Em 22 destaques feitos pelo Sapo em Junho, entre segunda e sexta-feira, para assinalar os dez blogues nesses dias mais comentados nesta plataforma, És a Nossa Fé recebeu 20 menções ao longo do mês.
«A sua família, Anónimo, sabe que uma parte do seu vencimento é entregue ao seu clube, todos os meses, através de quotas, para pagar a bruxos na Guiné?»
Antes do arranque do campeonato nacional de futebol 2017/18, relembro os meus apontamentos da época passada. Para recordar os jogadores que se evidenciaram mais em cada desafio.
13 de Agosto (Sporting, 2 - Marítimo, 0): GELSON MARTINS
Amigos do Record: simpatizo com o vosso jornal, que leio com regularidade quase diária, e respeito o trabalho que fazem, por vezes em circunstâncias nada fáceis - sem prejuízo de discordâncias pontuais que já tenho assinalado aqui.
É nesta qualidade de leitor atento que venho sugerir-vos uma alteração de método nas classificações que costumam atribuir aos jogadores no final de cada partida. Faz pouco sentido avaliá-los só com notas de 1 a 5: é uma margem demasiado curta para percebermos as subtilezas da actuação de cada um, num desporto em que muitas vezes o segredo do sucesso (ou do insucesso) está nos pormenores.
Reparem no que sucede hoje na página 6 da vossa edição impressa: todos os jogadores titulares da equipa das quinas recebem nota 3 pelo desempenho nos 120 minutos da partida disputada ontem frente ao Chile, que terminou 0-0 e acabou por ser desempatada com penáltis, favoráveis à selecção sul-americana. Mas alguém acredita que William Carvalho e Cédric, dois gigantes ontem no relvado, mereçam ser contemplados com a mesma nota que o desastrado José Fonte, o inábil André Gomes ou o perdulário André Silva? Claro que não.
Sugiro-vos portanto que alterem a vossa bitola. Adoptem a que vigora nos diários vossos concorrentes (A Bola e O Jogo), que avaliam os jogadores de 1 a 10. Não precisam de pagar direitos de autor: nenhum deles foi pai da ideia. E há que assumir sem complexos nem preconceitos que a concorrência tem por vezes melhor critério que nós. É o caso.
Parece-me a ocasião propícia para tal mudança: estamos no defeso futebolístico, antes do início de uma nova temporada. Ponderem nisto. E recebam as minhas saudações desportivas.
Ficámos anteontem a saber que o treinador do Sporting, neste recomeço dos trabalhos da equipa principal de futebol, decidiu afastar do plantel quatro jogadores: Douglas, Marvin, Petrovic e Schelotto.
Todos eles foram muito criticados, ao longo da época, no És a Nossa Fé. Douglas, um pinheiro sem mobilidade no eixo da defesa; Petrovic, médio defensivo curto de ideias e curto de passe; Marvin Zeegelaar e Schelotto, laterais mais-que-imperfeitos a defender, responsáveis por muitos golos sofridos pela nossa equipa na época que terminou.
Não esqueçamos, no entanto, que o responsável pela vinda destes jogadores para Alvalade foi Jorge Jesus - o mesmo que acaba de os remeter à proveniência. Por vezes certos factos merecem ser lembrados. E nós, por cá, felizmente não sofremos de amnésia.
O futebol é um jogo desmedidamente complexo, com insondáveis dificuldades metafísicas. Por isso só um espírito catedrático e de apurada sofisticação conceptual alcançará as subtilíssimas razões que levaram o abstracto André Gomes a permanecer em campo 115', todas elas, como é obvio, incompreensíveis à mente dos gentios que hesitam entre achá-lo uma inutilidade ou um trambolho. Quem sabe se um dia se comprenderá o que faz ele na vida.
Instalou-se a guerra sem quartel entre Benfica e FC Porto. Salvo melhor opinião, o Sporting deve assistir institucionalmente à refrega sem intervir na praça pública, evitando conspurcar-se com lama alheia. E muito menos deve advogar a retirada compulsiva dos quatro mais recentes campeonatos ao SLB. Pelo simples motivo de dois deles terem sido ganhos com o actual treinador leonino ao leme encarnado.
Uma promessa de revelações bombásticas disparada para o ar pelo mais desprezível avençado do Benfica, a quem ninguém hoje atribui o menor crédito, motivou um comunicado da SAD leonina.
Parece-me que andam a dar importância em excesso a tal sujeito, protagonista inconfundível do anedotário nacional e repudiado por muitos benfiquistas, incapazes de se reverem naquele histérico discurso antifutebol, que transforma cada rival num inimigo, confunde conversa de porteira com comentário televisivo e se assume a tal ponto como voz do dono que acaba por incomodar o próprio dono. Nada mais natural: quem se deita com cães, acorda com pulgas.
Se o fulano bolçar mais falsidades, remetam-no para o tribunal. Mas deixem-se de avisos preventivos só porque esse desqualificado prometeu pôr a boca no trombone. "Perro que ladra no muerde", como diz o velho adágio castelhano, em tudo semelhante ao que os nossos mais sábios antepassados também já diziam por cá.