2020 em balanço (6)
DESPEDIDA DO ANO: BRUNO FERNANDES
Foi a mais elevada transferência de sempre de um jogador do Sporting. Aconteceu vai fazer um ano, a 29 de Janeiro: Bruno Fernandes, o melhor elemento do plantel leonino, abandonava Alvalade no mercado de Inverno rumo a Inglaterra, onde estava destinado a brilhar ao serviço do Manchester United. Para desgosto de muitos de nós, trocava a camisola verde e branca por um equipamento vermelho.
Saía tarde de mais, na opinião de alguns - aqueles que o foram insultando, vezes sem conta, nas redes sociais desde que Sousa Cintra o trouxe de volta, ainda mal refeito do susto que uns letais encapuzados lhe provocaram na Academia de Alcochete. Saía cedo de mais, na opinião de outros, que anteviam o final da temporada 2019/2020 como o melhor momento para a transferência pois essa época deveria culminar com o Campeonato da Europa. Que afinal não se realizou, como sabemos.
A saída ocorreu portanto no melhor momento. Para os depauperados cofres leoninos, que viam assim entrar 55 milhões de euros acrescidos de outros 15 milhões em objectivos - parte dos quais já concretizados. Um mês depois declarava-se a pandemia em território europeu, o futebol parava, os recintos desportivos ficavam interditos ao público. No meio do azar, neste aspecto, a sorte sorriu-nos.
O United beneficiou - e de que maneira - deste reforço. Transferido aos 25 anos, Bruno não tardou a brilhar em Old Trafford assim que as competições foram retomadas. Tornou-se titular indiscutível, ascendeu a capitão da equipa, e em Dezembro foi eleito pela terceira vez no ano melhor jogador da Premier League, algo que não sucedia a nenhum outro desde 2017. Nesta temporada leva 16 jogos cumpridos, com onze golos e sete assistências. Já facturou tanto como Son, do Tottenham.
A esta distância, continuamos a desejar-lhe o melhor. E até aqueles que antes o insultavam fingem agora ser seus admiradores, queixando-se de que voou de Lisboa a Manchester por preço demasiado baixo. A verdade é que o seu valor actual de mercado já ronda os 90 milhões, com tendência para continuar a subir.
Só é pena que Rúben Amorim não tenha contado com ele. Quando um chegou, o outro acabara de sair. Algum dia se encontrarão no mesmo clube?
Despedida do ano em 2012: Polga
Despedida do ano em 2013: Wolfswinkel
Despedida do ano em 2014: Leonardo Jardim
Despedida do ano em 2015: Marco Silva
Despedida do ano em 2016: Slimani
Despedida do ano em 2017: Adrien
Despedida do ano em 2018: Jorge Jesus
Despedida do ano em 2019: Bas Dost