Um churrasco de Polga
Os treinadores não sabem nada de futebol. Penso nisso de cada vez que leio e releio certas crónicas de alguns jornalistas e comentaristas e adeptistas. Polga esteve menos bem (ou mal, até), em certos momentos da época passada e teve pequenas falhas em um ou dois jogos. No restante, esteve bem ou muito bem. Dele disse Mancini, antes do jogo com o Sporting: «Polga é um defesa fantástico, com grande experiência.» Uma vez passou por ele (e por Xandão, agora na moda) um jogadorzeco do City, apenas conhecido lá no bairro do Ethiad Stadium, de seu nome Aguero. Falha horrível! Como pode um jogador de 3ª passar assim (e uma só vez!) pelo Polga? Não pode. O Carrillo, que colocou inguenuamente o Joe Hart em jogo, naquele finalzinho que o S.Patrício safou, o Carrillo teve boa imprensa. O Renato Neto, que fez um penalti, teve boa imprensa. O Polga teve boa, pudera! o que ele jogou!, mas lá veio a farpazinha do costume: «uma distração... um golo» (A Bola). Já é preconceito. Deve ser por ele ser louro ou por ser casado com uma mulher linda. Invejas, já se vê.
Outro dia, num dos últimos jogos em casa, um gajo vestido de sportinguista na fila acima da minha, quando o Xandão falhou uma interceção de bola, clamou: «tinha de ser o Polga.» Já é azar, foi o Xandão. Eu sei que o Mancini, o Domingos e o Sá Pinto (para falar apenas desta temporada) não sabem nada de futebol e querem que o Polga coloque sempre o Sporting em desvantagem, senão não o fariam titular ou o elogiariam. Proponho, assim, que o Polga seja a nossa Joana D'Arc. Coloque-se uma pilha de lenha no centro do estádio, meta-se o gajo no topo, deite-se-lhe fogo e dê-se um prazer masturbatório aos adeptos detratores e aos jornalistas e cronistas que o odeiam só por ser louro e ter uma mulher bonita e ser um bom defesa. De resto, ele é gaúcho e que melhor morte para um gaúcho do que ser churrascado? Até poderia ser que alguém encontrasse, no Polga churrasco, algum pedacinho especial para trincar.
Há leões antropófagos, né?