Rescaldo do jogo de hoje
Gostei
Da vitória contra o Gil Vicente. E vão nove. Ninguém consegue parar este Sporting. Que, com 29 pontos, é agora líder isolado do campeonato - algo que não acontecia desde 15 de Janeiro de 2005 (há quase nove anos). Com mais 17 pontos do que na última época, também à 12ª jornada. E é um líder tranquilo, sem deslumbramento, quase humilde. Os grandes líderes são mesmo assim.
De Montero. Voltou a marcar - e em dose dupla. É o rei dos goleadores neste campeonato: já tem 13 golos marcados. Mas não se limita a rematar: serve também os colegas, com as suas incessantes movimentações na grande área dos adversários. Voltou a ser assim hoje, contra o Gil Vicente, que perdeu a invencibilidade no seu estádio.
De William Carvalho. Tem uma leitura perfeita das situações. Exemplar na recuperação de bolas e no corte de lances perigosos. Confiante, sereno. Tacticamente impecável. É um gigante. E o pilar desta equipa.
Dos raides de Capel. Grande velocidade, grande visão de jogo. Muito mais eficaz do que Carrillo no corredor esquerdo, inventando linhas de passe para os colegas do eixo central. Já na ala direita, aos 74' construiu metade do segundo golo de Montero. Substituído por Diogo Salomão aos 80', saiu de campo sob uma merecida ovação dos adeptos.
De Cédric. Cresce de jogo para jogo, ganhando maturidade táctica e competitiva. Partiu dele, aos 19', a assistência no golo de Montero - o que diz muito da sua exibição nesta partida. Aos 52' isolou Wilson Eduardo, que falhou escandalosamente um golo de baliza aberta.
De André Martins. As transições ofensivas passaram em grande parte por ele. Com o voluntarismo e a determinação habituais. E anda a tornar-se mais arrojado frente às balizas contrárias: hoje fez dois bons remates de cabeça.
De Jefferson. Cada vez mais temível, o seu pé esquerdo. Bate muito bem cantos e livres, integrando-se da melhor maneira nos processos ofensivos da equipa. Fez um corte precioso aos 57' quando um golo do Gil Vicente parecia iminente. E iniciou, com um passe longo, a jogada que culminou no segundo golo leonino.
Dos lances estudados. Vê-se muito bem que existe muito treino, muito trabalho diário de preparação, neste Sporting de Leonardo Jardim. A sorte não cai do céu: conquista-se.
Das claques. Até parecia que o Sporting jogava em casa, tantos eram os cânticos e as palavras de incentivo aos Leões que irromperam das bancadas do primeiro ao último minuto de jogo.
Não gostei
Do jogo violento do Gil Vicente. Não havia necessidade de abusar de tantas faltas, beneficiando da complacência do árbitro.
Da prestação de Jorge Sousa. Perdoou três amarelos ao Gil Vicente durante a primeira parte e fez vista grossa a várias faltas dos jogadores de Barcelos: algo inusitado num árbitro que adora exibir cartões. Aos 54' optou por mostrar o amarelo a Luan, por falta digna de cartão vermelho sobre André Martins. A expulsão de Pecks - que abusou do jogo violento - por agressão a William já chegou tarde, aos 60'. Mas pelo menos desta vez não inventou nenhuma grande penalidade contra nós.
Do falhanço de Wilson Eduardo aos 52'. Sozinho frente ao guarda-redes, atirou por cima da barra.
Das duas faltas desnecessárias no fim do jogo. Adrien e Jefferson deviam ter evitado aqueles cartões amarelos.