Ontem, durante a transmissão pela Sport TV do Costa Rica - Grécia, após um lance na grande-área grega em que, por causa de uma na mão na bola, foi reclamada grande penalidade, o jornalista Rui Pedro Rocha decidiu dar, em primeira mão, público conhecimento de uma alteração das regras do jogo de que, misteriosamente, a própria FIFA ainda não se tinha apercebido. Disse então este jornalista, comunicando-nos a palpitante novidade, passo a citar, E é penalty. Não é intencional, mas a generalidade dos penaltys não é intencional... nem é normal fazer um penalty intencional...A não ser cortar com a mão em cima da linha de golo uma bola que vai entrar...De resto, não há muito mais situações em que haja um penalty intencional.Até esta alteração, tanto quanto sabíamos e como qualquer interessado poderá facilmente confirmar, a lei XII do jogo determinava que fosse concedido um pontapé-livre directo - ou uma grande penalidade, de acordo com a lei XIV, quando a falta tivesse lugar dentro da grande-área - à equipa adversária do jogador, salvo o guarda-redes na sua área de grande penalidade, que, no entender do árbitro, tivesse tocado deliberadamente a bola com as mãos.
Numa altura em que o jornalismo é tão insistentemente vilipendiado por tanta gente e acusado, entre muitas outras perversões, de desonroso alheamento dos trabalhos de investigação, é recompensador verificar que ainda há profissionais que se esforçam por ir ao fundo das coisas, esclarecendo conceitos ultrapassados e anunciando descobertas como a da Sport TV, graças à qual somos os primeiros a saber da modificação. Não somos só os primeiros, somos também os únicos, pelo que, para evitar confusões e a descoordenação das equipas de arbitragem, talvez conviesse alertar o International Football Association Board, que parece estar inadmissivelmente desatento a toda esta evolução, para a necessidade de informar o mundo do futebol sobre uma mudança tão radical.
A minha preferida nesta fase, a Holanda, continua em prova.
Não é por nada, são ainda recordações daquelas fabulosas equipas dos anos setenta e do futebol total de Cruiff, Neeskens, Rensenbrink, Rep e companhia.
E também porque aquela camisola, apesar de laranja, tem um enorme... LEÃO!
Pela garra demonstrada, até parecem os nossos na ultima época...
Agora espera-os a Costa Rica. Não é fácil, mas as meias estão mesmo aí.
O Brasil pode jogar mal, um direito conquistado por ser uma penta-potência, por ter gasto uma dinheirama a implantar estádios em cidades meticulosamente escolhidas por não haver futebol decente nelas e por apresentar jogadores que jogam nas mais finas ligas europeias e passeiam de Bentley descapotável nas grandes metrópoles historicas do Velho Continente. Devia, aliás, o Brasil reclamar uma espécie de wild card para só se apresentar na final, no dia marcado, sem essa trabalheira de jogar com selecções domésticas como a dos Camarões ou a do Chile. Mas os gregos, senhores? Ter-se-ão imbuído de Euripedes para fazerem de cada jogo uma tragédia só desenlaçada nos segundos finais? Será que conspiram contra a língua portuguesa e vêm para o Brasil estragar a festa como fizeram em 2004 em Lisboa? Mas não haverá quem lhes espete uns cinco secos para nos desampararem a loja? Por quanto mais tempo iremos aturar aquele futebol de quem luta para não descer?
Três minutos, à beira do fim, ditaram uma das mais impressionante reviravoltas em jogos do Campeonato do Mundo. Em benefício da Holanda contra uma das equipas-sensação da prova: o México de Herrera, Guardado, Aquino, Guillermo Ochoa e Rafa Márquez. Com arbitragem de Pedro Proença.
Foi um jogo muito calculista, disputado com extrema lentidão na primeira parte, na tarde húmida, viscosa e soalheira de Fortaleza. Com o técnico mexicano, Miguel Herrera, a vencer o duelo táctico nesse período da partida ao montar a sua equipa com um dispositivo eficaz, impedindo as habituais cavalgadas ofensivas dos holandeses. Foi recompensado logo a abrir o segundo tempo quando o México pareceu embalado para a vitória com um golo de Giovani dos Santos em que o guardião Cillessen pareceu mal batido.
A partir daí, a supremacia táctica coube ao treinador holandês. Herrera mandou recuar demasiado as linhas, defendendo o resultado tangencial quando ainda havia mais de 40 minutos para jogar. Por sua vez Van Gaal trocou Van Persie, hoje marcadíssimo, por Huntelaar: a partir daí, e pela primeira vez neste desafio, a Laranja Mecânica fez jus ao cognome, comandando as operações. Poderia até ter chegado à vitória mais cedo: uma defesa extraordinária de Ochoa aos 57' travou-lhe o passo na sequência de um canto marcado por De Vrij. Depois, aos 74, o excepcional guardião mexicano impediu Robben de chegar ao golo.
Mas a pressão holandesa era fortíssima: adivinhava-se o empate a qualquer momento. Que chegou enfim aos 88', com um potente remate de Sneijeder, aproveitando uma bola de ressalto. Três minutos depois, já no período complementar, Robben voltou a ser protagonista de um lance polémico dentro da área mexicana: aparentemente, Rafa Márquez prendeu-lhe o pé de apoio em zona proibida. Pedro Proença não hesitou, apontando para a marca de grande penalidade.
Já aos 44' um lance semelhante - culminando com outra queda de Robben, derrubado por Andújar - motivara fortes protestos holandeses, aos quais o árbitro português fez orelhas moucas. Desta vez tudo foi diferente: Huntelaar, chamado a converter o penálti, não falhou. Herrera protestou contra Proença, como lhe competia, mas a meu ver sem razão.
Já não havia tempo para reagir. Caía o mito Ochoa - até ao momento, o melhor guarda-redes do Mundial. Caía a selecção mexicana. Mas de pé, com o orgulho de quem se bate sem temor até ao fim. Merecia ter seguido em frente. Mas esta Holanda, já se percebeu, está imparável. Até onde chegará?
Não percebo porque é que, nesta altura do ano, os jornais desportivos parecem um Jornal de Ocasião (um olx.pt, vá lá, para ser mais moderno) de jogadores de futebol. Bem, lá perceber percebo, o que não percebo é porque se chama àquilo jornalismo.
Comi alguma coisa estragada ao jantar e tive um pesadelo horrível: que no Mundial de 2054, disputado na Gronelândia (era em Junho, os dias nunca mais acabavam e fazia muito calor), os jogadores equipavam apenas de calções e as selecções distinguiam-se umas das outras pelas tatuagens que os jogadores usavam no tronco (os brasileiros com uns tucanos e uns sabiás sobre fundo amarelo, os do Emirado da Síria e do Levante todos pintados de negro, só com uns dizeres do Profeta a enfeitar, etc.); os árbitros, por seu lado, distinguiam-se dos jogadores por serem autorizados a usar cabelo, e usavam todos o mesmo corte, dito à Meireles (em homenagem a um jogador português do princípio do século); e Portugal lixou-se, mais uma vez, por acumulação de cartões (que no novo código FIFA eram amarelos por pensamentos impuros, cor-de-laranja por dentadas e vermelhos por blasfémias & insultos politicamente incorrectos): o detector telepático apanhou um dos nossos defesas carecas a dar uma cabeçada virtual num avançado da Prússia e a partir daí foi o descalabro.
Ele chama-se Marcelo. Não quer dizer onde vive. É fácil adivinhar que a sua realidade não é a porta da frente, que nasceu do lado errado da cidade. De um dos demasiados lados errados de São Paulo.
É um mulatinho de calções curtos, pernas finas, cabelo crespo, olhos como a noite, brilhantes. Dá vontade de lhe perguntar o que esconde a atrás desses olhos. Tem 12 anos, diz, tamanho de nove, no máximo. Desde manhã cedo que peregrina pela Vila Madalena, bairro boémio de São Paulo que se tornou no epicentro dos festejos da Copa, com uma caixinha de cartão. Dentro da caixinha pacotes de balas (rebuçados) coloridas. Cada pacote um real. Marcelo, como a maioria dos meninos vendedores, não está lá sozinho, há toda uma rede por detrás. Mas disso também nao quer falar. Em São Paulo há mais de cem mil crianças e adolescentes, numa estimativa por baixo, que trabalham vendendo doces, panos de louça, engraxando sapatos, mendigando, fazendo malabarismos nos semáforos. A versão moderna da muralha medieval? Em São Paulo, como em Lisboa, é a janela do carro.
Marcelo, o menino desajeitado, entrou no José Menino Botequim, um bar na Mourato Coelho. Uma pequena subversão. A porta da frente é uma fronteira invisível. Entre os que podem pagar cem reais de entrada – com direito a cinco chopes ou duas caipirinhas – pelo privilégio de ver o Brasil jogar contra o Chile num écran plano, num ambiente “seleccionado”, vendo a rua a uma distância segura, e a rua. A rua, neste sábado, é compacta, tecida por homens e mulheres vestidos de verde e amarelo com as cabeças cobertas pelas mais inventivas variações de chapéus. O Inverno fez uma pausa. O calor é tão pesado que quase se toca com os dedos. Chove cerveja. Vuvuzelas, tambores, apitos.Uma explosão de som. Alegria seminal. Infernal.
Na mesa em frente à minha alguém vê o menino e prepara-se para o denunciar. “Trabalho infantil é crime”. “Deixa o menino ficar. Senta aqui”, diz um homem noutra mesa. São as pequenas delicadezas que dão sentido à vida. “Você quer alguma coisa?”. “Ver o jogo”, diz Marcelo. Tão pouco, tudo. Os anseios do daquele menino eram iguais aos de todos no bar e o seu coração batia com o mesmo descompasso.
O Brasil empata com Chile. “Como vai ficar o jogo, Marcelo?”. “O Brasil vai ganhar. Vai ganhar sim”. Sopra com força na corneta amarela. Em torno todos riem com o menino. “Sou brasileiro com muito orgulho”, canta com uma voz que o corpo franzino não fazia supor. O bar chique enternece-se com o menino do morro. “Você vai dar-nos sorte?”. Enquanto se acredita no improvável há sempre uma oportunidade. “Dou sim”.
O Brasil vai a penaltis. De Roraima ao Rio Grande do Sul há uma nação suspensa das luvas de um goleiro com nome de imperador. “Assim ninguém vai poder dizer que o Brasil comprou a Copa, pô”. Deu Brasil e o menino chora. O bar abraça-se numa loucura. Um e outro e outro pegam no menino ao colo, atiram-no ao ar. “Você foi a nossa mascote. Nos deu sorte”. O bar compra a caixinha completa de balas ao Marcelo-mascote-herói e ainda paga o dobro. O Marcelo sorri, sorri sem reservas. Cumpriu um sonho “ver o jogo como os ricos da Vila (Madalena)” e hoje a mãe “não vai bater, nem chingar”.
O futebol inventou um jeito de igualar todos, pelo menos por um dia.
Será avançado, será número 10, é japonês, tem 26 anos, internacional pelo seu país sobre o qual poucos entenderam o porquê de ter ficado de fora do mundial. O Sporting foi buscá-lo ao Kashiwa Reysol procurando reforçar a sua linha ofensiva, patrocinando aquele que será o primeira ingresso de Tanaka nos campeonatos europeus.
Segundo o comunicado oficial do Sporting Clube de Portugal, foi firmado contrato até junho de 2019. E agora o vídeo da praxe (certamente já visto há alguns dias por James Rodriguez):
Ontem, no Mundial, duas equipas jogaram de amarelo e a que jogou melhor não foi a do costume. Daqui a uma semana jogam uma contra a outra. Vai ser muito interessante.
Caro Carlos: percebes muito de futebol e gosto de te escutar, sobretudo depois dos jogos. Mas também tu precisas de melhorar em termos técnico-tácticos: deves falar de forma menos codificada, tendo em atenção a vasta audiência da RTP. E procura sobretudo falar de forma mais pausada. Direi mesmo: mais de-va-gar. Quase nunca consigo acompanhar a tua velocidade verbal. E não devo ser só eu.
Luís Francisco, há pouco, na TVI24: Eu estou convencido de que temos campeonato do mundo até ao fim. Até pode ser que me engane, mas quer-me parecer que este tipo tem razão.
Há jogos que começam a ser perdidos muito antes do apito inicial do árbitro. Aconteceu com o jogo desta noite, dos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, que opôs no mítico Maracanã a Colômbia ao Uruguai. Terminou com uma vitória indiscutível dos colombianos, que há 16 anos não participavam num Mundial e atingem pela primeira vez uma fase tão avançada da prova máxima do futebol a nível de selecções.
Foi também o jogo da vida do ex-portista James Rodríguez, actual médio ofensivo do Mónaco, com apenas 22 anos. Autor dos dois golos desta partida: já contabiliza cinco no Brasil, tantos como Neymar, tendo ultrapassado Messi e Müller na lista dos melhores goleadores do Mundial.
São dois golos extraordinários, por motivos diferentes.
O primeiro é uma obra de arte individual, que haveremos de rever inúmeras vezes: servido de cabeça por Aguilar, a cerca de 15 metros da baliza, em zona frontal, James recebe muito bem a bola, ampara-a com o peito e sem a deixar cair remata à meia-volta num pontapé seco, forte, intencional e bem colocado. O guardião argentino ainda lhe tocou com a ponta dos dedos, sem conseguir travá-la: entrou pela zona superior direita da baliza, sem hipóteses de defesa.
O segundo é uma obra de arte colectiva, que a partir de agora devia ser exibida em todas as academias de futebol. Uma fabulosa jogada ao primeiro toque, com a bola sempre em movimento. De Gutiérrez para Jackson, de Jackson para Armero, de Armero para Cuadrado, de Cuadrado para James.
E a propósito de Cuadrado: o jogador da Fiorentina voltou a fazer uma partida magnífica, tendo já a seu crédito um golo e quatro assistências no Mundial.
Jogos como este, golos como estes, são uma extraordinária homenagem ao futebol de ataque, confirmando este Campeonato do Mundo como um dos melhores de sempre.
Sou suspeito, porque torcia pela quarta vitória consecutiva da Colômbia: não consigo assistir a uma partida de futebol sem tomar partido. E considero que o Uruguai já entrou em campo derrotado pela inqualificável consulta antidesportiva do seu goleador, Luis Suárez, justamente castigado com uma sanção duríssima pela FIFA por ter mordido um adversário no jogo Itália-Uruguai - conduta em que é reincidente (é pelo menos a terceira vez que protagoniza um lamentável lance deste género).
Os uruguaios passaram aos oitavos, mas Suárez regressou a casa. Estará afastado da selecção por nove jogos, o que lhe dará imenso tempo para reflectir sobre a sua conduta. Prejudicou-se a si próprio. E também prejudicou a equipa, que hoje entrou em campo já psicologicamente batida sem o colega que figurou entre os melhores marcadores do Mundial de 2010 e marcou 11 golos na fase de qualificação.
Este foi um Uruguai irreconhecível, sem soluções de ataque, em nada semelhante à selecção classificada em quarto lugar no Campeonato do Mundo da África do Sul. Com Forlán, distinguido com o título de melhor jogador nesse torneio, agora substituído na segunda parte após uma exibição apagadíssima, sem conseguir estabelecer a ligação entre o meio-campo e o ataque. Um Uruguai que fica por aqui após ter eliminado ingleses e italianos na fase de grupos.
A Colômbia vai jogar agora com o Brasil, que derrotou também hoje o Chile com o recurso ao desempate por grandes penalidades após o jogo ter terminado 1-1, já após o prolongamento, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Scolari deve ter acendido uma vela à Senhora de Caravaggio por este triunfo tão suado.
Mas terá de fazer bem mais que isso nos quartos-de-final se quiser ultrapassar esse poderoso obstáculo chamado Colômbia. Que pode estar para o Brasil em 2014 como o Uruguai esteve em 1950, quando o escrete - também na condição de selecção anfitriã - saiu derrotado do Maracanã, sem apelo nem agravo. Um trauma que chegou aos nossos dias.
"Brasil toca madera", escreve a Marca. Depois do que vimos hoje, no Maracanã e no Mineirão, não admira nada.
Colômbia, 2 - Uruguai, 0
Brasil, 1 - Chile, 1 (3-2 nas grandes penalidades)
É verdade que a selecção da Grécia joga um futebol brusco e picotado e tem um treinador que lhes grita – vimos todos – “calma, car@#§&!”, comprovando a perfeita capacidade comunicacional do calão português. Mas os gregos são a mais nostálgica colecção de cromos deste Mundial; cada um deles ostenta o fácies proletário dos jogadores dos anos 50 e 60, como se tivessem sido recrutados nas docas do Pireu. Katsouranis está ao nível de selvajaria a que sempre nos habituou e Karagounis segue demonstrando a sua incompatibilidade com as lâminas de barbear e com as decisões dos árbitros. Eles são a perfeita reminiscência física do futebol de outrora, antes desta gentrificação feita de penteados espampanantes e palmadinhas nas costas.
É de lamento a eliminação da paradoxal selecção inglesa. Por uma vez não entrou em campo com aquele tradicional sense of entitlement de quem vem repor uma verdade histórica, nem encarou a derrota com o stiff upper lip presunçoso de quem acha que foi espoliado de direitos naturais. Os ingleses vieram jogar e fizeram-no com franqueza e elegância, tanto que perderam os dois jogos que necessitavam de ganhar aos pés da pragmática Itália e do furibundo Uruguai. É pena porque constituíam um agradável intermezzo ao futebol assanhado que veremos daqui em diante. Além de que a sua prematura eliminação redundará em grande rombo económico na indústria cervejeira mundial.
Em vez dos 90 e picos minutos da praxe os jogos da Argentina só têm 5’’ – os 5’’ de Messi. Da primeira vez foi o tempo necessário para partir a Croácia, da segunda venceu o Irão. No resto do tempo a selecção argentina troca a bola entendidamente à espera do instante em que o pequenote liga o botão, é uma espécie de desacelerador de partículas. Com isto, mesmo ostentando o pior treinador do certame (demasiados jogadores, demasiado bons, para fazer confusão a um táctico simples), querem ver que ainda chega à final?
Num ranking da revista Forbes do rendimento anual auferido pelos treinadores deste Mundial Paulo Bento está em 12º (nada a contestar) e o do Professor Carlos Queiroz, treinador do Irão, em 13º, com uma diferença de apenas €62.110 – menor que o preço de um Porsche. Diferença essa que daria singelo por dobrado em como não cobre a expropriação do fisco português a que Bento está sujeito. Ambos saíram no final da primeira ronda, Queiroz saiu felicíssimo por ter conseguido empatar um jogo em resultado da inovadora táctica do autocarro; Bento saiu acabrunhado por só ter vencido um jogo. Quem é o esperto, quem é?
Foi preciso chegar ao último jogo da fase de qualificação para descobrir a selecção que dá vontade de odiar. Consuetudinariamente reservado ao futebol panzer da Alemanha ou ronhoso da Itália, capazes de tirar do sério o adepto mais cerebral, desta vez a desonra a cabe ao sórdido Uruguai. Se Freitas Lobo viu 3 milhões de uruguaios a rematar com o pé de Suarez no golo contra a Inglaterra (uma imagem maior que o cinema, cujo máximo até hoje foi o filme “300”) então que não lhe tenha doído a dentada do mesmo Suarez em 61 milhões e 321 milhares de italianos por via do ombro de Chiellini. Felizmente os pigmeus da América Latina caíram aos pés do belíssimo James da Colômbia. Agora é preciso detestar outros – talvez o sorumbático Brasil, convencido que não precisa de jogar bem porque joga em casa?