Faz hoje um ano
Em tempo natalício, mudança de estratégia no Sporting: depois das contratações milionárias que não produziram resultados, o novo manager do clube anunciava uma "aposta forte" na formação, com reflexos na constituição do onze-base. A equipa seguia em nono lugar no campeonato, com apenas 15 pontos.
Jesualdo Ferreira, recém-entrado em cena, assumia-se assim sem rodeios como o homem-forte do futebol leonino, garantindo que "os melhores jogadores" permaneceriam na equipa desde que o quisessem. O que contrariava insistentes rumores sobre a iminente transferência de Rui Patrício, o mais idolatrado da nossa equipa.
"Titular inquestionável da selecção nacional, com apenas 24 anos, Rui Patrício brilhará certamente no Mundial de 2014, apenas daqui a um ano e meio (partindo do princípio que Portugal conseguirá o apuramento para o maior palco da modalidade). Deve evitar-se a repetição do erro cometido com a transferência de João Pereira para o Valência escassas semanas antes de ter sido titular na ala direita da selecção no Europeu deste ano, em que Portugal revelou óptima prestação e exibiu um dos onze mais bem cotados", alertei aqui, perante esse cenário.
Mas o dia informativo, a 23 de Dezembro de 2012, era dominado por uma polémica entrevista de Eduardo Barroso ao jornal A Bola. "Vercauteren já foi despedido e não sabe", dizia o presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting nessa entrevista, que deu muito que falar pelas declarações contundentes do cirurgião. Eis uma delas: "No lugar de Godinho Lopes demitia-me."
Mas a frase mais significativa era a que surgia na manchete do jornal. Barroso - que para o Pedro Quartin Graça era "parte do problema" - garantia que os sócios iriam mesmo ser ouvidos sobre o destino do clube: "Isso já é irreversível."
"Guerra civil", como admitia o José Manuel Barroso? O certo é que vinha aí uma Assembleia Geral extraordinária.