Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

És a nossa Fé!

Da vero

A grande área de Itália é habitada por 4 canibais que acampam juntos nela já há muitos anos. Qualquer equipa que se veja rebaixada ao estalingrado do último terço do terreno anda por ali ó mãe, ó mãe, com as cuecas na mão e o coração na boca, aos biqueiros para a bancada à espera da estocada fatal que há-de chegar - olha os Checos contra a Espanha...

A Itália não. Os canibais da defesa, todos de Torino e somando um século e um quarto de idade, apesar de se darem por juves, é como estão melhor é quando lhes cai em cima o peso do mundo. O truque é simples: primeiro fazem-se de cristãos e dizem: "deixai vir a mim as crianças!" Cheios de esperança pueril os avançados adversários correm para eles de bola dominada, ou centram-na à confiança; mas, de repente, têm pela frente um comunista, desses dos antigos, que come criancinhas ao pequeno-almoço.

E depois é passar o tempo nisto, os belgas a baterem e baterem na porta da frente e a vê-las entrar duas vezes pela porta das traseiras.

Querem ver que os florentinos dos italianos ainda vão ganhar isto?

Santos da casa

Não fossem as coisas o que são, oferecer-se-iam poucas dúvidas a Fernando Santos. A selecção deveria jogar preferencialmente com:

 

Rui Patrício, Cédric, Ricardo Carvalho, José Fonte, Raphael Guerreiro, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário e Cristiano Ronaldo como escolhas óbvias, entrando depois André Gomes (Moutinho não está em forma) ou Éder, dependendo do sistema táctico (com ou sem ponta-de-lança) e Nani ou Quaresma, dependendo da forma de cada um.

 

O problema deste 11 titular é ser uma óbvia homenagem à formação do Sporting (nove em onze jogadores, quatro dos quais da equipa actual). Como se trata da selecção de Portugal, Santos acha que tem de pôr a jogar o portista e o benfiquista de serviço. No caso do portista, a equipa não fica muito mal servida: Danilo é bom. A vantagem do meio-campo do Sporting, para além de ser bom, é a de os seus membros jogarem juntos há dois anos. Mas pronto, é preciso pôr lá o portista. Compreende-se. Sai o William. Só que, a partir daqui, está destruído o meio-campo do Sporting e todas as combinatórias são possíveis e razoavelmente indiferentes: o único que se tornou indiscutível foi o João Mário.

 

Quanto ao benfiquista de serviço é que é pior: Eliseu não, mas sabe-se lá o que fará Santos; sobra Renato Sanches (André Gomes já não satisfaz inteiramente o benfiquista, parece-me a mim): se for escolhido, desaparece a coerência do meio-campo e uma das maiores forças da equipa.

 

Depois, há o peso dos consagrados e do Real Madrid: Santos ainda é capaz de escolher Moutinho (apesar de não andar a jogar nada) e Pepe (apesar dos pontapés nos adversários, das cabeçadas no Muller e do teatro na final da Champions).

 

Será entre jogar com a melhor equipa e não jogar, em nome de decisões políticas que provavelmente qualquer seleccionador teria de fazer, que se decidirá a carreira da selecção neste Campeonato da Europa. Logo veremos o que dá.

A ver o Europeu (1)

euro_2016_logo_detail[1].jpg

As individualidades fazem a diferença no futebol, desporto colectivo? Claro que sim. Uma vez mais isto se confirmou esta tarde em Toulouse, no jogo Espanha-República Checa, a contar para o Grupo D do Campeonato da Europa. Os espanhóis venceram tangencialmente, num desafio em que foram os únicos a procurar a vitória. Mas de nada serviria à Roja a superioridade técnica e táctica se não dispusesse de um jogador de excepção, que persiste em exibir o seu talento depois de já ter conquistado tudo no mundo do futebol: Andrés Iniesta. Foi dele a soberba assistência, aos 87', para o solitário golo de Piqué que desfez enfim o nó atado pelos checos, com 11 jogadores atrás da linha de bola - numa vergonhosa réplica daquilo que dois terços das equipas portuguesas costumam fazer no nosso campeonato quando enfrentam os chamados clubes grandes.

Quem acompanhasse o jogo com atenção, como sucedeu comigo, percebia que o golo espanhol poderia tardar mas não falharia. No entanto seria necessário um laborioso trabalho de paciência para trocar a bola frente à grande área checa, enleando a equipa adversária entrincheirada no seu reduto, onde até o astro Rosicky exercia missão defensiva. Precisão, acutilância e nervos de aço - algo que apenas a maturidade confere, algo só ao nível de Iniesta, Bola de Ouro 2012, campeão mundial e bicampeão europeu.

Continua a ser um prazer vê-lo jogar. No lance decisivo, quando outros já pareciam descrentes, ele fez a diferença. Porque acreditou e trabalhou em função dessa crença, vital no desporto de alta competição. Soube temporizar, soube dominar a bola com notável requinte técnico, soube colocá-la com precisão milimétrica ao alcance de Piqué, seu colega de equipa.

Quem sabe não esquece. E nesta selecção espanhola, inferior à que nos deslumbrou em 2008, 2010 e 2012, são ainda os veteranos a marcar o ritmo e a cadência - como os dois jogadores do Barcelona já mencionados, David Silva e Sergio Ramos.

Em equipa que ganha não se mexe. No Euro 2016 esta promete manter-se inalterável.

 

Espanha, 1 - República Checa, 0

 

Convém não acordar o telespectador

Quem disse ao Simão Sabrosa que ele tem vocação para comentador de futebol devia estar a gozar com ele ou, na melhor das hipóteses, estava profundamente equivocado. Motivo? Sabrosa é uma negação absoluta neste domínio.

Escrevo estas linhas enquanto assisto ao jogo Espanha-República Checa na Sport TV. O locutor, cujo nome ignoro, e Sabrosa, suposto comentador, disputam entre si o título de vozes mais soporíferas da pantalha nacional. Falam com voz pausada, monocórdica, arrastada, molengona, como que tentando incutir sono a quem assiste. Quase nem falam: sussurram. Nem parece que estão a assistir a um bom jogo num dos maiores cartazes mundiais do futebol.

O prémio, para mim, vai para Sabrosa. Pouco se escuta a voz dele. E quando "comenta" é para proferir banalidades em frases sucintas, carregadas de reticências: "A Espanha... tem que... que ser rápida na transição defesa-ataque para poder... ter mais espaço... no meio-campo da República Checa."

Em tom baixinho, não vá algum telespectador despertar.

Balanço (24)

 

^25CC96879479DEB4C10B2FFDC0DBEB6D28446FE98356CA87E

 

O que escrevemos aqui, durante a temporada, sobre TEO GUTIÉRREZ:

 

- Eu: «Quatro jogos oficiais, três golos marcados. O caminho faz-se caminhando.» (28 de Agosto)

- José da Xã: «Teo Gutiérrez marcou um golo... E que golo, meus senhores. Aquela finta a tirar o defesa do caminho....» (11 de Dezembro)

 - Pedro Boucherie Mendes: «Assobiar jogadores é tiro no pé e criar uma má relação entre a torcida e Teo não é a melhor das iniciativas. Podemos vir a precisar dele a sério, da sua ratice e finta curta, do seu sentido de oportunidade e da sua experiência.» (19 de Fevereiro)

- Luciano Amaral: «O Jesus faz aquele número do Teo só para nos chatear, não faz?» (6 de Março)

{ Blogue fundado em 2012. }

Siga o blog por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

 

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D