Eu acho que o campeonato ainda não acabou para o Sporting. É preciso ganhar pelo menos mais um jogo. Se a "justiça" federativa se lembra de tirar 3 pontos por causa da queixinha do dragão chorão contra o "Movimento Basta" e se o Sporting perde os dois jogos e o Porto ganha os dois, ficam eles em segundo.
Tanto Benfica-Porto (ou Porto-Benfica ou lá o que é) já chateia - e ainda temos mais um na última jornada do campeonato. Logo este ano, em que o Porto não joga nada. Quiseram pôr-nos fora das taças. O resultado foi este.
Ainda antes de completar o primeiro mês de mandato, e no rescaldo imediato da derrota na Luz, Bruno de Carvalho voltava a ouvir críticas de ex-responsáveis do Sporting. Críticas que, no fundo, talvez contribuíssem para alargar a sua base de apoio.
"Aproximação ao Benfica enfraquece o Sporting. (...) Já que são tão apologistas das assembleias, deviam levar esta questão aos sócios e estes decidiriam se o Sporting poderia reatar as relações", declarou aos microfones da Rádio Renascença, a 26 de Abril de 2013, o antigo responsável do clube, entratanto constituído arguido, acusado da prática de sete crimes, pelo seu suposto envolvimento no chamado caso Cardinal.
Estas eram as notícias da frente interna. Na frente externa, Bruno de Carvalho tinha de enfrentar adversários mais poderosos. Como o "observador da arbitragem" Luís Ferreira, que entendeu atribuir nota 3,7, correspondente a "bom mais", à miserável actuação de João Capela no dérbi da Luz. Negando razão às reclamações leoninas e às duras críticas expressas nos dias imediatos ao jogo pelos mais credíveis especialistas na matéria.
Reagiu assim o João Paulo Palha: "Se o homenzito tivesse feito vista grossa a mais um ou dois penalties e a mais uma duas entradas à la Maxi é possível que tivesse rebentado a escala."
Reagiu assim o José Manuel Barroso: "O 'observador' - como denunciou o presidente Dias da Cunha - funciona na linha de favores-com-favores-se-paga. É protegido pelo sistema, classifica bem os árbitros que se 'portam bem', mantém-se na roda como recompensa, os apitadores sobem na escala, chegam a internacionais - e a roda continua."
Contrariando de algum modo esta nota escandalosa, que iria mercer recurso da parte do Sporting, o Conselho de Arbitragem anunciava que o árbitro Capela não apitaria nenhum jogo desse fim de semana. O que constituía sem dúvida uma boa notícia para o futebol.
A direcção que antecedeu a de Bruno de Carvalho vendeu 40% do passe de William Carvalho por 400 mil euros. Se isto não é gestão danosa, não sei como lhe hei-de chamar.
Permanecia muito fresca na memória de todos os sportinguistas a vergonhosa actuação do árbitro João Capela no dérbi da Luz. O que levou Bruno de Carvalho a declarar sem rodeios: "O erro grosseiro sistemático [dos árbitros] é como o hooligan ou como o dirigente corrupto: não faz falta ao futebol. Tem de ser banido."
O presidente do Sporting tinha toda a razão em surgir a público com estas palavras, proferidas a 25 de Abril de 2013. Dois dos maiores especialistas de arbitragem portugueses, na sequência de vários outros, tinham acabado de confirmar o ponto de vista leonino.
"Ficaram por assinalar, quanto a mim, dois penáltis contra o Benfica (de Maxi Pereira sobre Capel e, bem mais tarde, sobre Viola), Matic devia ter sido expulso (entrada rude sobre Bruma) e, não apenas por aqueles dois lances, Maxi Pereira também não devia ter chegado ao fim do jogo. Quem gosta de futebol e da verdade só pode lamentar tudo isto", sustentou o jornalista Cruz dos Santos, naquele que viria a ser o seu último texto publicado no jornal A Bola, a dias do seu falecimento.
"Ficaram por assinalar dois lances ocorridos na grande área dos encarnados, com Maxi Pereira como protagonista nos derrubes a Capel e Viola, para além dos cartões que ficaram por exibir, alguns deles vermelhos, como aquele que devia ter sido mostrado a Matic por entrada violenta sobre Bruma", considerou por sua vez o antigo árbitro internacional Joaquim Campos.
Ontem como hoje, o erro grosseiro sistemático dos árbitros não faz falta ao futebol.
A notícia do dia, na imprensa desportiva, relacionava-se com o despedimento de vários funcionários do Sporting, no âmbito do acordo de reestruturação financeira estabelecido com a banca que obrigava a SAD a emagrecer a sua folha salarial. Saíam, entre outros, os técnicos Manuel Fernandes, Luís Vidigal e Hugo Porfírio, o director de comunicação, Pedro Sousa, o director do museu, Mário Casquilho, o director da academia, Pedro Cunha Ferreira, Maurício do Vale, da Fundação Sporting, e José Diogo Salema, responsável pelas instalações do estádio José Alvalade.
Um processo que gerou alguma controvérsia. Saiu aqui à liça, por exemplo, o Francisco Mota Ferreira. Escrevendo isto, nesse dia 24 de Abril de 2013: "Os critérios são cegos e nota-se aqui uma clara intenção desta Direcção de afastar pessoas válidas que podiam contribuir para o sucesso do Clube. Com que objectivo? Dizem eles: reduzir gastos. Digo eu: afastar supostas oposições e colocar yes man nos seus lugares. (...) Por outro lado, dispensar, unilateralmente figuras incontornáveis da história do Sporting, como Manuel Fernandes, Mário Casquilho, Maurício do Vale, que deram tudo ao Clube, sem lhes propor, ao menos, uma redução salarial, é não ter memória e não respeitar o passado. O nosso passado."
Faço, primeiro, a minha declaração de interesses: um dos elementos dos Capitão Fausto é meu sobrinho, outros três, um deles filho de um ilustre sportinguista e antigo co-autor deste blogue, conheço-os desde miúdos e o quinto já o ouço há também bastante tempo. Passando aos factos, os Capitão Fausto já editaram dois discos, com que têm obtido um assinalável êxito, foram já cabeça de cartaz de muitos e muitos espectáculos, compareceram e hão-de continuar a comparecer, nos tempos que se avizinham e cada vez mais, em eventos importantes no seu meio musical - já se exibiram, em anos anteriores, entre outros, no Optimus Alive, no Super Bock Super Rock, em Paredes de Coura, vão tocar na próxima edição do Rock in Rio e noutros festivais de relevo - e, assim eles o queiram e tenham força de vontade, que talento não lhes falta, hão-de chegar bem longe.
Mas o que me faz trazê-los aqui é, a par dos seus méritos de vibrantes artistas do rock, de executantes exímios e buliçosos de guitarras eléctricas, bateria e instrumentos de teclas, a apresentação, largamente maioritária, de uma condição clubística ímpar. Dos cinco elementos dos Capitão Fausto, quatro são apaixonados sócios do Sporting (o que falta, embora, ao que parece, a merecer parabéns, nem quero mencionar o que o rapaz é). Como sempre digo, assim é fácil, assim também eu. Com quatro músicos de tão fina sensibilidade, com quatro ouvidos tão apurados, há consonância que definhe, há alguma banda que desafine?
A excelente campanha do Sporting na edição 2013/2014 da 1.ª Liga de futebol, culminada com o apuramento directo para a Champions, suscitou de imediato, entre muitos adeptos, o elevar da fasquia para a próxima temporada: «o 2.º lugar não chega, só nos bastamos com o 1.º!».
Esse desejo foi, aliás, precedido pelo próprio Presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que recentemente anunciou a candidatura do clube ao título da próxima época.
Comum a esse sentimento, está o facto de que, para o adepto leonino, o lugar natural do Sporting é o 1.º lugar, e qualquer outro sentimento de regozijo por um 2.º ou 3.º lugar, desde que dê acesso directo à Champions, significa falta de ambição, o que não se aceita nem se tolera.
Sentimentos à parte, regista a história que o Sporting não vence um campeonato desde 2002. Assinalam também os compêndios sobre futebol que o Sporting não se bate com os melhores clubes do mundo desde 2009. Quer num caso, quer noutro, são demasiados anos.
Os problemas comuns de sucessivas equipas do Sporting nos últimos anos foram, com destaque, a pressa e a impaciência. A pressa em querer fazer dos jovens da academia craques, queimando-se assim etapas do seu desenvolvimento; a pressa em querer dotar a equipa de jogadores estrangeiros com experiência, acabando por se contratar enormes flops (Angulo, Pongolle, Elias); e a impaciência com a falta de resultados imediatos, gerando despedidas de treinadores e muitas entradas e saídas de jogadores.
Finalmente temos um treinador e um conjunto de jogadores que levam muito a sério o símbolo que vestem no fato de treino e na camisola, e que colocam em campo o esforço, a dedicação e a devoção que fizeram do Sporting um clube com glória, à qual todos queremos voltar quanto antes. Mas permanece bem à vista de todos que ainda não temos a melhor equipa de Portugal.
Era bom, portanto, que aprendêssemos com a nossa história recente.
Realisticamente, não sei se 14 anos (campeonato) ou 5 anos (no caso, atingir novamente os oitavos-de-final da Champions) se conseguem recuperar com 2 épocas apenas. Acresce a isso que a concorrência directa não irá facilitar. E acresce também a isso que o paradigma mudou. Se em 2002 os ditos clubes menores ainda faziam frente aos Grandes, de há alguns anos para cá que o fosso entre pequenos e Grandes aumentou consideravelmente e essa tendência muito dificilmente será invertida na(s) próxima(s) temporada(s).
Se não se consegue passar, no espaço de um ano, da pior época de sempre para a melhor época de sempre, não é menos verdade que 2 anos raramente chegam para se passar de um plantel que fez a pior época de sempre para o melhor plantel de todo o campeonato.
Como tal, parece-me importante que a abordagem à próxima temporada seja feita com realismo e humildade. Não podemos, nem devemos passar directamente de 2001/2002 para 2014/2015. Importa ter bem presente que a equipa de hoje é construída a partir dos destroços que resultaram desse longo intervalo de tempo, e não a partir do conjunto de enorme qualidade que venceu o último campeonato pelo Sporting.
Não sou gajo para pedir grandes presentes ao Pai Natal. Principalmente quando estamos em Maio. Eu sei: devia pedir à Nossa Senhora de Fátima já que estamos quase em Maio. Mas toda a gente sabe que os pastorinhos eram do Benfica: vêem coisas que mais ninguém consegue ver e acham que Jesus gosta deles. Evitei comparações com a ranhoca, certo? Bom, não era nada disto que eu queria dizer, mas estou demasiado preguiçoso para apagar. Vou em frente. O que eu queria pedir era um defesa central, por favor. Aprendi a ter uma fé imensa no Maurício e no Rojo, mas dei por mim a pensar no Marco Aurélo, no André Cruz, no Stan Valcks, no Naybet. Estou a explicar-me bem? O que estou a tentar dizer é que falta elegância na nossa defesa. Um certo swing, não é? Temos gajos que parecem troncos, jogam tudo o que têm, comem a relva sem beber água e ainda vão para casa mudar os móveis da sala. Eu estou a pensar no gajo que parece mais um bailarino do que um jogador da bola, um gajo com pés de veludo, um gajo que deixe a bola molhada só de lhe tocar com as pontas dos dedos. Era mesmo isto: um defesa central que deixe a bola molhada. Pode ser?
«Pensar que o Sporting possa manter as jóias da coroa é uma utopia. Os sportinguistas que se desenganem: vai haver saídas de Alvalade. É absolutamente inevitável.»
No futebol português nunca faltam defensores das mais vergonhosas arbitragens. A de João Capela, na Luz, encontrou um entusiástico defensor na pessoa do presidente da APAF, José Gomes. "Está de consciência tranquila e acho que fez um bom trabalho", declarou o responsável máximo pela corporação dos árbitros portugueses em declarações ao jornal Record. Caucionando assim, ao arrepio da justiça desportiva, uma actuação que mereceu a crítica unânime dos especialistas na matéria.
Havia ali, aparentemente, a intenção de dar um passo maior que a perna.
Muito a propósito, comentando ainda o dérbi disputado na antevéspera, o Francisco Mota Ferreira escrevia nesse dia 23 de Abril de 2013estas palavras que ameaçavam revelar-se proféticas: "Gostei da actuação de Bruma. É um grande jogador e dizem os jornais que o Sporting está a fazer tudo para que fique connosco. Já começou a ser assediado e, se não se acautelarem as coisas, iremos perdê-lo."
Eles dizem que o Sporting é o clube da aristocracia e depois vão festejar para o Marquês de Pombal, que era também conde de Oeiras. Dizem venerar a águia mas festejam junto à mais vistosa estátua de Leão existente em Lisboa.
Muitos vaticinaram, mas só um acertou: o nosso leitor João Torres, que é reincidente nestes palpites comprovados pelos resultados em campo. Ele previu que o Sporting iria ao Restelo vencer por 1-0. E acertou.
Faltou-lhe apenas adivinhar o nome do marcador: indicou Slimani em vez de Adrien.
A Liga portuguesa está decidida no que diz respeito aos lugares cimeiros. O Benfica foi campeão com competência, o Sporting ficou em segundo com muito, muito mérito e o Porto em 3º por demérito próprio. Falta portanto saber quem desce ou quem permanece na 1ª liga.
É tempo de começar a pensar na próxima época e o que se pretende para ela. A CL (Champions League) é naturalmente a montra máxima do futebol europeu, quiçá mundial. Só lá entra quem demonstrar mérito para tal. E o Sporting apresentou durante toda a época, não obstante alguns (estranhos!!) desaires, valor para ingressar no lote das melhores equipas europeias. Tenho natural consciência de que com o actual orçamento dificilmente passaremos à segunda ronda. Mas como diria alguém ligado ao futebol: no final é que se fazem as contas.
Posto isto, apresento aqui algumas das minhas preferências quanto a equipas a defrontarem o Sporting, na fase de grupos. Em primeiro lugar preferia ter o Chelsea de José Mourinho. Para além do Real Sociedad em Espanha, gosto especialmente do Chelsea. Apreciaria também ver no grupo do Sporting uma equipa francesa. Mas nada de equipas alemãs, turcas ou gregas. Podem ser muita boas (e serão garantidamente), mas pouco apetecíveis.
E se eventualmente não for a equipa de Londres pode ser o Real Madrid. Sempre poderia (re)ver Cristiano Ronaldo em Alvalade. Entretanto há que (re)começar a preparar a próxima liga. Convinha que saíssem poucos jogadores e entrassem apenas os necessários a darem garantias da mesma qualidade de jogo deste ano.
A Academia continua a ser um bom fornecedor de talentos. Há que saber aproveitá-los! E Leonardo Jardim parece ter sensibilidade para tal.