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És a nossa Fé!

Rui Patrício

Ontem o Pedro falou que o crime compensa. Efectivamente, a olhar pelas notícias, assim parece: Rui Patrício estará, infelizmente, de saída.

Em tempos normais seria expectável esta saída, uma vez que o mercado futebolístico português não suporta «activos» (que raio de palavra agora se usa) desta dimensão. Porém não vivemos tempos normais e aquilo que parece - como diz o povo: muitas vezes o que parece é - que está a ser empurrado para fora do Sporting. Está a ser empurrado por um razão simples: faz uma enorme sombra ao presidente. Um presidente que quer ser como o eucalipto: secar tudo à sua volta, porventura até mesmo secar o próprio Sporting.

Entenderia esta saída, em tempos normais, agora lamento-a e vejo-a com profunda tristeza.

 

Digo somente:

Obrigado.

 

 

Palpite

Palpita-me que até à próxima Assembleia Geral a equipa presidencial, de forma a hipnotizar os associados, vai tentar contratar uma destas figuras: Nani ou Ricardo Quaresma.

O presente envenenado

Lamento, mas tenho de escrever isto aqui. E é já hoje.

 

Fernando Correia, figura profundamente respeitada na sociedade portuguesa em geral, era uma das raras personalidades que mereciam consenso entre os sportinguistas.

Como Aurélio Pereira, como o falecido professor Mário Moniz Pereira, como a nossa Maria José Valério.

Aos 83 anos, prestes a cumprir, não necessitava de função alguma para justificar aplauso no Sporting.

 

Lamentavelmente, aceitou um presente envenenado que Bruno de Carvalho acaba de atribuir-lhe: ser porta-voz do clube. Ao fim de mais de cinco anos de exercício em funções do actual presidente e quando este se encontra naquele que é - de longe - o ponto mais baixo do seu mandato.

Apetece perguntar por que motivo o dirigente leonino não descobriu antes os méritos deste veterano profissional da rádio, da imprensa e da televisão.

 

Logo na sua primeira intervenção pública no exercício das novas funções, os sportinguistas ouviram Fernando Correia pronunciar-se não como representante da totalidade dos órgãos sociais do clube mas como arauto de uma facção (o que resta do Conselho Directivo) contra a Mesa da Assembleia Geral, apresentando a versão de uma acta que o presidente deste órgão recusou subscrever.

Não podia haver pior baptismo. Naquele preciso instante, para usar uma linguagem agora muito em voga, mais um "activo" leonino acabava de baixar drasticamente a sua cotação - desta vez no importante mercado da comunicação. Nunca imaginei ver Fernando Correia - que várias vezes elogiei aqui - como uma espécie de cheerleader de um poder fracturante e fracturado. Que divide sportinguistas em vez de nos congregar e mobilizar.

Rússia 18

Isto depois do Portugal-Tunísia, ali no meio dos "verdadeiros" adeptos, daqueles a la Bruno e a la Zé Quintela, deverão estar a dizer entre eles "é melhor que a rapaziada faça uma "visitinha" à selecção, a ver se eles animam, não é?". 

A voz do leitor

«Andamos aqui semanas e semanas a lembrar que o clube tem uma base e uma filosofia na sua génese, mas infelizmente, não bastava o treinador querer jogar à italiana como o presidente decide governar à grega. Os resultados estão à vista, uma péssima ópera italiana misturada com uma aberrante tragédia grega.»

 

Leão da Estrela, neste meu texto

No livro "Silêncio" de Shusaku Endo...

... que deu origem ao filme de Martin Scorcese com o mesmo título, encontro duas passagens que, por certo, os nossos «amigos» de outras cores que gostam de visitar este espaço, se sentirão reconfortados com a leitura. Para eles:

 

 

«Ao longe, ouviam-se vozes de crianças a cantar. Aguçando o ouvido, conseguiu mesmo apanhar-lhes o estribilho:

 

Lampião, meu lampião,

Se alguém te apedrejar

Logo fique sem a mão.

 

Era como um lamento entrecortado, a canção das crianças.»

 

(…)

 

«Até ao fim desse dia não largou a janela, observando o movimento das crianças. Uma delas, segurando o cordel de um papagaio, corria encosta acima, mas, sem vento, o papagaio tombou preguiçosamente no chão.

Ao cair da noite, abriu-se um rasgão nas nuvens e o sol filtrou-se por elas com languidez. Já cansadas de brincar com o papagaio, as crianças batiam agora à porta das casas, cantarolando:

 

Vamos caçar a toupeira,

Que bicho danado é.

Viva a gente desta casa,

Trai-lari, lari-lolé...»

 

 

SHUSAKU ENDO - Silêncio. 2ª ed. rev. Lisboa : D. Quixote, 2010. pp. 184 e 259

 

Lá não é como cá

Ameaças a guarda-redes do Liverpool investigadas pela polícia.

Esta pequena atitude das autoridades pode ser a diferença entre invadir uma academia e não invadir, entre assassinar um adepto e não assassinar, entre violência e não violência. Formas diferentes de actuar e diferentes políticas para enfrentar os problemas.

Formas diferentes de reagir.

À atenção de quem de direito. 

Hoje giro eu - É importante ter memória

Porque um homem sem memória não é um ser completo e porque há razões, que não de maledicência e/ou de oportunismo, que justificam o meu actual posicionamento contra Bruno de Carvalho enquanto presidente do Sporting Clube de Portugal, junto deixo aqui um texto que escrevi antes do jogo em Portimão. Alertava eu, na altura, para a insuficiente natureza arregimentadora das causas contra alguém, longe de imaginar que seria o próprio presidente, em véspera de decisiva final na Madeira, a atear mais esse fogo, fátuo como está bom de vêr dado o terreno pantanoso que posteriormente pisámos. Porque as coisas são como são, por muito que se o queira escamotear e dizer o seu contrário. 

Adeptos / Claques /Notáveis

Tenho andado a matutar em algo que o, ainda, presidente Bruno de Carvalho disse a propósito do “violino” do nosso plantel: Rui Patrício.

Não sei bem quais as palavras correctas mas foi mais ou menos isto:

O Rui Patrício provocou os adeptos que estavam no parque de estacionamento do Estádio de Alvalade quando a equipa chegou de Madrid. Que estavam lá a soldo de alguém.

Confesso que fico com um grande dúvida. Essa zona, que se quer reservada, é de acesso geral ao comum do adepto?

Eu, ou qualquer um de nós – o adepto comum -, poderia estaria estar naquela hora naquele local?

 

 

Adeptos / Claques /Notáveis

 

Adeptos

Creio que foi a Zélia que aqui escreveu que as suas idas a Alvalade na infância, fruto da distância em que viva, eram sempre um acontecimento de festa. Comigo passava-se algo semelhante. No antigo Estádio, estive uma vez no antigo peão e depois foi sempre a superior sul o meu lugar nos jogos a que assisti. Num desses jogos, não me recordo qual, fiquei maravilhado com o espectáculo que antecedeu o jogo. Um espectáculo da “Juve Leo” de luz e som e onde, creio eu, pela primeira vez em Portugal se viu uma “bandeira” subir pela bancada. Nunca esquecerei. Eram manifestações genuínas de apoio.

 

Claques

Depois, confesso que não sou particular entendido no fenómeno, como um pouco com todas as claques dos nossos clubes em Portugal, terão sido tomadas por outros interesses que não esse apoio, genuíno, aos clubes a que deveriam estar ligadas, impondo a estes, muitas vezes, a sua vontade.

Assim se passou no nosso clube com o episódio Mourinho: estaremos eternamente gratos por não elas terem querido esta pessoa a treinar o nosso clube (efectivamente revelou-se um fiasco); e o que se passa agora.

O clube, ao contrário das palavras de Bruno de Carvalho que o Pedro Correia lembrou, o clube deixou de ser dos sócios. O clube é, infelizmente, das claques.

 

Notáveis

Outros “abutres” que esvoaçam o universo sportinguista é a corja daqueles que são classificados como notáveis.

Infelizmente esta classificação tem-se aplicado ao grupo errado. Aplica-se a um conjunto de pessoas que, aparentemente, tem interesses dúbios na vida do nosso clube, ou então aqueles que são assalariados da comunicação social para “vociferarem” sobre o clube.

Está errada esta classificação em meu entender. Notáveis serão sempre, no universo sportinguista, os atletas, ou ex atletas, de todas as modalidades. Claro que uns mais que outros, sendo que o que distingue uns e outros serão sempre os feitos que conseguiram em prol do clube.

O crime compensa

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Rui Patrício, alvo das injúrias e das agressões criminosas dos membros da Juve Leo no Funchal, na garagem de Alvalade e em Alcochete, e das patéticas imprecações do presidente do Conselho Directivo na véspera da final da Taça de Portugal, está mesmo de saída.

É uma baixa duríssima para o Sporting, que perde assim o seu capitão, titular absoluto da selecção nacional, indiscutivelmente o melhor guarda-redes português, campeão europeu em título e um dos melhores jogadores da sua posição a nível mundial.

É também o segundo jogador que mais vezes vestiu a camisola verde e branca, logo após o grande Hilário da Conceição. Assim encerra uma carreira de 18 anos cumpridos sempre ao serviço do Sporting, incluindo passagem por todos os escalões da formação leonina e uma década como profissional na equipa principal.

Eis mais uma conquista de Bruno de Carvalho: perdemos um dos nossos maiores valores. Hoje é dia de festa para os grunhos que a 5 de Maio lhe lançaram tochas incendiárias para cima da baliza onde ele tantas vezes brilhou e para os jagunços que a 15 de Maio espalharam o terror na Academia de Alcochete: queriam vê-lo pelas costas e conseguiram. Um clube que tem "adeptos" destes, não precisa de inimigos.

Arrivederci, Rui.

{ Blogue fundado em 2012. }

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