Acabei de assistir a uma notícia abjecta no telejornal da RTP, a televisão pública, de todos nós, sportinguistas incluídos.
Segunda notícia do dia, logo a seguir ao décimo aniversário da tragédia do tsunami na Indonésia, uma notícia sobre o despedimento de Marco Silva. Abjecta! nojenta, apesar das declarações de Bruno de Carvalho, dizendo precisamente o contrário.
A seguir lá vieram a greve da TAP, coisa de somenos, alguém que foi ver Sócrates a Évora, e por aí fora...
Tal alinhamento leva-me a pensar que, não fora a declaração do presidente, e a notícia de abertura era mesmo o despedimento de Marco!
Eles estão mesmo declaradamente empenhados em dar cabo de nós.
Passamos meses a dizer, e com motivos de sobra, que o Benfica é levado ao colo pelas equipas de arbitragem, que atribuíram seis pontos extra aos encarnados - escandalosamente favorecidos em jogos como o Estoril-Benfica, o Nacional-Benfica e o Benfica-Gil Vicente - e depois alguém justifica o alegado afastamento de Marco Silva pelo facto de o SLB ter mais dez pontos do que o Sporting no campeonato?
Algo aqui não bate certo. Um discurso não cola com o outro.
É uma história repetida vezes sem conta: quando parece que se tinha erguido uma base, ainda a tremelicar, a partir da qual se poderia começar a construir qualquer coisa, vem alguém e destrói-a a pontapé. Já vimos isto tantas vezes no passado. Ingenuamente, achei que agora tínhamos conseguido sair desse passado. Parece que não.
Às vezes pergunto-me se não sou do clube mais estúpido do mundo.
1. Se não te derem nenhum central decente em Janeiro, não tenhas medo de assumir que o Tobias é melhor que qualquer um dos 3 centrais com que tens jogado habitualmente e aposta nele.
2. Gosto de muitas das tuas ideias de jogo, principalmente ofensivas, porque defensivas percebo que estás tão limitado que não dá para fazer muito (embora ache que há coisas que podes melhorar e que só dependem de ti). Em termos ofensivos gostas de um jogo de posse, de apoios, de combinações e de criatividade. Então e a tua primeira opção é Slimani? Não faz sentido nenhum. Abdicas de um dos mais inteligentes jogadores que vi jogar no Sporting e o único capaz de fazer aquilo que preconizas, por um tipo que é acutilante na área é certo, mas que não sabe dominar uma bola, fazer uma tabela, dar um apoio ou fazer um passe no espaço? Com ele em campo todas as tuas ideias deixam de fazer sentido. Não percebo. Na minha opinião ainda há uma outra opção que não percebo e que tem que ver com a possibilidade de jogares com William, João Mário e Martins no meio campo e não o fazeres. Sei que esta é mais difícil de perceber, mas acho que estavas a chagar lá. Repara no que faz o Ancelotti no Real: põe em campo os melhores, independentemente de ideias pré-concebidas sobre as posições dos jogadores. É isso que tens que fazer. Pôr sempre os melhores, leai-se os que percebem melhor o jogo e o que fazer em todos os seus momentos, a jogar.
Aproveita esta quadra para reflectir sobre a necessidade de resolver as divergências com o presidente, exige mais compromisso da parte dele para contigo, compromete-te mais, porque o Sporting é o clube ideal para ti. Para provares a tua qualidade, ganhares alguns títulos e dentro de 3 anos poderes estar noutro patamar.
1. O Sporting não é a Venezuela. Pelo que, tiques ditatoriais e cultos de personalidade (programas próprios na tv do clube, moções de confiança a meio de mandatos, comunicados de imprensa onde a táctica é disparar para todo o lado e vangloriar-se, ataques públicos a um grupo com que se está diariamente) são completamente dispensáveis.
2. A tua gestão do futebol tem sido, digamos, discutível para tanto auto-elogio. Foram mais de 30 contratações em 2 anos das quais se aproveitam meia dúzia. Não, não me esqueço que conseguiste a melhor contratação desde os tempos de João Pinto e Jardel. Saem Rojo e Dier e a solução é trazer um Naboy.
3. Marco Silva é muito melhor treinador que Leonardo Jardim e é a pessoa ideal para liderar um projecto de 3 ou 4 anos que nos poderá dar alguns títulos. Assim consigas tu perceber isso e não andares iludido que temos equipa para ser campeões, porque manifestamente não temos. Mérito te seja dado por contratares Marco Silva.
Aproveita esta quadra para reflectir e espero que te consciencializes de que ninguém faz nada sozinho e que não podes passar a vida a apregoar união entre sportinguistas e depois seres o detonador de desunião no futebol, como o já o tinhas feito com Jardim o ano passado.
Esta é a época adequada - como nenhuma outra - para todos percebermos que não existem querelas insanáveis. É o instante apropriado para estender a mão ao adversário, ao rival, ao amigo transviado, ao aliado desavindo.
É o momento oportuno para apelar a todos os homens de boa vontade que por estes dias estejam envolvidos em qualquer espécie de conflito com o seu semelhante: esqueçam agravos, inspirem-se no espírito da quadra, façam as pazes e caminhem em conjunto.
Natal: tempo de recomeço. Propício a virar a página e seguir em frente.
Aproveito a época para desejar boas festas e muita saúde a todos os sportinguistas, independentemente do credo ou geografia, sejam monárquicos ou republicanos, iconoclastas ou dedicados exigentes. Com tudo e com todos, contra os que tiver de ser, resistir é vencer!
Perseverar é chegar à glória e a inteligência racional e emocional as armas incontornáveis para fazer caminho.
Desejo um ano de 2015 cheio de respeito mútuo, dignidade, verticalidade nos princípios, humildade e acima de tudo empenho e sobriedade entre os homens.
Sejam mais ou menos esforçadas, muitas vitórias para todos!
Houve um treinador inglês do Benfica, três vezes campeão nacional na década de 70, que popularizou entre nós a expressão "No comments". Chamava-se Jimmy Hagan. Era homem de sorriso difícil e poucas falas. Só dizia aquilo que entendia ser indispensável. Com ele, o jornalismo especulativo - capaz de transformar um grão de ervilha nas cataratas do Iguaçu - tinha tarefa complicada.
"Não comento." Duas palavrinhas apenas. Com elas, é possível marcar pontos em matéria de comunicação. E sem necessidade de impor blackouts. Nada mais simples: basta manter a boca fechada. Para que haveremos de complicar o que é simples?
Escrevi aqui ontem sobre a necessidade de aperfeiçoar e reforçar os mecanismos de comunicação no Sporting. E apontei como exemplo o comunicado emitido pelo presidente Bruno de Carvalho cheio de críticas com destinatário interno no preciso momento em que o nosso maior rival era eliminado da Taça de Portugal no seu próprio estádio.
Nem de propósito, hoje temos outro exemplo a sustentar a minha tese de que falta pensamento estratégico no Sporting em matéria de comunicação. A direcção leonina decretou a lei do silêncio à comunicação social no dia em que o nosso clube atingia a excelente marca dos 120 mil sócios. Resultado: uma notícia muito positiva foi de imediato ofuscada pela outra.
Fica a pergunta: teria de acontecer tudo isto em simultâneo? E adianto já a resposta: claro que não.
Insisto: as vitórias não se obtêm só em campo. Também se marcam golos a comunicar bem. E há um autogolo cada vez que se comunica mal.
Desta vez houve dois vencedores: Edmundo Gonçalves e Leão do Fundão (que é reincidente). Ambos acertaram no resultado do Nacional-Sporting. Mas só aqui houve empate: em campo, a vitória leonina foi indiscutível.
Para o ano haverá mais. Ou seja, já daqui a duas semanas.
Nesta jornada aconteceu um feito inédito que passou despercebido.
Os três grandes venceram com a particularidade dos golos terem sido apontados por portugueses.
Ricardo Quaresma e Carlos Mané, produtos da escola de avançados do Sporting Clube de Portugal, marcaram para as respectivas equipas e João Capela, produto da escola de avençados do clube da freguesia (ao lado) de Carnide, apontou, também, um bonito golo... falso mas bonito.
Depois de ter afastado os dois melhores jogadores no confronto com o Benfica, oferecendo a vitória de bandeja aos encarnados, o Belenenses não parou de perder pontos. Foi primeiro a derrota em casa contra o Braga, é agora o empate a zero frente ao Rio Ave.
Não pode haver melhor símbolo para a verdadeira nulidade que é este Belenenses 2014/15, um clube que se prestou a pôr na mais humilhante das posições: de cócoras. Só falta saber quanto tempo o presidente da SAD, Rui Pedro Soares, consegue aguentar-se em funções.
Como diz o Pedro Correia aqui, o Sporting está ainda em todas as frentes.
Já o disse por aí e é tido por todos como verdade, as equipas têm altos e baixos.
O presidente do Sporting entendeu referendar, a meio, o seu mandato. Parece-me bem.
Há um ano, muitos de nós, a grande maioria, apoiavam a política de contratações do Clube, consubstanciada numa penúria de tesouraria de que todos temos uma pequena ideia.
O Sporting tem, reconhecidamente, uma das melhores escolas de futebol do Mundo e tem na "calha" alguns jovens quase prontos a integrarem a primeira equipa.
Sabemos das críticas que foram feitas a anteriores direcções (e bem), por terem conduzido o Clube quase à extinção, onde as contratações milionárias e as comissões chorudas foram provavelmente a causa principal.
Logo, não entendo por que "carga de água" se critica o presidente por dizer aos sócios que os reforços com que se conta são os jogadores da equipa B, precisamente quando parece que a equipa B começa a entrar nos eixos, ou seja, demonstrando que há jovens com valor nessa equipa; não esqueço que os sócios apoiaram, com o seu voto, esta política de contenção financeira, ela também consequência do acordo de reestruturação com a banca.
Bruno de Carvalho tem errado? uiiiiii, se tem!
Está hoje o Sporting melhor do que no início de 2013? uiiiiiiiiiiii, se está!
O que me irrita, ao fim e ao cabo, é que os que criticam o presidente por falar muito seriam os que o criticariam se não dissesse nada!
Eu quero lá saber de "política de comunicação". Eu quero é que o presidente defenda o clube, que é a sua obrigação. E parece-me que é consensual que o tem feito de forma exemplar! doutro modo estaríamos aqui no "És a nossa Fé" dum clube refundado. Convém não esquecer!
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