2020 em balanço (7)
DERROTA DO ANO: 1-4 CONTRA O LASK LINZ EM CASA
Os profetas da desgraça, que nunca escasseiam por Alvalade, já tinham avisado: tudo iria começar da pior maneira. E começou mesmo, com uma derrota em casa frente ao Lask Linz, actual terceiro classificado do campeonato austríaco. Derrota amarga, frustrante, inaceitável, que nos colocou fora da Liga Europa ainda na fase das pré-eliminatórias.
Aconteceu a 1 de Outubro, com o nosso estádio despido de público: quase sete meses antes fora emitida pelas autoridades sanitárias a ordem geral de evacuação de recintos desportivos. Que ainda hoje vigora, em contramão com o que sucede na quase generalidade de todos os outros espectáculos, configurando uma inaceitável discriminação do futebol.
Conhecíamos bem a equipa adversária, que havíamos vencido um ano também antes em casa, na fase de grupos da Liga Europa, por tangencial 2-1 (golos de Luiz Phellype e Bruno Fernandes). Num jogo pautado pela mediocridade da nossa exibição, muito inferior ao resultado, e pelos contínuos assobios dos adeptos aos jogadores - o que viria a ser uma das mais lamentáveis características do público presente nas partidas em Alvalade.
Naquele frustrante Outubro de 2020 não houve assobios. Mas eles teriam sido merecidos, no final do jogo: perdemos por 1-4 numa partida em que apenas Tiago Tomás - marcador do golo solitário, após assistência de Nuno Santos - mereceu nota positiva. Com naufrágio colectivo na segunda parte, quando ao intervalo se registava 1-1.
«Adán orientou uma barreira como se estivesse num interturmas. Neto viu o clássico cartão amarelo que o condiciona para o resto do jogo. Sporar, apesar de ter entrado tarde, ainda conseguiu falhar dois golos fáceis», reclamou o José Cruz num texto deste blogue intitulado Imaturidade total.
«A equipa tentava sair a jogar, perdia a bola e levava com os contra-ataques do adversário. O individualismo veio ao de cima, e Wendel fazia piscinas até perder a bola num choque qualquer e deixar a equipa descompensada atrás. O segundo golo do Lask surgiu assim, o desarme de risco de Coates que levou ao terceiro também, o quarto a mesma coisa, e o quinto e o sexto não apareceram porque não calhou», desabafou o Luís Lisboa, sob o título Uma derrota humilhante.
Naquela quinta-feira de má memória falhávamos o acesso à Liga Europa. Os profetas da desgraça exultaram, as nossas caixas de comentários encheram-se de anónimos a rasgar as vestes, Rúben Amorim foi insultado de "lampião" para baixo, choveram pedidos de destituição imediata dos órgãos sociais leoninos.
E a equipa? Passou a concentrar-se em exclusivo nas competições internas. Acabou por ser um daqueles males que vêm por bem: no final do ano comandávamos isolados o campeonato nacional de futebol, algo que não acontecia desde a época 2001/2002.
Derrota do ano em 2012: final da Taça de Portugal (20 de Maio)
Derrota do ano em 2013: 0-1 em casa contra o Paços de Ferreira (5 de Janeiro)
Derrota do ano em 2014: 3-4 contra o Schalke 04 em Gelsenkirchen (21 de Outubro)
Derrota do ano em 2015: 1-3 contra o CSKA em Moscovo (26 de Agosto)
Derrota do ano em 2016: 0-1 contra o Benfica em casa (5 de Março)
Derrota do ano em 2017: 1-3 contra o Belenenses em casa (7 de Maio)
Derrota do ano em 2018: final da Taça de Portugal (20 de Maio)
Derrota do ano em 2019: Supertaça (4 de Agosto)