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És a nossa Fé!

Ó cum cuaralho!

Os gajos dizem que a ETAR está apta a receber espectáculos desportivos. O orelhómetro-mór vem com toda a lata do Mundo ameaçar de forma velada que os jogos da selecção e tal...

Ó cum cuaralho, a gente sabe que o campo do Sporgeboa pode receber jogos de futebol, de macaca, de petanca, de botão, de xinquilho e até de bola de pau, o que não pode é albergar grupos de gajos a que a Lei da República chama de grupos de adeptos organizados, vulgo claques, se eles (ou elas) não estiverem devidamente enquadrados dentro do diploma legal que uns esforçados e dedicados e talvez competentes deputados, perderam tempo a aprovar.

Portanto, toca lá de legalizar esse grupo de assassinos (há qualquer coisa aqui que não soa bem: legalizar e assassinos na mesma frase, talvez), para poderem usar a palhota para os jogos em casa.

E não me venham com a treta de que alteraram o regulamento do recinto e o IPDJ aceitou. É que se aceitou, é conivente com uma ilegalidade; Mas parece que aquilo está infestado de lampionagem, portanto só nos resta apelar ao Costa.

Ups! Esse também é lampião...

Já viram os trabalhos em que estamos m'tidos, n'é? Nem Hércules.

 

Até as conquilhas me ficaram atravessadas com a lata do bandido.

Recordar - Paulo UCHOA

Quando meti na cabeça este projecto de recordar antigos jogadores do Sporting através da elaboração de pequenas estórias, pensei em juntar um nome a uma letra do abecedário (k,w, y, incluídos). Se nalguns casos tive excesso de oferta de nomes face a uma determinada letra - problema resolvido, em parte, com a inclusão adicional de 2 Bolas de Ouro europeus, 1 Bola de Prata europeu, 1 Bota de Ouro (para além de Yazalde), 1 "cantinho de Antuérpia" e 1 Matador (Acosta), perfazendo um total de 32 jogadores -, quando cheguei à letra "U", engoli em seco durante horas até que me lembrei de Uchoa, o misterioso e pouco preponderante Uchoa, porque as estórias que aqui escrevo são mais do que a descrição de grandes feitos, da glória eterna. Pequenas façanhas, tristes desventuras de gente que se entregou com esforço, dedicação e devoção serão também radiografadas neste espaço.

 

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"A importância de se chamar...Uchoa"

 

" 'U' què(?), perguntará o leitor. Uchoa!

 

Paulo Uchoa realizou apenas 2 jogos pelo Sporting no campeonato de 1982/83 e, inicialmente, foi a única razão pela qual dei Graças a Deus por o ter feito, caso contrário não conseguiria alocar um nome de um jogador nosso à letra "U". Mas, à medida que fui procurando informação na internet, o mistério sobre este homem foi adensando-se e a curiosidade aumentando...

 

Passo a explicar: eu tinha memória de um jogo a que assisti no velhinho Alvalade, em que Uchoa marcou o que na altura constatei ter sido um golaço, ao Rio Ave, recebendo a bola a meio do campo do adversário, fintando um oponente com um túnel efectuado com o pé esquerdo, para depois, com o pé direito, enviar uma bomba directamente ao ângulo superior esquerdo (na projecção do nosso ataque) da baliza do estupefacto guardião vila-condense. Ora, tendo agora verificado que só realizou duas partidas e sabendo que tinha tido o privilégio de assistir a um golo seu, e que golo, quis saber mais sobre o Homem, convencido de que as escassas aparições de verde-e-branco não seriam condizentes com o seu valor futebolístico.

 

Aqui chegados, devo dizer que encontrar notícias sobre Paulo Uchoa na "net" é tarefa quase tão condenada ao fracasso como a esperança de ver pinguins a banharem-se em praias algarvias...

 

Eis, no entanto, que me deparo com a sua situação actual: 62 anos e Professor de Educação Física na Universidade do Grande Rio (Unigranrio), em Duque de Caxias, estado do Rio de Janeiro. Três quartos de hora de pesquisa(?) mais tarde e com a mesma persistência com que a coelha anã que ofereci à minha filhinha insiste em roer as bancadas da nossa cozinha (será que o local a qualifica como animal "doméstico"?) fez-se finalmente luz, e um nirvana se apoderou de mim: o homem é real e tem um passado no Brasil que certifica o golaço que lhe vi marcar.

 

Em 81, um ano antes de chegar a Lisboa, Uchoa foi campeão brasileiro, jogando a maior parte dos jogos a titular, como defesa direito, num time (Grémio de Porto Alegre) que tinha o mítico Emerson Leão (mundiais de 74 e 78) entre os postes, Paulo Isidoro (Mundial de 82), no meio-campo e o ex-colega de Paulo Futre no Atlético de Madrid, Baltazar, no ataque. Como se não bastasse, relegou para suplente um jogador, Paulo Roberto, que Telé Santana levaria consigo para Espanha, suplente de Leandro no escrete.

 

Aqui fica a curiosidade: o Grémio bateu na final, jogada a duas mãos, o São Paulo, treinado por Carlos Alberto Silva (esse mesmo), vencendo por 2-1, em casa, e por 1-0, fora. Uchoa foi titular no primeiro jogo (disputado em casa) e defrontou uma equipa composta pelo recém-falecido (Mundial 82) Valdir Peres (o "careca"), na baliza, Óscar (capitão da selecção de 82), na defesa, Zé Sérgio (extremo fantástico) e Serginho - titular da Canarinha em Espanha face à ausência do lesionado Careca, não o guardião, mas sim o avançado que viria a jogar no Nápoles de Maradona e não era careca -, no ataque. E ainda, Marinho Chagas, a Bruxa, o Diabo Louro, o Canhão do Nordeste, o homem vindo de Natal, dotado de fortíssimo remate, que actuava como defesa esquerdo, subia, subia, subia no terreno e depois só voltava no Natal (o outro, o Cristão) para irritação dos seus treinadores; que na estreia como profissional, por um anterior clube, o Botafogo, deu um lençol a Pelé seguido de um túnel que deixaram o Rei à beira de um ataque de nervos. Internacional e titular no Mundial de 74 (ao lado de outro Marinho, Peres, nosso velho conhecido), jogador irreverente e playboy (gabava-se de ter tido um caso com uma princesa europeia), acabaria por sucumbir ao alcoolismo...

 

Bom, esta crónica(?) já vai longa e, para terminar, vou dizer apenas que, apesar de António Oliveira o ter utilizado pouco, Uchoa foi jogador com estatuto no Brasil, deve ter a melhor média de golos por jogo de todos os defesas direitos da história do Sporting e safou-me a letra "U". Obrigado Uchoa, Professor Uchoa!" .

Hoje giro eu - Quiz(2)

Quem foi o jogador do Sporting, alvo da minha próxima estória na rubrica RECORDAR, que, efectuando apenas 2 jogos para o campeonato, marcou um golaço?

 

Pistas: foi campeão brasileiro e jogava a defesa direito (ou médio).

 

Respostas até as 23h de hoje, hora a que anunciarei o(s) vencedor(es).

Aos vossos lugares

Acredito que venha a ser um campeonato terrível. Pela primeira vez em muito tempo, diria que os três grandes têm 33,3% de favoritismo. Só que este é o primeiro campeonato com vídeo-árbitro e ao mesmo tempo uma sede imensa por parte de alguns canais de toda a polémica e mais alguma (pelo simples facto de essa polémica ter retorno em audiências).
De uma coisa tenho a certeza, seja quem vença em Maio, os outros não lhe reconhecerão mérito por isto ou por aquilo.
O Benfica parece mais fraco, em especial porque vendeu o extraordinário Ederson. O Porto mais forte, porque o efeito Conceição é visível e pode ter o efeito de voltar a criar aquela alquimia do “à Porto” que lhes valeu em muitos momentos nas décadas passadas. Sobretudo, digo eu, o Porto tem laterais muito fortes, o que num campeonato de jogo de ataque em 90% dos jogos como o português é vital.
No nosso caso, acredito que Podence, se tiver uma pontinhazinha muito pequenina de sorte, se pode transformar na coqueluche. Aquela sua rapidez de execução ainda não é completamente entendida pelos colegas e há muitas bolas tipo passe de olhos fechados que se perdem. Ou então, caro Daniel, esquece isso do último passe e foca-te na baliza. Em paralelo, Gelson precisa de ser libertado do estatuto de estrela da equipa. Tem futebol para tal, mas não me parece ter feitio para isso, o que está a prejudicar a sua decisão no último passe, só camuflada por colinho geral dos adeptos e da imprensa. O nosso gigante Bas Dost é mesmo um holandês, sem estados de alma e vai metendo-a lá dentro. Acuña é reforço e finalmente temos um sul-americano que come a relva e não é obcecado por fintinhas e adornos. Gosto de Bruno Sampdoria, mas acredito renderá ainda mais quando se aperceber da especificidade do futebol lusitano. Doumbia vai meter mais de dez golos e algo me diz que Gelson Dala terá mais minutos do que pensava. Iuri é homem para nos resolver jogos mas para chegar ao patamar em que o deixam em paz para ele fazer as coisas à sua maneira, também precisa de sorte e (talvez) de pedalar mais nos treinos. Para já o seu objectivo número um deve ser não ser emprestado em Dezembro. Espero que Coentrão segure o corredor e que do outro lado se passe a mesma coisa e consigamos evoluir para lá do drama Jefferson/Marvin/Esgaio/Schelotto, tudo rapazes fantásticos, mas sem potência para uma equipa que pretende ser campeã.
É pena William ir embora. Vê-lo a passear classe como central contra a Fiorentina, a jogar com aquele ar enganador de quem está de férias, foi um regalo.  

«O futebol é uma arte»

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«Ainda bem que é o futebol, os jogo e a arte em geral que dilui a essência trágica do comportamento humano. Senão, estávamos em guerra permanente. O jogo é um exorcismo. Esgota-se - ou devia - na vitória e na derrota, aceites como tais, para que não se estrangulem no fim do jogo. (...) O futebol é uma arte. Menor, será, mas tem efeitos de representação do que são os nossos sonhos, as nossas ambições, a nossa imagem de vencedores. Os homens querem ter sempre uma imagem positiva, mas sobretudo vitoriosa, de si mesmos.»

Eduardo Lourenço, hoje, em entrevista ao Público

Este blogue também é vosso, caros leitores

A rubrica intitulada "Os nossos comentadores merecem ser citados" começou por ser muito ocasional, figurando aqui de quando em vez.

À medida que o tempo passava e que o nosso blogue se consolidava como título de referência do universo leonino, as citações dos nossos comentadores foram-se multiplicando.

Ao ponto de a etiqueta comentários, que sempre a acompanhou, figurar hoje como a segunda mais utilizada cá na casa - logo após Sporting, que não deixa de ser redundante.

Ao ponto de És a Nossa Fé ter figurado no mês de Julho, sem falhar um dia, sempre entre os dez mais comentados - e várias vezes na primeira posição - no vasto conjunto de blogues alojados na plataforma Sapo.

Esta popularidade, que assenta em grande parte na participação dos leitores, leva-me a fazer uma mudança na referida rubrica. Dando-lhe, com a atribuição de um novo título, um carácter ainda mais emblemático e relevante na dinâmica diária deste blogue.

Assim, a partir de amanhã, e com a entrada de um novo mês, nasce aqui A Voz do Leitor. A cada 24 horas, a marcar a fronteira dos dias. Sempre a destacar os comentários mais lúcidos e pertinentes e originais e sarcásticos que aqui chegarem. Procurando diversificar na medida do possível as áreas temáticas e os nomes dos leitores - pois aqui há sempre lugar para todos quantos tenham tanta dedicação e devoção ao Sporting como nós.

Espero que gostem, caros leitores. Esta rubrica é (ainda mais) vossa.

Eu também gostei

Lá fui eu daqui, atrasado e correndo o risco de perder alguns pontitos na carta de condução e já agora por ter estacionado mal e porcamente. Haverei um dia de abordar aqui esse assunto, para tentar perceber por que raio a polícia deixa encher a Segunda Circular e a Padre Cruz e impede o estacionamento noutros locais, que não criariam tanta chatice para o trânsito, mas não será hoje.

Portanto, apesar dos km foi uma tarde bem passada.

Gostei da primeira parte por razões já dissecadas lá mais em baixo pelo Pedro Correia e não tanto da segunda, pelas outras que ele tão bem apontou, mas quero fazer aqui público louvor à lição de como se deve jogar bom futebol, dada por sir William de Carvalho. Colocado a central, o seu sentido posicional, o seu rigor táctico e o seu desempenho geral, fizeram dele o homem do jogo, demonstrando, se caso fosse ainda necessário, que a sua saída (possível a qualquer altura) seria(á) uma perda irreparável. WC é hoje um jogador a roçar a perfeição e vamos mesmo ter que nos habituar à ideia de ir ficando sem ele.

Não fosse WC enorme no seu desempenho e o homem do jogo teria sido Battaglia. Temos jogador! Não perdeu um lance e a exemplo de William saiu sempre a jogar da maior parte das situações que neutralizou. Consiga ele ter a noção de profundidade para colocar "mísseis" a 40 metros e será um caso sério. Aqui num quiz privado do blogue, já vaticinei que esta época será Battaglia e mais dez (saia WC).

Fica para o final Bas Dost, mas sem muito assunto. Afinal o que dizer dum tipo que molha sempre a sopa? Já é corriqueiro.

Ah! Para que a coisa não fosse tão dura, a vigem de regresso foi hoje de manhã, depois de uma noite bem dormida em casa e duma bela massada de corvina na Ericeira, no Clube Naval. Tal como o trio apresentado em cima, recomenda-se!

 

Nota: eu até fiz um filme jeitoso com aqueles cinco senhores a serrar numas violas pequeninas, mas como sou um grande incompetente, não o consigo colocar aqui. Peço a alguma alma caridosa que tenha feito o mesmo que eu, que coloque aqui o link nos comentários, que o momento foi de alto gabarito!

E pronto, não é para causar inveja, mas aqui está um tempo excelente, a água está nos 23º e a TDT apanha a congénere espanhola que tem tantos canais como a nossa, catorze, entre eles dois de desporto. Ãhn? a nossa só tem seis e alguns que não interessam ao menino Jesus? Pois, não sei, em casa pago a NOS.

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Alvalade Acuña para a Battaglia do campeonato

Jorge Jesus dispõe até à data de 10 reforços para o ataque à temporada oficial 17/18.

Analisemo-los, um a um:

 

Salin - Reacção de Neutralização (ácido+base=sal+água) de "frangos" da Direcção leonina: uma solução salina para diluir na água que Azbe Jug não pára de meter

 

Piccini - Aquele espaço de 33x16,5m (Grande Área) parece uma Piscina Municipal em dia de 40 graus à sombra, tantos são os adversários que aí "mergulham", especialmente no seu lado direito. A atacar mostra conhecimentos aprofundados de Investigação Operacional, com destaque para o Algoritmo do Caminho Crítico, que lhe permitem atravessar à volta toda a região metropolitana de Lisboa até se isolar e centrar com perigo.

 

André Pinto - Ainda não começou o campeonato e já está lesionado, algo difícil de imaginar porque não joga desde Janeiro. Deve treinar com muita intensidade, o que talvez não seja um mau sinal.

 

Mathieu - A pré-época mostrou dois Mathieu: o Mathieu Bom e o Mathieu Mau. O primeiro (jogo em Alvalade contra o Mónaco) mostrou ter uns excelentes pés, saindo a jogar com tranquilidade, além de um bom sentido posicional; o segundo, é capaz de percorrer 30m para entregar a bola a um adversário e tem mais pás do que pés, pelo que, caso reapareça, arrisca-se a levar uma vassourada em Janeiro.

 

Fábio Coentrão - O seu futebol actual tem menos nuances do que o seu cabelo. No entanto, continuando a respeitar este paralelismo, melhorou fisicamente o que lhe permitiu, neste último jogo, atingir extensões de terreno até aí não vistas no seu regresso a Portugal.

 

Battaglia - Podia trabalhar como Guarda Florestal e ainda agora estaria a limpar todas as ervas daninhas da mata de Alvalade. Destrói todas as acções com intenção de dolo dos adversários. A sua energia é tão grande que um dia ainda substituirá Monsanto (!) como o Pulmão de Lisboa. Tem de melhorar o passe à distância.

 

Bruno Fernandes - Um dos jogadores mais regulares na pré-época leonina, precisa melhorar o remate para ser uma peça ainda mais determinante. No resto, faz tudo bem: passe, recepção, drible...

 

Acuña - Pode não ser o jogador mais criativo do mundo, mas é sempre refrescante ver um ala encontrar, no passe, sempre um colega desmarcado na área. Fez uma assistência desperdiçada para... uma assistência de Bas Dost a Podence e, mais uma vez, foi decisivo através da marca de canto.

 

Doumbia - Jesus deveria experimentá-lo a jogar por detrás de Bas Dost, em alternativa a Podence, mas prefere continuar a dar minutos a Alan Ruiz, o qual não facilita a vida a qualquer avançado.

 

Mattheus Oliveira - Não se viu em campo (literalmente, desta vez), o que não foi propriamente uma novidade...

 

Para fechar o plantel faltará um lateral direito que possa ser alternativa a Piccini e, talvez, um ala/extremo esquerdo (caso William ou Adrien saiam e haja dinheiro, visto essas posições estarem bem guarnecidas) desequilibrante em finta, que poderia ser Pity Martinez (River Plate).

 

SL

 

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Gostei

Gostei do desportivismo, da recepção aos jogadores do Fiorentina, de escutar o belo hino deles, dos cinco violinistas a tocar O Mundo Sabe Que, do aplaudido regresso do Matías Fernández a Alvalade agora com camisola violeta, do sol, do calor, das famílias, de ver cada vez mais mulheres nas bancadas (e cada vez mais bonitas), da alegria colectiva, do vídeo-árbitro a repor a verdade desportiva no nosso estádio pelo segundo jogo consecutivo, do golo do Bas Dost.
Gostei até das 13 ou 14 pombas pousadas na nossa lateral direita durante a segunda parte, petiscando sem receio nem temor as sementes da relva fresca.
Tudo isto faz parte da festa do futebol.

Nota positiva no último teste

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Aos 28', tivemos uma sensação estranha no estádio. Bas Dost acabara de marcar um golo, levantámo-nos para festejar, mas logo o árbitro travou a nossa euforia. Ia recorrer ao vídeo-árbitro. A coisa demorou cerca de um minuto: só então pudemos dar largas à nossa alegria, gritando o nome do avançado holandês.

Dost voltou a ser determinante. Este golo solitário bastou para a vitória desta tarde do Sporting frente à Fiorentina, conquistando assim mais um Troféu Cinco Violinos. Num estádio muito composto, onde éramos mais de 37 mil a puxar ruidosamente pela nossa equipa.

 

Gostei do que vi. Uma equipa mais consistente e confiante, com maior solidez defensiva e uma apreciável qualidade de passe, desenhando boas jogadas no relvado de Alvalade e revelando capacidade de pressão sobre os adversários. Para tanto contribuiu desde logo a surpresa reservada por Jorge Jesus, que estreou William Carvalho como central, fazendo-o recuperar para o eixo esquerdo da defesa. O campeão europeu, com uma actuação irrepreensível, deu boa conta do recado. De tal maneira que, na minha opinião, foi ele o melhor em campo.

Em muito bom plano estiveram também Battaglia (ocupando a posição habitualmente reservada a William), Podence, Gelson Martins e um voluntarioso Acuña, um dos mais aplaudidos pelos adeptos. Muitos aplausos também para Fábio Coentrão, na sua melhor exibição de verde e branco até à data. Piccini fez igualmente o seu melhor jogo até ao momento e protagonizou aos 56' um dos mais vistosos individuais do desafio, cruzando todo o flanco direito em fintas a sucessivos adversários até à grande área italiana.

 

Aos 61', como é costume nestes jogos não pertencentes ao calendário oficial, Jesus mudou mais de meia equipa, fazendo entrar Adrien para o lugar de Bruno Fernandes (hoje mais apagado do que esperaríamos), Alan Ruiz para o lugar de Gelson Martins, Doumbia para o lugar de Bas Dost, Bruno César para o lugar de Acuña, Jonathan Silva para o lugar de Coentrão e Iuri Medeiros para o lugar de Podence.

Vinte minutos depois, uma última alteração: saiu Battaglia, entrou Palhinha. Sem que o colectivo se ressentisse destas mudanças.

As exibições mais apagadas - destoando do conjunto  - couberam a Tobias Figueiredo (visivelmente nervoso, cometendo preocupantes lapsos defensivos e errando muitos passes) e Alan Ruiz (que ainda não se reencontrou desde que voltou de férias, lento e preso de movimentos).

Foi, em suma, um teste positivo antes dos desafios a sério que estão quase a chegar: o Aves-Sporting, da jornada inaugural da Liga 2017/18, joga-se já a 6 de Agosto.

 

............................................................................................

 

Os jogadores, um a um:

Rui Patrício (29 anos).

Tranquilo, sereno, seguro. Melhor momento: bons reflexos a defender, corrigindo um lapso de Tobias Figueiredo aos 41'.

Piccini (24 anos).

Mais desenvolto, mais atrevido, arrancou aplausos ao acelerar junto à linha e galgar terreno aos 56', com a bola dominada. Em plano menos positivo na manobra defensiva.

Tobias Figueiredo (23 anos).

A jogar sobre brasas, denotando fragilidade, despejou demasiadas bolas sem critério para a frente. Quase comprometeu com um lapso defensivo aos 41' emendado por Rui Patrício. Atravessa momento menos bom.

William Carvalho (25 anos).

Jorge Jesus colocou-o a central. Aposta ganha. William defendeu bem, passou melhor, pôs ordem no sector defensivo que tem andado muito intranquilo. Nota máxima.

Coentrão (29 anos).

Ajudou a trancar os caminhos para a baliza leonina e ainda fez duas incursões à frente muito sublinhadas com aplausos em Alvalade. Denota alegria a jogar, o que ajuda muito.

Battaglia (26 anos).

Descomplexado e voluntarioso, abordou todos os lances com determinação e vontade de puxar a equipa para a frente. Muito bom no desarme. Foi um elemento fundamental na prestação positiva do onze leonino.

Bruno Fernandes (22 anos).

Desta vez não deu muito nas vistas pois a equipa preferiu canalizar jogo pelos flancos, procurando menos o eixo do meio-campo. Mas teve apontamentos de inegável qualidade técnica.

Gelson Martins (22 anos).

Grande parte das transições rápidas foram asseguradas pelo extremo leonino, que nunca deixou de se integrar nas manobras defensivas. Outra exibição em bom nível.

Acuña (25 anos).

Criou desequilíbrios no corredor esquerdo e revelou acutilância. Fundamental nas bolas paradas: hoje, tal como contra o Mónaco, foi ele a marcar o canto de que resultou o golo.

Podence (21 anos).

Conquistou por mérito próprio um posto no onze-base deste Sporting. Imprime velocidade ao jogo sem nunca descurar a qualidade técnica. Aos 28' deu um nó cego à defesa italiana que arrancou aplausos no estádio.

Bas Dost (28 anos).

Por vezes transmite a ideia de que se encontra algo desligado do jogo. Mas nos momentos cruciais não falha. Voltou a acontecer: aproveitando um ressalto, não perdoou. Mais um golo para o seu currículo.

Jonathan Silva (23 anos).

Entrou aos 61'. Vê-se que procura mostrar serviço, agradando ao público e ao treinador, mas não basta revelar vontade: é preciso mostrar mais acerto. O jovem argentino ainda tem muito que corrigir no plano defensivo.

Adrien (28 anos).

Entrou aos 61', na sua habitual posição de médio criativo. Rápido a reagir à perda da bola, ajudou a dinamizar a equipa e a ligar os sectores. Com a qualidade de sempre.

Bruno César (28 anos).

Entrou aos 61'. Percebe-se que procura recuperar a boa forma revelada nas últimas duas épocas, mas está ainda longe de a encontrar. A sua excessiva polivalência em campo, sem uma posição fixa, também não ajuda.

Iuri Medeiros (23 anos).

Entrou aos 61'. Destaca-se pela qualidade de passe, pela visão de jogo e pela eficácia nas bolas paradas. Hoje não teve grande oportunidade de mostrar estes atributos. Mas parece ter agarrado um lugar no plantel.

Alan Ruiz (23 anos).

Entrou aos 61'. Lento, apático, desgarrado da equipa, revelando algum ar de enfado, nada lhe saiu bem. Tentou o passe, sem conseguir. Tentou desmarcações, sem sucesso. Gastou quase todo o tempo a jogar a passo.

Doumbia (29 anos).

Entrou aos 61'. Menos acutilante e muito menos influente do que Podence, o titular da posição de segundo avançado, nota-se no entanto que anda à procura de acertar. Precisa de procurar mais linhas de passe.

Palhinha (22 anos).

Entrou aos 80'. Ainda a tempo de se evidenciar na recuperação de bolas e no reforço do quarteto defensivo. Contribuiu para consolidar um colectivo forte.

Ética - O Vídeo-Árbitro

Hoje, em Alvalade, o recurso ao Vídeo-Árbitro permitiu que prevalecesse a verdade desportiva, validando o golo marcado por Bas Dost. Boas notícias, certo?

Talvez não, pelo menos observando o que recentemente disseram os nossos opinadores:

 

Ribeiro Cristóvão- " Jogadores fazem grandes festas e depois não valeu...futebol é um jogo de erro, e o erro serve de discussão...para os jogadores é um quebra-cabeças, um bico-de-obra"

 

Mas, há quem vá mais longe...

 

Jorge Baptista- "Estão a matar emocionalmente o jogo, a pouco-a-pouco. Agora não, mas daqui a 10 anos se calhar ninguém vai ao futebol"

 

Espera lá, querem ver que os campeonatos se ganham "emocionalmente"? Com tanta gente a discutir problemas, até parece que o Vídeo-Árbitro não é uma solução possível para a defesa da verdade desportiva. Se calhar, não é ético, o erro é que é bom. Aplique-se já esse conceito nas empresas, no governo. A partir de agora, o erro é humano pelo que más decisões devem ser compreendidas por accionistas de empresas e pelo povo que elege os governantes. Sim senhor, agora deixa lá ver o que, lá fora, o melhor jogador de todos os tempos e célebre "batoteiro" diz sobre o tema:

 

Diego Armando Maradona "d10s"- "A tecnologia traz transparência e qualidade, e proporciona um resultado positivo a equipas que decidem atacar e correr riscos".

 

Pois, este não percebe nada disto, os nossos "iluminados" é que sabem tudo.

 

A integridade das competições, a ética e verdade desportiva, nada disso interessa, o importante é a emoção, mesmo que os adeptos tenham uma comoção quando lhes anulam (mal) um golo. Quem aplicou a tecnologia ao rugby, ao futebol americano, ao ténis, são uma cambada de relapsos, os nossos comentadores é que sabem tudo...

 

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