Seis notas sobre o jogo de hoje
1. Uma das melhores exibições de sempre de Cristiano Ronaldo com a camisola das quinas. Uma das melhores exibições de sempre de um jogador ao serviço da selecção nacional. Três golos marcados esta noite pelo nosso capitão, o melhor futebolista do mundo, em casa do adversário: um com o pé direito, dois com o esquerdo, a uma velocidade estonteante. Somando-se ao que já tinha marcado no primeiro jogo contra a Suécia, disputado há quatro dias em Lisboa. Desta vez, em território sueco, podia ter marcado mais três. Vontade não lhe faltou. Inspiração também não. Ele fez a diferença, vulgarizando o seu principal antagonista, Ibrahimovic, nas duas mãos que permitiram o acesso português ao Mundial do Brasil.
2. Dois jogos, duas vitórias nesta etapa decisiva. Dois jogos em que nunca jogámos para o empate. Ao contrário do que costumava acontecer no tempo em que nos contentávamos com vitórias morais, prometendo muito mas acabando sempre por voar baixinho.
3. Um jogador, por melhor que seja, não consegue fazer tudo sozinho. Cristiano Ronaldo esteve muito bem acompanhado em todos os sectores do terreno. Desde a baliza, onde Rui Patrício evidenciou segurança, à defesa - com um eficiente bloco central formado por Pepe e Bruno Alves - e aos alas, com destaque para uma excelente exibição de João Pereira, sem esquecer o meio-campo, onde João Moutinho voltou a brilhar (fantástico passe para o terceiro golo de Ronaldo!), excepto no capítulo da finalização. Hugo Almeida, um ponta-de-lança sem ponta de qualidade, insiste em destacar-se pela negativa. Sobra-lhe em centímetros o que lhe falta em talento e pontaria.
4. O seleccionador nacional, Paulo Bento, é um treinador muito previsível. Mas hoje arriscou, lançando William Carvalho como médio defensivo em estreia absoluta na selecção A. E acertou: o jovem jogador do Sporting cumpriu com mérito a missão que lhe foi confiada. Haveremos de ouvir falar muito dele: é um valor em contínua ascensão no futebol português.
5. Desde 2000 não falhamos a presença numa fase final de um Mundial ou de um Europeu, o que diz muito sobre a evolução do nosso futebol. Lá estaremos novamente, em 2014. Contra os profetas da desgraça, que preenchem horas e horas e horas de antena televisiva a traçar negros vaticínios raramente confirmados pelos factos. Azar deles. E benefício nosso.
6. Depois da exibição de hoje e de repetir na Suécia o número de golos que já tinha marcado há dois meses contra a Irlanda do Norte nesta campanha rumo ao Brasil, Cristiano Ronaldo merece ainda mais receber a Bola de Ouro. Será um escândalo se isso não suceder, embora possa deixar muito satisfeito o ridículo senhor Blatter.
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