2015 em balanço (5)
DECEPÇÃO DO ANO: CARRILLO
Teve o seu ponto culminante no Sporting a 9 de Agosto, quando marcou o golo da nossa vitória na Supertaça frente ao Benfica - golo que aliás viria a ser oficialmente atribuído a Teo Gutiérrez, quanto a mim sem justificação. Os adeptos nessa altura perdoaram-lhe tudo: a displicência que tantas vezes exibiu em campo, a indisciplina táctica, a irregularidade exibicional.
Lamentavelmente, Carrillo ficou indiferente a essa onda de euforia. Esse momento culminante representou também o princípio do fim do peruano em Alvalade. A partir daí assumiu atitudes de prima donna, claramente apostado em abandonar o clube sem dar nada mais em troca. Numa altura em que todos estávamos dispostos a esquecer as três decepcionantes épocas que tinham ficado para trás - cheias de promessas não cumpridas por André Carrillo, jogador que raras vezes revelou raça leonina em campo. Uma espécie de anti-Slimani.
À beira do fim da relação contratual que o liga ao nosso clube, fez questão de não prolongar o vínculo, rejeitando um dos melhores salários do plantel. Recusou igualmente uma transferência para o futebol inglês que teria sido proveitosa para os cofres leoninos.
Pensou nele e só nele.
Preferiu deixar de jogar, quebrando em definitivo o elo afectivo que ainda o ligava a alguns sócios mais benevolentes. Foi alvo de um processo disciplinar e manteve-se fora dos confrontos europeus. O que teve o condão de abrir caminho a alguns jovens da formação leonina, como Gelson Martins e Matheus Pereira. Há sempre males que vêm por bem.
Carrillo tornou-se por vontade própria uma carta fora do baralho. Prossegue na contagem decrescente para sair do Sporting, um clube que sempre o tratou bem. E com isso acabou até por prejudicar-se ao nível da selecção peruana.
Só algumas melancias - verdes por fora, encarnadas por dentro - ainda o invocam. Em vão. Para o adepto comum ele já deixou de ser dos nossos. É pena mas convém assumir tal facto.
Não há que esconder: este jogador de 24 anos foi a grande decepção do ano. Sendo ainda presente, já se tornou um nome do passado.
Fica o golo na Supertaça como recordação.
Decepção do ano em 2012: Elias
Decepção do ano em 2013: Bruma
Decepção do ano em 2014: Eric Dier