No primeiro golo do Sporting há dois toques decisivos, mas não são do William Carvalho: são o centro do Jefferson e o remate do Slimani para dentro da rede. O "caso" é ridículo: em que é que dois toques de centímetros num livre a dezenas de metros da baliza são um grande benefício? Se fosse só um toque até podia ser melhor, sabe-se lá. Se o livre fosse repetido, até podia ser mais perigoso. Os dois toques do William podiam ser mais uma jogada como tantas outras que acabaram em nada ou acabaram no poste, na trave ou na bancada. Aliás, nada daquilo parecia muito promissor. Valeu o "instinto matador" do Slimani. Já agora: e o fora-de-jogo mal assinalado ao Slimani? E a gravata ao Montero? Bem, tantas histórias que havia para contar.
Já no jogo do Benfica há um toque (em vez de dois) decisivo: é a cabeçada do Luisão em fora-de-jogo clamoroso. Mesmo a acabar a primeira parte e quando a Académica não deixava o Benfica jogar e até parecia ser capaz de meter uma bolita lá dentro. Se a Académica marcasse acabava o jogo? Claro que não. Marcando o Benfica, claro que acabou.
O campeonato português não é realmente a Champions.
Mandou estacionar o autocarro no reduto defensivo, com manifesto insucesso. Foi incapaz de ver a sua equipa rematar uma só vez à baliza. Levou um banho de bola durante 95 minutos. No fim, diz que a culpa foi do árbitro.
O Vitória de Setúbal veio hoje a Alvalade para não perder e não fez rigorosamente nada para tentar ganhar.
Na gíria, atravessou o autocarro.
E é pena; tenho boas memórias de grandes jogos do Vitória em Alvalade, onde vinha jogar o jogo pelo jogo, tentando claramente ganhá-lo.
Hoje, porém, foi um arremedo de uma equipa. A queimar tempo desde o apito inicial do arbitro.
Teve o castigo merecido! foram 3, mas poderiam ter sido 6, 7, ou mais.
Mas o resultado com que deveriam ter saído de Alvalade seria uma derrota por meio a zero! para ver se de uma vez por todas entendiam que o anti-jogo pode dar um pontinho, é verdade, mas a azia seria tanta, que no próximo jogo o Domingos poderia eventualmente ter a coragem de tentar jogar à bola!
O nosso Freddy Montero está definitivamente de "pé quente" (olha Pedro, mais um chavão...). E vão quatro golos do colombiano. O de hoje, não sendo como o que marcou contra o PF, é outrossim um belíssimo golo.
Contas feitas faltam "apenas" 10 remates certeiros para Montero ultrapassar a marca conseguida na época passada.
Da vitória. Num jogo em que o Sporting dominou por completo a equipa adversária, ganhar por 3-0 acabou por ser um resultado escasso. O Vitória de Setúbal quase não fez um ataque digno desse nome.
De Montero. Jogou muito bem e fez jogar ainda melhor. Teve um papel determinante na primeira meia hora do Sporting, em que dispusemos de cinco ou seis oportunidades de golo. Mandou uma bola ao poste nesse período. E aos 63' acabou por marcar um golo extraordinário, com um disparo a 40 metros da baliza, que fez levantar o estádio. O melhor em campo.
De Slimani. Causa dores de cabeça permanentes à defesa adversária. Voltou a acontecer hoje contra o V. Setúbal: movimenta-se a todo o momento na grande área, fixando os centrais em alerta permanente e desgastando-os com as suas desmarcações. E na altura certa aparece a cumprir o essencial da sua missão: marcar golos. Foi o que fez esta noite, por duas vezes: aos 62', marcando o primeiro do Sporting a passe de Jefferson, e aos 90'+3, a passe de Carrillo.
De Carlos Mané. Grande exibição do jovem extremo, sobretudo na primeira parte, com incursões contínuas no reduto defensivo do V. Setúbal, ganhando sucessivos confrontos individuais e cada vez mais rigoroso nos cruzamentos. Percebe-se o efeito das sessões de treino no seu desempenho, para bem da equipa.
Do dispositivo táctico. Marco Silva surpreendeu Domingos Paciência, treinador do V. Setúbal, deixando João Mário no banco e apostando num 4-4-2 que na primeira meia hora quase sufocou os setubalenses, incapazes de progredir no terreno.
Da estrelinha do treinador. Os jogos também se ganham no banco. Foi o que sucedeu a Marco Silva: fez duas substituições aos 60' para desfazer o zero-a-zero (Adrien e Carlos Mané deram lugar a João Mário e Carrillho). Três minutos depois já o Sporting ganhava 2-0.
Da atitude da equipa. O Sporting pressionou o tempo todo, em toda a largura e comprimento do terreno, e deu um banho de bola ao V. Setúbal. Sem acusar qualquer desgaste pós-ronda europeia. Venceu e convenceu.
Deste ciclo vitorioso. Registámos hoje a terceira vitória consecutiva. Depois dos triunfos em Espinho (Taça de Portugal) e da vitória em casa frente ao Maribor (Liga dos Campeões). Balanço destes três embates: 11 golos marcados e apenas um sofrido. Alguém falou em crise?
Do calor humano. A noite estava fria, mas éramos 34 mil a puxar pela equipa em Alvalade.
Não gostei
Do resultado ao intervalo. O empate a zero era manifestamente injusto. Por não reflectir minimamente o que se passara no relvado.
Dos golos desperdiçados. Foram muitos - e para todos os gostos. Mas nenhum tão flagrante como o remate à barra de Capel, aos 87', após excelente passe de Carrillo, com a baliza toda escancarada escassos metros à sua frente. Não podemos continuar a falhar golos destes.
Da exibição do V. Setúbal. Prestação medíocre da turma sadina. Domingos tem uma tarefa difícil, exigente e talvez ingrata pela frente.
Vejo alguns benfiquistas muito indignados com o "rigor disciplinar" dos árbitros nas competições europeias. É caso para isso: tiveram três jogadores expulsos em apenas cinco jogos na série C da Liga dos Campeões.
Inversamente, devem estar muito gratos aos árbitros portugueses. Que deixam sempre impunes alguns jogadores encarnados, bem conhecidos em muitos estádios portugueses pelas faltas sucessivas que praticam sem receberem a menor sanção disciplinar.
O melhor para eles é mesmo jogar só nas competições domésticas. Como aliás sucederá até ao fim desta temporada.
«O Sporting já recebeu 8,6 milhões de euros por ter garantido uma vaga na fase de grupos da Liga dos Campeões e 2,5 milhões de euros pelas duas vitórias (1 milhão por cada) e o empate (500 mil euros na fase de grupos). Estes 11,1 milhões já garantidos significam o maior encaixe financeiro da história do clube na Champions. Anteriormente, a maior verba alcançada pelos leões na prova milionária foi em 2008/09, quando chegaram aos oitavos-de-final da prova, somando um total de 10 milhões de euros.»
O Benfica - sempre a jogar em casa - prepara-se para receber o Porto B para a Taça de Portugal. Enquanto o Sporting - sempre a jogar fora - visita o Vizela.
«A partir do momento em que Benfica e Porto começarem a financiar (quais “vistos gold”) os campeonatos de futebol em Portugal, por exemplo, que legitimidade terão os árbitros para marcarem penalties contra estes clubes? Que legitimidade terão os conselheiros (de disciplina da Liga) para decidirem sobre as punições a aplicar a jogadores destes clubes? Afinal, não podem ir contra quem lhes paga o salário (sejam ordenados ou senhas de presença).»
Vendo bem, o Sporting é a única equipa portuguesa que continua a poder ficar na Champions. O Porto não vale, porque anda desde o princípio a jogar com equipas da Liga Europa.
«O Benfica é francamente melhor do que o Mónaco e entre o Zenit e o Benfica as coisas estão muito equilibradas, ainda que o Benfica tenha uma atitude mais agressiva em termos competitivos.»
Esta noite, na SIC Notícias, após a segunda derrota do SLB frente ao Zenit que afastou os encarnados das competições europeias. Mónaco (que venceu o Bayer Leverkusen) e Zenit vão disputar o acesso aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões
Já não havia um prognóstico acertado por cá há quase três meses. Voltou a acontecer agora, no Sporting-Maribor. Com o nosso colega João António a acertar em cheio no resultado da excelente partida em que vulgarizámos a equipa eslovena. Só não acertou nos marcadores dos golos, mas sagrou-se vencedor mesmo assim pois nem foi desnecessário desempatar.
Parabéns pela pontaria. E venham mais prognósticos certeiros.
Ontem, no estádio, esteve sentado ao meu lado um emigrante português no Canadá. Vive nas cataratas do Niagara (do lado canadiano) e veio de propósito a Portugal para ver este jogo. Estivemos, antes do jogo e no longuíssimo intervalo, em amena cavaqueira, mais os meus filhos e um prosegur que era lampião mas extremamente educado. O homem repetiu várias vezes: "vim de propósito do Canadá; nem me importo de perder, mas joguem à bola". Saiu de papo cheio. No final, irradiava alegria. Fiquei sem saber o nome dele. Para mim, passa a ser o Leão do Niagara.
O Sporting entrou em campo a noite passada com oito jogadores portugueses. Repito: oito... Destes, "apenas" sete nasceram para o futebol na Academia de Alcochete. Melhor que o Sporting só a equipa da minha aldeia quando jogamos o nosso Solteiros-Casados.