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És a nossa Fé!

Para 2018!

Gostaria que no próximo ano o Sporting:

- fosse Campeão Nacional de futebol masculino e feminino;

- fosse vencedor da Taça de Portugal masculino e feminino;

- vencesse a Liga Europa;

- fosse tri-Campeão de Futsal;

- bi-Campeão de andebol;

- vencesse o campeonato de Hóquei em Patins;

- ganhasse o campeonato de voleibol;

- voltasse a ganhar o campeonato nacional de atletismo masculino e mantivesse a mesma vitória dos últimos anos nas senhoras;

Portanto desejo para 2018, que o Sporting lute e ganhe todos os desafios que lhe forem propostos, a fim de darmos razão ao nosso fantástico lema:

Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.

Feliz 2018 para todos os Sportinguistas.

 

2017 em balanço (4)

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CONFIRMAÇÃO DO ANO: PODENCE

Depois de ter brilhado ao serviço do Sporting B e como emprestado ao Moreirense, onde na época passada foi vital na conquista da Taça da Liga, Daniel Podence começou da melhor maneira na equipa principal do Sporting ainda durante a pré-temporada. Foi o elemento mais em destaque no confronto com o Marselha (1-2), último teste antes de a bola ter começado a rolar a sério.

Este médio ofensivo de 22 anos, formado na Academia de Alcochete, é já idolatrado nas bancadas de Alvalade. Pela sua atitude combativa em campo. Pelos contínuos desequilíbrios que vai criando em sucessivas incursões da ala para o eixo do terreno. Por se ter revelado muito eficaz para desbloquear alguns jogos mais difíceis. Compensa com doses suplementares de tenacidade e virtuosismo técnico o que lhe falta em estatura: mede apenas 1,62m mas é a confirmação viva de que os futebolistas não se medem aos palmos.

Jorge Jesus tem apostado várias vezes nele como titular. E o irrequieto Podence comprova em campo a validade dessa aposta, combinando muito bem com Bas Dost e Gelson Martins, actuando umas vezes como extremo e outras na posição de segundo avançado. Ficou na retina dos adeptos a assistência dele para um golo de Dost no Sporting-Chaves, a 22 de Outubro, e a digonal perfeita que desenhou para um golo de Bruno Fernandes no Sporting-Portimonense, a 17 de Dezembro, destacando-se então como o melhor em campo.

Passou de promessa a confirmação. No início de Julho a Marca enaltecia-o como um dos melhores jogadores jovens do continente, sublinhando o seu bom desempenho no Europeu sub-21. Alguns olheiros americanos já vêem nele atributos antes vislumbrados num Figo ou num Nani. Ele não se deslumbra. E vai correspondendo com trabalho.

O pequeno Podence continua a crescer. De ano para ano, jornada após jornada. O céu é o limite.

 

 

Confirmação do ano em 2012: André Martins

Confirmação do ano em 2013: Adrien

Confirmação do ano em 2014: João Mário

Confirmação do ano em 2015: Paulo Oliveira

Confirmação do ano em 2016: Gelson Martins

Viagem à demência dos pássaros

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Este domingo é ao mesmo tempo o primeiro dia da semana e o último do ano.

Votos de um excelente 2018 para todas as pessoas que caminham pela vida sem subornarem e sem se deixarem subornar.

Termino com a partilha de um poema (ligeiramente adaptado por mim).

Afligem-me os pássaros que voam

quando as árvores já não são suas.

A biografia do coração

raramente esquece a queda das folhas.

E o que é o voo para lá do Outono?

Não me digam para guardar

o vento na garganta

ou que as tempestades 

são retratos de um hospício.

A vida ensinou-me,

a verdade é um felino

e a hierarquia das garras

só o tempo a sabe.

 

As palavras do ano

Informa a Porto Editora que os vocábulos em competição até 4 de Janeiro, para conquistarem o título de Palavra do Ano são incêndios, afecto, vencedor, crescimento, cativação, desertificação, gentrificação, peregrino e independentista.

Noutros anos as palavras eleitas foram esmiuçar (2009), vuvuzela (2010), austeridade (2011), entroikado (2012), bombeiro (2013), corrupção (2014), refugiado (2015) e geringonça (2016). De acordo com quase todas, excepto bombeiro, que podia ser palavra de qualquer ano, e entroikado, um termo fugaz, que nunca vingou. Vuvuzela - artefacto sonoro popularizado universalmente no campeonato mundial disputado na África do Sul - demonstrou como o futebol pode influenciar o vocabulário comum.

Até devido a tal precedente, faltam desta vez aquelas que são para mim, inquestionavelmente, as Palavras de 2017: video-árbitro e cartilha.

Eu votaria na primeira. Para acabar de vez com a segunda.

Hoje giro eu - Os benfiquistas Toni e Borges Coutinho

Numa hora destas, em que aumenta a crispação entre os mais extremistas adeptos dos 3 Grandes e em que somos permanentemente invadidos com novas revelações do caso dos emails e, agora também, de suspeitas sobre viciação de resultados desportivos, ambas as situações alegadamente envolvendo o emblema da Luz, o pior que podemos fazer é tender para a generalização sobre os benfiquistas, o seu comportamento, a sua integridade, em suma os seus valores.

O Benfica é um emblema histórico português e europeu, bicampeão europeu em finais memoráveis contra os colossos Barcelona e Real Madrid. O clube do fabuloso Eusébio da Silva Ferreira, dos presidentes Joaquim Ferreira Bogalho - que construiu o primeiro Estádio da Luz - e Maurício Vieira de Brito e do treinador Béla Guttman. Por conseguinte, o Benfica, enquanto clube, e os benfiquistas, em geral, merecem de nós, sportinguistas, o maior respeito. Embora rivais e muitas vezes um osso demasiadamente duro de roer, a grandeza do Benfica e os memoráveis despiques que com ele travámos, ajudaram também a construir a aura de glória do enorme Sporting Clube de Portugal. Dito isto, ambos não seriam tão grandes se não houvesse o outro, porque com dizia Auguste Comte, pai do Humanismo,"tudo na vida é relativo e esse é o único valor absoluto".

O Benfica não são cartilhas, não são determinados comentadores televisivos, não são os casos que tristemente vêm sendo do conhecimento público. Nesse sentido, porque entendo que não devemos confundir a árvore com a floresta e num sentido respeito que nutro pelos meus amigos benfiquistas, trago aqui hoje 2 homens que são parte indelével da história benfiquista e que, no meu entender, são também um exemplo do que é o saber estar no desporto.

Comecemos por Duarte Borges Coutinho. De raízes açorianas - ostentava o título nobiliárquico de Marquês da Praia - Borges Coutinho foi presidente do Benfica entre Abril de 1969 e Maio de 1977. Nesse período, o Benfica ganhou 7 campeonatos em 9 possíveis (perdeu apenas os títulos de 69/70 e o de 73/74 para o nosso clube). Não deixando de ser um fervoroso adepto do futebol (dizia-se que tinha um jeito especial para detectar bons jogadores), destacou-se pela sua urbanidade, educação. Era um "gentleman", um Senhor! Honrado, aventureiro no bom sentido e dono de grande carácter, ouvi há dias Toni dizer que participou na Segunda Grande Guerra, como aviador, ao serviço das forças aliadas, mesmo tendo Portugal declarado a sua neutralidade.Era um aristocrata que gostava do povo, amava o balneário e o convívio com os jogadores e, apesar disso, tinha destes um respeito reverencial.

O outro nome que aqui trago é o de António Conceição Oliveira (Toni). Cresci a ouvir relatos de jogos em que ele participava. Na maioria das vezes contra o meu Sporting. Muitas tristezas me deu nesse período. Mesmo no primeiro título do Sporting de que tenho memória, o do Yazalde (73/74), não me esqueço de que perdemos os 2 jogos contra o Benfica, o último dos quais no nosso Estádio e por 3-5, partida que recordo na pequena homenagem que dediquei ao grande Hector Yazalde, aqui no blogue, na rúbrica Recordar. Grande capitão, Toni foi sempre um jogador valente, mas leal. Recordo-me especialmente de uma final da Taça de Portugal em que, depois de ter lesionado involuntáriamente o jogador portista Marco Aurélio, ao dar-se conta da gravidade da mazela não aguentou as lágrimas e, consternado, pediu para saír do campo. Esse exemplo que me ficou, de homem e de jogador de carácter, ainda hoje perdura na minha memória. Como treinador foi igual a si próprio: entrou, ganhou e saiu sem alarido. Do seu palmarés constam 10 títulos de campeão nacional (8 como jogador e 2 como treinador) no Benfica, aos quais junta 5 Taças de Portugal (uma como treinador). E já nem falo aqui dos seus inúmeros títulos como adjunto, cargo esse que ocupou sempre com grande lealdade para com o(s) seu(s) chefe(s). É triste, muito triste, vêr homens como Toni não caminharem para novos. Ele é um exemplo do que é saber estar no desporto, pela sua bonomia, pela capacidade de saber estabelecer pontes, não fechar portas, pelo seu desportivismo, por nunca o sucesso lhe ter subido à cabeça, ele que até foi atraiçoado mais do que um punhado de vezes por gente que não o mereceu. 

Evocando estes nomes, para além da merecida homenagem a estes rivais que nos obrigaram a ser mais fortes, pretendo mostrar que ser do clube A,B ou C não é garantia de nada. Há maus exemplos, mas também existem, felizmente, vários casos de pessoas que, mesmo contribuindo para a nossa frustração, não podemos deixar de admirar. Quando pensamos num futebol limpo, os nomes de Borges Coutinho e de Toni, como os de João Rocha e Peyroteo vêm-me logo à cabeça. Neles me revejo e neles estabeleço a confiança no futuro que aí vem. Ainda há homens valorosos e bons.

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Hoje giro eu - PJ investiga título do Benfica em 15/16

Segundo notícia da RTP, a Polícia Judiciária está a proceder a uma investigação que incide sobre 5 jogos do Benfica na época 2015/16. A Estação informa que as atenções estão viradas primordialmente para o encontro Rio Ave-Benfica, envolvendo empresários alegadamente ligados ao Benfica e alegado aliciamento em dinheiro a jogadores da equipa vilacondense para viciação de resultado. A noticia dá ainda conta de que os telemóveis apreendidos, aquando do Rio Ave-Feirense, aos futebolistas Cássio e Marcelo, continham índicios fortes de alegado aliciamento.

Neste estado de coisas, e dado o óbvio prejuízo de imagem para o Benfica e para os jogadores em questão, cumpre-me dizer o seguinte: é uma vergonha que num Estado de Direito, tenhamos conhecimento destes factos pela Comunicação Social quando o processo ainda nem sequer está em instrução. Os orgãos judiciários devem apurar cabalmente os factos, identificar os responsáveis (corruptores e corrompidos, se os houver) e, depois sim, deduzir acusação e permitir aos (presumivelmente então assim constituidos) arguidos apresentar a sua defesa. Estes, até vêr, têm de merecer a presunção de inocência.

Não deixa, no entanto, de ser ensurcedora a catarse de situações anómalas que parecem envolver o clube da Luz, envolvendo um conjunto de agentes desportivos, que vão de empresários a delegados da Liga e antigos membros de orgãos federativos. O povo, na sua infinita sabedoria, costuma dizer que não há fumo sem fogo, Francisco J Marques dizia, tempos atrás, que "o melhor ainda está para vir". O que se está a passar no futebol português?

2017 em balanço (3)

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PROMESSA DO ANO: RAFAEL LEÃO

Já em Novembro de 2016 tinha dado aqui nota dele, em bilhete para Jorge Jesus: Rafael Leão fora o marcador do golo da vitória do Sporting frente ao Borussia Dortmund na Liga Jovem. Merecia um olhar atento e uma aposta generosa da equipa técnica leonina.

O ano que agora acaba só confirmou a validade daquele alerta: a 18 de Outubro, voltou a evidenciar-se na goleada do Sporting à Juventus, em Turim, por 4-1. Tendo envolvimento e participação nos quatro golos - dois dos quatro marcados por ele. Apesar de termos jogado essa partida com menos um, devido à expulsão de Jovane Cabral aos 63'.

A 5 de Dezembro, na mesma competição, marcou o nosso golo do empate frente ao Barcelona. Somando assim quatro remates vitoriosos na "Liga dos pequeninos", como alguns lhe chamam com carinho não isento de admiração.

Eis Rafael Alexandre da Conceição Leão: 18 anos, 1,88m de altura, natural de Almada. Avançado formado na Academia de Alcochete, com inegável faro pelo golo. Leva já 12 apontados em 19 jogos oficiais na época em curso, elemento fundamental nos juniores e na equipa B. O mais saboroso desses golos foi certamente o que apontou ao  Oleiros a 12 de Outubro, numa eliminatória da Taça de Portugal, já integrado na equipa principal do Sporting - seu clube de formação, seu clube do coração.

Entrou aos 71' minutos nessa partida. Um quarto de hora depois, o jovem internacional sub-17 estreava-se a marcar com os colegas profissionais. "Uma estreia em grande", como lhe chamou o Record, numa justa apreciação. No dia seguinte, a página oficial do Sporting no Facebook também lhe prestava homenagem: "Não são muitos os que se podem orgulhar de marcar na estreia de Leão ao peito! E com apenas 18 anos. Dia fantástico para o nosso Rafael Leão."

Nessa partida disputada em Oleiros, vila ainda coberta de cinzas pelos dramáticos incêndios de Junho, ele comemorou o golo apontando para Podence, que construíra toda a jogada. Demonstrando assim que não é apenas um futebolista muito promissor nem Leão só de apelido. Ser do Sporting é ser assim. 

 

Promessa do ano em 2012: Eric Dier

Promessa do ano em 2013: William Carvalho

Promessa do ano em 2014: Carlos Mané

Promessa do ano em 2015: Gelson Martins

Promessa do ano em 2016: Francisco Geraldes

Hoje giro eu - Almoço de "jaquinzinhos" (G15)

O G15 - nome copiado do célebre movimento de um grupo de países não-alinhados com a Nato ou Cortina de Ferro, representativos da América do Norte e Sul, África e Ásia - fez aprovar, em AG da Liga, um conjunto de medidas que, na opinião de um dos líderes do movimento, o presidente bracarense António Salvador, foram históricas para o futebol português. 

Faço a minha declaração de interesses: acho que uma das soluções para a crise do futebol português passa por uma maior competitividade da Liga e, nesse sentido, tenho alguma simpatia por projectos que impulsionem um reequilíbrio de forças. Por isso, tive a curiosidade de ir lêr as propostas aprovadas nessa "célebre" Assembleia Geral. Acabei a concluir que a "montanha pariu um rato". Assim, tirando um desagravamento de umas inexpressíveis taxas televisivas - estamos a falar de 2500 euros - e de uma exigência de equidade na disponibilização de câmaras no visionamento dos jogos, medidas sem qualquer expressão, nada de relevante foi decidido que se perspective possa promover um novo equilibrio no futebol português. De facto, mesmo o limite imposto de cedência temporária de jogadores (6 dentro da mesma competição, 1 por clube) não irá resolver o problema de aglutinação dos melhores jogadores pelos "3 grandes", os quais facilmente contornarão esta medida através de vendas com acordo de recompra, o que, permitindo a esses jogadores defrontar o seu emblema de origem, até se prestará a uma maior suspeição, agravada pelo facto de ultimamente assistirmos a compras em pacote a clubes pequenos, alegadamente para resolver problemas de tesouraria destes. Algo substancial como a exigência de uma centralização na negociação dos direitos televisivos, mecanismos de compensação dos clubes mais pequenos, tectos salariais, limitação do nº de contratações ou imposição de um número mínimo de jogadores (por plantel) provenientes da Formação, nada.

O que esta reunião pareceu promover foi o ego e o desejo de afirmação do presidente bracarense, António Salvador. Além de ter insinuado que Porto e Sporting tentaram coagir a votação - algo prontamente negado pelo presidente do Belenenses -, Salvador teve o seu tempo de antena e ainda acabou a elogiar a postura do Benfica (depois de criticar Porto e Sporting), o que para quem quer percorrer um caminho independente não está nada mal, não senhor...

Estarão os "jaquinzinhos" a serem "comidos de cebolada" ou, como é mais usual, andarão acompanhados por arroz de tomate?

De resto, ingenuamente para alguns dos envolvidos ou não, o que marca esta reunião é a aprovação de uma alteração do ponto 2 do Regulamento Disciplinar, artigo 39º, que parece ter sido feita à medida da punição do presidente leonino, Bruno de Carvalho, quando enuncia que os presidentes dos clubes, a partir da 3ª suspenção numa época desportiva, deixam de poder marcar presença nos estádios onde a sua equipa actua. Um "must", um atentado às liberdades individuais!

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Verdade ou especulação?

(Fonte da imagem: http://www.maisfutebol.iol.pt)

 

Este post vai irritar solenemente os benfiquistas, e eu percebo porquê. É sobre uma teoria baseada numa sensação que eu tenho há muito tempo e que não pode ser provada para já, só suportada por indícios. Por isso, tanto pode ser verdadeira, como uma racionalização criada por mim para diminuir a frustração que eu senti na época de 2015-2016 (antes de encherem a caixa de comentários com palavras daquelas mesmo desagradáveis, lembrem-se desta frase).

Parece claro que Luís Filipe Vieira e Jorge Mendes quiseram, no fim da época 2014-2015, colocar Jorge Jesus no estrangeiro, e ficaram surpreendidos e não muito contentes quando ele assinou pelo Sporting: http://www.sabado.pt/desporto/futebol/detalhe/os-bastidores-da-mudanca-de-jesus-do-benfica-para-o-sporting.

Em seis épocas no Benfica, Jorge Jesus foi campeão em três, ficou em 2º em três (uma muito má, a 21 pontos do Porto de André Villas-Boas, outra média, a 6 pontos do Porto, e outra boa, a 1 ponto do Porto), chegou aos quartos-de-final, meias finais e duas vezes à final da Liga Europa, fase de grupos e quartos-de-final da Liga dos Campeões, e ganhou 1 Supertaça, 1 Taça de Portugal e 5 Taças da Liga. Mais do que os títulos, o que mais me impressionava no Benfica nesta altura era o sufoco que criava nas outras equipas (temos que confessar que houve equipas do Sporting nesta altura que não era muito difícil sufocar), sem as deixar jogar, e como dominava quase todos os jogos que em que entrava.

Rui Vitória tinha feito um bom trabalho no Paços de Ferreira e no Vitória de Guimarães, mas não parecia haver a certeza, quando assinou pelo Benfica, que tivesse capacidade para treinar um clube grande. Baseado no que eu tenho ouvido e lido (portanto, não há nada de científico nisto, é só uma impressão), os adeptos do Sporting e do Porto há muito tempo que acham que não e os benfiquistas começam a confessar este ano que acham o mesmo há algum tempo.

Depois de perder a supertaça com o Sporting, o Benfica começou o campeonato de 2015-2016 assim (todos os resultados da época aqui: https://www.rtp.pt/noticias/benfica-resultados/e6635/13/2015/0):

  • Jornada 1: Vitória sobre o Estoril, em casa, por 4-0
  • Jornada 2: Derrota com o Arouca, fora, por 1-0
  • Jornada 3: Vitória sobre o Moreirense, em casa, por 3-2
  • Jornada 4: Vitória sobre o Belenenses, em casa, por 6-0
  • Jornada 5: Derrota com o Porto, fora, por 1-0
  • Jornada 6: Vitória sobre o Paços de Ferreira, em casa, por 3-0
  • Jornada 7: Empate com o União da Madeira, fora, 0-0 (este jogo foi adiado e jogado entre as jornadas 13 e 14)
  • Jornada 8: Derrota com o Sporting, em casa, por 3-0

Ou seja, mesmo sendo verdade que a jornada 7 foi jogada fora de tempo, nas primeiras 8 jornadas, o Benfica teve 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas, o que lhe deu, aproximadamente, 54% dos 24 pontos possíveis (13). Imagino que, depois do que se passou com os treinadores no Verão, a 2ª derrota com o Sporting em 2 meses e meio não tenha sido fácil de encaixar.

Não sei o que se passou mas, depois da derrota em casa com o Sporting para o campeonato, tudo mudou. Das 26 jornadas que faltavam jogar, o Benfica perdeu uma, com o Porto, em casa, por 2-1. Até aqui nada de muito estranho. O problema é que, das outras 25 jornadas, o Benfica ganhou todas. Nem um empate (excepto o da 7ª jornada, que foi jogado nesta altura). Ou seja, da jornada 9 à jornada 34, o Benfica conseguiu, aproximadamente, 96% dos 78 pontos possíveis (75). E isto, para um sportinguista que via o Sporting a jogar um futebol muito bom, com o que já era o seu treinador preferido, foi não só frustrante, mas muito surpreendente. O Sporting bateu o recorde de pontos do campeonato nacional neste ano, mas o Benfica bateu este recorde criado pelo Sporting.

Não vale a pena falar sobre arbitragens em jogos deste ano, porque, sem um painel de especialistas independente, já sei que as opiniões mudam completamente conforme o clube de que se é adepto. Eu tenho a minha opinião sobre alguns jogos deste ano, mas não interessa para aqui. O que me chamou a atenção foi uma das poucas afirmações que o Francisco J. Marques fez no seu programa do Porto Canal, sem mostrar nenhum documento que a suportasse: "J. Marques aconselhou os presidentes dos clubes que vão defrontar o Benfica “a não permitirem a aproximação dos seus jogadores de nenhum César”, deixando uma ameaça: “Se os Césares ficarem longe dos jogadores, não há necessidade de próximos capítulos”." (tirado daqui: http://www.sabado.pt/ultima-hora/detalhe/empresario-pede-explicacoes-a-diretor-de-comunicacao-do-fc-porto).

Tudo isto me veio à cabeça depois de ver esta notícia:

http://www.cmjornal.pt/desporto/futebol/detalhe/jogo-entre-rio-ave-e-benfica-investigado-pela-pj-no-caso-de-viciacao-de-resultados-acompanhe-em-permanencia-na-cmtv?ref=HP_Destaque.

A notícia diz que o jogo, do campeonato de 2015-2016, Rio Ave - Benfica, que o Benfica ganhou por 1-0 (o vídeo do jogo está aqui:

https://www.vsports.pt/vod/30796/m/191801/abola/17ad5313f3bef75bb3027fa21f8d9fdf), está a ser investigado por suspeitas de pagamentos, por parte de empresários ligados ao Benfica, a jogadores do Rio Ave, para facilitarem a vitória do Benfica.

Eu sei que a fonte é o Correio da Manhã, o que não ajuda muito à credibilidade da notícia, mas entretanto A Bola (http://www.abola.pt/Clubes/Noticias/Ver/708614/40/), o Record (http://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/detalhe/jogo-entre-rio-ave-e-benfica-investigado-por-suspeitas-de-viciacao-de-resultado.html) e O Jogo (https://www.ojogo.pt/futebol/noticias/interior/rio-ave-benfica-da-ultima-epoca-estara-a-ser-investigado-pela-pj-9015723.html) já deram a notícia. E, pelo menos para chegadas de jogadores novos, há uma regra: se os três jornais dão a notícia ao mesmo tempo, é porque deve ser verdade.

Resumindo tudo: fiquei muito contente quando o Jorge Jesus veio para o Sporting e tive muita esperança que o Rui Vitória não fosse treinador para o Benfica. A época começou como eu esperava mas, de repente, vi uma anormalidade estatística que nunca tinha visto, numa equipa que não me parecia ser capaz de a causar.

No meio do que se foi sabendo sobre os emails do Benfica, fiquei com a frase do Francisco J. Marques na cabeça. E agora sai esta notícia. Só para lembrar: não há aqui provas de nada, só indícios, e nada garante que jogadores do Rio Ave, ou de outras equipas, tenham mesmo facilitado alguma vitória do Benfica. Mas fica aqui uma teoria (que a minha irritação com esta época pede que seja verdade).

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Um Acuña contra os Velhos do Restelo

Ser do Sporting é ter o privilégio de fazer parte de uma gesta magnífica, uma história de glória, integrar um conjunto de valores comportamentais que fazem parte da vida do clube. Mas é também a intranquilidade, o credo na boca, o fatalismo. Por isso, ou contra isso, se fez história: chegámos ao final do ano com as esperanças intactas em todas as competições nacionais e continuamos na Europa. 

O Rei Leão foi Acuña "Matata", o qual, agressivo, já após ter discutido amiúde com o árbitro e se ter pegado no calor da luta com Coentrão, recebeu uma bola perdida, contornou os médios adversários e mandou um pastel açucarado (sem canela, com o pé direito) que deixou o guarda-redes do Belenenses sem reacção. Não tivesse o nosso Ministro da Defesa, o uruguaio Coates, igualado o belga Svilar no topo dos melhores marcadores de autogolos da época 17/18 e certamente os Velhos do Restelo não teriam lançado os piores agouros sobre a nossa equipa.

O tédio da partida só foi desfeito pelos golos, pelos remates de Battaglia (primeira parte) e de Bruno Fernandes (segunda parte) e por um lançamento da linha lateral de Piccini para Rui Patrício, ao estilo "vintage" do italiano no início da época, que terá feito Jorge Jesus arrancar alguns pêlos da sua farta cabeleira. Viu-se muito pouco futebol e a culpa nem foi do nevoeiro que se fez sentir durante parte do jogo.

Para além de Acuña, Mathieu e Battaglia estiveram entre os melhores. Em sentido contrário, WC teve um jogo mau e continua longe do seu melhor (que é muito bom). Bruno Fernandes esteve vários furos abaixo do que já realizou e Podence foi quase inexistente. 

Acabou por ser um jogo "chato", que serviu essencialmente para desmoer o bacalhau com batata cozida e couve e o peru recheado com batata assada, as fatias douradas, as azevias e as filhozes. Os sonhos, não. Sonhos são para alimentar até ao fim da época. Depois, bebamos o champanhe.

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Quente & frio

Gostei muito da qualificação do Sporting para as meias-finais da Taça da Liga - troféu que nunca conquistámos. A nossa equipa, que hoje empatou 1-1 no Restelo com o Belenenses, mantém-se em todas as frentes futebolísticas. O ano que vai começar promete...

 

Gostei do grande golo de Acuña, marcado de fora da área, em condições peculiares. Quando o jogador já tinha recuado no terreno, transitando de médio-ala para lateral esquerdo com a saída de Coentrão, e o disparo a sair-lhe do pé direito, o seu pior. Foi um golaço, aos 74', e decisivo para as aspirações leoninas. Já na primeira parte Acuña tinha feito três fortes remates: um deles, defendido in extremis pelo guardião de Belém aos 14', levava o selo de golo. O argentino merece, sem favor, ser designado o melhor em campo.

 

Gostei pouco da exibição da nossa equipa nesta partida, que funcionou como uma espécie de ensaio geral para o Benfica-Sporting do próximo dia 3. Exibição pálida e frouxa, sobretudo na primeira parte, em que o nevoeiro pairou sobre o estádio. Quanto mais as brumas se adensavam, mais a nossa prestação descoloria. Melhorou um pouco na segunda parte, mas sem nunca empolgar os adeptos leoninos - com excepção do momento em que Acuña marcou o nosso golo.

 

Não gostei de ver Doumbia sem oportunidade de mostrar o que vale. Após ter marcado dois golos na anterior partida desta prova, frente ao União da Madeira, o marfinense merecia ter entrado em jogo, até para permitir algum tempo de descanso a Bas Dost. Teria sido uma substituição certamente mais útil do que a inexplicável entrada de Bryan Ruiz para o lugar de Bruno Fernandes no último minuto do tempo extra concedido pelo árbitro.

 

Não gostei nada da zanga feia entre Coentrão e Acuña, prontamente separados por William Carvalho, que assim fez valer os seus galões de capitão da equipa - e muito bem. Pior só mesmo o autogolo de Coates, que permitiu o empate do Belenenses, aos 76', quando Rui Patrício tinha o lance todo controlado. Não foi a primeira vez que o uruguaio marcou na própria baliza. O que lhe terá passado pela cabeça?

2017 em balanço (2)

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TREINADOR DO ANO: JORGE JESUS

Neste terceiro ano civil ao serviço da equipa principal de futebol do Sporting Jorge Jesus foi de menos a mais. Começou mal, com a equipa afastada de todos os objectivos delineados no início da época: antes de terminar Janeiro estávamos fora da corrida ao campeonato e afastados das restantes competições. O que renovou as  críticas ao treinador feitas por alturas da sua contratação, em Junho de 2015, por parte daqueles que nunca viram com bons olhos que o Sporting pudesse ter no comando da sua equipa técnica alguém recém-chegado do mais antigo rival.

Nestes 12 meses, felizmente, muita coisa mudou. A equipa apetrechou-se bem durante o defeso, contratando jogadores de inegável qualidade num processo que contou naturalmente com o dedo do treinador. Vieram Mathieu (ex-Barcelona), Fábio Coentrão (por empréstimo do Real Madrid), Acuña (titular da selecção argentina), Bruno Fernandes (oriundo da Sampdoria e capitão da nossa selecção sub-21), Doumbia (melhor marcador do campeonato suíço), Piccini (ex-Bétis), Battaglia e André Pinto (ambos ex-Braga).

Quando há ovos, as omeletes tornam-se realidade - como diria Otto Glória, nome histórico do futebol português. Esta temporada 2017/18 tem vindo a decorrer muito bem. Com o Sporting ainda em todas as frentes, disputando palmo a palmo o campeonato, em igualdade pontual com o líder FC Porto, sem derrotas nas competições internas e registando boas exibições em vários palcos. Incluindo uma vitória (3-2) frente ao Olympiacos em Atenas e um empate caseiro com a Juventus (1-1), na fase de grupos da Liga dos Campeões, e goleadas ao Steaua de Bucareste (5-1, fora) para o playoff da Liga dos Campeões, ao V. Guimarães (5-0, fora) e Chaves (5-1, em casa) para a Liga e ao União da Madeira (6-0, em casa) para a Taça CTT.

O treinador sabe muito bem puxar pelos jogadores, que respiram saúde anímica neste final de 2017. E sabe também puxar pelo público: Alvalade continua a bater recordes de audiência. «O clube devia ser um caso de estudo pelos adeptos. Há tantos anos que não ganha aqueles títulos consecutivos e parece que cada vez há mais sportinguistas», declarou no final do Sporting-FC Porto, que contou com mais de 47 mil espectadores nas bancadas.

As críticas tornaram-se residuais, agora escutam-se sobretudo aplausos: Jesus termina o ano em grande.

 

 

Treinador do ano em 2012: Domingos Paciência

Treinador do ano em 2013: Leonardo Jardim

Treinador do ano em 2014: Marco Silva

Treinador do ano em 2015: Jorge Jesus

Treinador  do ano em 2016: Fernando Santos

 

O hipócrita e o pau-mandado

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Mais depressa se apanha um hipócrita do que um coxo: enquanto apelava em público aos comentadores afectos às papoilas saltitantes para evitarem polémicas em nome da preservação do bom nome do futebol, chegando ao ponto de pedir-lhes para "não falarem de outros clubes", Luís Filipe Vieira monitorizava secretamente o mais incendiário dos seus estafetas antes de cada prestação televisiva desse pau-mandado.

Nada que nos deva espantar da parte de alguém que foi apanhado nas escutas do processo Apito Dourado a escolher um árbitro. Muito antes dos vouchers, dos e-mails, dos bispos e dos padres. Com frases edificantes como esta: "Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado."

Assim se ganham títulos da treta e troféus manhosos: a manobrar "por outro lado".

A voz do leitor

«Temos que estar de olho nos seguintes jogadores da Liga:
Lucas Evangelista (Estoril) - Actua a médio centro mas também consegue actuar a médio ofensivo ou mesmo médio defensivo, daria uma enorme robustez ao nosso meio-campo);
Fábio Martins (Braga) - Excelente suplente, já garantiu pelo menos sete pontos ao Braga através de acções suas, actua como extremo;
Ruben Ribeiro (Rio Ave) - Se tiver os pés na terra, poderá ajudar e evoluir ainda mais com JJ; João Novais - bom médio creativo ainda com 24 anos; F. Geraldes - se voltasse faria a diferença mas para jogar em três jogos mais vale continuar emprestado.
Nakajima (Portimonense) - Extremo esquerdo com menos de 1,70m de altura (tipo Podence).»

 

MB, neste meu postal

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