Num regime que durou quase meio século, e que tinha as características que sabemos, não vale a pena tentar fazer de conta que algum dos principais clubes não tivesse dirigentes que não fossem afectos a esse regime. Houve até um clube - dos então considerados quatro "grandes" - que baptizou o estádio com o nome do presidente da República de então. A originalidade do Benfica reside no facto de ter sido o único clube - tanto quanto se sabe, com base em depoimentos dos próprios atletas - beneficiado com vetos do próprio Salazar à transferência para o estrangeiro de dois dos seus principais "activos", como agora se diz. Quando o nosso guarda-redes Carlos Gomes quis jogar no estrangeiro, primeiro no Brasil e depois em Espanha, não teve nenhuma figura do regime a impedi-lo de partir. Matateu também não foi impedido de partir antes do 25 de Abril para o Canadá, onde jogou durante os últimos anos da sua carreira. Ou o nosso Fernando Peres, que jogou no Vasco da Gama.
Bem e podia continuar por aqui, não percebo como é que Salazar que mandava no Benfica deixou estes jogadores sairem do Benfica para jogarem em clubes estrangeiros, pode ser que o senhor Pedro Correia possa explicar!