Adoro ouvir falar futebolês na televisão. Adoro aqueles neologismos muito giros debitados pelos locutores do desporto-rei. Adoro o léxico muito típico de quem tem por missão relatar jogos de futebol no pequeno ecrã.
É um idioma tão moldável que qualquer de nós pode falar ou escrever futebolês. Não acreditam? Ora vejam só como isso é possível.
A postura competitiva da equipa de todos nós tem vindo a esvaziar-se na segunda metade do tempo regulamentar deste jogo decisivo. Há até quem aponte a necessidade de fazer substituições de uma assentada no plantel, de modo a que este possa mostrar não só a força da técnica mas igualmente a técnica da força, atirando a bola para o melhor sítio.
Fala-se muito, por exemplo, na necessidade de refrescar o sector recuado para desfeitear as ofensivas dos times adversários. Uma defesa bem escalonada é meio caminho andado para as vitórias no relvado.
Um dos problemas desta equipa é a baliza, que tem estado mal guarnecida. O guarda-redes mostra-se amiúde mal colocado entre os postes e intercepta de forma deficiente muitos cruzamentos despejados na grande área, revelando uma certa tendência para deixar entrar frangos. Além disso tem sido vítima de surtos de violência dentro das quatro linhas, o que contribui para a sua desconcentração e a sua insegurança. É um dos elementos que se candidatam a ir para o duche mais cedo.
A pedra basilar da defesa central também revela algumas debilidades. O seu maior calcanhar de Aquiles é ser fisicamente pouco possante, colocando-se assim em posição de inferioridade no embate com o plantel adversário. Apesar da sua baixa estatura tem, porém, boas ideias ao nível da exploração do espaço aéreo. Principal ponto negativo: a fraca pulmadura, que não aguenta 90 minutos em toada competitiva.
O seu parceiro no centro da defesa é um falso lento, o que por vezes confunde e desbarata os adversários. E joga bem de cabeça, o que noutros desafios já contribuiu para fazer a bola anichar-se nas redes contrárias. Capaz de bons gestos técnicos, tem no entanto o defeito de ser muito individualista e de se enredar nos seus próprios dribles. Por vezes parece querer a redondinha só para ele.
O médio ofensivo domina bem o esférico e, devido à sua estatura meã, revela-se exímio na forma como conduz a bola à flor da relva. Mas é desfavorecido no confronto com antagonistas dotados de melhor planta atlética. Além disso as suas características combinam mal com o seu habitual colega da linha média, muito económico nos lances de jogo que consegue criar no miolo do terreno. Ao contrário de alguns dos seus colegas, este elemento do plantel raramente joga para a bancada, nunca fazendo levantar o terceiro anel. A seu favor pode dizer-se que sabe aproveitar bem os espaços vazios.
À frente as coisas complicam-se um pouco mais. Porque os dois jogadores mais adiantados no rectângulo articulam mal as jogadas, ao que parece por incompatibilidades de ordem tecnico-táctica, apesar de serem dotados de boa destreza individual. Um deles corre bem pela direita, às vezes como se fosse um extremo, e é conhecido pelas suas fintas primorosas. O seu maior defeito é ter um pé cego, que é o esquerdo. O outro, por sua vez, joga bem com os dois pés e assume-se também como especialista nos lances de arremesso manual. O seu ponto fraco são as jogadas de cabeça. Quando tenta dizer que sim à bola jogando-a com a testa, o esférico acaba sempre por sair junto ao poste mais distante, não chegando a criar real perigo para as malhas adversárias.
É de louvar, de qualquer modo, a postura atacante que ambos revelam no último terço do terreno. O pior é que estão a desentender-se cada vez mais na hora da verdade, afectando o rendimento do conjunto.
Entretanto há quem diga que a raiz do problema não está nos jogadores mas no treinador que orienta a equipa há duas temporadas. Fala-se na necessidade de uma chicotada psicológica, admitindo-se a possibilidade de o técnico deixar o time no final da presente época. Alguns adeptos garantem que ele é o grande responsável pelo plantel se ter mostrado tão encatrupigaitado nos últimos desafios que disputou.
Segundo o Record, é preciso recuar 11 anos para encontrar um início tão auspicioso num treinador que pega na equipa a meio da época no SCP. Não é mau. Mas agora temos é que pensar no Vitória de Setúbal. E esperar que o jogo desta sexta-feira, que muitos dizem ser um 'clássico', resulte num belíssimo empate. O Braga e o Marítimo é que também podiam perder uns pontinhos...
O Sporting Clube de Portugal é um clube de gente de bem e que se diz diferente. Mas para isso é preciso prová-lo na prática. É o que pretendo fazer apesar de este ser um blog de sportinguistas. É com todo o meu fairplay que dou os meus mais sinceros parabéns ao Sport Lisboa. Um clube que faria hoje anos e que durou apenas de 1904 a 1908. Mas que hoje, sabe-se lá porquê, tem uma festa no Coliseu do Recreios.
Gostei mesmo do Sporting, no último jogo. Mais confiança, mais futebol e a raça das anteriores partidas. Faltaram mais golos, mas ainda não se melhorou muito no servir o Ricky (apesar do bom regresso de Capel), a falta de sorte do Elias na cara do golo continua, o Xandão parece ser um bom reforço e o Polga mostrou como ainda é um dos esteios da defesa. Polga, que este ano tem feito uma época muito positiva, ainda que se lhe não perdoe nada em campo - numa manifesta demonstração do 'mais vale cair em graça que ser engraçado'. A uns batem palmas, quando falham, a outros assobiam. Espero que, em respeito para com um bom profissional, os aplausos de domingo venham para ficar. E, sobretudo, que esta melhoria da equipa também venha para ficar.
Uma das caraterísticas do Sporting, nos últimos quinze anos, é o facto de os presidentes do clube (com exceção de Soares Franco) saírem todos antes do tempo de mandato. Pelo clima de contestação interna criado, quando os resultados da primeira equipa de futebol não são os mais desejados; pela situação economico-financeira difícil - o facto é que eles todos eles se têm auto excluído da liderança. Mesmo Soares Franco considerou não estarem reunidas as condições para ir a segundo mandato, apesar de ter quase garantida a reeleição. José Roquette passou a presidência a Dias da Cunha, este viu suceder-lhe, por cooptação, Filipe Soares Franco e José Bettencourt, eleito com 90 por cento dos votos, saiu também ainda não tinham decorrido dois anos de mandato. O Sporting tem uma tendência autofágica e poucas vezes os sportinguistas se unem em torno das dificuldades. O comportamento dos adeptos é incompreensível, muitas vezes. 'Despediram' um treinador que manteve a equipa a jogar bom futebol e a disputar até quase ao fim o campeonato (não fora aquele golo do Luisão, na Luz, com falta sobre o Ricardo) e a levou à final da Taça Uefa, mas não teve mérito algum, para muitos adeptos. 'Despediram' outro que levou uma equipa de miúdos da formação a quatro Champions, mas não chegou, para muitos adeptos. Em contrapartida, alguns trataram Domingos como se ele fosse o presidente eleito pelos sócios, quando os resultados do seu período de treinador foram dos piores dos últimos anos, nesta altura da temporada. Em que ficamos?
A última década de resultados do clube foi a melhor dos últimos 50. Mas isso não fez ganhar muita auto-estima, entre os adeptos.
Do lados da gestão, qualquer sócio ou adepto poderia ter acesso à situação economico-financeira, claríssima como água desde há muito tempo. Mas, mesmo assim, por detrás da insatisfação com o futebol cresceu a contestação à gestão, a todas as gestões. Dia sim, dia não - é verdade. Quando os resultados eram bons ou aceitáveis a presença nas assembleias gerais decrescia, mas cresciam as maiorias percentuais de aprovação dos ditos orçamentos, onde, de resto, sempre espelhada era patente a crueza da (grave) situação económico-financeira do clube. Se os resultados em campo eram ruins, crescia a presença nas assembleias, os votos nos orçamentos (basicamente os mesmo) e a procura do 'culpado'.
Assisto, uma vez mais, ao que parece ser a tentativa de alguns - escondidos na sombra à espera do seu momento - de tornar mais difícil o que já é difícil. Notícias falsas nos jornais, comentários sempre desfavoráveis, dúvidas persistentes e insistentes. Se há assim tanta gente com receitas asseguradas e com certezas certas, se são Sportinguistas mesmo e apenas querem o bem do clube, porque não se unem a quem está, propondo vias melhores e revelando as poções mágicas que têm ou conhecem? Seria uma forma de contribuir para o Clube, com a generosidade de quem o ama. Ou não?
Excelente entrevista do Schaars, na última edição do jornal do Sporting. Diz coisas inteligentes, de verdadeiro homem do futebol, sobre o momento do Sporting e diz coisas inteligentes, de cidadão informado, sobre Portugal e as caraterísticas dos portugueses. A não perder.
"O Sporting está viciado nas dificuldades", Joaquim Rita antes da vitória do Sporting sobre o Rio Ave, a terceira vitória em quatro possíveis de Ricardo Sá Pinto.
A escola de Alvalade chega longe. Tão longe que deslumbra o mundo. Reparem neste belíssimo golo de Cristiano Ronaldo que deu ontem a vitória ao Real Madrid num jogo contra o Rayo Vallecano. «Cristiano coronó el partido con un detalle que le retrata como figura», como relata hoje o repórter do El País.
... não deixa de ser curioso que desde que o Sá Pinto assumiu os comandos da Equipa o Sporting ganha pontos e o clube com nome de bairro perde-os. Será, como diz o João, o efeito Djaló? Ou há a mão do demo, como fala a Zélia? Eu acho que é talento, motivação, garra e uma enorme fezada....
Realmente, quem não sabe perder não é digno de ganhar. Já só faltava esta!
Fernando Nogueira, que ficou conhecido no mundo do futebol como o "Bruxo de Fafe", revelou que o Benfica está a ser alvo de rituais satânicos para não se sagrar campeão nacional.
Não fui eu que inventei, não tenho assim tanta imaginação. Copiei daqui.
(encontrado ao acaso no youtube sou agora informado que tem como autor Manuel Humberto (MM) do blog Sporting Autêntico. Aqui lhe agradeço o trabalho feito).
Depois de na terça-feira terem escrito que a Liga estava relançada, a manchete d'A Bola de amanhã deve ser esta: Liga volta a animar. Mas Benfica depende de si.
O clube dos arrabaldes de Lisboa está a perder a força toda e, de repente, perdeu cinco pontos em duas jornadas para os tripeiros. Estes hoje têm que dar o litro contra o Feirense para tentar encostar o máximo à equipa da frente. Enquanto isto, já se debatem sobre o treinador a escolher para a próxima época. Certo é que não querem Vítor Pereira. E se o homem ainda ganha o campeonato, apesar de humilhações como a de Manchester? Certo é que os tripeiros estão muito divididos: entre o regresso de André Villas-Boas após a péssima campanha em Londres; o resgaste de Leonardo Jardim ao Braga; ou a aposta em Pedro Emanuel, que vai fazendo a sua campanha em Coimbra. E ainda há o Domingos, claro, que já foi visto a assistir aos jogos das camadas jovens dos portistas, onde evolui a sua criançada. Eu acrescento um dado: nunca se esqueçam que Pinto da Costa nutre um carinho especial pelo trabalho de um treinador chamado... Jorge Jesus. Atenção a isso, apesar dos lampiões estarem hoje em dia muito mais preocupados com a sanidade física, mental e emocional da nova pérola da Luz do que com a permanência do técnico. Sinais dos tempos... a poucos dias de um joguito a que chamam "clássico".