes. Um rumor que dava jeito à Direcção liderada por Frederico Varandas, pelos vistos incapaz de gerir dois egos na mesma equipa - como se isso fosse um problema quando a qualidade impera. À época, a narrativa dominante - e que logo dois papagaios de turno se apressaram a difundir nos seus púlpitos televisivos - jurava que Varandas «faria tudo» para manter Bruno Fernandes no Sporting. Isto quando o Daily Mirror já noticiava que Bruno iria rumar ao Manchester United por 63 milhões de libras.
Raphinha foi, precisamente, um dos jogadores-chave na conquista da Taça de Portugal ao marcar uma das grandes penalidades ao FC Porto no Jamor. Também ele acabou por ser despachado de Alvalade, a 2 de Setembro de 2019, numa transferência para o Rennes concretizada no último dia do mercado que apanhou de surpresa o próprio atleta, dias antes fundamental para a vitória do Sporting contra o Portimonense no Algarve - jogo em que marcou dois golos e nos colocou na liderança do campeonato, à condição.
Capitalização financeira, mas descapitalização no plano desportivo: a equipa então orientada por Marcel Keizer perdia outra peça essencial para a conquista de objectivos na época futebolística ainda mal iniciada. Mas a narrativa anterior manteve-se: Raphinha saía para que Bruno ficasse. Tal como sucedera com Nani.
Afinal Bruno Fernandestambém não ficou, o que invalidava tudo quanto antes se dissera. Saiu a 28 de Janeiro de 2020, por 55 milhões de euros (mais objectivos fixados no acordo entre as partes), precisamente para o clube que o Mirror assinalara seis meses antes num furo jornalístico de longo alcance.
E assim, em etapas desenroladas ao longo de onze meses, perdemos os três jogadores nucleares da temporada 2019/2020. Assim passámos da liderança à condição no campeonato para o quarto posto na tabela, com Rio Ave e V. Guimarães a morderem-nos os calcanhares. Assim passámos de titulares de duas taças para a eliminação na reconquista desses troféus.
Tudo envolto numa retórica com mais buracos do que um queijo suíço: Nani saía para se manter Bruno; Raphinha saía para que Bruno ficasse; o próprio Bruno saía afinal porque nada do que se dissera antes fazia sentido.
Jorge Silas, treinador que tenho criticado com frequência, é um homem digno. Consciente de não estar a corresponder às expectativas, terá colocado o lugar à disposição dos responsáveis pelo futebol leonino.
Ao menos que o facto tivesse feito soar campainhas na cabeça de Frederico Varandas. Siga o exemplo da dignidade e coloque o lugar à disposição dos sócios, antecipando eleições. Vá a votos se assim o entender, mas permita-nos escolher o futuro.
Um conselho ao presidente Frederico Varandas e seus pares, saiam a bem, porque inevitavelmente acabarão por ter de sair. Caso a gestão do futebol continue errática, não quero crer, nem aceito que João Palhinha, Gelson Dala ou Daniel Bragança não façam parte do plantel na próxima época. Nem quero ver mais pinos chegarem por empréstimo. E tenho sérias reservas à capacidade de contratarem um bom treinador.
Caso o presidente continue o autismo, além de ficar cada vez mais isolado, perdendo apoios de dia para dia, passará a ter oposição daqueles que até agora o têm deixado trabalhar. Pela minha parte, irei às próximas AG votar contra o Orçamento, contra o Relatório e Contas. Assumo esta posição, mesmo desconhecendo o teor dos documentos e sem lhes apreciar eventuais méritos. Porque não resta alternativa aos sócios face à sua teimosia em permanecer no cargo, apesar dos péssimos resultados que apresenta. Votar contra tudo o que nos seja apresentado, poderá boicotar o normal funcionamento do clube, mas será a nossa moção de censura à sua presidência. Para que perceba de vez e saia.
P.S. - Não publicarei comentários insultuosos, nem recados a terceiros.
«Este tem sido o nosso DNA, formar jogadores para depois os emprestar, sem lhes darem a oportunidade de se mostrarem. Para que queremos uma formação se não for para tirar proveito dela? Será para oferecerem ao Braga? Temos jogadores que foi preciso saírem do Sporting para serem campeões, caso de Daniel Carriço, no Sporting foi assobiado algumas vezes, e depois admiram-se dos rapazes quererem sair quando aparece a oportunidade. Eles sabem que no Sporting a oportunidade não vai chegar.»
Espero sinceramente que seja a última vez que faça um post com este título e com estas caras. Tudo tem limites e se há quem queira ser "kamikaze", como o expulso ex-presidente, que o faça às suas custas e não às do Sporting.
Dizia a 29 de Setembro, no post "Silas no espeto", que:
"Leio hoje em "A Bola" um comentário que tenho de subscrever, do seu director (lampião) Vítor Serpa a dizer que "se (Varandas) continuar a fechar os ouvidos e os olhos a quem dele honestamente discorda, afinal, o que o separa de Bruno de Carvalho?"
Pese toda a recuperação da SAD realizada, os títulos alcançados e o trabalho bem feito em diferentes áreas, a dificuldade crescente de comunicação e envolvimento com os sócios, e o fecho em si mesmo do núcleo duro que gere o futebol, não conseguiu ultrapassar bloqueios e antecipar problemas, e a prova é que no caso dos despedimentos de Peseiro e de Keizer não havia alternativa pensada, preparada e adequada ao momento do clube e ao plantel que ia encontrar.
Também hoje o "Record" anuncia que Silas tem tudo acertado para ser o novo treinador do Sporting, um treinador cujo curriculum se limita a um par de anos no Belenenses, onde conseguiu a maior derrota de (se calhar) todos os tempos desse clube com o Sporting, e que nem sequer tem habilitação que lhe permita levantar-se do banco e dar instruções aos jogadores.
Pelos vistos o que dizemos aqui da necessidade de ter um treinador credenciado, experiente e agregador a tomar conta da equipa (coisa que teria de ser tratada com tempo e dinheiro), chame-se ele Jesualdo Ferreira, Scolari, Ranieri, Alegri ou outra coisa qualquer, não lhe diz muito, e prefere alguém à sua imagem, de Hugo Viana e de Beto, ou seja, mais uma boa pessoa, mais um jovem e inexperiente profissional.
Não está em causa a pessoa e o sportinguista Silas, as suas qualidades enquanto treinador, o beneplácito de que poderá gozar no imediato nos sócios e adeptos, mas a confirmar-se a notícia e na fornalha de Alvalade é quase uma certeza que Silas vai sair "bem passado". E se calhar não vai ser o único.
Obviamente não vai ser por minha culpa, estarei com ele como estava com Peseiro, Tiago, Keizer e estou ainda hoje com o Leonel. Até ao limite do possível."
Passaram-se cinco meses desde essa data e tudo o que escrevi nessa altura peca por defeito.
1. Desempenho
Com Silas, em 27 jogos, tivemos 17 V, 1 E e 9 D. Se olharmos apenas para os confrontos com as quatro melhores equipas (Porto, Benfica, Braga e Guimarães) tivemos 1 V e 4 D. Quanto a média de golos: marcados, 1,6; sofridos, 1,1.
2. Conquistas
Eliminado da Taça de Portugal, da Taça da Liga, da Liga Europa (tudo contra equipas inferiores), 4.º lugar na Liga atrás do Braga e a ter de ir a Guimarães, Porto e Benfica.
3. Qualidade perceptível do trabalho
Uma lástima. Não existe fio de jogo que identifique a equipa, que não sabe defender e sofre golos sucessivos de bola parada, que ataca de forma individualista e muito pelo centro, sucedem-se jogo após jogo passes para ninguém, centros para nenhum lado, adormece-se o jogo quando temos que impor respeito, atacamos à maluca quando estamos a ganhar. A mudança improvisada é uma constante, sucedem-se sistemas tácticos, formas de sair a jogar bem distintas, diferentes onze de jogo para jogo, qualquer mecanização ou conhecimento mútuo é impossível nestas condições. Preparação física mais que deficiente (ver como acabaram alguns jogadores depois dos 120 minutos). Um festival de incompetência e de falta de capacidade de comando desde o banco (sem Silas sequer ter habilitações para se levantar e ordenar).
4. Evolução do plantel e preparação da próxima época
A verdade é que com Silas quase todos os jogadores deixaram muito a desejar, as mudanças constantes de posicionamento destroem a sua evolução, médios de transição passam a duplos e triplos trincos, os extremos são transformados em avançados móveis, pontas de lança jogam a médios. Mesmo Max tem lapsos de posicionamento que revelam muita incompetência de quem o treina. Quase todos valem bem menos do que valiam.
Isto realmente é mau de mais. Peseiro foi despedido sem se perceber porquê, o vencedor das Taças (ultrapassando Braga, Benfica e Porto) Keizer foi despedido por dois penáltis manhosos quando ganhava a 10 minutos do fim para tapar a incompetência de Hugo Viana (que apesar de tudo não fez mais asneiras em Janeiro para somar àquelas do início de época).
Silas não é despedido, PORQUÊ ??? Alguém me explica?
Não há alternativas? Agora que o Sporting até encaixou uma boa maquia com a venda de Bruno Fernandes e temos o terceiro melhor plantel português? Tretas.
Ao pé de Silas até o Paulinho é alternativa. Só tinha de pôr o plantel em auto-gestão, os capitães tomavam conta da coisa, pior não ficava.
O pior da derrota (1-4) na Turquia que sentenciou a época de 2019-20 como digna dos tempos de Godinho Lopes é que poderá ter sido o último jogo europeu do Sporting Clube de Portugal durante alguns anos. A dura realidade é que será muito difícil a este mal-orientado e depauperado plantel, o que resta das vendas de Varandas, superar Famalicão ou Rio Ave. E sim, terminaremos a 20 ou 30 pontos do primeiro lugar.
Com a venda de Bruno Fernandes, foram-se practicamente todos os nossos "anéis", em pouco mais de um ano. Ou, como se dizia no tempo de Sousa Cintra, "as garras do Leão". Restam-nos os veteranos Acuña, Mathieu e pouco mais.
Numa constante de perda de ambição e desinvestimento (uma espiral recessiva), já antes tinham ido Bas Dost e Raphinha. Estes dois e Thiery iam para que não fosse preciso vender Bruno Fernandes, disse Varandas. Agora, diz que se enganou. Antes destes, Nani, que além de ser um grande jogador era um verdadeiro capitão.
Estes grandes jogadores foram substituídos por quem? Bolasie. Jese, o "avançado centro". Fernando, o craque brasileiro que não chegou a pisar Alvalade. Vietto alterna bons jogos com outros em que pouco se vê. É verdade que Plata ainda pode vingar, mas é cedo para lhe por sobre os ombros a responsabilidade de referência da equipa - como o "marketing" do Clube precipitadamente parece querer fazer ao fim de apenas 2 jogos ("Plata o Plomo"...).
Não há volta a dar e não tenhamos ilusões: temos hoje um plantel medíocre. Tenho sérias dúvidas de que o nosso plantel seja melhor do que o do Braga, cujo orçamento de um terço ou um quarto do nosso. Um clube sem historial, que tem umas poucas dezenas de milhar de adeptos.
Há dias, só a muito custo conseguimos empatar em Vila do Conde.
Mediocridade é o melhor caracteriza o Sporting da era Varandas. E amadorismo. Isto e uma mistura de miserabilismo e falta de noção cunhada pelo tecnocrata da direcção, quando disse há dias em entrevista ao Expresso que o clube era uma "roulote" antes de chegar a iluminada equipa de Varandas. "Roulote" essa que esteve dois anos seguidos na Champions. A bater-se com Real Madrid, Juventus, Dortmund. O lugar do Sporting. "Roulote" que deu 3-0 ao SLB na Luz. Que ganhou uma Supertaça aos vermelhos. Que se batia por campeonatos até à última jornada. Que enchia um estádio vibrante, que hoje está a meio-gás e terminará a época vazio. Acharão mesmo eles que a nossa memória é assim tão curta?
Despedir, num mau momento no início da época, um treinador que tinha posto o Sporting a jogar bem (Keizer) e ganho dois troféus, sem ter alternativa à altura ou melhor foi, como se vê hoje, um total disparate desta direcção. Silas acabou por aguentar tanto quanto pode e conseguiu levar a equipa à "final four" da Taça da Liga e às eliminatórias da Liga Europa. A véspera de jogos decisivos para o campeonato (SLB, FCP, Braga), Taça da Liga e Liga Europa, Varandas passou-os a negociar (na companhia do "superagente" Mendes) a venda do melhor jogador do plantel. E depois a dar entrevistas, ufano, a dizer que foi "a melhor venda de sempre" do clube (o que só pode ser um elogio ao seu antecessor e rival, que o contratou por menos de 1/6 desse valor).
O Sporting não precisa de um novo treinador. Nem mesmo de novos jogadores. Precisa de uma coisa que perdeu com esta direcção - ambição. Vontade de ganhar jogos e de honrar a camisola de Peyroteo, Yazalde, Damas, Balakov ou Acosta. Respeito próprio. Respeito dos adeptos. União.
Para mim, é claro como a água que, com Varandas, não passaremos da mediocridade e das justificações (ora é a "herança", ora é "o clube de malucos" e os "esqueletos"). Isto nem é desporto, nem é de gente digna.
Que venha alguém que possa devolver essa união e essa ambição ao clube.
Leio n' A Bola que houve quatrocentos malucos, nos precisos termos utilizados por Frederico Varandas que ainda preside ao CD do Sporting, que se deslocaram à Turquia para apoiar o Sporting. Gabo-lhes o espírito, diria de missão, de terem feito uma deslocação a país tão longínquo para proporcionar algum conforto aos nossos jogadores.
Extraordinário é que, a determinada altura, a polícia lá do sítio irrompeu pela bancada e desatou a retirar toda a parafernália de material de apoio aos nossos rapazes.
Não me parecendo que sejam os turcos avessos ao verde, concluiu quem lá estava que terá sido após uma assobiadela à UEFA de quem dirige o Sporting que a "bófia" confiscou tudo o que era bandeira, tarja, etc. Eu penso que como não seria possível meter a música em altos berros, como usa fazer em Alvalade para calar as manifestações contra, o sôtor achou que pelo menos as televisões e os jornais não mostrariam as manifestações de apoio... à equipa!
Triste! É um momento de enorme tristeza e revolta quando alguém e esse alguém só pode ser o presidente, manda retirar bandeiras de apoio ao clube num jogo, internacional, fora de casa.
É por tudo o que de mau até agora tem feito, com uma cadência regularíssima a bater records negativos, mas também por (mais) esta manifestação de enorme prepotência e irresponsabilidade e desrespeito para quem se deslocou tão longe, que lá estarei dia 8 de Março, conjuntamente com muitos milhares de outros sócios, a exigir a demissão imediata de Frederico Varandas.
A 28 de fevereiro de 2020, o Sporting já só tem doze jogos pela frente. Jogará apenas uma vez por semana, para o campeonato, onde ambiciona chegar ao terceiro lugar, hoje, pertença do Sporting de Braga. A humilhante goleada sofrida na Turquia, ante de um clube sem identidade, de nome impronunciável, só confirma aquilo que já sabíamos há demasiado tempo: a época falhou redondamente.
E agora? O que vai ser o resto da época? O primeiro nome que salta à vista hoje é o de Silas. Não chegará ao verão, mas parece-me que não há grande vantagem em que não chegue ao fim do dia. Parte da culpa é sua, claro, mas ter uma solução de recurso até fim da época, não parece vantajoso. Além disso, numa só frente, é de esperar que pare de inventar e que aposte num onze titular, de forma contínua.
O que se espera agora de Silas é uma aposta continuada em homens como Plata, Jovane, Camacho ou Geraldes. E que outros, como Mendes e Rodrigo, possam ter mais minutos. E ainda que outros, como Nunes, Echedey, João Silva, Bruno Paz, Nuno Moreira ou Tiago Silva possam espreitar a equipa A. Não tenho qualquer curiosidade de voltar a ver homens como Bolasie, Doumbia, Eduardo ou Ilori em campo…
Mas o resto da época não se jogará apenas no relvado. Partindo do princípio que a administração continua (se tivesse caído cada presidente que nos desilude, teríamos tido tantos presidentes como treinadores nos últimos trinta anos), espero que faça o trabalho que não fez a preparar esta época.
Que se escolha imediatamente novo timoneiro, mais experimentado e que este comece já a observar os jovens e os outros homens com os quais terá que trabalhar. Que se escolha imediatamente um homem mais experiente que ajude e guie Viana. Que o scouting identifique já os jogadores a contratar, que efetivamente tragam valor. Que se olhe para os homens que jogando pouco noutros contextos, possam renascer no Sporting (Rony Lopes) e para aqueles que em fim de contrato, possam ser bons negócios. No fundo, que se emende a mão e se faça o trabalho básico (nada do que aqui aponto é inovador) que se espera que um clube como o Sporting faça.
Do lado de cá, continuaremos a pagar a mensalidade de associado; comprar camisolas (das quatro deste ano, ainda me faltam duas) e ocupar os lugares comprados no verão apenas para ver espetáculos tristes na relva e em algumas bancadas. No fundo, nós, como sempre, fazemos a nossa parte. Façam o favor de fazer a vossa.
Mesmo não tendo sido campeão na época de estreia, era claro para os sportinguistas minimamente racionais que era uma questão de tempo até o Sporting ser campeão com o Jorge Jesus. Qualquer pessoa via que, com Jesus, o Sporting voltaria a ser campeão. Pela forma como abordava cada jogo, pela confiança e mentalidade ganhadora - que era incutida pelo treinador. Era uma questão de tempo e de paciência. Não funcionava sempre. Era natural que custasse a implementar - ainda mais no Sporting. No Benfica, Jesus numa época perdeu tudo para Vilas Boas, tendo sido eliminado em casa da taça e perdido por 5-0 no Dragão para o campeonato. Na época seguinte também não ganhou nada de jeito, e na outra perdeu tudo numa semana, incluindo a final da taça para o Guimarães. Mas havia uma avaliação da forma de jogar da equipa e houve paciência para deixar que o ciclo do adversário chegasse ao fim para começar a ganhar. E o Benfica ganhou com Jesus. No Sporting a história poderia ter sido semelhante. A confirmação veio na noite de hoje. A qualidade da Liga Portuguesa tem vindo a baixar significativamente nos últimos anos. Têm emigrados muitos bons jogadores, têm emigrado sobretudo muitos bons treinadores, a um ritmo muito elevado, e os que ficaram não estão à altura. Esse decréscimo de qualidade não é só no Sporting. Só que no caso específico do Sporting ele é particularmente evidente, com a onda de rescisões de 2018 pelas razões que são bem conhecidas. A queda do Sporting é bem mais acentuada. E o resultado é este: o Sporting está muito pior do que os seus rivais, quando poderia estar muito melhor. Tivesse havido mais paciência com quem tinha provas dadas e estava a fazer um bom trabalho (e continuou a fazê-lo nos clubes por onde passou). Em circunstâncias normais, a equipa hoje não seria a mesma de 2018 (pelo menos Rui Patrício e William, e quase de certeza Gelson, já teriam saído), mas teria sido possível manter a mesma base e dar continuidade a um trabalho. E creio que ninguém duvida que, com a mesma estrutura de 2018, o Sporting nesta época seria melhor que este Benfica e este FC Porto e seria campeão sem dificuldade. Só que tudo começou a ir por água abaixo com uma célebre postagem no facebook após um jogo em Madrid, a que se seguiram muitas outras até tudo acabar com a consequência dessas postagens que foi a invasão à Academia. Não venho aqui e agora defender a atual estrutura diretiva e no futebol, que cometeu muitos e enormes erros. Só estou a pensar nos erros dos outros. Também convém. Um clube como o Sporting tem que saber aproveitar os erros dos outros. E tem que ser servido por pessoas competentes. Pessoas competentes é o que eu não vejo na atual estrutura do futebol, de alto a baixo. Mas não basta ter pessoas competentes. Há que lhes dar tempo e ter paciência.
Fez entrar a equipa no estádio de Istambul em pose retraída, apenas para gerir o resultado da primeira mão (3-1) desde o apito inicial. Princípio errado, que transmitiu incentivo e confiança ao adversário: o Basaksehir foi acreditando na possibilidade de virar a eliminatória. E afinal bastaria ao Sporting marcar um golo fora, de preferência no quarto de hora inicial, para rumar com segurança à fase seguinte da Liga Europa.
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Escalou de forma deficiente o onze titular para este embate na maior cidade turca ao deixar no banco aquele que tinha sido o elemento mais desequilibrador no jogo da primeira mão, votado por unanimidade como melhor em campo nesse desafio: Gonzalo Plata. Em vez de recompensar o jovem equatoriano pelo mérito, manteve-o uma hora sentado no banco de suplentes - emitindo assim outro sinal negativo aos seus pupilos.
3
Demorou imenso tempo a rectificar os erros gritantes de movimentação dos jogadores, que tremiam em cada bola parada, falhavam passes com uma displicência aterradora e se mostravam incapazes de construir um lance ofensivo digno desse nome. A entrada de Plata, significativamente, coincide com o melhor período do Sporting, culminado oito minutos depois, aos 68', com o golo de Vietto - a passe de Acuña, municiado pelo equatoriano - que parecia relançar a eliminatória.
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Vendo a equipa em vantagem no conjunto das duas partidas, embora a perder 1-2 em Istambul, Silas toma outra decisão errada, como se gritasse aos jogadores que era o momento de se retraírem novamente em campo. A troca de Jovane por Doumbia, aos 73', produziu resultados desastrosos: o Sporting, que pouco antes subira com perigo à baliza adversária, baixou então os braços, abdicando da manobra atacante, quando ainda faltavam 20 minutos.
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Em consequência desta substituição, fez deslocar Vietto do corredor central para a ala esquerda, onde o argentino rende muito menos, deixando assim de canalizar jogo para Plata e Sporar. A equipa partiu-se e perdeu a fluidez ofensiva que vinha demonstrando nos dez minutos anteriores.
6
Conhecendo a fragilidade da equipa nos lances de bola parada (os quatro golos sofridos neste jogo de má memória resultaram de dois cantos, um livre e um penálti), lembrou-se de fazer uma substituição para queimar tempo no instante mais inoportuno: aos 90', quando o Basaksehir se preparava para cobrar um canto. Esta troca de Wendel por Eduardo desconcentrou os jogadores num momento crucial: daqui nasceu o terceiro golo dos turcos e a consequente meia hora de prolongamento, que terminou como sabemos.
7
Acaba este jogo em que precisávamos de marcar mais um golo com três médios de contenção: Battaglia, Doumbia e Eduardo. Como timoneiro de equipa pequena, com o autocarro estacionado, perante uma banalíssima turma turca sem pedigree europeu. Convém recordar, a propósito, que os adeptos do Sporting pressionaram - com sucesso - Frederico Varandas a despedir José Peseiro porque este treinador punha a equipa a jogar num sistema com duplo pivô. Mal imaginariam muitos deles que, ano e meio depois, passaríamos a actuar com três trincos em vez de dois.
Fizemos o pleno. Todos os clubes portugueses foram hoje eliminados da liga europa. Não, não foi sequer da liga dos campeões, foi mesmo na segunda divisão europeia. Agora, e estamos ainda em Fevereiro, resta a todos os clubes hoje eliminados, a disputa do campeonato português, sendo que Benfica e Porto têm para Maio a final da taça de Portugal.
A falta de competitividade do nosso campeonato pode ajudar a explicar esta total incapacidade dos clubes portugueses perante adversários que não fazem parte dos chamados colossos europeus. Hoje em dia qualquer clube português é encarado na europa como um clube acessível, da terceira divisão europeia. E este cenário só tende a piorar. Andamos meses atrás de meses, épocas atrás de épocas, enredados num futebol menor, clubes sem adeptos, sem estádio, assistências miseráveis que se conjugam com um futebol também ele miserável e pobre, muito pobre. É este o nosso estado actual.
Mas, houvesse coragem e podia, aliás devia ser diferente.
O Sporting não pode ter medo de liderar, de promover uma mudança radical no futebol português e ibérico. Temos as condições para o fazer, poderá ser mesmo a salvação dos clubes portugueses e mesmo uma solução para um problema político e social dos nossos vizinhos. Já vimos como funciona a Uefa quando confrontada por clubes poderosos. Poderia inclusive ser o motor de arranque de outras ligas supranacionais na Europa, uma forma de ligação de Estados, de Nações, onde o futebol seria o elo perfeito.
Exmo. senhor presidente do Sporting Clube de Portugal, faça um favor a todos nós, mas principalmente ao clube: Demita-se! Hoje ainda, se o Exmo. senhor presidente da Mesa da Assembleia Geral achar, na sua pessoalíssima interpretação dos estatutos, que o senhor se pode demitir.
É que pode não saber, ou não achar, mas é muito mais fácil pedir a demissão que coordenar o futebol.
Despeço-me com a convicção de que se houver mais algum record negativo para bater até final da época, se não se demitir, porfiará até que o bata!
Como se diz lá na terra, finja que vai ali (o verbo é outro) e não volte.
Penso que todos os que gostam de uma maneira livre escrever umas linhas sobre o Sporting neste blog estão a atingir o estado de saturação e de desmotivação total. Começa a ser saturante, quer de quem escreve, quer de quem lê, o carpir constante de mágoas, as tristezas que nos invadem durante os jogos, o assistir a um conjunto de jogadores da "bola" (não jogadores de futebol) que, "desorientados" por um pseudo-treinador de futebol, vestem uma camisola com um símbolo que deveria merecer mais respeito.
Foi mau demais o que se passou hoje na Turquia. Não tenho vontade de dizer mais nada. Chega.
Clamorosos erros na construção do plantel. Trazer por empréstimo jogadores como Jesé, Bolasie e Fernando, para emprestar Gelson Dala e ter Gonzalo Plata a ver jogos da bancada, durante grande parte da época. Desbaratar dinheiro em contratações de jogadores sem o mínimo de categoria para jogar no Sporting C.P., enquanto se vende a preço de saldo alguns jovens com futuro promissor. Péssima gestão do dossier treinador. Comunicação desastrosa.
A sério, querem mesmo que os sócios aturem isto até 2022? Uma vez mais lanço o repto aos actuais órgãos sociais, aceitem antecipar eleições. Devolvam a palavra aos sócios. Não podem mais escamotear, os resultados do futebol, mola real do clube, são demasiado maus, para continuarmos a dar o benefício da dúvida. Hugo Viana não pode continuar responsável pelo futebol, Frederico Varandas precisa um voto de confiança dos sócios, ou caso não a obtenha, com humildade democrática, há que ceder o lugar a outro.
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