Os nossos jogadores (20): o 12º jogador
Depois do desfile do nosso surpreendente plantel, a série “Os Nossos Jogadores” não ficaria completa sem uma palavra sobre quem também faz parte deste espectáculo. Os mais incautos podem pensar que irei falar sobre o árbitro ou sobre a equipa adversária que, semanalmente, desafia a nossa a superar-se e a ser melhor do que todos nós queremos que esta seja.
Servem estas linhas, por isso, para vos falar do 12º jogador, essa massa anónima e militante que vai ao Estádio apoiar os nossos jogadores, que, às vezes até, com enorme sacrifício pessoal, abandona tudo e tudos para acompanhar o Sporting, nessa paixão irracional que é a bola.
O 12º jogador é parte integrante da Equipa. Sem nós, os nossos ídolos jogariam para uma bancada vazia. Sem nós, não haveria a animação constante que os 90 minutos nos proporcionam. E todos somos importantes. Fazemos falta. Claro que podemos ficar em casa e ver o jogo pela televisão ou ouvir o relato pela rádio. Adaptando a frase de um conhecido operador, poder, até podíamos, mas não era a mesma coisa.
Nestas minhas décadas de vida, são igualmente muitos os anos que acompanho o Sporting. Aprendi a respeitar a bola e a ver o jogo com olhos de ver, à medida que a idade passa. Como 12º jogador, já tive alegrias (muitas), tristezas (mais do que muitas). Ganhei amigos, consolidei amizades, alarguei horizontes. Insultei inúmeros árbitros, aprendi palavrões que só uso no Estádio e orgulho-me de, mesmo nos momentos mais dramáticos da história do nosso Clube, nunca ter queimado um cartão, um cachecol ou uma bandeira.
Tive a sorte, num passado recente, de escrever semanalmente no nosso grande Jornal, uma oportunidade que muito me honrou e onde pude desfiar as memórias do meu Sporting do passado.
Hoje em dia, não vou ao Estádio tantas vezes quanto gostaria. Mas da última vez que fui, já nesta época, notei uma diferença abissal que aqui registo, enquanto sócio e adepto, em relação à época anterior.
Agora nós ficamos até ao fim dos 90 minutos, não saímos antes do jogo acabar, torcemos pela Equipa e vibramos com a prestação do nosso 11. Estamos unidos e coesos, contentes com a nossa Equipa e orgulhosos pela estabilidade que sentimos. O Sporting voltou a ser garra, a ser respeitado e temido. A época ainda não acabou, é verdade, mas talvez precisássemos de bater no fundo como batemos para percebermos que, unidos, somos sempre mais fortes.
O 12º jogador somos todos nós. Começa no nosso Presidente e acaba com a criança que nasceu hoje e cujo pai, orgulhoso, acabou de a registar como membro desta nossa grandiosa família. O “Sporting é nosso”!