2016 em balanço (5)
DECEPÇÃO DO ANO: ELIAS
Nunca devemos voltar aos locais onde já fomos felizes, diz quem sabe. Por maioria de razão, devemos evitar o regresso aos locais onde fomos infelizes. Nada garante que aquilo que à primeira não funcionou bem passe a funcionar melhor quando se dispõe de uma segunda oportunidade.
O brasileiro Elias Mendes Trindade, paulista de 31 anos, dispôs dela. E acabou por regressar a Alvalade três anos depois da abortada tentativa de conquistar um troféu ao serviço do Sporting – com tanto mais responsabilidade quanto era sabido que tinha sido o jogador mais caro da história leonina, custando cerca de 8,8 milhões de euros aos nossos cofres.
Os adeptos torceram o nariz. Para quê trazer de volta este médio que ficou ligado ao humilhante sétimo lugar de 2012/13 – a pior classificação de sempre do clube onde noutros tempos brilharam brasileiros como Géo, Osvaldo Silva, André Cruz, Jardel e Liedson?
Fui dos mais cépticos, confesso. Nem lhe concedi o benefício da dúvida. “Dizem que um tal Elias está em Lisboa para ‘substituir Adrien’. Só pode ser anedota de mau gosto. Na melhor das hipóteses, vem reforçar a equipa B”, escrevi aqui a 31 de Agosto, mal foi conhecida a notícia do seu regresso. Bem recordado da entrevista que o jogador deu há quatro anos em que confessava sentir-se “infeliz no Sporting”.
Gostaria de ter-me enganado. Infelizmente, não foi o caso. O Elias que voltou era demasiado semelhante ao Elias que partira: incapaz de acertar as marcações, falhando passes, rematando para trás, soltando a bola como se lhe queimasse os pés.
Em boa verdade, talvez não devesse ser decepção. Porque nunca foi ilusão. Quem disse que a história não se repete?
Decepção do ano em 2012: Elias
Decepção do ano em 2013: Bruma
Decepção do ano em 2014: Eric Dier
Decepção do ano em 2015: Carrillo