Palavras certeiras
«As claques têm de recuperar dois aspectos primordiais, a credibilidade e a independência. A credibilidade, porque com inusitada frequência as claques aparecem ligadas a negócios obscuros, traficâncias e violência; pode ser que aqui esteja a pagar o justo pelo pecador, mas é a ideia que a maioria das pessoas tem. Depois há palavras de ordem e cânticos de tal modo rascas, que não se admitem em lado nenhum, muito menos em nossa casa, onde levamos os nossos filhos e família. Porque é que o Sporting há de alinhar por baixo? (...) As claques devem, por definição, manter-se distantes dos poderes constituídos no Sporting, porque esses poderes são etéreos e passageiros e as claques não. E muito menos arvorar-se em tropas de choque ou guardas pretorianas de ninguém, porque essa não é a sua função. A sua função é apoiar a equipa, ser o seu suporte permanente mesmo quando a equipa joga mal e o restante estádio assobia; por isso é uma claque e não um bando de adeptos. E de uma vez por todas acabar com as partes gagas de virar as costas ao jogo, mandar recados por faixas ou hostilizar jogadores da equipa. Acho que qualquer claque pode ter favoritos, mas nunca deverá ter proscritos.»
Carlos Barbosa da Cruz, no Record