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És a nossa Fé!

Estatísticas que nos fazem sorrir (ainda mais)

"Sporting está muito perto de garantir, no mínimo, o terceiro lugar na classificação. Caso o Estoril perca hoje, os Leões ficarão com 14 pontos sobre os estorilistas, quando ficarão a faltar 15 por disputar [Estoril perdeu 0-1 com o Rio Ave]."

A Bola, 30 de Março

 

"57 pontos fazem da equipa de Leonardo Jardim a mais eficiente do Sporting neste novo milénio. Nem Lazslo Bölöni nem Augusto Inácio, nas épocas dos títulos, tinham tantos pontos à 25ª jornada."

Record, 30 de Março

 

"Sporting somou 19 pontos nos últimos sete jogos."

A Bola, 30 de Março

 

"21 partidas sem perder em Alvalade: desde 2001/02 que o Leão não estava tanto tempo sem conhecer a derrota no seu reduto."

Record, 30 de Março

Faz hoje um ano

 

Vinha aí a 24ª jornada da Liga 2013/13. Jesualdo Ferreira escalava para jogar em Braga os seguintes jogadores: Rui Patrício, Marcelo Boeck; Rojo, Tiago Ilori, Eric Dier, Cédric, Joãozinho, Miguel Lopes, Fokobo; Schaars, André Martins, Rinaudo, Labyad, Adrien, Jeffrén, Capel, Bruma; Wolfswinkel e Viola.

Nunca um Braga-Sporting se disputara até então com uma diferença pontual tão grande entre as duas equipas. Os bracarenses levavam-nos uma vantagem de 16 pontos. Pior que isso: tínhamos, nesse primeiro jogo do campeonato sob a presidência de Bruno de Carvalho, a nada invejável marca de equipa menos goleadora.

"Esta tem sido a temporada de todos os máximos, de todos os recordes, de todas as estatísticas pulverizadas. Sempre no pior sentido do termo. Detesto associar resultados desportivos à tômbola da sorte e do azar, mas amanhã todos esperamos que a bola bata no poste e entre. Em vez de sair, como tem sido triste sina nossa", escrevi aqui a 31 de Março de 2013.

Tivemos azar

Mais uma vez, tivemos "azar"!

Vistos os jogos desta tarde, calhou-nos o pior querido.

Tivéssemos nós a sorte de outros e a simulação de Slimani era penalti garantido!

 

Nota 1: Diz que Deus é grande e parece que não dorme;

Nota 2: Fosse mundial de capoeira e Quaresma estava garantido!

Nota 3: Quanto a penaltis fora do terreno de jogo, creio que estamos conversados.

Este Sporting é o nosso

Valendo-se de muito esforço e da férrea disciplina táctica que é marca de Jardim, o Sporting ontem cumpriu os serviços mínimos, que nos valeram três pontos. Depois de uma primeira parte entediante, em que a falta de tracção (e criatividade) do meio campo foi aflitiva (Heldon tarda justificar a sua contratação e o Mané perde rendimento fora das faixas laterais). Também o desacerto nos passes e transições era alarmante, mas a equipa redimiu-se reencontrando-se após o intervalo muito por via da substituição de Heldon por Matias e da deslocação de Mané para o lugar de extremo que libertou Wiliam Carvalho muito ofuscado até esta fase. Valeu o resultado e um bom ambiente nas bancadas - este Sporting, não sendo um fórmula 1, é o nosso: reconhece-se pela garra e acredito que o segundo lugar esta época ninguém nos tira.

 

PS.: Ouvir o treinador do Porto na TV dizer que a sua equipe se sente prejudicada pela arbitragem é um curioso sinal dos tempos.

Bruno de Carvalho: tempo de balanço

 

3. CASA ARRUMADA

Mostrar quem manda e falar a uma só voz

 

Um dos maiores defeitos do Sporting, nos anos anteriores à entrada em funções de Bruno de Carvalho, foi não funcionar a uma só voz. A hierarquia diluía-se com o passar dos meses, figuras secundárias assumiam posições preponderantes, membros do Conselho Leonino assumiam-se com frequência como uma espécie de poder paralelo, as vozes sportinguistas multiplicavam-se como cogumelos nos órgãos de comunicação abafando por completo a estrutura oficial do clube.

Esta tendência, que já vinha de longe, agravou-se durante o mandato de Godinho Lopes, pontuado por inúmeras divergências com elementos da sua equipa directiva, da Mesa da Assembleia-Geral (que tinham sido eleitos numa lista diferente da sua) e do comando desportivo da SAD.

O primeiro a romper foi o vice-presidente Carlos Barbosa, que logo no início do mandato se destacara pelas promessas de carácter megalómano, como a que imaginava o Sporting a bater-se de igual para igual com equipas como o Barcelona e o Real Madrid. Outra figura polémica, por motivos muito diversos, foi o vice-presidente Paulo Pereira Cristóvão: também ele não tardou a abandonar Alvalade num consulado horribilis, marcado igualmente pelos afastamentos de Luís Duque, Carlos Freitas, Domingos Paciência e Ricardo Sá Pinto.

 

Bruno de Carvalho sentiu-se na necessidade de arrumar a casa. Repondo a hierarquia, estabelecendo uma clara cadeia de comando, assumindo-se como único porta-voz autorizado do clube. Para o melhor e para o pior, é ele quem dá a cara. É remunerado para o efeito com um salário considerado justo: cinco mil euros mensais, quantia devidamente avalizada pelos sócios, que a aprovaram em assembleia-geral. E não hesita em invocar a sua autoridade, como sucedeu no episódio que levou à demissão de um membro do Conselho Leonino que havia sido eleito na sua lista.

A articulação com Augusto Inácio, director-geral leonino para o futebol profissional, tem sido perfeita. O que se reflecte na própria organização da equipa, que deixou de ser uma plataforma giratória de treinadores e jogadores.

 

Esta organização não se concretizou sem algumas dificuldades de percurso - várias delas impostas pelo acordo com a banca, que forçou o clube a tomar drásticas medidas de contenção de custos. Isto implicou o afastamento de 30 funcionários, envolvidos num processo de despedimento colectivo - incluindo um nome histórico do Sporting, o grande capitão Manuel Fernandes, que meses depois reapareceu como comentador permanente de um programa desportivo na SIC Notícias.

As medidas produziram resultados. O Sporting, que há um ano gastava cerca de 42 milhões de euros em salários, passou a gastar 25 milhões. "Aprendemos a fazer muito melhor com menos recursos. Está mais do que provado que isso é possível", declarou o presidente na recente entrevista à TVI 24 destinada a assinalar o primeiro aniversário da sua posse. Também com obra para mostrar neste domínio.

 

Balanço: muito positivo

N-1=Fórmula 1

Assim não dá. A lei João Pinto de que prognósticos só no fim do jogo, continua muito atual. Prognósticos antes do jogo do Sporting que obrigam a acertar só em golos validados pelos senhores do apito, é tarefa penosa. A menos que pensemos num número e lhe tiremos sempre 1, porque é o que a realidade vem demonstrando. Por exemplo, foi assim pelo menos nos jogos contra Olhanense, Nacional, Setúbal, Marítimo, Guimarães (exercício contrário pode ser feito a propósito dos golos contra Benfica e Olhanense, na 1ª volta, em que Montero marcou em fora de jogo). Se custa ver invalidar golos limpos, o pior é quando custam pontos, casos do Nacional e Setúbal, que nos colocam na tabela com menos 4 pontos do que deveríamos ter por direito. Mas recentremos a abordagem no tema "adivinhação". No que ao Sporting diz respeito, pelo andar da carruagem temos de aplicar a fórmula: n-1, se quisermos ambicionar a uma espécie de estatuto Zandinga, em que "n"representa os golos limpos marcados e o "1" o que habitualmente nos é irregularmente invalidado. Sim, futebol não se joga só com os pés, mas também com a cabeça pois a aplicação da fórmula matemática, como fica evidenciada, para obtenção do resultado também é necessária, e com o Sporting é praticamente regra. Para confirmar que toda a regra tem exceção, lembremos a célebre mão de Vata ou de Ronny (do Paços de Ferreira, em 2006 em Alvalade e que nos custaria o título). Portanto, é simples. Para ganhar precisamos sempre de marcar 2 e não sofrer qualquer golo, e para acertar no prognóstico é aplicar a fórmula, que até podemos classificar de "fórmula1".

Sporting Clube para além de Portugal

Preparava-mo-nos para entrar no estádio:

-Pai, aqueles ali são do Sporting?

Olho para o grupo de cerca de dez jovens adultos, moços e moças, todos de cachecol e confirmo:

- Sim filha, são do Sporting.

- Mas não falam português, estão a falar espanhol!

- É italiano filha, estão a falar da squadra del Sporting. Se fossem espanhóis diriam "el equipo".

 

Duas horas depois, ao entrar para o metro.

- Pai e estes?

Olho e vejo mais um grupo de seis ou sete latagões caucasianos, todos a atirar para o louro e muito bem dispostos. De cachecol e envergando alguns blusões comprados na loja verde.

- Estes pelo sotaque são ingleses de Inglaterra.

 

Isto num dia em que excecionalmente (e que a exceção se repita!) mais de 35 mil gritaram quatros vezes, em castelhano mas com sotaque argentino, pelo que os muito distraidos poderiam pensar ser a color del máximo rival (rival que tem uma cor que, como sabemos, não encontra tradução em qualquer outra língua do planeta, o famigerado encarnado). 

Ironias da bola, gratificações da globalização.

Tudo por um clube que é mais do que de Portugal.

Um psicólogo para Montero, rapidamente!

Sou só eu (não sou, que à saída do estádio ouvi alguém dizer isto mesmo) que penso, ou Montero anda triste, sem chama, apático, como se estando lá, não estivesse?

O que fazer para devolver ao nosso goleador a alegria que se viu no primeiro terço do campeonato?

Acompanhamento psicológico resolverá?

Ajuda profissional competente, será a solução?

Não sei, confesso que me transcende, mas há uns profissionais que se fossem competentes, ajudariam o rapaz e sem favor!

Bastava sancionarem os golos que ele marca. Os limpinhos...

É que ninguém é tão psicologicamente forte assim!

Até quando o "desgraçado" vai pagar por um golo em suposto fora-de-jogo?

 

Entretanto, já lá vão seis, para o guiness...

Faz hoje um ano

 

Era ainda tempo de escutar os ecos do discurso de investidura de Bruno de Carvalho.

"Foi bonita de ver a cerimónia de posse da nova direção do nosso clube - e foi bom ouvir o discurso de posse de Bruno de Carvalho. Sensato e mobilizador, o discurso. Mobilizadora, também, a presença dos candidatos democraticamente derrotados. Agora é dar o melhor pelo nosso Sporting, em tempo de ciclópicos trabalhos. Desmobilizadores, apenas (e o novo presidente não tem culpa disso), alguns comentários de vendetta e censórios, de alguns que se acham guarda pretoniana (auto assumida) da nova direção." Palavras do José Manuel Barroso, escritas aqui no blogue.

 

Entretanto, em conferência de imprensa nesse dia 30 de Março de 2013, Jesualdo Ferreira revelava ter posto o lugar à disposição do novo presidente, que lhe garantiu continuidade no comando da equipa técnica do Sporting até ao fim da temporada. Nada de particularmente relevante.

Jogaríamos em Braga daí a três dias. Com os bracarenses 16 pontos à nossa frente na tabela classificativa.

Rescaldo do jogo de hoje

Gostei

 

Da vitória. Bruno de Carvalho tem bons motivos para estar satisfeito, à semelhança de todos nós: assinala o primeiro aniversário do início do seu mandato como presidente leonino vendo a equipa vencer uma vez mais. Desta vez em casa, contra o V. Guimarães. Foi o nono triunfo em 13 partidas disputadas em Alvalade nesta Liga 2013/14.

 

De William Carvalho. Novamente uma exibição de luxo. Recupera a bola como se fosse a coisa mais fácil do mundo, distribui jogo como ninguém, impõe a sua destreza técnica no centro do terreno com uma classe insuperável. Foi bom do princípio ao fim. Partiu dele um passe em profundidade para a desmarcação de Slimani logo aos 5' que só não deu golo por inépcia do argelino. E na última jogada, quando já estavam disputados 95 minutos, percorre o campo com a bola nos pés arrancando aplausos de todo o estádio como se estivesse naquele momento a começar a partida.

 

De Jefferson. Grande actuação do nosso lateral esquerdo. Muito bom a atacar e a defender. Excelente na marcação de livres: um deles, aos 25', levou a bola a roçar no poste. Outro, disparado à distância de 30 metros, levou o guardião Douglas a fazer a defesa da noite. Foi dele a assistência para o golo de Montero, aos 59', anulado sem qualquer justificação pela equipa de arbitragem.

 

De Carlos Mané. Voltou a dar nas vistas, justificando a titularidade. Sempre muito dinâmico, sempre muito criativo, baralhou diversas vezes a muralha defensiva adversária. Ganha maturidade competitiva de jogo para jogo. A equipa torna-se mais acutilante quando ele se afasta das linhas e ruma ao corredor central, deixando perceber que não é um extremo de raiz.

 

De Rojo. Como de costume, um baluarte no sector mais recuado da equipa: a organização defensiva do Sporting depende em grande parte dele. Mas nunca se contenta com o exercício de missões defensivas: sempre que pode avança no terreno. Foi o que fez aos 57' marcando o golo da vitória. Um golo que nos valeu três pontos preciosos.

 

Da classificação. Consolidámos o segundo lugar, estamos de momento com mais oito pontos do que a equipa tricampeã nacional. Já somámos 47 golos marcados e apenas 17 sofridos. Acentua-se o contraste com a época passada, em que empatámos 1-1 em casa contra o V. Guimarães.

 

Do espectáculo. Foi um jogo emocionante, disputado com grande intensidade pelas duas equipas, sempre aguerridas e ousadas.

 

Do relvado. Em excelente estado. Mais um problema resolvido.

 

 

Não gostei

 

Do golo anulado a Montero. Começa a tornar-se raro o jogo que disputamos sem vermos um golo legalíssimo anulado pela equipa de arbitragem. Voltou a acontecer hoje, aos 59', quando um auxiliar do árbitro Nuno Almeida com eventuais problemas do foro oftalmológico julgou ter visto uma deslocação do colombiano que nunca existiu. Com decisões incompetentes como esta, quebrar o jejum de golos torna-se uma tarefa quase impossível para Montero.

 

De ver Slimani demasiado isolado. O argelino rende muito melhor quando tem um colega de equipa a jogar próximo dele, abrindo-lhe linhas de passe: isso só aconteceu em escassos períodos do jogo de hoje, facilitando a tarefa à defesa vimaranense. E alguém deve recomendar-lhe que nâo abuse nas simulações de grande penalidade.

 

De ver Capel jogar até ao fim. Leonardo Jardim fez bem em repetir o onze inicial que vencera o Marítimo na Madeira. Mas o andaluz estoirou a meio da segunda parte, arrastando-se em campo nos últimos 20 minutos. Devia ter sido substituído.

 

De Carrillo. Substituiu Slimani aos 74'. Mas não chegou a ser reforço: foi tão inconsequente como nos vem habituando há demasiado tempo.

As (estranhas) escolhas de Paulo Bento!

Sou muitas vezes acusado, pelos meus amigos adeptos de outros clubes, de ser demasiado faccioso em relação ao Sporting e aos seus jogadores. Pura mentira!

 

Falo disto porque num destes dias, num almoço de colegas de trabalho, acabou-se por discutir se Ricardo Quaresma devia ou não ser convocado por Paulo Bento.

 

Na altura expressei a minha opinião dizendo que não obstante as boas exibições no Porto, Ricardo Quaresma ainda não era um jogador constante. E assim sendo não deveria ser primeira escolha. Falou-se então de Varela que achei ainda assim uma boa opção.

 

Curiosamente o que mais estranhei foi ninguém ter falado de Adrien, Cédric ou André Martins, já que William Carvalho é unanimemente aceite como tendo lugar na selecção.

 

Espanta-me que grande parte dos comentadores que oiço e leio aceitem naturalmente a entrada directa de Quaresma nos convocados só porque faz uns passes de trivela, e olvidem jogadores que, durante toda esta época, têm demonstrado qualidade de jogo muito acima da média e que claramente merecem uma chamada de Paulo Bento.

 

Não sei que critérios observa o actual seleccionador nacional para convocar jogadores. Mas só espero que os empresários nada tenham a ver com essas opções.

 

 

Também pode ler-se aqui

Faz hoje um ano

 

Nas colunas dos jornais prosseguiam as manifestações de cepticismo sobre o recém-iniciado mandato presidencial no Sporting.

Pedro Santos Guerreiro escrevia no Record: "Não, não vão ser fáceis as tarefas de Bruno de Carvalho. Depois da emoção que mostrou na tomada de posse, é preciso uma capacidade que, essa sim, está ainda por demonstrar. O Sporting caiu-lhe no colo. Para que não caia no chão, será preciso fazer curvas em rectas e encontrar bolas em quadrados. Ou Bruno de Carvalho parte o enguiço ou será apenas mais um que continua a partir o Sporting até partir dele."

 

Vinha aí o primeiro jogo do campeonato a disputar sob a nova presidência leonina. Em Braga, com a equipa anfitriã muito acima do Sporting na tabela classificativa: mais 16 pontos. Algo nunca antes ocorrido.

 

Um tablóide britânico, o Daily Mail, noticiava nesse dia 29 de Março de 2013 que Arsène Wenger pretenderia levar Rui Patrício para o Arsenal. Já não pelos dez mil euros que teriam sido inicialmente oferecidos, e rejeitados pelo Sporting, mas por 15 milhões - quantia que facilitaria a vida a Bruno de Carvalho no momento em que assumia a presidência de um clube crivado de dívidas.

Bruno de Carvalho: tempo de balanço

 

 

2. FINANÇAS

Um braço-de-ferro bem sucedido

 

Não faltou quem vaticinasse - incluindo diversos sportinguistas - que Bruno de Carvalho ficaria sujeito a pressões insuportáveis da banca mal decorressem as primeiras duas semanas do seu mandato.

Ao assumir funções, a dívida global do Sporting ascendia a 354 milhões de euros, 268 milhões dos quais à banca, com o BES e o BCP como principais credores. Os problemas de tesouraria acumulavam-se. "Quando aqui cheguei não havia dinheiro absolutamente nenhum, nem para pagar ordenados. Tivemos de iniciar de imediato o processo de reestruturação", lembrou esta semana o sucessor de Godinho Lopes, em entrevista à TVI 24.

Estava fora de causa a existência de novas linhas de crédito. E a possível entrada de dinheiro fresco no clube - que já tinha sido anunciada, em vão, durante a gestão anterior - continuava a parecer uma miragem.

Vender jogadores ao desbarato, ainda por cima com grande parte dos respectivos passes na posse de outras entidades, também não era solução. Nem fazia parte dos planos do novo presidente, empossado fez ontem um ano.

 

A verdade é que as negociações produziram bons resultados. Após um duro braço-de-ferro com os credores, que constituiu o primeiro grande teste à sua capacidade de resistência, o líder leonino atingiu o essencial dos seus objectivos. Incluindo a conversão da dívida aos angolanos da Holdimo em capital da SAD, no valor de 20 milhões de euros, e a entrada de mais investidores, com um reforço de 18 milhões, o que permitiu resgatar o passe de 20 jogadores. O plano global de reestruturação da dívida foi aprovado em assembleia-geral, a 30 de Junho, com 97% dos sócios a pronunciar-se favoravelmente.

Para isso muito contribuiu a concretização da promessa eleitoral de manter o clube com maioria na SAD, mesmo com a abertura a capitais estrangeiros. Era uma promessa eleitoral tornada realidade, tal como a realização da auditoria de gestão, que já se encontra em curso.

 

"A seguir à reestruturação vamos ter um passivo de cerca de 175 milhões. Houve uma redução muito grande do serviço da dívida", sublinha Bruno, lembrando o primeiro papel que assinou na qualidade de presidente do Sporting: um pagamento de emergência por questões de licenciamento. "Era esta a prenda que eu tinha reservada para o início de mandato", ironiza a um ano de distância. O pior parece já ter passado.

Tem motivos para estar satisfeito. Até porque o resultado operacional do primeiro semestre da presente temporada (Julho-Dezembro) teve um saldo positivo de 3,7 milhões de euros para o qual muito contribuiu também o plano de redução de despesas correntes acordado com a banca. No mesmo período do ano anterior tinha-se registado um prejuízo de 21,9 milhões de euros.

Sabe que ainda há muito por fazer até as contas estarem equilibradas e o passivo financeiro deixar de ser o pesadelo que ainda é. Mas ninguém nega que todos os passos dados no último ano foram na direcção correcta. Quem o reconhece, desde logo, é um gestor da banca insuspeito à partida de alimentar simpatias por Bruno de Carvalho: o sportinguista José Maria Ricciardi. "Houve trabalho duro e corajoso na diminuição de custos. Fiquei surpreendido não por este presidente: seria difícil para qualquer um."

 

Balanço: muito positivo

Bruno de Carvalho a caminho do Natural History Museum

Podia ser, mas não foi, o título da crónica de hoje de Carlos Machado, na última página do jornal O Jogo.

No rescaldo da entrevista de ontem de Bruno de Carvalho na TVI 24, em que anunciou que o orçamento para a próxima época será igual ao da presente temporada, interroga-se o cronista como é que o presidente do Sporting espera que o Clube consiga jogar para o título e fazer uma boa participação na super competitiva Champions com o mesmíssimo orçamento desta época. Isto quando, segundo o autor, Benfica e Porto terão orçamentos muito maiores, sendo que no caso do Porto não são de esperar duas más temporadas seguidas.

Por tudo isso, Bruno de Carvalho, segundo Carlos Machado, no caso de conseguir conquistar o campeonato e fazer uma boa Champions, com base em orçamento idêntido ao deste ano, deverá constituir um case-study para as altas instâncias do futebol. Só faltou mesmo acrescentar que com essas credenciais o presidente do Sporting acabará um dia no Natural History Museum.

Pena foi que Carlos Machado, em vez de querer ridicularizar o Sporting "low-cost",  não se detivesse antes no bom exemplo que o presidente do Sporting acaba de dar quando, perante a perspectiva de encaixe dos milhões da Champions (em caso de apuramento directo) e dos milhões da venda de alguns jogadores (William Carvalho?), em vez de inflectir o discurso de contenção financeira - o que poderia ser tentador - permanece fiel à contenção financeira que norteia o seu mandato. Uma atitude bem oposta à de outros presidentes do futebol doméstico, para quem o dinheiro parece nunca ser problema...

A crónica de Carlos Machado é, pois, bem reveladora de um pensamento dominante no panorama desportivo português, que persiste em manter-se alheado da difícil conjuntura que o país atravessa. Isso sim, merece um case-study.

Secretaria

Os calimeros dos andrades lá meteram a sua queixazita contra o Sporting na Liga. Como este ano se arrastam por aí (parece que estão todos excitados por terem ganho 1-0 à equipa B do Benfica...) e não conseguem ganhar em campo, tentam ganhar na secretaria. Repare-se que a coisa é mais importante do que parece: os 3 pontos ainda podem valer 9 milhões de euros, se eles conseguirem daqui até ao fim do campeonato aproximar-se do Sporting o suficiente para roubarem o apuramento directo para a Champions.

 

A queixa é, evidentemente, ridícula, sobretudo vinda do clube de que mais testemunhos há comprovando tentativas de corrupção  de arbitragem. Toda a gente conhece, mas não custa lembrar, até porque é público:

 

Repare-se: a queixa é ridícula no contexto português, mas não é disparatada. Se o Sporting for condenado, faz-se jurisprudência e abre-se uma nova página no futebol nacional, em que nenhum clube se pode queixar de árbitros (como este exemplo que aqui dei). Assim que algum o fizer, o outro queixa-se à Liga por tentativa de "condicionamento". Era, de facto, uma maneira de acabar de vez com as calimerices.

 

O problema é que a justiça desportiva em Portugal é ainda mais ridícula do que a queixa dos tripas. Por isso, não seria surpreendente se o Sporting saísse condenado agora, mas no futuro não conseguisse ganhar por razões idênticas.

 

Face aos precedentes, este caso não tem pernas para andar. Muito mais sustentação tinha o nosso famoso caso dos 3 minutos. Mas como isto é o futebol português, nunca se sabe.

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