Não se pode virar o feiticeiro contra o feitiço
Há um optimista em mim que, alicerçado na recepção ao Vitória de Guimarães e na primeira parte da visita a Manchester, antecipa desde já a missão que o Sporting terá nas meias-finais da Liga Europa, procurando nessa altura inspiração que nos valerá a segunda final da UEFA em menos de uma década. Já o realista desconfiado que é o artista residente da minha essência repara que o Sporting corre o risco a seguir a mesma estrada da arrogância e sobranceria que levou o Manchester City ao precipício nos oitavos de final. Só não repito as palavras que Dzeko dedicou ao Sporting antes do jogo de Alvalade por duas razões: alguma educação que a minha família conseguiu sedimentar-me e o facto de saber que o ex-sportinguista Marco Torsiglieri integra o plantel do Metalist Kharkiv, pelo que estaria a mentir caso dissesse que não conheço nenhum dos seus jogadores. Sendo óbvio que o Metalist é teoricamente o adversário mais fácil que o sorteio nos podia ofertar, algumas qualidades terá decerto aquela mistura de ucranianos e argentinos para ter chegado tão longe na prova. Ricardo Sá Pinto e os nossos jogadores estarão tragicamente equivocados se assim não pensaram. Até porque esta final pode correr melhor do que a última.