Esta semana, mais uma entrega de uma peça do tabuleiro "Benfica no Xadrez"
Vale e Azevedo saiu agora da prisão, fica em liberdade três dias.
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Vale e Azevedo saiu agora da prisão, fica em liberdade três dias.
Tribunal do jornal o Jogo unânime: Carlos Mané sofreu penálti aos 13' e o segundo "golo" da Académica foi irregular.
A palavra aos três especialistas em arbitragem.
Sobre a grande penalidade que ficou por assinalar:
Jorge Coroado: «Hugo Seco empurrou Mané pelas costas com ambas as mãos. Grande penalidade inequívoca e incompreensivelmente não assinalada.»
Pedro Henriques: «Hugo Seco, com as mãos e de forma negligente, empurra Mané pelas costas e este desequilibra-se. Infracção passível de grande penalidade.»
José Leirós: «Muita confusão, muita proximidade, muitos protestos e uma grande penalidade por assinalar. Hugo seco empurrou Mané pelas costas, derrubando-o.»
Sobre o golo que nunca devia ter sido validado:
Jorge Coroado: «Golo irregular. João Real estava fora de jogo, participou e influenciou a acção de um adversário. Devia ter sido sinalizado.»
Pedro Henriques: «Mesmo não tocando na bola, ao tentar disputar a mesma e aproximando-se do seu adversário a menos de metro e meio - neste caso estava junto -, [Real] toma parte activa no jogo, influenciando a acção do adversário.»
José Leirós: «Que irregularidade! No momento do passe, João Real já estava em posição de fora de jogo - só tinha um adversário entre si e a linha de baliza. Depois, teve intenção de jogar a bola, disputando-a em fora de jogo de acção e interferindo na acção de Ewerton.»
Conclusões:
Jorge Coroado: «Arbitragem calva de critério, de conhecimentos e atitude. Merecia bolinha vermelha no canto superior direito. Está há muito tempo na primeira categoria.»
Pedro Henriques: «Uma arbitragem irregular com decisões técnicas e disciplinares menos assertivas e correctas que acabaram por ter influência no desenrolar do jogo.»
José Leirós: «Esta arbitragem prejudicou o Sporting, o futebol luso e a classe da arbitragem. Espera-se que os árbitros mais novos não tenham visto, não serve de incentivo.»
Só faltam catorze jogos.
Não há Cosme Machado que corte a raiz do nosso contentamento.
Com a vergonhosa actuação de ontem, Cosme Damião, perdão Cosme Machado só pode receber nota negativa dos selectos avaliadores das arbitragens. Qualquer outra hipótese seria um escândalo ainda maior do que a patética exibição deste apitador no nosso estádio.
Estaremos atentos às "fugas de informação" que vão seguir-se.
O mundo sabe que estes não são tempos nada fáceis para o Sporting. O sistema atira-se com todo o peso para cima de nós.
A arbitragem de Cosme Machado, ontem, foi apenas um pouco mais longe que outras a que temos assistido. Cosme Machado, não teve nenhuma vergonha nem qualquer problema na tentativa de contribuir para que o Sporting perdesse pontos. Cosme foi o MVP da Académica. Um jogo que terminaria normalmente em 4 ou 5-1 foi ganho à custa de muito esforço, dedicação e devoção da nossa equipa.
Cosme apitou desta forma porque está careca de saber que são este tipo de procedimentos que farão bem à sua carreira. Os observadores lá estarão, para lhe concederem uma benigna avaliação pela performance. O homem da arbitragem continuará a nomeá-lo para jogos decisivos. Ontem Cosme passou no teste, e só não terá nota máxima porque, apesar de tanto esforço, falhou o seu grande objectivo.
Ao mesmo tempo que se tentam surripiar pontos dentro de campo, pressiona-se o clube fora de linhas. Disparam em todas as direções. À ameaça de suspensão de Slimani, às incessantes expulsões de dirigentes e técnicos e ao condicionamento da arbitragem através de nomeações e classificações, juntam-se as patéticas ameaças do Benfica de processos por tudo e por nada.
É com isto que vamos ter que contar até ao fim do campeonato. Ninguém melhor que Jesus pode entender a desigualdade entre ter todo o peso do sistema do seu lado ou contra ele. A diferença do ano passado nunca estava no campo. Esteve sempre no colinho. E esse continua bem confortável e a tentar replicar os sucessos que obteve noutras épocas.
Infelizmente, a direção do Sporting ainda não encontrou o tom certo para lidar com estes casos. Enviar Octávio Machado para dar a cara é um tremendo erro.
Estão todos a precisar de umas sessões de Media Training.
Golo de MIGUEL GARCIA
Az Alkmaar – Sporting Clube de Portugal
5 de Maio de 2005
Quando foi lançado este desafio, pensei em muitos golos a que já tive o privilégio de assistir. A grande questão é saber qual o critério de eleição do melhor golo do Sporting Clube de Portugal.
Para mim, o melhor golo não é definido pelo pormenor técnico ou o grau de dificuldade na execução mas sim pelo impacto gerado no momento.
Na minha vida pessoal, profissional ou desportiva, acredito que podemos cair mas temos a obrigação de lutar até ao último suspiro porque só assim conseguimos atingir os nossos objetivos.
Mais do que jogadores, tínhamos uma equipa capaz de lutar até ao último minuto e que nunca desistia.
O Miguel Garcia foi apenas um dos exemplos da aplicação prática do nosso lema porque só com Esforço, Dedicação e Devoção conseguimos atingir a tão desejada Glória.
Saudações Leoninas
A Bola: «Escândalo - Inacreditável que o segundo golo da Académica tenha sido validado» (texto da manchete de hoje)
Record: «Jogo com graves erros de arbitragem - penálti por assinalar e golo mal validado» (texto da manchete de hoje).
António Tadeia (RTP 3): «Sem dúvida irregular, o segundo golo da Académica.»
Joaquim Rita (SIC Notícias): «Um erro grave do árbitro. Foi demasiado óbvio que João Leal estorva a acção de Ewerton.»
José Nunes (RTP 3): «Há, de facto, um fora de jogo posicional. A posição do jogador da Académica perturba a acção do jogador do Sporting.»
Luís Vilar (SIC Notícias): «[João Leal] está claramente fora de jogo. Não só se fez ao lance como até tocou em Ewerton. O Sporting acaba por ser prejudicado neste lance.»
Nuno Dias (RTP 3): «O Sporting tem claras razões de queixa de Cosme Machado, um árbitro que se equivoca muitas vezes e hoje voltou a estar mal. Há claramente uma grande penalidade sobre Carlos Mané e há clara irregularidade no segundo golo da Académica.»
Pedro Sousa (TVI 24): «A Académica fez um remate e marcou dois golos, sendo que o segundo é irregular. (...) Duas decisões absolutamente erradas de Cosme Machado. Carlos Mané foi derrubado pelas costas: era não só grande penalidade como expulsão do jogador da Académica. Um ror de erros no capítulo disciplinar.»
Rui Pedro Brás (TVI 24): «Independentemente de o jogador da Académica ter ou não tocado na bola, é sempre fora de jogo. É um lance fácil de ajuizar. Um erro grosseiro, mas não foi o único: Cosme Machado, desde o início, mostrou uma tendência de inclinar o campo. (...) Aquele penálti sobre Carlos Mané era penálti em qualquer parte do mundo.»
Esta noite o Sporting enfrentou duas equipas: a Académica, que se colocou a vencer com um lance de bola parada logo nos minutos iniciais, e a equipa de arbitragem liderada por Cosme Machado na pior actuação de um "juiz" de partida neste campeonato que já vai na 20ª jornada. Vergonhosa é a expressão correcta para definir a péssima exibição deste árbitro que perdoou uma grande penalidade cometida logo aos 13' sobre Carlos Mané e na segunda parte viria a validar um "golo" da Académica marcado em posição irregular, como o País inteiro viu.
Jorge Jesus foi expulso por alegadas palavras de protesto junto do quarto árbitro na sequência de um cartão amarelo exibido a Adrien por se ter precipitado na marcação de um livre. Este cartão foi mais uma prova evidente de que o árbitro estava ali não para valorizar o futebol mas para assassinar o espectáculo perante um estádio que contou com a presença de mais de 40 mil espectadores.
Eu estava lá e vi. Uma Académica frágil, que nem a perder por 2-3 saiu do seu último reduto defensivo. Uma Académica medrosa e caceteira que só pode merecer elogio pelo tal lance de bola parada que lhe valeu o único golo legal e resultou de uma clara falta de marcação da defensiva leonina, que hoje jogou desfalcada devido às ausências de Jefferson e Paulo Oliveira.
Felizmente a vitória sorriu ao Sporting graças a um golo de Montero aos 84'. Caso contrário o escândalo seria ainda maior.
A figura do jogo foi Adrien, autor do mais belo golo do Sporting até agora neste campeonato. O primeiro dos três que aqueceram esta noite fria.
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RUI PATRÍCIO (4). Saiu mal dos postes no lance que viria a gerar o segundo "golo" da Académica. O golo foi irregular, mas o guarda-redes ficou mal na fotografia.
JOÃO PEREIRA (7). Incansável no apoio ao ataque, ganhou sucessivos lances individuais. Foi uma constante dor de cabeça para a Académica. Assistência soberba para o segundo golo.
NALDO (3). Lesionou-se muito cedo, acabando por ser substituído por Ewerton. Já antes se tinha percebido que estava com problemas físicos.
RUBEN SEMEDO (5). A sua inclusão no onze titular foi a maior surpresa de Jesus para este jogo. Teve apontamentos positivos - no passe e na presença na grande área. Faltaram automatismos com os colegas, o que se compreende.
MARVIN (5). Correu muito mas nem sempre bem. Embrulhou algumas jogadas por falta de objectividade e vontade de fazer tudo sozinho. Tem de melhorar muito para destronar o titular Jefferson, ausente por lesão.
WILLIAM CARVALHO (4). Alternou boas recuperações de bola com alguma passividade. Percebe-se que está longe da melhor forma física. Foi substituído ao intervalo.
ADRIEN (9). Outra exibição superlativa do nosso capitão. A jogada do nosso golo aos 30', toda construída por ele, merece figurar em qualquer antologia. Incansável a trabalhar para a equipa.
JOÃO MÁRIO (8). Complementou da melhor maneira a actuação de Adrien, dando-lhe a melhor sequência. Deixou a cabeça em água e os rins doridos a diversos jogadores adversários.
BRYAN RUIZ (6). Um pouco mais apagado do que nos tem habituado, só a espaços demonstrou a sua indesmentível categoria. O seu maior mérito foi ter marcado o nosso segundo golo, aos 43', numa jogada construída por Carlos Mané.
CARLOS MANÉ (7). Voltou ao onze titular e teve desempenho claramente positivo. Aos 13' foi carregado em falta num lance que devia ter valido um penálti e expulsão do adversário. Construiu o segundo golo, que ofereceu a Ruiz.
SLIMANI (4). Muito apagado ao longo de todo o jogo, desta vez não conseguiu libertar-se das marcações. Mal tocava na bola, era rodeado por dois ou três adversários numa espécie de colete-de-forças.
EWERTON (4). Substituiu Naldo aos 33' mas nunca transmitiu verdadeira confiança ao nosso eixo defensivo, como ficou evidente no lance do segundo "golo" da Académica, embora com um adversário em posição irregular.
GELSON MARTINS (6). Não chegou a ter a influência revelada noutros desafios, mas sacudiu algum torpor da equipa quando foi lançado, aos 46', a substituir William. Boas movimentações. Falta-lhe maior poder de fogo na grande área.
MONTERO (7). Por vezes parece alheado do jogo: é sobretudo uma questão de estilo porque em momentos-chave não falha. Hoje funcionou como saca-rolhas ao marcar o terceiro e decisivo golo do Sporting, iam decorridos 84'.
Fui só eu que vi ou hoje Slimani até estava com medo de fazer sombra aos adversários?
Um canto oferecido de forma estúpida, de que resulta um golo estúpido. Depois, foi o Cosme show. Cosme percebeu bem as notícias da semana: tudo aquilo de que o Sporting se queixar é arquivado. O Sporting não vale um caracol nas "estruturas". É surrar o Sporting. A Académica tem um remate e dois golos. Uma eficácia acima de 100%. Então Jesus, aposto que já tens saudades do manto protector.
O jogo estava de loucos. O resultado na altura, de 2 a 2, não interessava de maneira nenhuma ao Sporting. De súbito Montero salta do banco para colocar a nossa equipa a vencer.
Bastavam as palavras supra para resumir o que se passou esta noite em Alvalade. Porém...
Sempre considerei Montero um jogador de eleição. Falha muito, concordo, mas também tem safo o Sporting de alguns apertos. Como o desta noite... E não fosse Gelson atrapalhar o ponta-de-lança, muito provavelmente teria marcado outro golo.
Não jogou muitos minutos, mas assim que entrou o Sporting surgiu diferente. Retenho na memória uma jogada em que, quase encostado à linha de fundo, conseguiu desembaraçar-se de três adversários com muuuuuuuuita classe.
Montero é mesmo um fantástico jogador!
Ora falta somente actualizar o "mano-a-mano": Teo - 7, Montero 6.
Está cada vez mais interessante este duelo... colombiano.
Gostei
Da vitória. Mais um jogo, mais uma vitória. Esta claramente mais difícil pois jogámos contra duas equipas: a da Académica e a de arbitragem, liderada por Cosme Machado.
De Adrien. Mais uma exibição de cinco estrelas do nosso capitão, que marcou o golo inaugural do Sporting à meia hora de jogo. Um golo que fez levantar o estádio e vai figurar certamente entre os melhores deste campeonato. O luso-francês voltou a ser o melhor em campo, jogando à campeão.
De João Mário. Outra enorme exibição do jovem ala formado na nossa academia. Foi essencial para ligar o meio-campo ao ataque com a sua visão de jogo. Deixou diversas vezes a defesa adversária desposicionada, abrindo linhas de passe aos colegas. É um prazer vê-lo actuar.
De Montero. O internacional colombiano entrou aos 66', com a missão de desfazer o nó provocado pelo empate da Académica através de um golo irregular. Missão cumprida: aos 84' marcou o nosso terceiro - e decisivo - golo, garantindo os três pontos de que necessitávamos para continuar na liderança do campeonato. Um lance de execução perfeita, com grande domínio técnico do nosso avançado.
De João Pereira. Grande partida do lateral direito, num constante vaivém na sua ala. Aos 28' fez um cruzamento soberbo para Bryan Ruiz rematar na grande área, possibilitando ao guardião de Coimbra a melhor defesa do encontro. Aos 84' foi dele o cruzamento letal que funcionou como assistência para o golo de Montero.
Do lance individual de Carlos Mané aos 43'. Jogada de insistência do jovem extremo, que pôs dois defesas fora do caminho e serviu de forma perfeita Bryan Ruiz: o costarriquenho só teve de encostar o pé para marcar o segundo golo. Sem deslumbrar, foi a melhor exibição de Mané nesta temporada.
Do apoio intensivo da claque leonina. Hoje voltámos a ser mais de 40 mil no estádio. Apesar do frio, apesar do horário tardio, apesar dos atentados à verdade desportiva cometidos por uma arbitragem manifestamente incompetente.
Da nossa supremacia na classificação. Vamos com 51 pontos, continuando a liderar a Liga 2015/16.
Não gostei
De Cosme Machado. O apitador de serviço cometeu erros grosseiros - o maior de todos foi validar o segundo golo da Académica quando todo o estádio viu que o jogador João Real estava em fora de jogo, assinalado pelo próprio árbitro auxiliar. Já aos 13' o "juiz" da partida tinha feito vista grossa a uma grande penalidade cometida sobre Carlos Mané - lance em que devia ter sancionado o jogador da Académica com cartão vermelho. As expulsões de Jorge Jesus e do nosso treinador de guarda-redes, Nelson Pereira, desfizeram as últimas dúvidas: o senhor Machado compareceu em Alvalade com a missão de prejudicar o Sporting, inclinando o campo totalmente contra nós. Uma vergonha.
De consentirmos um golo nos minutos iniciais. Pelo terceiro desafio consecutivo, começámos a perder. E voltámos a sofrer dois golos - embora um deles escandalosamente irregular.
Que Slimani desta vez não tivesse marcado. O argelino bem tentou, mas não conseguiu libertar-se das marcações.
Da lesão de Naldo. O brasileiro teve de sair aos 33', dando lugar a Ewerton, que voltou a transmitir uma sensação de intranquilidade.
Das ausências de Paulo Oliveira e Jefferson. Fizeram ambos falta num quarteto defensivo oscilante onde João Pereira é o único a merecer nota francamente positiva.
Fotografia minha, tirada esta noite em Alvalade
Jogar sempre contra catorze também cansa!
9 Jun 1900 / 8 Fev 1985
Rui Patrício joga intencionalmente a bola com a mão dentro da sua grande-área num lance claríssimo para grande penalidade.
Golo de MÁRIO
FC Porto-Sporting (meia-final da Taça de Portugal)
10 de Maio de 1987, Estádio das Antas
Certamente admirarei todos aqueles que os colegas do blog escolherão e aposto que outros ficarão sem registo, sendo tão bons ou melhores que os que aqui apresentamos.
O que escolho tem a ver com a envolvência.
Um amigo a quem chamo de irmão (e que retribui), que é ainda um bocadinho mais doente pelo Sporting do que eu, desafiou: "Vamos ver o jogo ao Porto?"
"E os bilhetes?" perguntei. Agora compram-se bilhetes na hora, em 1987 era um pouco mais complicado...
"Sem problema, tenho um amigo do Porto que compra os bilhetes."
Lá fomos, dois casais e o meu sogro, um belo Leão.
A primeira surpresa: os bilhetes eram para o chamado "tribunal das Antas", ali mesmo no meio dos sócios dos tripeiros. Nem o polvo no lampião Aleixo, ao almoço, soube ao que devia...
Recordo a recepção ao autocarro do Sporting, uma loucura. Por curiosidade, o GR suplente (que veio depois a ser titular após o fim da carreira do grande Damas) nessa época era Vital, amigo de infância, colega de escola e patrício nabantino. Trocámos um efusivo cumprimento.
E lá fomos para o meio da tripeirada. Incógnitos e ainda bem, que as ameaças eram tudo menos que veladas, entre um ou outro relato duns "gamanços" de carteiras, por parte dos próprios contadores da estória.
A forma como foi recebido o Sporting em campo foi, digamos, molhada... com líquido orgânico acondicionado em sacos de plástico (sempre que me ocorre esta situação, vem logo a do Nuno Luz no estágio da selecção), atirado com precisão em direcção aos nossos. Nas bancadas houve "porrada de criar bicho" e aí demos graças ao amigo tripeiro pela escolha do local. Aqui limitámo-nos a não abrir a boca, mas pelo menos passámos um jogo tranquilo. Tão tranquilo, que aquando do golo nem nos atrevemos a comemorar! Imaginem os gajos todos a espumar, nós com uma vontade enorme de saltar e comemorar e o que me saiu da boca foi um "acho que estava fora-de jogo" para o meu amigo, ao que ele respondeu "estavam completamente fora" e sorrimos os três, que o sogro fez tal mimetismo que se diria um verdadeiro afuradense.
Agora imaginem três tipos a sair da bancada central das Antas, com uma vitória no bolso e a nem sequer lhes passar pela cabeça extravasar os sentimentos. Posso-vos dizer, meus amigos, que o cachecol e a bandeira do Sporting só viram a luz do dia quando atravessávamos a Arrábida!
O jantarinho de comemoração foi no primeiro restaurante de rodízio que por cá apareceu, ali por volta de Mealhada, ou coisa que o valha.
O golo, não pela espectacularidade, repito (apesar de ter sido um golaço), mas pela envolvência, foi este:
Ficámos hoje a saber que Pinto da Costa, com a voz embargada pela emoção, é o novo porta-voz do Benfica. Este ano o Dia de São Valentim chegou mais cedo.
E não é que o provecto Pinto da Costa despertou do coma tropical em que vegetava para ruminar opinião acerca da ida de Carrillo para o benfica? Ora aqui está um que sempre soube quem é o inimigo mais perigoso.
Golo de ANDRÉ CRUZ
Salgueiros-Sporting
14 de Maio de 2000, Estádio Eng. Vidal Pinheiro
Nasci em 1983, uma época após Malcolm Allison ter guiado o Sporting à conquista do campeonato e precisamente na época que marcou o início de um jejum de 18 anos de campeonatos nacionais.
Um acérrimo benfiquista, o meu avô, tentou convencer-me, desde que me lembro, a ser do Benfica. Não o conseguiu. A emoção que via no meu pai enquanto acompanhava os relatos dos jogos do Sporting fez-me sempre pensar que o Sporting era diferente. O acesso à informação era completamente diferente e provavelmente o meu pai até gritava, para mim, os golos sofridos pelo Sporting como se fossem a favor. Quaisquer que tenham sido os motivos, o resultado foi definitivo e já não havia hipótese de reversão. Sporting sempre!
Como sempre acompanhei muito com o meu avô e os seus amigos, quase todos benfiquistas, está bom de ver que passei a infância a ser massacrado com perguntas como: “Então, conta lá quantas vezes viste o Sporting ser campeão?”, “Sabes o que é comemorar um campeonato?”, “Diz lá ao teu pai para te deixar ser do Benfica.”. Como se ser do Sporting fosse uma imposição, ou como se o amor a um clube dependesse apenas dos títulos conquistados. Ser do Sporting não é nada disso, ser do Sporting é ser diferente, é ser de um clube que nos ensina a amar sem esperar retorno, que nos ensina a viver ilusões que não acontecem. Um clube real, por vezes cruel.
Claro que os títulos são importantes e por isso, aos 17 anos, a época desportiva de 1999/2000 foi marcante. Foi o “meu” primeiro campeonato. O plantel estava recheado de jogadores que eu adorava e que ainda hoje considero dos melhores que vi jogar em Alvalade: Schmeichel, Quiroga, Rui Jorge, César Prates, André Cruz, Duscher, Barbosa, Iordanov e Acosta. Além de um tal de De Franceschi que foi absolutamente decisivo nessa temporada.
Como é natural, nessa época existiram imensos jogos e golos marcantes. Desde o golo do Vidigal ao Campomaiorense que foi sem dúvida o jogo em que a equipa embalou, passando pelos golos de André Cruz e Acosta ao Porto, pelo golo de Di Francheschi ao Rio Ave e pelas grandes defesas de Schmeichel.
Mas o jogo que consagrou o regresso do Sporting aos títulos nacionais tem que ter lugar de destaque. Ao intervalo, e após uma primeira parte muito disputada, o Salgueiros, que lutava para não descer, conseguiu manter invioladas as suas redes. Mas ao intervalo, Augusto Inácio espevitou a equipa e ao minuto 47 o Sporting beneficia de um livre à entrada da área. Quem mais o poderia marcar de forma tão perfeita?
Estava desimpedido o caminho para um imensamente festejado campeonato nacional. André Cruz voltaria a marcar nesse jogo, já depois de Ayew e Duscher terem deixado a sua marca no jogo. O Sporting ganhou por 0-4 mas ainda com o resultado em 0-2, Peter Schmeichel faz uma defesa assombrosa que terá valido tanto quanto um golo.
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