Os nossos jogadores (11): Cédric Soares
Há cerca de um ano escrevia isto sobre Cédric Soares, um jogador então periclitante (tal como a maioria da equipa nessa altura) e que não justificava a opção pelo seu regresso a Alvalade após a época em Coimbra no ano de 2011/2012:
Outro ponto que me agradou foi o facto de Vercauteren ter dado conta das insuficiências do nosso lateral-direito, Cédric. Apesar de acreditar que pode vir a ser um bom lateral no futuro, Cédric tem estado uns furos abaixo daquilo que se esperava. Este não é o "Cédric da Académica" ou pelo menos, não tem sido. Talvez a pressão de jogar num grande e o mau momento da equipa estejam a pesar demasiado sobre os ombros do nosso jovem jogador. Retirá-lo nesta fase da equipa titular pode ser bom para que não comece a acumular erros fatais atrás de erros. E ao que parece, o treinador já deu conta disso, pelo menos é a leitura que faço da inclusão de Eric Dier, defesa direito da equipa B, na convocatória para o jogo contra o Braga.
A minha desconfiança na escolha de Cédric para o corredor direito não era nova, já no início da época transacta - a 18 de Agosto de 2012 - afirmava estar de pé atrás com as opções para o lugar que o jogador iria ocupar:
Por outro lado, e após ter tido como lateral-direito, João Pereira, confesso que ainda não estou completamente convencido com as soluções para este lado da defesa. Não que não veja valor em Pereirinha e sobretudo em Cédric (para mim, a primeira opção), mas ainda estou de pé atrás e receoso do que possa acontecer.
O malfadado ano acabou e um renascido Cédric parece ter despontado às ordens de Leonardo Jardim. Defende com tino, ataca com intensidade, colabora bem com qualquer extremo que lhe calha na rifa - Wilson Eduardo, Capel ou Carrillo - e tem uma garra (aquele tributo que só o olhar de adepto consegue analisar e avaliar em condições) diferente, tendo largado uma certa atitude displicente que o caracterizava e que inúmeras vezes me irritou. Esta evolução tem sido premiada com a presença regular no onze (pese a concorrência apertada do paraguaio Piris) e o lugar na selecção está cada vez mais ao seu alcance. Atrás de João Pereira e Bosingwa, o ainda jovem leão de 22 anos é a escolha natural, só relegado para o banco ou para fora da convocatória quando a quotização dos clubes impera nas escolhas do seleccionador. Este ano já foi decisivo num jogo em que embora com o Sporting sempre por cima a mostrar a sua natural superioridade face a um adversário menor, a bola parecia não querer entrar na baliza do Braga. De fora da área, a uns 35 metros da baliza, apontou um belo golo que a escassos minutos do fim valeu 3 preciosos pontos para o Sporting.
Não tenho dúvidas em afirmar que a manter-se a qualidade de jogo e a atitude em campo, este será o ano de afirmação de Cédric no Sporting, confirmando assim as boas credenciais naquele ano em que ajudou a tirar uma Taça de Portugal ao nosso clube. Quanto à Selecção, se não chegar para o Mundial do Brasil (é habitual levar apenas 2 laterais de cada lado), Cédric será sem dúvida o defesa-direito de Portugal no Euro 2016. Que assim seja para que na próxima vez que tiver de recorrer ao arquivo para ver o que já escrevi sobre ele, possa encontrar (e então confirmar!) este texto, deixando os outros nas calendas, menorizados por terem ocorrido no annus horribilis.