Alô, favela
Talvez o campeonato português não fosse uma «porcaria» se menos brasileiros incompetentes jogassem cá.
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Talvez o campeonato português não fosse uma «porcaria» se menos brasileiros incompetentes jogassem cá.
«JOGO DA BOLA
Chico Buarque
2017
Há que levar um drible
Por entre as pernas sem perder a linha
No jogo de bola
Há que aturar uma embaixadinha, deveras
Como quem tira o chapéu para a mulher
Que lhe deu o fora
Há que puxar um samba
Sacar o samba lá do labirinto da tua cachola
E dançar o miudinho
Feliz como um pinto no lixo
Mesmo quando o bicho pega
Mesmo quando já passou da hora
Salve o futebol, salve a filosofia
De botequim, salve o jogar bonito
O não ganhar no grito a simpatia quase amor
Da guria que antes do apito final
Vai sem aviso embora
Vivas a galera, vivas às marias-chuteira
Cujos corações incandescias
Outrora, quando em priscas eras
Um Puskás eras
A fera das feras da esfera, mas agora
Há que aplaudir o toque
O tique-taque, o pique, o breque, o lance
De craque do centroavante
E ver rolar a pelota nos pés de um moleque
É ver o próprio tempo num relance
E sorrir por dentro»
In.: BUARQUE, Chico; WERNECK, Humberto, compil - Tantas palavras : todas as letras. 1ª ed. Lisboa : Companhia das Letras, 2018. pp. 455, 456
A maior parte de quem irá ver e ouvir o conteúdo deste vídeo, achará o brasileiro que profere aquelas afirmações um sacana, mas eu concordo em absoluto com ele, ainda que em termos de selecção Portugal, nos últimos tempos, tenha feito bem melhor que o Brasil...
«Lutámos desde o primeiro minuto. Sabemos pelo que passámos ao longo do ano, a vitória foi bem merecida. Fomos muito desacreditados no início do ano, ouvi pessoas a dizer que íamos ficar do décimo lugar para baixo… é para calar os críticos. No campo, lutámos sempre para atingir os melhores resultados possíveis.»
Raphinha, em declarações após a conquista da Taça de Portugal pelo Sporting
A novidade no Sporting, a 31 de Maio de 2018, era a indigitação de uma Comissão de Fiscalização pela Mesa da Assembleia Geral. Integrando Henrique Monteiro (presidente), João Duque, António Paulo Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira.
Henrique Monteiro, que chegou a ser um dos autores do És a Nossa Fé, não perdeu tempo a prestar declarações. «A comissão não serve para promover nem para destituir, mas para fiscalizar», afirmou em entrevista à Rádio Renascença.
Isto no dia em que era notícia o afastamento de todos os médicos e fisioterapeutas das equipas seniores do Sporting por decisão do ainda presidente Bruno de Carvalho.
Eram tempos de mudança. Como ficava mais evidente de dia para dia.
«É uma evidência o problema nas laterais. Não temos laterais. É isso. Dois milhões de euros aqui, três ali, quatro acolá e nem Ristovski, nem Gaspar (medo), nem Borja, nem Jefferson aparentam ter qualidade suficiente para titulares do Sporting (alguns nem para o plantel). Meu rico Acuña, que é o melhor lateral que temos. Todos somados, são muitos milhões provavelmente difíceis de recuperar.»
Alma Leonina, neste meu texto
Na sequência do post do Pedro Boucherie Mendes, venho também eu lançar algumas ideias sobre este tema.
1. Keizer chega ao clube no meio duma época tremendamente complicada, onde muita coisa estava em causa e a sua prioridade era mesmo salvar a época, o que conseguiu com muito mérito e boa nota.
2. Keizer chega ao clube num momento em que não existe equipa B e os melhores jovens estão numa competição sub23, a competir com as equipas C das melhores equipas da Liga, e com espaço e tempo para golos para todos os gostos.
3. Keizer chega ao clube com um plantel cheio de entulho. Jogadores que tinham perdido a sua oportunidade de titularidade no Sporting alternavam entre o banco e a bancada e aguardavam (alguns aguardam) o momento para sair, tapando lugares que poderiam ir para jovens promessas (se elas existissem).
4. Keizer chega ao clube num momento em que apenas duas promessas, Miguel Luís e Jovane, estavam a ser lançadas e a jogar regularmente, porque outros que poderiam lá estar tinham rescindido ou sido emprestados. Assim R. Leão, Podence, Demiral, F. Geraldes, M. Pereira, Ivanildo, Mama Baldé e outros não estavam lá quando Keizer chegou. O facto é que M. Luís e Jovane, por alguma razão, quando foram chamados por Keizer raramente se destacaram e até foram titulares num ou noutro mau momento da temporada, por exemplo, na derrota do Sporting-Villarreal.
5. De todos os jovens emprestados ainda com contrato os únicos que deram o salto para outro patamar de rendimento foram Mama Baldé e talvez M. Pereira. Os outros evoluiram mais ou menos mas sem destaque (D. Bragança não se impôs no Farense e perdeu a titularidade), ou mesmo fracassaram, alguns tiveram lesões que comprometeram parte da época. F. Geraldes fracassou na Alemanha, Ryan Gauld na Escócia, Iuri na Polónia, Mané na Alemanha também.
6. Ao longo da época Keizer tem chamado jovens da academia aos treinos, e com certeza já percebeu com quem pode contar na próxima época daquela área.
7. A selecção sub-21, quer gostemos ou não, e teorias da conspiração à parte, é reflexo da pouca qualidade e da falta de competição exigente da nossa formação naquele escalão etário.
Concluindo, Miguel Luís e Jovane à parte, e temos que ver o que passou com aqueles dois (treinos? contratos?), o problema não está em Keizer: está na formação.
E agora, o que fazer?
1. Procurar ter uma quota mínima de jovens da academia na primeira equipa. Isso passa por não ir contratar jogadores para determinadas posições quando temos em casa iguais ou melhores.
2. Recuperar a equipa B ou encontrar forma de pôr a rodar na segunda Liga (a jogar e não a aquecer o banco) os melhores sub-23, fazendo nesta equipa uma gestão mais de espaço de treino que outra coisa, como fazem os outros. Ou então seguir o exemplo do Porto.
3. Depois, apostar nos jovens que formámos e os jovens que formámos apostarem no Sporting. WinWin.
P.S.: Lembram-se da equipa B do Sporting com Godinho Lopes, onde Jesualdo Ferreira foi buscar jogadores para salvar a época e que Bruno de Carvalho herdou?
Era assim: Vitor Golas; Santiago Arias, Pedro Mendes, Tobias Figueiredo, Tiago Ilori, Eric Dier; Zezinho, João Mário, Esgaio, Bruma (Iuri Medeiros); Betinho (Diego Rubio)
O Arias está no Atl. Madrid, o P. Mendes no Montpellier, o Dier no Tottenham, o Bruma no Leipzig Red Bull (?), o João Mário no Inter ...
E que herdou Varandas?
SL
Parabéns ao nosso leitor Leão do Fundão: acertou em cheio no resultado da Taça de Portugal ao fim do tempo regulamentar e do prolongamento:
«Aos 90 minutos 1 -1 (Coates); aos 120 minutos 2-2 (Bruno Fernandes).»
Parabéns igualmente ao meu colega de blogue António de Almeida, que também previu o resultado que se registava quando soou o apito final. O que até me levou a comentar: «Se for assim vamos sofrer até ao fim.»
Devo felicitar ainda a boa pontaria do leitor Fernando Luís: também ele acertou.
O Pedro Correia vai aqui trazendo diariamente algumas recordações de um passado mais ou menos recente do nosso clube. Porque convém não esquecer. Para nunca mais repetir.
Mas recuando mais ou menos um ano e com tanta convulsão interna que houve alguém, naquela altura, imaginaria que acabaríamos esta época com dois troféus ganhos? E contra o mesmo clube? Sendo que num deles eliminámos também o nosso rival de Lisboa, em nossa casa.
Já para não falar da conquista da Liga dos Campeões em Futsal e em Hóquei em Patins, curiosamente esta última também contra o Porto.
Ah e tal perdeste em vólei, andebol, ficaste em 3º lugar do hóquei observarão alguns…
Talvez tenham alguma razão.
Mas friamente qual o verdadeiro Sportinguista que não vibrou com a última vitória na Taça? Mesmo que no recato do seu lar...
Se em 4 de Agosto vencermos a Supertaça contra o Benfica, Frederico Varandas ganhará em menos de um ano o mesmo que o sucessor de Godinho Lopes ganhou em mais de cinco anos de mandato.
As coisas são o que são.
Atmosfera muito tensa no Sporting. Cada vez mais tensa, de dia para dia. O que tinha alguns reflexos, embora bastante esbatidos, até neste nosso blogue.
Segue-se uma resenha do que por cá se publicou a 30 de Maio de 2018
Escreveu o António de Almeida:
«A agressão de Alcochete está longe de poder ser considerada um acto isolado ou reacção a quente a um mau resultado desportivo. As sementes da violência já haviam sido plantadas, os sinais vinham em crescendo, só não viu quem é cego, incompetente ou não quis ver…»
Escreveu o Edmundo Gonçalves:
«Tenho lido por aí que somos diferentes. Há até pessoas a quem oiço dizer que preferem disputar as competições com lisura, mesmo que no final as não ganhemos. Eu até me incluo nesse grupo. Não consigo é perceber, sinceramente, porque querem mandar c'os porcos um presidente, com o argumento de que... não ganhou nada. Será que isto tem a ver com algum negócio de família?»
Na minha rubrica Quem será o sucessor de Carvalho?, o figurante do dia era José Maria Ricciardi.
«Keizer é bom treinador. Se ele ganhar os jogos todos que dispute mesmo sem nenhum jogador da formação, tem o meu aval. Gosto muito - e desde sempre - da formação, mas gosto mais de ganhar.»
JMA, neste texto do António de Almeida
Cada cabeça sua sentença, mas a cabeça de muitos faz a sentença de muitos mais.
Mais vale cair em graça de ser engraçado. E muitas coisas mais.
Sendo assim, venho propor aqui um desafio, colocar algumas questões que estão em consideração neste momento no futebol do Sporting e de que não conhecemos o desfecho.
Apenas respostas de nicks registados serão mostradas, todas as respostas anónimas serão ignoradas. O importante é sentir o Tribunal de Alvalade, através da amostra que este blogue (que muitos consultam) constitui, mas sem aldrabices. Obviamente responderei também à questão colocada.
Questões simples e directas. Respostas Sim, Não ou Abstenção (Não sabe/Não consegue responder).
Questão Nº 1:
Dado o rendimento demonstrado nesta época, Gudelj é mesmo para manter, desde que não exceda o que custa anualmente (digamos) um Coates, ou não?
Aguardo as vossas respostas.
SL
Vi ontem a segunda parte do jogo dos sub-não-sei-quê portugueses com a Argentina. Futebol individualista, de proto-vedetas (endeusadas pelos jornais, cobiçados pelo Guardiola, cavaleiros dos sete reinos), que se atiram sistematicamente para o chão procurando que os argentinos fossem expulsos ou amarelados, sem rigor tático nenhum, só com olhos na baliza alheia, como se fosse futebol de amigos ao domingo de manhã.
Jogadores lusitanos tão novos, com tanto teatro, pressionando e enganado o árbitro com esquemas, fintinhas, egoísmo, sem levantar os olhos da bola, futebol de inconsequência e falta de canetas e esclarecimento na hora H.
No meio-campo, quem lá estivesse que se aguentasse à bomboca com os argentinos.
No banco, uma equipa técnica serena e impávida.
Na história do futebol português qual foi o jogador, depois de Peyroteo, que marcou em todos os jogos da Taça de Portugal, na edição em que competiu?
Volto a possíveis caras novas para o plantel leonino, no dia que se fala no jovem francês Rosier. Pergunto:
1. Que jovens da Academia devem subir ao plantel principal? (Considero que Diogo Sousa ou Max devem integrar o plantel para começarem a subir na hierarquia e que Thierry Correia, Abdu Conté, Pedro Marques e Pedro Mendes devem ser observados ainda mais de perto).
2. Que emprestados devem integrar o grupo? (A meu ver Domingos Duarte e Mama Baldé são opções obrigatórias e Ivanildo Fernandes, Daniel Bragança, Elves Baldé, Gelson Dala e Matheus Pereira devem pelo menos seguir para estágio).
Passaram quatro dias. Ainda não se ouviu um sussurro do responsável governamental. Refiro-me ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, que se encontrava ao lado esquerdo de Frederico Varandas, na tribuna do Estádio Nacional, quando o treinador do FC Porto, num inadmissível gesto de lesa-desportivismo, se recusou a cumprimentar o presidente do Conselho Directivo do Sporting. Um acto totalmente condenável não apenas do ponto de vista da ética desportiva mas também do mais elementar civismo. Além de constituir um péssimo exemplo para todos os jovens que se interessam por desporto. Até porque o técnico em causa, naquele momento, não estava ali a título pessoal: representava esse respeitável clube desportivo que é o Futebol Clube do Porto.
Passaram quatro dias e nem um sussurro se ouviu da parte do referido governante, que foi testemunha directa do sucedido mas preferiu imitar o gesto de Pilatos, fazendo de conta que não era nada com ele. Perdendo assim uma ocasião única de fazer pedagogia desportiva e de incutir valores cívicos na juventude que ornamenta o seu cargo governativo. Se é incapaz de tomar uma atitude num momento destes, impõe-se a pergunta: afinal este senhor está no Governo a fazer o quê?
P. S. - Ao lado direito de Varandas encontrava-se o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Tudo quanto escrevi acima sobre o seu secretário de Estado, até por maioria de razão, aplica-se também a ele.
A nossa melhor época de sempre nas modalidades.
A nossa melhor época no futebol desde 2002.
Confirmava-se: Rui Patrício iria ser corrido do clube.
Confirmava-se: haveria assembleia geral extraordinária a 23 de Junho, tendo sido o Altice Arena reservado para o efeito.
Confirmava-se: Bruno de Carvalho iria fazer tudo para que tal reunião magna dos sócios não se realizasse. Num comunicado que fez distribuir, em nome do Conselho Directivo já desfalcado por várias demissões, acusou o presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, de «tentativa de assalto ao poder no Clube».
Entretanto Jaime Soares anunciava a designação de uma Comissão de Fiscalização «para exercer transitoriamente as funções que cabem ao Conselho Fiscal e Disciplinar».
O que se publicou aqui nesse dia 29 de Maio de 2018?
Escreveu a Zélia Parreira:
«Estou farta de comunicados, tomadas de posição, desmentidos, esclarecimentos, conferências de imprensa e magotes de microfones atrás de tudo o que mexe dentro do Sporting. Estou farta de vedetas, de imprescindíveis, de salvadores de coisa nenhuma. Calem-se de uma vez!»
Escrevi eu:
«Nunca imaginei ver Fernando Correia - que várias vezes elogiei aqui - como uma espécie de cheerleader de um poder fracturante e fracturado. Que divide sportinguistas em vez de nos congregar e mobilizar.»
Escreveu o Pedro Bello Moraes:
«Já o disse e repito, até que as pontas das falangetas me doam de tanto teclar: o pior para o Sporting é a continuidade desta direcção que tem de cair quanto antes. Calar esta exigência é ser cúmplice de uma das mais negras páginas da história do Sporting.»
Escreveu o Pedro Azevedo:
«O estado actual do Sporting diz tanto sobre a ideia de liderança de Bruno de Carvalho como da coragem e sentido de responsabilidade dos que se lhe opõem. Estes últimos, que dado o desvario recente da Direcção, deveriam participar na vida pública, contribuindo para a elevação do discurso, pedindo e promovendo o debate, através de uma oratória estruturada e esgrimindo justos argumentos em defesa do seu ideal, preferem assistir de cátedra à violência verbal e à radicalização do discurso.»
Escreveu o Edmundo Gonçalves:
«Deixemos tratar de todos os assuntos que têm que ser tratados, a reestruturação financeira, o empréstimo obrigacionista e a preparação da próxima época, e depois, lá para final de Setembro, início de Outubro, vamos lá a eleições. Parece-me a forma mais séria de defender os interesses do clube.»
Escreveu o António F:
«Rui Patrício está a ser empurrado por um razão simples: faz uma enorme sombra ao presidente. Um presidente que quer ser como o eucalipto: secar tudo à sua volta, porventura até mesmo secar o próprio Sporting.»
«O hóquei em patins é um jogo fabuloso. Grande conquista do Sporting, contra as melhores equipas do mundo. Grande equipa, grandes jogadores, grande Sporting. Trabalho de vários anos, muito, muito bem feito. Um exemplo para todo o clube e todos os atletas do Sporting ver o treinador de futsal no recinto a partilhar a alegria da vitória da equipa de hóquei.»
João Gil, neste meu texto
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