Um banho de realismo
Gostei, francamente gostei, das palavras de Bruno de Carvalho sobre o jogo com o Rio Ave. Não se refugiou - como já o não fizera Leonardo Jardim - no 'erro' de arbitragem, foi direto às causas: uma péssima exibição, um manifesto abrandar do querer, uma incipiência confrangedora na segunda parte. Direto aos jogadores que mostraram não ser capazes de se bater com um adversário superior. Dias maus, todas as equipas têm, ciclos maus também. Mas o nosso ciclo menos bom não pode começar - depois do arranque valoroso - contra os mais pequenos. Mas foi um toque a rebate, este último jogo. Temos uma equipa valorosa,mas estamos loonge, ainda, de ter uma boa equipa. Bastou um pouco de pressão («o Sporting é candidato ao título») e a ansiedade da imaturidade veio ao de cima. Motivo para descrer? Não, quem fez o que fez em casa contra Arouca e Benfica e fora contra Académica mostra que sabe o que faz, quando quer e o adversário permite. Mas nada de euforias, Jardim sabia o que dizia quando preveniu para o negativo do intervalo das seleções.
Gostei, repito, do que afirmou Bruno de Carvalho, sobre o jogo e sobre as arbitragens e as declarações de treinadores. Apreciei a equidistância em relação a esses temas e aos outros dois 'grandes' - eu que estava já assustado com uma possivel e exclusiva aliança a sul (como 'revelou' o jovem e imaturo presidente da AFL, depois do confrangedor comportamento no Estoril). Lutar contra todos e ao mesmo tempo é um erro, a meu ver. Ter aliados táticos é uma coisa, já nas alianças estratégicas fia mais fino. A ver vamos.