O que diz Bruno de Carvalho
Excelente, a longa entrevista de seis páginas que o presidente do Sporting concedeu à edição de hoje do Jornal de Negócios. Uma entrevista que faz manchete do jornal, com uma frase de Bruno de Carvalho, sob o título "Sporting tem um líder que decide tudo". A pretexto dos primeiros seis meses do seu mandato, que se cumpriram esta semana, o dirigente máximo do nosso clube passa em revista os mais diversos temas nesta entrevista muito bem conduzida por Pedro Santos Guerreiro e Pedro F. Esteves.
Aqui ficam alguns excertos, para a apreciação dos nossos leitores:
«Antes de ser presidente do Sporting, sou sportinguista. (...) Tenho o pior adepto possível a viver comigo e não me consigo afastar dele: sou eu próprio.»
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«É evidente que o perfil do gestor apontado para o Sporting estava perfeitamente errado, porque o perfil do gestor que tem de estar apontado é o de alguém que conheça o Sporting, como clube, como entidade, como adepto, como sócio, como accionista, que viva o Sporting, que saiba identificar a realidade dos seus adeptos.»
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«Quando acabar o meu mandato, um dos factores de relevância será ser campeão nacional de futebol. (...) Não quero como sportinguista estar aqui quatro anos em que não possamos todos sair daqui com um título.»
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«Aquilo que está nos nossos horizontes é colocar outra vez o Sporting no lugar que merece, que é o topo do futebol nacional.»
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«Quem quer estar em primeiro não se alia a ninguém, tem é de deixar os outros para trás.»
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«Chegámos à conclusão que temos cerca de 40 a 45 milhões em compras nos últimos dois anos, com comissões que rondarão os 15 milhões, não incluídas no custo do jogador. (...) O Sporting pagava comissões de tudo!»
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«Não posso, ao fim de renovar com 19 jogadores, ter dois miúdos que destroem todo o trabalho que fizemos. No momento em que me disseram que ou eu cedia às condições ou eles iam para o Porto, ofereci-me também para, se fosse necessário, eu levá-los no meu carro e deixá-los ao pé do estádio.»
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«Os bancos estão perfeitamente confortáveis com o trabalho que estamos a fazer e com os objectivos que temos definido, inclusivamente quanto à auditoria de gestão. É algo de que não abdicamos, é algo que vamos realizar e estamos todos perfeitamente em sintonia: vai acontecer, com as consequências que tiver.»
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«Não é possível fechar uma renegociação em que eu não acredite ao milímetro. Eu não vou assinar absolutamente nada que não acredite que não vou fazer, isso foi das grandes mudanças que se fez e é por isso que a reestruturação está a correr bem. Porque pela primeira vez não impuseram uns papéis que estavam a ser elaborados, mas foi o próprio Sporting que liderou um processo que envolveu também, como é lógico, as entidades credoras, e a empresa que estava na altura a fazer as auditorias e a consultadoria. Mas num raciocínio completamente novo: é que o Sporting é que define as regras, as prioridades e os valores.»