Seis notas sobre o jogo de hoje
1. Alguém dizia recentemente, num desses intermináveis debates televisivos sobre futebol, que Cristiano Ronaldo nada costuma fazer de relevante ao serviço da selecção nacional. Eu gostava de saber se essa luminária preferia uma selecção sem o melhor jogador do mundo. Uma selecção que não teria ganho em Setembro à Irlanda do Norte (três golos do nosso número 7). E uma selecção que, também sem ele, hoje não teria ido além do empate nulo contra a Suécia. Veríamos a nossa participação no Mundial de 2014 muito mais distante. Porque o golo tangencial, no estádio da Luz, foi dele. E ainda houve uma bola à barra, que daria o 2-0 a Portugal. Autor do remate? Esse mesmo: Cristiano Ronaldo.
2. Ficou hoje bem patente, aos olhos de todos, a força anímica de Rui Patrício. Sob pressão redobrada, depois do infeliz lance que possibilitou a vitória do Benfica na Taça - por margem mínima - há seis dias, no mesmo local, não acusou desgaste psicológico. Esteve atento, transmitiu segurança à equipa, travou com sucesso vários remates suecos.
3. Grande exibição dos nossos laterais, sobretudo de João Pereira: nem quero pensar na forma como o Sporting o despachou para o Valência, por um preço demasiado baixo, a poucos dias do último Europeu. João Moutinho incansável: só precisa de perder o medo de rematar à baliza. Nani, mais apagado, ainda não se reencontrou. Postiga perdulário: desta vez errou quatro vezes a pontaria. Foi substituído por Hugo Almeida, que esteve igual a si próprio: mal se deu por ele. Veloso fez uma preciosa assistência para o golo. Os centrais, Pepe e Bruno Alves, revelaram solidez. E ousadia, pois foram inúmeras vezes à frente, também em busca do golo que todos queriam. Para marcar presença no Brasil.
4. No futebol, a tradição vale o que vale. Por vezes não vale nada. Portugal nunca tinha ganho em casa contra a Suécia. Mas venceu agora. E convenceu. Mandando a tradição às malvas. Na terça-feira há outro jogo, o decisivo. Partimos com vantagem para Estocolmo.
5. Antes da partida: vamos ver um duelo-Ronaldo-Ibrahimovic. Depois da partida: quem é Ibrahimovic?
6. O grande derrotado do desafio de hoje foi o presidente da FIFA, que tentou gozar com Cristiano Ronaldo, comparando-o desfavoravelmente a Messi. O capitão português avisou que iria responder-lhe em campo, marcando golos. E cumpriu a promessa. Encaixa lá esta, Blatter.