Os nossos jogadores (6): Fredy Montero
Fredy Montero é um Matador, não frio e calculista ao estilo dos estereótipos germânicos e nórdicos, mas um Matador com arte, com alma, com “salero” e com “ganas”.
Fredy Montero nasceu numa pequena aldeia da Colômbia onde aprendeu a jogar futebol na rua, onde um dia alguém disse ao seu pai que o filho era um “fenómeno”. E o pai acreditou... e nós acreditamos agora também!
O pai de Fredy, ex-jogador de futebol, um polícia de profissão que tinha licença de treinador, dedicou-se apaixonadamente à carreira do filho, treinando-o como um profissional desde os seis anos, levando-o a diversas academias, horas de viagens e horas de treino diárias.
Este menino não ostentava apenas o mesmo nome do pai, Fredy Montero, era também o porta-estandarte de todos os sonhos da família, ser um jogador profissional de futebol.
Nesta fase da carreira, o menino Montero era sempre acompanhado por toda a família em todos os jogos. Uma festa permanente na caravana Montero, pai e mãe, irmãos, tios e primos.
Numa destas academias de futebol, a Toto Rubio, a terceira onde Fredy esteve inscrito, foi descoberto, aos 14 anos, por um olheiro que o recomendou ao Deportivo de Cali. O clube soube que Fredy ia jogar em Cali, num torneio inter-escolas, e ficou de enviar um olheiro para observar o jovem. Este olheiro chegou atrasado ao torneio e não viu o jogo. Nada que atemorizasse ou fizesse desistir o jovem Fredy que agarrou num táxi, convenceu dois amigos, foi ao treino do Deportivo de Cali, mostrou-se… e agradou.
Acabou por ficar no Deportivo de Cali, tornando-se profissional, crescendo e evoluindo, tendo jogado também no Atlético de Huila, emprestado para rodar.
O seu instinto para o golo, a par da sua serenidade em campo, a sua maturidade muito acima da idade, deram-lhe uma imagem de “Matador”, calmo, concentrado, focado e eficaz.
Melhorou sempre a cada ano que jogou na Colômbia, realizando melhores partidas, marcando mais golos, demonstrando qualidade, agilidade, técnica e uma vontade indomável de fazer mais e melhor.
Foi duas vezes melhor marcador da Colômbia, estreando-se rapidamente pela sua seleção nacional e chamando a atenção de clubes estrangeiros.
Foi emprestado ao Seattle Sounders onde teve uma espantosa época de estreia, jogou e encantou, foi considerado o melhor jogador latino da MLS e foi o quarto jogador a vender mais camisolas nos EUA.
Venceu duas Taças em terras do Tio Sam e foi nomeado para o prémio MVP, jogador mais valioso do campeonato. Entretanto o clube de Seattle adquiriu os direitos desportivos de Fredy ao Cali.
O reduzido mediatismo da Liga norte-americana e uma acentuada quebra de forma retiraram-lhe o lugar da seleção nacional e, mais tarde, levaram-no a um empréstimo ao Club Deportivo Los Millonarios, na Colômbia.
Este empréstimo não trouxe uma melhoria acentuada na forma e resultados do jogador mas serviu para algo que iria mudar a sua vida. Chamou a atenção do Departamento de Futebol do SCP e, especialmente, do Presidente Bruno de Carvalho, de quem se diz ser este jogador uma "aposta pessoal".
É assim que Fredy Montero, “profissional” desde os 6 anos, um homem religioso e dedicado à família, amante da pesca e dos amigos, um “Matador” tranquilo, chega ao SCP.
E que chegada... velocidade, mobilidade, agilidade, concentração, serenidade, instinto, inteligência, maturidade.
Se parece que foi "ainda ontem que chegou", foi mesmo… ainda há muito Montero para ver, mais e melhor para crescer e evoluir, tal como o nosso Sporting Clube de Portugal.
Com o Matador Sereno não vamos voltar a um qualquer passado, de glória esquecida ou esbatida, a preto e branco ou technicolor.
Com o Matador Sereno vamos caminhar rumo a uma nova fase do nosso Clube, que é curiosamente o verdadeiro regresso às origens. Vamos cumprir o nosso desígnio, não apenas limpar o pó das prateleiras do nosso Museu mas todos os anos acrescentando troféus e títulos a um Museu bem vivo e com uma fome insaciável... uma fome igual ao Clube, BRUTAL!
“Queremos que este Clube seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa.”