Algo mudou para muito melhor no Sporting no dia 20 de Maio, quando o novo treinador principal da equipa de futebol foi apresentado aos sócios. Leonardo Jardim, sportinguista assumido, concretizava um sonho antigo ao assumir o comando técnico do plantel leonino, indo por sua vez de encontro às aspirações da massa adepta do nosso clube, que ansiava ver a equipa renascer das cinzas.
Foi o que sucedeu. E desde logo houve sinais nesse sentido durante a preparação da temporada. Sinais que só os mais distraídos foram incapazes de captar, nomeadamente em Julho, quando o Sporting venceu a Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa, batendo na final o Estoril depois de eliminar o Benfica. O primeiro troféu oficial que obtivemos em futebol desde a conquista da Supertaça em 2008.
Com apenas 39 anos, Leonardo Jardim tem confirmado no nosso clube todas as qualidades evidenciadas ao serviço de outros emblemas, nomeadamente no Sp. Braga, que conduziu ao terceiro lugar da Liga 2011/12, e no Olympiacos, cujo comando deixou na época seguinte quando a equipa liderava o campeonato grego com dez pontos de avanço.
Mas é no Sporting que a sua estrela tem brilhado mais. Produto de muito talento, muito estudo, muito esforço, muito treino. Estratego consumado, atento e perspicaz, hábil condutor de homens, com um discurso inteligente e ponderado, este filho de madeirenses nascido na Venezuela está a conseguir proezas consideradas impensáveis há apenas quatro meses pela grande maioria dos sportinguistas. Lideramos o campeonato com 33 pontos à 14ª jornada - algo que não acontecia há 32 anos. No último quarto de século, nenhuma das nossas equipas marcou mais golos. Com um plantel superior ao da época passada em tudo excepto nos custos, que ficam por pouco mais de metade.
Chegava ao fim um ano que não nos deixou saudades. Um ano que prometia muito e afinal foi um dos piores de sempre para o Sporting. Um ano que começou a estragar-se logo no segundo mês, com a inesperada decisão do presidente Godinho Lopes de despedir Domingos Paciência, o técnico que lhe servira de bandeira eleitoral meses antes. Desde então o Sporting nunca mais se endireitou.
Mas 2012 não se despedia sem outra má notícia para os sportinguistas: a partida de Daniel Carriço, um dos melhores defesas da nossa formação, vendido ao Reading por apenas 750 mil euros.
Em suma, um annus horribilis, na definição exacta do José da Xã. "Já chega de 2012 para todos os sportinguistas. Isto já é mau demais! Venha rápido 2013!", observava o Diogo Agostinho nesse dia 31 de Dezembro de 2012.
Não era difícil vaticinar um ano melhor. Porque tínhamos a sensação de que o Sporting batera no fundo. A partir daí só poderia subir.
A prestação de Eric Dier no jogo com o FC Porto veio reforçar a minha convicção, já afirmada neste blogue, de que o seu estatuto deve ser o de titular do Sporting. Leonardo Jardim, é certo, sabe muito mais de futebol a dormir do que eu bem acordado e lá terá as suas razões para o preterir em favor de, em princípio, Maurício, jogador que em muito pouco será superior ao jovem oriundo da formação do clube. Digo em princípio porque me parece que Rojo, não obstante alguma inconstância e imaturidade, próprias de quem é ainda muito jovem - algo que tendemos, frequentemente, a esquecer, influenciados, talvez, pelo facto de ser já internacional A pela Argentina, onde, para mim, se joga o mais belo futebol do mundo - é intocável, no confronto com o brasileiro.
As limitações apontadas a Rojo podem, naturalmente, ser atribuídas também a Eric Dier. Mas o jovem inglês tem inúmeras vantagens sobre Maurício, sem desprimor para este, cujo profissionalismo e qualidades não ponho em causa. Dier é, em minha opinião, um jogador muitíssimo inteligente, com discernimento nos momentos mais difíceis, que sabe quando deve sair com a bola nos pés, quando deve tentar colocá-la na frente, com passes longos, ou quando deve chutá-la, com força e sem vergonha, para longe da sua área. É, além disso, muito bom a jogar de cabeça, requisito obviamente importantíssimo num defesa central, constituindo, também, no que, reconheça-se, é acompanhado por Maurício, um perigo, quanto a esta matéria, na área adversária. Tem uma grande força física, o que, aliada esta à sua capacidade técnica e visão de jogo, o habilita para desempenhar, com grande competência, outros papéis, como - já o demonstrou - o de trinco. Tem um pontapé fortíssimo e para marcar livres directos e rematar de fora da área estará certamente na linha da frente das opções.
O maior defeito que lhe vejo é o da inexperiência, natural em quem só tem 19 anos, muito jovem para que lhe possamos exigir ou dele esperar uma grande maturidade. Por agora, apresenta alguma tendência para a indecisão e alguns momentos de falta de atenção, que, se repararmos bem, aparecem normalmente no princípio dos poucos jogos em que tem participado - aconteceu isso mesmo frente ao FC Porto. Pode ser que me engane, mas estou absolutamente convencido de que, com o aumento do tempo de jogo, as suas poucas inconsistências desaparecerão rapidamente e de que, em breve, teremos um defesa central ao nível dos melhores da história do Sporting.
E, acima de tudo, Eric Dier vem da academia. Sempre defendi, mesmo no tempo em que as vacas não eram tão magras, que o aproveitamento da formação deve ser a pedra de toque na gestão, a todos os níveis, incluindo o desportivo, do clube. Eric Dier é um óptimo exemplo dessa formação. Já tivemos amplas oportunidades de verificar, através de algumas entrevistas e intervenções públicas deste nosso jogador, em boa verdade pouco mais do que um adolescente, que a actividade da academia pode contribuir para a formação de cidadãos com algo mais do que apenas, e já não é pouco, a atribuição de conhecimentos e competências na área do futebol. Saibamos tirar todos os benefícios desta situação e será de certeza muito mais fácil fazer aparecer jogadores como tantos que ultimamente nos têm feito sentir, ainda mais, o orgulho de sermos do Sporting.
Eu estava lá e vi. Foi no jogo da abertura deste campeonato de todas as esperanças, a 18 de Agosto, em perfeito contraste com o anterior campeonato de todas as frustrações. Fredy Montero havia sido ridicularizado por alguns sportinguistas. Os do costume. Disseram que o presidente Bruno de Carvalho o fora comprar aos saldos, garantiram que nada havia que o recomendasse, alguns pseudo-engraçadinhos desataram a propagar piadas sobre ele sem sequer o terem visto jogar.
Montero respondeu da melhor maneira no local próprio: com golos, no relvado de Alvalade. Logo a abrir, no confronto com o Arouca. Foram três, numa tarde inundada de sol. Como na altura sublinhou a SIC, o colombiano "precisou apenas de 90 minutos para apagar da memória dos adeptos leoninos o goleador holandês Ricky van Wolfswinkel, transferido para o Norwich". A diferença era notória: só um cego não enxergava. Eu estava lá e vi e vibrei e festejei e gritei goooolo como há muito não gritava.
Muitos outros sportinguistas fizeram como eu, nesse jogo e em vários outros disputados de então para cá. Com nove golos à nona jornada só à sua conta, no final de Novembro, Montero já superava o conjunto de tentos marcados pelo Sporting na mesma fase do campeonato de 2012/13. Soma agora 16 (13 no campeonato, onde lidera a lista dos marcadores, e três na Taça de Portugal).
Mas já antes marcara pelo Sporting, ainda na pré-época, num memorável jogo contra a Fiorentina em que o golo inaugural foi dele. Era o primeiro sinal de que aquele jovem nascido há 26 anos em Campo de la Cruz, vestido de verde e branco desde o final de Julho, tinha sina e selo e sorte e sorriso contagiante de campeão.
E assim acabámos o ano sem ter ganho aos da luz ou ao fêquêpê. Desiludido? Nem por sombras. Olhando para trás é impressionante o que se conquistou nos últimos cinco meses, mas olhando para a frente impressiona ainda mais o que nos falta alcançar.
Como este ano, curiosamente, os periódicos não brandiram alto e bom som o título de "campeão de Inverno", vá-se lá saber porquê, cabe ao Sporting orgulhar-se do título de campeão do fair play. Ou seja, o Sporting é, incontestavelmente, o clube mais civilizado de Portugal, aquele que não sofre de cólicas tremendas por ter o rei na barriga, nem se mancha em diarreias de fruta podre. Um Sporting que faz tudo para ganhar em campo e deixa à sorte do jogo os resultados, em vez de os confeccionar nos bastidores. Assim, fica cada vez mais exposto o banditismo das arbitragens, o favoritismo das cúpulas futebolísticas, para as quais o Sporting é um penetra, pois dá jeito que os parcos recursos dos direitos sejam partilhados apenas a dois, e a venalidade das folhas de couve "desportivas" desde há muito trespassados ao preço da uva mijona aos interesses comerciais dos agentes, dado que as vendas de papel e de publicidade não permitem a sutentabilidade do negócio.
Temos obstáculos formidáveis pela frente, mas, a continuarmos assim, 2014 pode vir a ser o princípio de qualquer coisa decente. É preciso muita paciência a qual não nos há-de faltar se em campo virmos tãos bons resultados de um esforço diário.
«Taça da carica com bilhete a 25 euros para um sócio com gamebox central (pós-estúrdia natalícia), jogo às 20h45 de um domingo de Dezembro, transmitido pela tv em sinal aberto. Se o SCP quer público, não pode permitir estas combinações. Não há milagres. Ou melhor, 20 mil já foi um milagre.»
«Vimos William Carvalho em apenas quinze jogos. O "polvo" fez mais do dobro só na Liga dos Campeões».
Na véspera do Sporting/Porto de ontem, José Manuel Ribeiro, director de “O Jogo”, decidiu dedicar umas linhas de prosa erudita a comparar um dos melhores trincos do planeta, que já partilhou relvados com Ronaldo, Messi e Ibrahimovic, a uma grande promessa que, coitada, não tem jogos da Champions ou títulos conquistados como credenciais para apresentar.
Paulo Bento que se ponha fino mas é quando tiver de fazer as escolhas para o Mundial 2014! É que, nas palavras do sábio director, «não há, na verdade, qualquer comparação por agora».
Fernando, brasileiro naturalizado português merece muito mais ser convocado para o Brasil do que William Carvalho, de quem se ouviu falar apenas desde Julho…apesar de ter carreira feita nas camadas jovens da Selecção Portuguesa de Futebol!
Em tempos idos, qualquer director de jornal desportivo escreveria, legitimamente indignado, por que é que num Sporting – Porto uma equipa jogou com 6 portugueses e a equipa com o escudo nacional inserido na camisola jogou apenas com 2 portugueses.
Nos tempos que correm, um director de jornal desportivo português faz, de forma discutível (ainda que legítima), campanha pela convocação para a Selecção portuguesa de futebol de um jogador naturalizado em detrimento de um jogador com carreira nas Selecções de Portugal e, no que é mais extraordinário, enuncia um princípio que desconhecia relativamente aos critérios de convocação: entre dois bons jogadores para a mesma posição deverá ser convocado aquele que se conhece há mais tempo, não necessariamente o que está a jogar melhor.
Quem esperava um milagre para salvar a presença do Sporting na Taça da Liga, após a copiosa derrota frente ao Rio Ave, desenganou-se: bastou uma vitória do Paços de Ferreira sobre o Marítimo, a 30 de Dezembro de 2012, para nos colocar fora dessa competição.
"Perdemos a hipótese de ganhar o conjunto de competições em que nos encontramos, é bem verdade, e é muito triste, mas nem o mundo, nem o Sporting, acabam aqui. Quanto à equipa de futebol, o conselho que aqui deixo é o seguinte: contratem um psicólogo, ou um conjunto deles, daqueles bons e caros, a expensas dos jogadores, como é evidente. Sessões intensivas durante o mês de Janeiro, o que deverá ser suficiente para os jogadores perceberem que têm de começar a jogar", escrevia aqui o Pedro Quartin Graça.
Confrontado com crescentes críticas, no momento mais conturbado do seu mandato, o presidente Godinho Lopes garantia em entrevista ao Diário de Notícias que tencionava manter-se em funções: "Poderia seguir o caminho mais fácil, que seria bater com a porta, mas isso não corresponde ao que quero deixar como legado aos meus filhos. Sou uma pessoa combativa e vou sempre atrás daquilo em que acredito."
Vinha aí um novo ano e uma nova "limpeza de balneário" já marcada para Janeiro. Com as anunciadas partidas de oito jogadores: Daniel Carriço, Xandão, Izmailov, Elias, Pranjic, Jeffrén, Boulahrouz e Adrien Silva.
Do jogo. Partida aberta, emotiva, bem disputada. Sem o árbitro a estragar. Jogou-se à inglesa, proporcionando um bom espectáculo em Alvalade. Só faltaram os golos.
Da superioridade do Sporting. A nossa equipa foi claramente a melhor em campo, revelando-se três vezes mais rematadora do que a turma rival: o FC Porto viu-se manietado nas suas acções ofensivas pela eficácia da "muralha" leonina. Dominámos em velocidade, em maturidade táctica, em qualidade técnica, em níveis de concentração competitiva. Se não fosse a grande exibição do seu guarda-redes - de longe o melhor jogador portista - a equipa comandada por Paulo Fonseca teria saído claramente batida de Alvalade.
Da forma como este desafio foi encarado. Houve quem vaticinasse que este clássico, inserido na Taça da Liga, seria uma partida de "segundas linhas". Vaticínio falhado: nem FCP nem Sporting descuraram a estrutura habitual das equipas apesar de se tratar de uma prova secundária.
Das apostas de Leonardo Jardim. O técnico leonino optou por Marcelo Boeck a guarda-redes, Eric Dier em vez de Maurício no eixo central da defesa e Slimani como ponta-de-lança titular. Todos mereceram esta convocatória - incluindo o guardião brasileiro, que só foi chamado uma vez a intervir e teve uma noite muito mais tranquila do que Fabiano, hoje titular da baliza portista.
De Adrien. Voltou a ser um gigante em campo, comandando o processo ofensivo dos leões. Pressiona muito bem, recupera inúmeras bolas, tem um notável sentido posicional e uma extraordinária precisão de passe. Paulo Bento terá de contar com ele no Mundial do Brasil.
De William Carvalho. Conseguiu banalizar os atacantes portistas, como Carlos Eduardo, com a sua já habitual mestria em campo. Fundamental não só nas acções defensivas mas também na construção de jogadas ofensivas com os seus passes longos, em linha recta, que começam a tornar-se imagem de marca deste Sporting que exibe o melhor futebol da temporada oficial 2013/14.
De Cédric. Soube desequilibrar na sua ala, ganhando sucessivos confrontos com Varela. Os seus cruzamentos levam sempre o sinal de perigo. Esteve quase a marcar, com um disparo fulminante aos 74' que Fabiano desviou a custo para canto. Vice-campeão mundial de sub-20, tem um lugar à espera dele como defesa direito da selecção nacional.
Do nosso meio-campo. Adrien, André Martins e William formam um trio de luxo - em permanente rotação, jogando sempre em alta velocidade, exercendo pressão alta sobre as equipas adversárias. Hoje, uma vez mais, deu gosto vê-los jogar o tempo todo.
Da organização defensiva do Sporting. Mais um jogo sem sofrermos golos - o sexto consecutivo. Ninguém voltou a falar em crise da defesa leonina.
Da entrada de Carrillo. Substituiu Capel aos 67', tendo sido responsável pela melhor jogada deste desafio, aos 74', com um estonteante slalom pela ala esquerda culminado numa série de três remates muito bem defendidos por Fabiano. Pouco depois fez um excelente passe para Vítor, que desperdiçou.
Não gostei
Do nulo final. Uma partida tão bem disputada não merecia ter terminado com um empate a zero.
Das flagrantes oportunidades de golo perdidas. Uma por Wilson Eduardo, aos 22', na sequência de um grande passe de William Carvalho. Duas por Vítor, aos 81' e aos 90'.
Da fraca assistência. Um clássico como este merecia mais do que os 21 mil espectadores presentes nas bancadas de Alvalade. Culpa da Liga, que marcou o jogo para as 20.45 de um domingo de Inverno. Quem esperam atrair com estes horários tão absurdos?
Cabelo do Aimar: «Ver representantes televisivos do FCP e do SLB, alguns com responsabilidades oficiais nos seus clubes, aliados contra o Sporting Clube de Portugal, no que é obviamente um enorme erro arbitral que custou 2 pontos e a liderança isolada, explica muito do que é o futebol nacional neste momento. (...) Também foi interessante verificar o pedido da APAF no sentido da liga penalizar de forma exemplar o discurso do presidente leonino quando se sentiu, muito justamente diga-se, injustiçado pela actuação do Mota em Alvalade... É que essa reacção contrasta conspicuamente com o silêncio quando foram os presidentes rivais a vir a terreiro por outros jogos onde se sentiram, justamente ou não, injustiçados.»
Depois do afastamento da Taça de Portugal, depois de dizermos adeus prematuramente à Liga Europa, afastadas todas as esperanças de singrarmos no campeonato por vermos o Benfica à distância de 20 pontos, chegava o momento de nos despedirmos da Taça da Liga.
Com Capel a suplente, Jeffrén equipado de início e Ricardo Esgaio no onze titular, o Sporting tombava nesta competição após mais uma dura derrota, desta vez frente ao Rio Ave. Por 3-0. Num jogo que ficou assinalado pela descabida expulsão de Eric Dier, que recebeu um cartão vermelho directo.
Mas, no essencial, não podíamos queixar-nos das arbitragens: só tínhamos mesmo de queixar-nos de nós próprios. Apenas quatro vitórias em 22 jogos oficiais na temporada 2012/13 contabilizados naquele triste dia 29 de Dezembro de 2012. Havia mais de oito meses que não festejávamos um triunfo fora de casa.
"Não conseguimos estabilizar um onze. Eis um dos inúmeros motivos que explicam a descida do Sporting ao buraco onde se encontra. Gelson, Izmailov e Boulahrouz foram ou serão dispensados; desta vez entrou Esgaio e regressou Adrien. Só as derrotas continuam", escrevi aqui, no rescaldo imediato da pesada derrota em Vila do Conde.
No final, um grupo de adeptos insultou os jogadores. O presidente Godinho Lopes escapou às invectivas saindo mais cedo, por uma porta lateral.
OAdelino Cunha, numa ironia magoada, concluía desta forma: "Próximo passo: despedir mais um treinador para vir à tona encher o peito de ar. E depois voltar ao fundo do poço. Siga."
Estava cheio de razão. Como não tardaríamos a saber.
O Sporting conseguiu em 2013, na modalidade futebol, a proeza de que poucas marcas se podem orgulhar: cumpriu todas as promessas da marca. A saber: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória.
Esforço: uma equipa muito jovem, um enorme esforço de concentração tanto dos jogadores como do treinador
Dedicação: de toda a estutura, empenhada na reconstrução da equipa e na reconquista do orgulho dos seus adeptos.
Devoção: o Sporting sempre gozou de uma enorme devoção, uma fé religiosa dos seus adeptos. É agora maior que nunca.
Glória: como em todas as marcas, a sua sobrevivência exige glória, vitórias, ambição, aspiração.
O Sporting consegue terminar o ano com o posicionamento de uma marca premium, com um primeiro lugar no ranking da Liga e uma notoriedade pública muito positiva.
Dizem-se sportinguistas até à medula, daqueles que juram fidelidade eterna ao clube, e depois passam uma época inteira sem frequentar o nosso estádio. Preferem assistir aos jogos no sofá, entre reiteradas proclamações de sportinguismo, confiando nos critérios de realização da SportTV e nos comentários de Luís Freitas Lobo para aferir da "verdade desportiva". Isto apesar de viverem em Lisboa, terem bons meios de locomoção e se gabarem de possuir um bom nível socio-económico, não sendo certamente motivos de ordem financeira que os impedem de testemunhar in loco as prestações da nossa equipa.
Não contentes com isto, ainda se arrogam no direito de dar lições de sportinguismo aos outros, como se estivessem ungidos de uma pretensa superioridade moral na matéria. É para esses sportinguistas da treta, acima de tudo, que se destinam estas palavras de Bruno de Carvalho. Eles sabem que eu sei que eles sabem que eu sei.
Depois da nota negativa a Duarte Gomes, o senhor de apito a quem o Sporting deve a prematura eliminação da Taça de Portugal pela sua vergonhosa actuação no estádio da Luz, a história repete-se agora com Manuel Mota: segundo noticia o Record, o cavalheiro de Braga que anulou um golo limpo à nossa equipa foi avaliado também com nota negativa pelo observador da arbitragem que assistiu ao Sporting-Nacional. De nada lhe serviu ter como testemunha abonatória míster Manuel Machado, único indivíduo capaz de descortinar uma falta inexistente a 70 metros do respectivo bigode.
Contra estes incompetentes, que arrastam o futebol português pela lama, é que eu gostaria de ver enérgicas tomadas de posição da APAF.
Acabo de saber: este foi o terceiro postal mais comentado do ano que agora acaba, em todos os blogues inseridos na plataforma Sapo. Versando não um tema do presente mas um assunto pertencente a um passado já remoto, quando a televisão era a preto e branco e o detentor máximo do poder político se envolvia sem pudor nas questões do futebol, vetando transferências de jogadores para o estrangeiro.
Confirma-se, de algum modo, que somos um povo com irreprimível tendência para a nostalgia.
Vercauteren - esvaziado de funções com a contratação de Jesualdo Ferreira - ficava no Sporting ou abandonava o clube, como já noticiava a revista France Football?
As dúvidas nesta matéria iam-se dissipando à medida que prosseguia a contagem decrescente para o fim do ano. Era cada vez mais evidente que o treinador belga estava prestes a fazer as malas, menos de três meses após ter chegado: outra aposta falhada da direcção do clube.
Fora da Taça de Portugal e da Liga Europa, sem qualquer esperança de alcançar um lugar honroso no campeonato, o Sporting preparava-se para defrontar o Rio Ave na Taça da Liga, único troféu ainda com hipótese de disputar.
Mas na véspera desse jogo, a 28 de Dezembro de 2012, as expectativas eram quase nulas. Como este texto do Tiago Cabralrevela bem:
"O ano desportivo vai a meio, tomáramos nós que já tivesse acabado. Estamos no fim do ano civil. Estou certo que com mais ou menos desacordos e acordos, estamos todos, Sportinguistas, a desejar para 2013 o mesmo. Esperamos que pelo menos a segunda metade de 2013 seja repleta de sucessos. Que possamos ir ao nosso estádio e sair de lá satisfeitos. Só isso, e isso representa tudo. Sócios e adeptos querem sentir-se satisfeitos ao fim de 90 minutos. É pedir muito?"
O Presidente do Sporting dirigiu uma mensagem à comunidade sportinguista que merece ser lida atentamente e na qual alerta para a pouca adesão registada, até ao momento, às diversas campanhas que foram introduzidas nos últimos meses pela Direcção no sentido de reaproximar os adeptos do Clube.
Apesar das campanhas imaginativas para mobilizar os sócios e adeptos, com preços especiais para sócios e bilhetes para as famílias, questiona-se por que é que a procura, ainda assim, não aumentou significativamente.
Não tendo a fórmula mágica que responda a esta dúvida, insisto na mesma tecla: o Sporting com a média de um jogo em casa no período da tarde por volta do campeonato dificilmente mobilizará os adeptos suficientes para esgotar Alvalade, como todos testemunhámos em tempos idos.
Com um Inverno rigoroso, não se percebe que se continuem a marcar jogos à noite com temperaturas pouco convidativas para sair de casa.
Replicando um anúncio publicitário muito popular, eu ainda sou do tempo em que 3/4 sportinguistas se organizavam em boleia e iam pela A1 fora até Alvalade, ver o Sporting jogar às 15h/16h, e chegar a casa bem a tempo de jantar e privar com a família. Hoje, com jogos às 20h, quem é que faz viagem desde Braga, por exemplo, para ir apanhar frio até Lisboa e chegar bem tarde a casa?
O tal "sistema" já com décadas de "reinado", sempre referido em muitas declarações e em muitas escutas telefónicas que deram origem a muito barulho e nenhuma consequência, tem um mapa, sempre teve. Muitos o conhecem, poucos o referem, alguns poucos que o quiseram "expor" tiveram diversos "problemas".
Actualmente esse "sistema" é assim... comecemos pelos nomes e perfis dos artistas e dos outros, bem como pelo nível elementar de funcionamento da "máquina" desse tal "sistema".