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És a nossa Fé!

Um jantar verde, obviamente

Podíamos ter sido mais mas (modéstia à parte) fomos bons. E quase todos pontuais. Mal chegou a hora combinada, eight o' clock, vários membros deste blogue começaram a afluir ontem ao local da reunião: a cervejaria Nacional. No Alvaláxia, claro. A curtíssima distância do nosso estádio. Numa mesa em quadrado (noutros tempos teria sido em losango), instalámo-nos à conversa.

Passo a apresentar os comensais: Alda Telles, Constança Martins da Cunha (ladies first). O nosso estimado patriarca, José Manuel Barroso. O benjamim do blogue, Alexandre Poço. O colega que veio mais de longe, José Teixeira (desfiando saborosas evocações de Moçambique). O Francisco Mota Ferreira, que partilhou connosco alguns episódios dignos de filme vividos recentemente em Bissau. O Luís de Aguiar Fernandes e o Pedro Oliveira, ambos estreantes nestes repastos. E o José Navarro de Andrade e o Eduardo Garcia da Silva, já repetentes. Além do signatário desta prosa, ao vosso dispor.

Alguns apareceram equipados a rigor ao jantar - isto é, de verde. E a conversa? Foi excelente, posso garantir-vos.

Sem cometer inconfidências adianto que trocámos impressões sobre a direcção do clube, a última época, as possíveis contratações, a boa prestação da selecção nacional no Euro 2012 (com o Sporting a confirmar-se como notável escola de talentos), os boatos transformados em manchetes de jornal ao serviço de estratégias demasiado evidentes e a certeza generalizada entre nós de que na nova temporada 2012/13 é que os nossos sonhos vão tornar-se enfim realidade. Comeu-se o pão, marcharam as azeitonas, atacou-se a sopa de alho francês (houve quem sugerisse que caldo verde teria sido mais apropriado). E não faltaram cavalheirescas farpas ao presidente de um certo clube que só agora parece ter acordado para o "ecletismo" que as modalidades proporcionam.

Sucediam-se as gargalhadas a propósito das acrobacias "técnico-tácticas" de certos comentadores que não acertam um vaticínio e algumas histórias picantes de estrelas que já abandonaram os estádios mas não os estúdios. Aí a nossa equipa dividiu-se: uns optaram pelas imperiais, outros escolheram sangria. Fez-se um balanço deste meio ano de actividade do blogue e trocaram-se sugestões para o futuro próximo. Isto enquanto chegava o bife - ou simplesmente grelhado ou com molho. "E se fizéssemos uma série dedicada às mulheres dos jogadores?", sugeriu um dos estetas presentes à mesa. Oferecendo-se, desde logo, como mão-de-obra gratuita para tão espinhosa empreitada.

Combinámos avançar em breve com uma série colectiva, que sirva de traço de união entre todos os membros do blogue - incluindo os mais preguiçosos. Chamar-se-á Os Nossos Ídolos e vai começar da melhor maneira, asseguro-vos eu, que tenho o estranho hábito de fazer prognósticos antes do jogo.

Veio o gelado, chegaram os cafés e a conversa prosseguiu para além do período regulamentar, num prolongamento que durou bem mais de meia hora. Só não acabou na marcação de grandes penalidades.

Nem houve cartões encarnados, como é evidente. A nossa cor é outra. A celebrizada por Camões, sportinguista avant le lettre: «Verdes são os campos, / De cor de limão: / Assim são os olhos / Do meu coração.»

 

 

Nova competição de sub-19 da UEFA

O Comité Executivo da UEFA aprovou hoje, entre outras medidas, uma nova competição no escalão sub-19 à experiência por dois anos, efectivo na época de 2013-14. As equipas disputarão uma fase de grupos semelhante à da Liga dos Campeões, mas a seguinte, a eliminar, será disputada a um só jogo, representando um máximo de dez jogos, com as meias-finais e finais a decorrerem em campo neutro. Existe, no entanto, uma muito importante estipulação : o acesso à competição será reservado às equipas dos 32 clubes elegíveis a competir na fase de grupos da «Champions». Por outras palavras, no caso concreto do Sporting, os seus sub-19 só ficarão aptos se a equipa principal se apurar para a fase de grupos da Liga dos Campeões através da sua classificação na época que se aproxima de 2012-13. Mediante o pertinente «ranking» da UEFA, serão apurados directamente para a fase de grupos os primeiros dois classificados da Liga portuguesa e um terceiro, que disputará o «play-off». Além da existente considerável compensação financeira, esta nova competição representa um acrescido incentivo para os clubes portugueses.

O futebol nas redes sociais

Um estudo internacional desenvolvido pela «OMD» - agência Omnicom Media Group - analisou os temas sobre os quais os fãs de futebol falam, de quem gostam no Facebook, quem seguem no Twitter, como é que seguem os jogos, como as novas tecnologias estão a ganhar importância na relação dos fãs com o futebol, e como as marcas e os patrocinadores se posicionam. Uma das conclusões apuradas é que Cristiano Ronaldo é o jogador europeu mais influente - seguido e popular - no Facebook e Twitter, à frente de Wayne Rooney, Iker Casillas, Cesc Fàbregas e Gerard Piqué. A página de Facebook do capitão das Quinas tem mais de 45 milhões de «likes» e o jogador é seguido por mais de 10 milhões de pessoas no Twitter.

O estudo também determinou que o interesse por futebol é maior do que na última competição europeia, há quatro anos. Passou de 38 por cento, no Euro 2008, para os actuais 58 por cento. O número de vezes que o público vai aos estádios ver futebol, varia muito ao longo da Europa. Os polacos são os que mais assistem a jogos ao vivo - 56 por cento - seguidos pelos checos - 37 por cento - e pelos portugueses em terceiro lugar a 20 por cento.

O Euro 2012 é, dos grandes eventos desportivos, o que despertou maior interesse dos fãs, com 72 por cento, no chamado «pre-event impact report», à frente dos Jogos Olímpicos de Londres (66 por cento), Mundial 2010 (63 por cento) e da Liga dos Campeões (53 por cento). As páginas das Selecções nacionais inglesa e alemã lideram no número de «likes». A página da Selecção portuguesa, à data do estudo, tinha 65.764 «likes». 

Além do já referido, o estudo teve como objectivo primacial saber de que forma os consumidores estão ligados ao evento e como é que as marcas e os respectivos patrocinadores fazem parte dele.

Mal fica

Chamam-lhe A Bolafica. E cada vez mais se percebe porquê. Reparem nesta capa tão patrioteira na sequência da meia-final com Espanha. Qual é o único jogador titular da selecção nacional que não figura na imagem?

Acertaram: é esse mesmo. O jornal faz de conta que ele nem estava lá. Mal fica tão escandalosa omissão.

As mulheres dos jogadores

 

Num repasto recente veio à conversa o assunto, esse das mulheres dos jogadores, agora já quase estrelas. Claro que não pude deixar de me lembrar da mais bela delas todas, a Carmizé mulher do Hector Casimiro Yazalde, esse que a gente da rádio (transístores) gritava a cada um dos muitos golos Jázaldé! Carmizé fez carreira cinematográfica (ver a ligação), era lindíssima e quarenta anos depois ainda tem um blog que lhe é dedicado.

 

O Yazalde, o maior, é uma saudade. Enorme.

Patrícia Mamona conquista prata e bate recorde nacional

 

Patrícia Mamona, atleta do Sporting, conquistou mais uma medalha (prata) para Portugal nos Europeus de atletismo de Helsínquia. A atleta fez logo a marca de 14,52 metros no seu primeiro triplo salto, que lhe assegurou o lugar no pódio, atrás da ucraniana Olha Saladuha (14,99 metros) e à frente da russa Yona Borodina (14,36 metros). Afirmou ela: «Sabia que se conseguisse melhorar a minha marca, bater o recorde nacional (que era de 14,42, do ano passado), poderia conseguir uma boa classificação, mas não imaginava o pódio. Estou muito contente».

Muito mais do que um desporto

 

Fértil em imagens iconográficas, este Euro 2012 acaba de fornecer-nos mais uma: o abraço emocionado de Mario Balotelli - herói da meia-final de ontem entre a Itália e a Alemanha, que afastou a equipa germânica do embate final contra a Espanha em Kiev - à sua mãe adoptiva. O futebol é muito mais do que um desporto: este abraço, ganhando a força de um símbolo, adquire dimensão universal.

Aurélio Pereira e a formação do Sporting

Aurélio Pereira, actual coordenador do Departamento de Detecção e Recrutamento do Sporting, com ligação de 40 anos ao Clube, numa recém-entrevista que concedeu ao jornal «leonino», abordou muitas das questões mais pertinentes ao recrutamento e à formação centrados nas operações da Academia. Transcrevo, neste espaço, algumas das suas considerações mais relevantes: 

 

* A estratégia de recrutar em idades mais baixas continua a resultar, mas com uma distinta diferença; enquanto no passado recrutávamos a partir dos 10, actualmente, por força do mercado, passámos a recrutar aos 6. 

 

* O número de jogos observados por fim-de-semana não tem qualquer paralelo com o passado recente. Só para dar um exemplo: nos distritos de Lisboa e de Setúbal, observamos cerca de 90 jogos por fim-de-semana. Para além dos elementos da estrutura principal que lideram o processo, existem, sensivelmente, mais 150 homens que, no restante País, prestam a sua colaboração nesta área de observação. Não é fácil arranjar observadores com total disponibilidade e quase de forma graciosa.

 

* O Sporting, como grande formador que é, promove e transmite os valores e princípios da sua própria mística aos seus discípulos. Aqui e ali pode haver desvios, deste ou daquele atleta, o que é normal nestas idades. Infelizmente, estes tipos de situação são quase sempre provenientes de influências negativas exteriores, fora do nosso âmbito, normalmente maus conselheiros e amigos de ocasião.

 

* Não transformamos um tijolo num violino. No Sporting, só entram dois tipos de jogadores: os talentos e os bons jogadores. Os verdadeiros talentos são aqueles que, na prática, o conseguem provar, tendo que ter, para isso, três qualidades fundamentais: paixão pelo treino, paixão pelo jogo e paixão pela profissão. Esses, encontram-se em patamares superiores, e todos nós sabemos quem são. Quanto a todos os restantes, que são bons jogadores, podem transformar-se em grandes jogadores, com mentalidade apropriada e, simultaneamente, poderemos considerá-los, também, atletas de alto rendimento. Todos aqueles cuja mentalidade não possua estes requisitos, serão sempre atletas de segunda escolha.

 

* Nesta indústria do futebol, o factor económico é decisivo - e a capacidade financeira dos clubes portugueses não é comparável à dos grandes clubes europeus. Bom seria que nós, Sporting, pudéssemos segurar os jogadores que produzimos e, aí, seriamos uma força mundial no futebol. Como isso não é possível, não há outra solução.

 

* Não é possível segurar um atleta que ganha dez mil euros e que tem uma proposta de cem mil. A única solução é gerir esses casos, defendendo os interesses do Clube o mais possível, e retirando o máximo proveito desse tipo de operações.

 

* Ficamos orgulhosos por ver dez jogadores, dos 23 seleccionados por Portugal, formados no Sporting. É, ainda, altamente reconfortante que o Sporting seja o único Clube no mundo que se pode orgulhar de, na mesma década, ter formado dois «botas de ouro».

 

* A equipa B é um espaço competitivo muito importante, porque entre a última fase da formação e o primeiro ano da integração no futebol profissional, há um «cabelo». Um jogador que sai dos juniores está no 12.º ano e, quando chega a sénior, vai para o primeiro ano da faculdade. Não pode pensar que já é doutor. Há muita coisa a aprender. E isso só é possível resolver jogando todos os domingos com regularidade.

 

* Há um dado importante: a equipa B não pode ter a obrigação de ganhar. O objectivo principal é criar um espaço competitivo exigente para os atletas poderem evoluir, onde vários serão apenas seniores do 1.º ano. A II Liga irá ser muito forte e os resultados desportivos podem ser afectados. A nossa massa associativa pode e deve colaborar neste processo de crescimento, apoiando-os.

 

* Sete jogadores feitos no Sporting, em 14 utilizados pelo Paulo Bento no jogo com a Bósnia, é um sinal de que o trabalho da formação do Sporting tem sido bem feito.

 

* Hoje já nenhum clube pode afirmar que chega primeiro aos jogadores, pois não  há nenhum torneio em Portugal, no cantinho mais remoto, onde também não estejam presentes observadores dos nossos concorrentes. 

 

* Mais de 90% da nossa grande equipa de juniores, base da selecção nacional, passou primeiro pela avaliação do coordenador técnico do Estádio Universitário de Lisboa, antes de começar a trabalhar na Academia. Isto acontece com a vasta maioria dos infantis de 2.º ano, que posteriormente transitam para a Academia como iniciados do 1.º ano. O Pólo do Universitário é onde trabalhamos os miúdos dos 6 aos 12 anos.

 

* Quanto à discussão à escala planetária sobre quem é o melhor jogador do mundo, tendo acompanhado o Cristiano Ronaldo nas camadas jovens do Sporting, entendo que ele e Messi são jogadores diferentes. Para mim, o Ronaldo é um jogador mais completo, mas são, de facto, os dois melhores do Mundo. Estive em casa dele recentemente, por convite, e, em conversa, o Sporting vem sempre à baila. Fico satisfeito que ele diga que sofre pelo Sporting. Nesta ocasião, tive a oportunidade de lhe dizer que, para ele, também é bom haver um Messi: é importante porque o obriga a querer ser melhor. Ele concordou. Em alta competição, a concorrência obriga-nos a evoluir, a não facilitar.

 

* Reconheço os valores fantásticos dos elementos que temos. Com 40 anos de Clube, creio que temos sempre de nos colocar na posição de nos sentirmos úteis. Se assim não for, não vale a pena. Foi no Sporting que me formei como atleta, como homem, como dirigente. Aqui conheci pessoas extraordinárias e tenho tentado passar o meu testemunho àqueles que me têm acompanhado. A paixão das pessoas pela formação do Sporting continua a existir, pois enriquecem-se e valorizam-se igualmente em termos pessoais e, como é óbvio, no processo, enriquecem também o Clube. Por isso quero prestar uma grande homenagem a todos aqueles que trabalharam e trabalham no Departamento de Detecção e Recrutamento do Sporting Clube de Portugal. 

O segredo menos secreto do defeso

 

A imprensa lisboeta de hoje anuncia o desfecho mais esperado do frenético diz-que-diz do defeso futebolístico. Depois do bate-boca entre jogador e gente do clube Adrien irá para o Porto (se por troca com algum jogador ou de outra forma é totalmente irrelevante). Depois da fuga para o estrangeiro ainda nas camadas jovens e do seu regresso. Depois dos empréstimos das duas últimas épocas, talvez surpreendentes se olhados os plantéis onde não teve lugar. Depois disso tudo Adrien no Dragão. "Cheira-me" a mais uma tristeza leonina.

Adivinhem quem faltou para jogar

O plantel de Portugal é curto, mas ontem mais curto estava: faltava lá Helder Postiga, o único ponto-de-lança capaz de fazer Ronaldo render na Selecção, conforme três jogos e meio deste Euro (se necessário ainda fosse) ajudaram a tornar claro. Espero que todos os detractores do mais mal amado da nossa Selecção, à vista do que (não) fizeram Hugo Almeida e (sobretudo) Nelson Oliveira, tenham a humildade de o reconhecer. Aquela lesão muscular do jogo contra a República Checa, por absurdo que possa parecer, e numa meia-final tão equilibrada como a de ontem, pode-nos ter custado o primeiro título de seniores da Selecção. Mas daqui a dez ou vinte anos há mais.

Novo regulamento da Liga Zon Sagres

Foi aprovada uma nova medida em Assembleia Geral da Liga que impedirá o empréstimo de jogadores dentro do mesmo escalão competitivo, efectivo já na próxima época. Esta alteração, que teve o voto favorável de 19 clubes, 9 contra e uma abstenção, passará a constar no Regulamento de Competição dos campeonatos profissionais. Além de pretender eliminar o óbvio conflito de interesses e a falta de transparência que tem existido no campeonato nacional, no pertinente contexto, irá forçar os clubes a apostar mais na evolução dos seus jogadores por via das equipas B. Intriga porque é que este regulamento não foi implementado já há muito, visto que a insensatez da situação era mais do que evidente. 

Adenda: É curioso verificar que tanto o Benfica como o FC Porto tenham votado contra uma alteração que faz perfeito sentido.

 

'Dranquilidade!

Contas feitas e cabeça fria a Espanha não ganhou indevidamente. À excepção de Ronaldo e Nani eles são melhores que nós, qualquer que seja a métrica que aplicarmos.

Mas Portugal não merecia perder neste jogo – são os paradoxos da vida. Um pau que rechaça a bola e outro que a engole e a sorte fica traçada. Sem Iniesta mas com Moutinho, sem Alonzo mas com Veloso, sem David Silva mas com Hugo Almeida, fomos a única equipa do mundo a entalar o jogo espanhol e a inocular-lhe receio, obrigando-a a maior parte do tempo a olhar tanto para trás como para a frente.

A performance portuguesa neste Euro deve ser comparada com a da Inglaterra, da França, da Holanda. Vis a vis estas equipas estatisticamente superiores fomos muito, mas muito, melhores. Logo veremos se ainda poderemos equiparar a nossa seleção com a da Itália.

E resta ainda confirmar que a Academia, além dos melhores jogadores do mundo, ainda produziu talvez o melhor treinador deste torneio, aquele que no binómio recursos/performance, melhores resultados alcançou e mais longe foi.

Não há por isso nada a lamentar, bem pelo contrário.

Depois disto será um escândalo se Miguel Veloso continuar no medíocre Génova e se Moutinho não for vendido para um clube decente (faz-nos falta o pilim dessa transferência, também é verdade). O Nelson catatua, que me pareceu nem sequer ter tocado na bola enquanto viu o jogo na primeira fila, esse que fique onde está que não faz mal a ninguém.

O que dizem eles

 

ESPN - E.U.A. : Um encontro muito renhido em Donetsk, que acabou por ser ganho pela Espanha na marcação das grandes penalidades que, incrivelmente, não incluiram Cristiano Ronaldo. O jogo teve mais cartões amarelos (9) do que remates na baliza (7), mas Portugal, mesmo em derrota, pode sair com a satisfação de que reduziu a Espanha a um nível muito mortal.

 

L'Équipe - França : A Espanha pode agora respirar. A campeã em título qualificou-se para a final do Euro 2012 derrotando Portugal nas grande penalidades (4-2).

 

The Telegraph - Reino Unido : Os campeões do Mundo e da Europa derrotaram os vizinhos ibéricos 4-2 nas grandes penalidades, com João Moutinho e Bruno Alves a falharem pelos portugueses.

 

The Indian Times - India : Num jogo muito desgastante que acabou num nulo após prolongamento, Fábregas marcou a grande penalidade que leva a Espanha à final do Euro 2012.

 

Le Monde - França : Com maior pressão no prolongamento, a Espanha conseguiu vencer nas grandes penalidades e vai à sua terceira final consecutiva de uma grande competição.

 

New York Times - E.U.A. : Debilitada mas não acabada, a Espanha acabou por prevalecer sobre Portugal nas grandes penalidades.

 

The Globe and Mail - Canadá : A Espanha não deslumbrou mas conseguiu derrotar Portugal nas grandes penalidades e avançar para a sua terceira consecutiva final de uma grande competição.

 

La Gazetta dello Sport - Itália : Após 120 minutos de futebol híper-cauteloso, nos limites do tédio, a «Roja» vai à final, onde defrontará o vencedor entre a Alemanha e a Itália.

A seleção do Paulo Bento é mesmo parecida com o Sporting

Tal como a equipa do Sporting comandada pelo Paulo Bento, a sua grande pecha é a concretização de penáltis. (Já se esqueceram? Nem o Liedson os marcava.) Como se viu. Especialmente por parte do João Moutinho.

Quando, no final do jogo, o Paulo Bento declarou que o grupo tinha "uma ilusão muito grande", ainda fiquei à espera que lhe saísse um "trabalhámos bem com tranquilidade".

A eliminação de Portugal foi uma injustiça, mas a eliminação da Espanha também o seria. Neste caso os penáltis foram mesmo uma lotaria, e nesse aspeto (e só nesse) a Espanha foi claramente melhor. No domingo, na final, aos adeptos portugueses resta a angústia de pensarem que poderiam perfeitamente ser eles a lá estar. Tal como o Sporting, na Liga Europa este ano e em tantas outras ocasiões. Até nisto o Sporting e esta seleção são parecidos.

"Injustiça!!!"

 

Se o Sporting é o "clube dos Calimeros", como nos chamam desde uma célebre crónica do Miguel Sousa Tavares (pessoalmente não me importo nada - o Calimero é uma personagem bem simpática), depois de ler os lábios de Cristiano Ronaldo logo após a eliminação com a Espanha, confirmei o que já se sabia: ele é um grande sportinguista.

A ver o Europeu (11)

Pela quarta vez, Portugal atingiu as meias-finais de um Campeonato da Europeu. E pela terceira vez ficamos pelo caminho. Mas desta vez com uma satisfação suplementar em comparação com o que ocorreu em 1984 e 2000: não fomos derrotados em campo, apenas a lotaria dos penáltis nos impediu de ir à final em Kiev. Só nesse instante a Espanha, após 120 minutos de confronto aberto e tenaz em campo, se revelou superior.

Não saímos, no entanto, sem enviar outra bola ao poste. Aconteceu com Bruno Alves, ao desperdiçar na barra da baliza de Casillas uma grande penalidade. Um momento decisivo, que acabou por ditar a sorte do encontro: os espanhóis estarão presentes, já no domingo, na terceira final consecutiva de uma grande competição futebolística internacional.

Portugal sai de cabeça erguida. Com uma defesa praticamente intransponível e um meio-campo que foi subindo de rendimento de jogo para jogo, culminando no desafio de hoje em Donetsk (Ucrânia), que vulgarizou alguns dos principais talentos da selecção adversária (incluindo Xavi e Silva), impedindo a equipa treinada por Vicente del Bosque de praticar o seu habitual rendilhado em campo.

Durante uma grande parte do encontro a equipa portuguesa revelou-se mais coesa, mais homogénea: há muito que os espanhóis não pareciam tão receosos nem jogavam em terreno tão recuado.

Houve uma quebra de rendimento dos portugueses na meia hora de prolongamento contra a equipa campeã da Europa e do Mundo. Del Bosque antecipou-se ao seleccionador português nas substituições. Isso ajuda a explicar a quebra física da selecção nacional nos últimos 20 minutos de um jogo muito exigente, desde logo no plano táctico.

Ficámos por aqui. Mas o balanço é claramente positivo. Só por ignorância ou má-fé alguém pode afirmar o contrário.

 

Portugal, 0 - Espanha, 0 (2-4 nos penáltis após prolongamento)

.................................................

Os jogadores portugueses, um a um:

 

Rui Patrício - Esteve a um passo de ter uma noite de glória. Ao defender o penálti de Xabí Alonso, o que nos prometia abrir caminho para a final. Não conseguiu defender mais nenhum. Mas voltou a estar em bom nível, sempre atento entre os postes. Aos 104' deteve o mais perigoso lance de ataque espanhol, que partiu dos pés de Iniesta.

 

João Pereira - Voluntarioso, muito activo, tinha uma missão particularmente difícil ao enfrentar Iniesta - o melhor dos espanhóis. Mas não se deixou intimidar, integrando-se bem na restante muralha defensiva. Ousou menos raides pelo corredor direito do que nos dois jogos anteriores, o que não surpreende atendendo ao valor da equipa adversária. Cartão amarelo aos 64'.

 

Bruno Alves - Muito duro a defender, com a solidez a que já nos habituou mas um pouco mais ríspido do que nos restantes jogos do Euro 2012. Recebeu o cartão amarelo, talvez já tardio, aos 85'. Destacado para os penáltis, partiu para a bola sem confiança, como ficou logo bem patente. De tal maneira que, numa primeira tentativa, Nani antecipou-se e decidiu ser ele a marcar.

 

Pepe - Impediu aos 28' um possível golo de Iniesta. E não falhou quando lhe coube marcar um penálti, no final. Manteve-se praticamente intransponível no comando da linha defensiva portuguesa. Cartão amarelo aos 60'.

 

Fábio Coentrão - Mais uma excelente exibição. Impediu Pedro de marcar aos 113' numa corrida desenfreada que chegou a bom termo. Venceu vários despiques com Arbeloa no corredor esquerdo português e, como é hábito, foi sempre perigoso a atacar. Cartão amarelo aos 45'.

 

Miguel Veloso - Muito eficaz em acções de contenção, soube ocupar sempre bem os espaços no terreno confiado à sua guarda. Cartão amarelo aos 90', o que levou Paulo Bento a substituí-lo por Custódio um quarto de hora depois.

 

Raul Meireles - Cumpriu, uma vez mais, o essencial da sua missão no meio-campo português. Graças a ele, em boa parte, Portugal conseguiu pressionar os espanhóis longe da nossa grande-área. À beira da exaustão, numa partida muito exigente, deu lugar a Varela aos 112'.

 

João Moutinho - O melhor português em campo, numa exibição de antologia. Foi o mais eficaz recuperador de bolas e voltaram a sair dos pés dele alguns dos passes mais perigosos da nossa selecção. Travou inúmeros lances ofensivos dos espanhóis e ganhou quase todos os duelos individuais, contribuindo em grande parte para o apagamento de Xavi. Terminou esgotado. E só foi pena ter falhado uma grande penalidade ao cair do pano.

 

Nani - Despede-se do Euro 2012 sem o golo em lance corrido que bem merecia pelo talento revelado. Mas assinou um tento de honra ao marcar o penálti final numa partida em que voltou a mostrar-se em boa forma embora algo perdulário nos últimos metros do terreno.

 

Cristiano Ronaldo - Esforçou-se muito e também ele acabou esgotado. Este não chegou a ser o jogo da vida dele, mas esteve quase a ser: Ronaldo podia ter marcado no último minuto do jogo quando se isolou à frente de Casillas, seu colega no Real Madrid e provavelmente o melhor guarda-redes do mundo. Este falhanço de algum modo prenunciou o desaire português nas meias-finais. Ronaldo desperdiçou ainda três livres durante o jogo - daqueles que não costuma falhar em Madrid.

 

Hugo Almeida - Um bom remate de longe, aos 57'. E três outros que também saíram fora. Hugo Almeida, que substituiu Helder Postiga como titular no ataque, esteve mais apagado do que se exigia numa partida em que era fundamental marcar. Mas integrou-se bem nas missões defensivas. Saiu aos 81'.

 

Nélson Oliveira - Substituiu Hugo Almeida aos 81'. Protagonizou dois ou três lances inócuos e pouco mais se viu.

 

Custódio - Entrou aos 105' para o lugar de Miguel Veloso. Tacticamente muito disciplinado. Sempre seguro.

 

Varela - Entrou só aos 112' para o lugar de Meireles. Ficou a sensação de que a equipa das quinas teria ganho se entrasse mais cedo. Teve uma boa arrancada pelo lado direito, quatro minutos depois, deixando nervosa a defesa espanhola.

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  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D