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És a nossa Fé!

Se isto cabe aqui? Claro que cabe!

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Há dias para tudo. São tantos os dias dedicados a tanta coisa, que não chegam já os dias do ano para tanta "dedicação". Para a igreja católica é o dia de São João de Deus, um alentejano de Montemor padroeiro dos doentes, enfermeiros e hospitais. Eu, que tive uma educação católica (quem não teve, se nasceu antes dos anos setenta?), mas que me converti ao agnosticismo, prefiro dedicar o meu dia de hoje (como o de ontem e como o de amanhã) a homenagear as mulheres. Todas aquelas que ao longo dos tempos se notabilizaram na defesa dos outros elevando-se a si próprias enquanto género/grupo e hoje as mulheres esposas, as mulheres mães, as mulheres filhas, as mulheres avós, todas as mulheres que vivem o horror das guerras e das suas privações. Em todas as guerras, as genocidas e as outras; que se há dor maior que perder o companheiro, o filho, o pai, o neto em consequência da estupidez e ganância de alguns homens, eu não consigo imaginar. Há problemas cá onde a gente vive em paz? Há e eles até aparecem nas notícias alguns e há que resolvê-los, que os seres humanos são todos iguais, de facto e aos olhos da Constituição. Mas hoje, pelo menos hoje, nas festas, nos saraus, nos almoços e jantares comemorativos, ao mesmo tempo que não se esquece e reforça a necessidade de valorizar o papel das mulheres na sociedade e de continuar a justa luta por igualdade de salários e direitos e de valorizar cada vez mais a maternidade, não nos esqueçamos todos da terrível situação que passam algumas mulheres um pouco por todo o Mundo, a quem são negados todos os direitos. Até o mais nobre e simples deles, o direito à existência. Um feliz 8 de Março para todos, para as mulheres e para quem as acompanha na sua luta.



Nota:
O poster reproduzido vai em alemão, como podem reparar é de 1914 e proclama o direito ao voto feminino. É dedicado ao membro mais recente da família, que é uma mulher e alemã.

A bonança

A bonança vem em regra depois da tempestade.

E ontem houve tormenta bastante na tarde/noite.

Um mini-tornado em Alvalade que acabou em temperança, felizmente para nós e um furacão no Porto que escaqueirou tudo.

À cautela convém não desarmarmos o aviso de mau tempo e vamos deixar os sacos de areia à volta da nossa equipa, que isto os anticiclones são como as marés, vão e vêm e já estamos avisados que um pequeno descuido pode derrubar a muralha.

Mas que sabe bem uma segunda-feira calminha, isso sabe.

Nem uma pena bule hoje...

Quem cabritos vende

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E cabras não tem, de algum lado vem.

O homem deu-se como falido, a origem do dinheiro é desconhecida, dias antes de ter oferecido dinheiro para que fosse facilitada vitória ao seu clube do coração, apareceu-lhe o dinheiro na conta.

Não se sabe de onde veio o dinheiro e a ordem, sabe-se que César Boaventura foi hoje considerado culpado.

Terá em consequência da sua condenação, que pagar 30 mil euros a uma instituição de caridade para não ser preso.

Duas dúvidas me assolam:

1- Se o homem está falido, caso "bata a cláusula", de onde lhe aparecerá o dinheiro na conta;

2- Se a instituição de caridade será o Benfica, que lhe fez, diz-se, chegar tanto dinheiro à conta, a troco de nada.

E com esta decisão do douto tribunal, lá vai para as urtigas a mais que justa pretensão do Sporting a vencer "a título póstumo" o campeonato de 2015/2016. É o que temos...

Quinze. Quinze a zero!

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E como não há duas sem três, quando se completa um ano sem perder em casa, a equipa B do clube que começa por bê, nos três últimos jogos em Alvalade tem o bonito "score" de 0-15.

Com golos de Trincão, o homem do jogo, de Quaresma, cada vez mais jogador, Gyokeres, que hoje teve dois polícias e meio em cima e mesmo assim ainda marcou, Daniel Bragança e Nuno Santos, que fez juz ao provérbio "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura".

Vamos!

(Mau) Serviço público

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A RTP,  televisão pública que todos nós pagamos na factura da electricidade e provavelmente por subvenções estatais (nada contra esta última se o objectivo for manter isenção democrática na programação), prestou-se ontem ao serviço de, em ocasião de campanha eleitoral para as eleições no FCPorto, conceder em horário nobre mais de uma hora de tempo de antena a Pinto da Costa, um dos candidatos.

Uma entrevista em tom meloso, sem tocar, ou a tocar pela rama, nos assuntos que realmente interessavam. Quem estava a ser entrevistado não era o cidadão Pinto da Costa, que não fora o acaso (como o próprio confiou) de ter sido nos últimos quase 50 anos presidente do FCPorto, seria mais um cidadão como tantos na cidade do Porto e no país.

Esteve mal a RTP e a jornalista, ao prestarem-se a este papel de branqueamento de uma carreira de dirigente marcada por casos gritantes e provados de corrupção activa que ao contrário do que afirma, não foi absolvido por estar inocente, foi absolvido porque as escutas que ficarão para a posteridade não foram consideradas em julgamento, por alegadamente não terem sido obtidas de forma conforme a Lei.

No dia em que vem à luz uma operação que detém gente ligada a si Pinto da Costa e ao FCPorto, o mínimo que a RTP deveria ter feito, era meter o programa na gaveta.

Que as TV's privadas recorram a estratagemas manhosos para conseguir audiências já não é muito "católico", que a RTP o faça, é condenável.

Incongruências

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O Sporting reconquistou ontem o caneco da Liga em futsal, derrotando o Benfica por 4-2.

Nada de anormal, portanto. Eles são nossos clientes frequentes, devem até ter milhas suficientes para uma viagem até ao além, já que são patrocinados por uma agência funerária. Claro que eu não lhes desejo mal algum, senão como teria o prazer regular de ver os nossos derrotarem a equipa que mais investe a nível mundial no futsal e que joga como nunca e em regra perde como sempre?

Leio agora nos media que querem repetir a final porque um dos nossos interrompeu um ataque deles quando já perdiam por dois, a menos de um minuto do final. Sim, sei que um minuto em futsal é uma eternidade, mas o nosso jogador era suplente, mesmo que fosse expulso não adiantaria de muito, mas adiante. Claro que há sempre a possibilidade de a final ser repetida, eu diria as vezes que eles quiserem. Basta irem à box da tv e irem às gravações. Eu recomendaria que vissem acompanhados de uma embalagem de kompensan, à cautela.

Para terminar este postal em jeito de telegrama, só quero mostrar a incongruência para onde nos remete o título: O Benfica (diz que) foi prejudicado pela arbitragem e por isso exige a repetição da final. E onde está a incongruência, perguntarão os estimados leitores? Pois, "Benfica" e "prejudicados pela arbitragem" na mesma frase é como o anúncio do restaurador "Olex"...

Para jogar, ou para...?

O Sporting informou que adquiriu perto de cinquenta e um milhões de acções da Sporting SAD ao Novo Banco, ficando assim detentor de 88% do capital da sociedade, tendo para isso antecipado receitas do contrato de direitos de transmissão, com a NOS (belo contrato, a propósito, nem tudo foi mau no reinado do antecessor). 

Quase em simultâneo, a bem dizer no mesmo comunicado, abre-se caminho a um ou vários investidores, com participação minoritária, de modo a, cito " (existir) um reforço da política de investimento, da melhoria da experiência de todos os Sócios e da globalização do Clube."

Parece-me bem que o plano tenha sido cumprido.

Atendendo à realidade do futebol actual, o reforço de investimento que deduzo que seja em boa parte em jogadores que marquem a diferença e na academia Sporting, sendo bem vindo, não trará grandes benefícios se os vícios de que enferma o futebol português continuarem a persistir. Isto é, arbitragens condicionadas por pressão de gabirus que se têm vindo a encher de dinheiro e de títulos, ambos viciados. É verdade que timidamente, o Sporting tem dado alguns passos no sentido de pressionar para alterar este estado de coisas, mas pouco se tem conseguido, a corporação é forte e o arroz de polvo consolida os seus alicerces.

Adiante. Dizia que face à realidade do futebol, que a alto nível de desporto já tem muito pouco, seria inevitável que um dia chegariam ao Sporting dinheiros de quem não sabe bem o que lhe fazer, se me faço entender. Esperemos que não, esperemos que quando alguém se chegar à frente, seja verificada a sua idoneidade, seja verificada a fonte e a legalidade do seu dinheiro. Lavandarias não, obrigado!

E vamos lá então explicar o título do post: Será que o D. Sebastião por quem tantos clamam (eu incluído) que deveria terminar a sua carreira como jogador do Sporting, não virá mais cedo, como dono de uma parte substancial da SAD? O que acham desta hipótese?

 

Um excelente 2024 para todos e que lá para Maio estejamos na rua a comemorar o título.

A porta dos fundos

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Não sabia eu a data e hora do jogo com o Contumil e achei que deveria, após visionar centenas de sketches no Youtube, usufruir de hora e meia do meu tempo a assistir a uma peça do colectivo d' A Porta dos Fundos, na Aula Magna.

Calhou coincidir e olhem, não foi por falta de confiança ou fé, foi por querer assistir a um espectáculo que tinha expectativa de me fazer soltar umas belas gargalhadas, o que veio a acontecer. A peça é extraordinária e o contra-balanço seria um camadão de nervos, que é o que sinto sempre que assisto aos jogos do Sporting na televisão. E o meu coração já não aguenta tanta emoção.

Como a função dos artistas brasileiros só começou às 21.30 horas, deu para ver o jogo até esse momento no "esmartefone". E, amigos, é por jogos como este que por vezes me arrependo de não ter renovado a GB. Pois, a este não iria pelos motivos atrás aduzidos, mas lá os nervos são muito menos do que em casa, podem crer, e ao que assisti foi ao Sporting meter o Porto no bolso e a Gyökeres causar algumas hérnias discais ao Pepe, que mais uma vez decidiu mudar de modalidade e transitar para a "nobre arte", usando Matheus como saco de treino. Foi ao banho mais cedo, numa decisão tão inédita como estranha. Afinal o Ferrari vermelho já havia anulado um golo limpinho, limpinho e foi permitindo cacetada da grossa aos dajantas sem tugir nem mugir. Fez sangue e o apitadeiro não teve como não o expulsar, ao Pepe, por indecência e má figura.

Durante a saga de uma borracha da "Hello Kitty" (a peça, de improviso, repito, é uma delícia), o telefone vibrou e mesmo correndo o risco de levar uma patada do vizinho de trás, não resisti a ver o segundo e depois o terceiro, que tal como o primeiro segundo, também não valeu. Ambos os dois por ordem de um aziado Tiago Martins, nosso velho conhecido e "amigo" que ontem pontificou como VAR.

A coisa estava feita para um empate pela malta que manda nisto tudo e vocês sabem bem de quem é que eu estou a falar, mas por manifesta falta de comparência e de uma exibição excelente da nossa equipa, o Porto que brilha na Europa foi banalizado.

Do que vi, destaque para a defesa e para a enorme exibição de Quaresma (meteu Galeno no bornal), que tem andado um pouco arredado das boas prestações e que ontem esteve "intratável". Saiu em lágrimas e o miúdo merece. Grande destaque para o tanque Viktor, para o pêndulo Huljmand e até para Matheus Reis, mais não seja por ter dado os beiços ao manifesto.

Como muitas vezes dizemos, para ganhar aos adversários directos, o Sporting tem de jogar o dobro e foi isso mesmo que aconteceu: Marcou quatro golos legais, mas só lhe concederam dois.

Nota final: Assisti a um espectáculo de enorme competência de Gregório Duvivier e C.ia saindo da Aula Magna duplamente satisfeito, pela prestação dos artistas e pela vitória do Sporting. Pela porta da frente. Conceição, pela azia, Pepe pelo pugilismo e Diogo Costa por algumas penas de frango a adornar-lhe a camisola côderrosinha, sairam desonradamente pela porta dos fundos. E depois ainda tive que levar com os autocarros da macacada toda a sair para a A8. De rabo entre pernas.

A seguir vamos a Portimão. O caminho faz-se caminhando.

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Já se pode dizer mal?

Para início de conversa, acho que hoje jogámos bem.

No entanto não merecemos ganhar.

Sofremos o primeiro golo de penalti, num lance em que nem falta houve.

Sofremos o terceiro num frango dos antigos, com miúdos, penas e tudo.

Perdemos porque mais uma vez o treinador não soube ler o jogo, o que começa a ser frequente e com saldo claramente negativo. Digam-me por favor o que veio acrescentar ao jogo o Trincão. Digam-me porque saiu Hjulmand e ficou Pedro Gonçalves em campo. Será que rapidamente às necessidades constatadas para Janeiro, finalmente se pensará num GR decente? Ah, mas salvou um golo, dir-me-ão. Porra, já perdíamos, um a mais ou a menos...

Depois o Inácio. Sim, marcou e depois? Ofereceu o seu flanco aos de Guimarães várias vezes e pelo seu contributo negativo a coisa poderia ter sido bem pior.

Isto não invalida o que atrás escrevi, jogámos o suficiente para ganhar, perdemos nos "pormaiores".

Há jogadores que não estão a render o que valem, caso gritante de Pedro Gonçalves e de há uns poucos jogos para cá, Morita; Inácio que anda completamente fora dela, Edwards que é uma espécie de interruptor, ora acende, ora apaga, conjugando grandes jogos com exibições completamente apagadas como a de hoje.

Em resumo, a equipa não esteve mal no seu todo, mas houve gente que esteve longe de Guimarães.

Creio que é imperioso contratar um guarda-redes.

Está tudo perdido? Longe disso, há muito campeonato e o treinador tem competência suficiente para dar a volta ao texto e o grupo, com dois ou três acrescentos, terá capacidade para chegar na frente em Maio.

Porque eles têm qualidade e porque o que não nos falta por aqui é FÉ.

Uma questão de mentalidade

A ganhar em casa do adversário aos noventa minutos, perder o jogo só nos acontece a nós. Sofrer dois golos nos descontos de seis minutos, é sintoma de uma falta de mentalidade gritante e até de falta de visão do treinador.

Não lembra ao diabo meter o Nuno Santos, que não defende, ou o Trincão, que fez uma falta que deu origem ao golo do empate, no local onde deveria estar Esgaio e quando se deveria estar a defender o resultado. A ganhar por um golo, acabámos o jogo com um grupo com pendor atacante, uma espécie de 3x4x2 como se estivéssemos a perder. Má leitura de jogo, na minha opinião.

Mas e há sempre um mas, provavelmente não me estaria a lamentar desta derrota, se Artur Soares Dias, que hoje apareceu em modo "deixa jogar", não tivesse mandado Inácio para o balneário mais cedo. Há imagens que mostram claramente que o nosso defesa não toca no pantomineiro do Rafa, useiro e vezeiro em fitas que deveria ser sobejamente conhecido por isso mesmo. O amarelo deu em expulsão, mas recorde-se que o VAR não tem intervenção nos amarelos, logo a responsabilidade do "erro" é exclusivamente do pasteleiro.

A falta de mentalidade vê-se nos pequenos pormenores. O golo do empate é marcado com o jogador do Benfica só, à vontade, no centro da área. Sintomático.

Não merecíamos perder, fomos prejudicados pelo árbitro claramente, mas temos também culpas no cartório.

Apenas um pequeno recado a quem decide: Vejam lá se em Janeiro sempre vem alguém para a direita que saiba fazer um passe e, na loucura, um cruzamento de jeito. E já agora, que diga alguma coisa sobre o lance crucial do jogo ainda hoje ou amanhã logo p'la fresquinha, já chega de comer e calar.

A importância do VAR.

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Por várias vezes tenho por aqui desancado nos senhores do apito. Normalmente para lhes chamar nomes que na minha opinião eles merecem.

Vem isto a propósito da exibição do árbitro do jogo de ontem. Se na maior parte do jogo os artistas não lhe deram motivo para que complicasse as coisas, esteve muito mal em dois momentos cruciais do jogo:

O primeiro ao não assinalar penálti claro sobre St. Juste, já que estava a meia-dúzia de metros do lance e o empurrão e a obstrução foram claros. Foi necessário que o VAR interviesse para que assinalasse o óbvio e aplicasse a respectiva sanção.

O segundo momento foi uma nova situação de penálti claro, nas suas barbas e mais uma vez teve de ser o VAR (e alguns jogadores do Sporting) a chamar-lhe a atenção para o corte com a mão.

Eu sei que até pode fazer parte do protocolo do VAR e mais o raio que os parta, mas ambos os lances são nas barbas do árbitro, em ambos estava a cinco/seis metros e com visão desimpedida, Enea Jorgji. Felizmente na cadeira de VAR estava um espanhol (Juan Martínez Munuera) atento que chamou a atenção do senhor albanês para os dois erros de palmatória que cometeu.

Falamos tantas vezes mal dos árbitros protugueses e com alguma razão, sobretudo porque manietados por um sistema que os obriga, se querem subir na carreira, a prestar favores a algumas agremiações, mas temos visto por essa Europa fora actuações destrambelhadas de árbitros, auxiliares e VAR's que nos fazem pensar se eles não andam todos ao mesmo, ou se são apenas incompetentes.

Felizmente o senhor espanhol fez bem o seu trabalho, demonstrando a importância do VAR. Há esperança que por cá se aprenda.

Poder de fogo

 

A vitória de ontem foi (mais que) justa.

Os argumentos individuais apresentados por ambas as equipas são bastante diferentes, com enorme vantagem para o Sporting. Ainda assim o Estrela tem alguns bons executantes, começando pelo seu guarda-redes, que até é habitualmente suplente, seguido de Miguel Lopes, capitão e confesso sportinguista que fez uma excelente partida, de Gaspar, internacional angolano que esteve muito bem e lá na frente de Ronaldo e de Kikas que estiveram em constante movimento lançados nas costas dos nossos defesas.

O treinador do Estrela disse que não ia a Alvalade defender(-se) e cumpriu. Honra lhe seja feita por prestigiar-se e prestigiar a sua equipa e o futebol. É desta emoção que o jogo precisa. É certo que teve no GR o seu melhor elemento, mas convenhamos que ele está lá para defender. E se defendeu! O  Estrela fez uma bela partida, é certo, mas não fora a enorme exibição de António Filipe e a ineficácia dos nossos rapazes lá na frente e o resultado poderia ser mais dilatado, com uma diferença de mais dois ou três golos. Muitos tiros de pólvora seca, coisa que se vai tornando habitual. Há que melhorar o poder de fogo e carregar os cartuchos com chumbo grosso, que um dia vamos à caça e podemos ser caçados.

Nem tudo está bem quando acaba bem. Coates não está bem, talvez precise de descansar, a sua eficácia depende muito da sua boa condição física e ontem falhou em duas ocasiões: Fez um penalti, num lance de azar (a bola podia ter passado sem lhe tocar na mão), mas em situação normal o adversário não chegaria à posição de centrar e deixou-se ultrapassar por Kikas no segundo dos amadorenses. Esgaio continua o patinho feio desta equipa, apesar de ter em seu favor o facto de não ser fácil fazer parceria no flanco com Edwards, que defende pouco e se desposiciona muito, os génios são um pouco assim, mas não desculpa a pouca eficácia de Esgaio na ala, nomeadamente nos centros que (não) fez. Acertou uma vez com a cabeça de Coates, a única coisa digna de registo que fez neste particular, estando no entanto certinho a defender o que nos dias de hoje é muito pouco para um lateral. Pedro Gonçalves é exasperante, ontem fez mais uma vez um jogo apagado, mas é outro Edwards, trapalhão às vezes, mas capaz de num instante de inspiração tirar um coelho da cartola. Ontem o GR do Estrela estragou-lhe o número de magia, para nosso (e dele) azar. Falhou no entanto pelo menos três vezes na finalização. Aquilo parece displicência, mas é mesmo assim e às vezes a bola entra. Parece fácil, mas tirem daí a ideia. Mas às vezes parece um a menos, caramba.

O jogo valeu e muito pelos três pontos, pelos três belos golos. Bragança marcou pela primeira vez em Alvalade e logo com um excelente golo, Edwards fez lembrar "Deus" marcando uma coisa do outro Mundo e Paulinho fez um de compêndio, cabeceando de cima para baixo, como mandam as regras, na sequência de um centro com conta, peso e medida, de Edwards. Mas o jogo valeu ainda mais pelo espírito da equipa, pela reacção à adversidade e pela excelente leitura do treinador. Mais ficaram por marcar, como já disse muito por "culpa" do GR do Estrela e outros por clara ineficácia dos nossos, como referiu Ruben Amorim no final do jogo.

É certo que o jogo andou mais ou menos a passo na primeira parte e a única situação de registo foi mesmo o golo de Daniel Bragança, já que até aí o Sporting não havia rematado à baliza adversária, mas na segunda metade o que não lhe faltou foi emoção e diabos, o meu coração já não está preparado para estas coisas.

Regista-se com agrado que hoje há jogadores que podem substituir outros na titularidade sem que o rendimento da equipa decresça e que há no banco uma ambição de contribuir para a equipa com outros à altura dos que iniciam o jogo. O Sporting deste tempo não alinha apenas com onze, há hoje várias opções à disposição do treinador. E, sejamos justos, a "responsabilidade" é dele, que os tem moldado e lhes tem incutido esse espírito, o de que todos são precisos e úteis.

Por fim quero destacar duas frases proferidas após o final do jogo:

Miguel Lopes, comovido: O Sporting é o clube do meu coração.

Edwards: Never give up.

E novidades?

Ontem tivemos mais uma gloriosa jornada europeia de dois clubes portugueses. Esperemos que pelo nosso lado, Sporting, não se verifique mais uma apenas com derrotas, que ainda faltam jogar os nossos rapazes amanhã e o Porto hoje.

Isto é o reflexo da pobreza franciscana do futebol entre portas, com o favorecimento constante dos mesmos do costume, Porto e Benfica à cabeça. Não deixam os chamados pequenos crescer e depois queixam-se que não têm opositores internos à altura e o blá, blá do costume de quem é mau pagador.

Neste interim vai-se safando a selecção, porque é constituída maioritariamente por jogadores que jogam nos campeonatos de topo e por um velhote que ainda ontem fez mais dois belos golos para a sua conta pessoal.

Distribuam lá os direitos televisivos como em Inglaterra e preocupem-se em defender uma "indústria" que lhes dá de comer, caso contrário em meia-dúzia de anos estarão na cauda da Europa também no jogo da bola.

 Enquanto continuarem a olhar apenas para o seu umbigo, os dirigentes dos clubes e dos órgãos que regem o ludopédio luso, arriscam-se a ser os seus próprios coveiros.

E à boa maneira tuga, um dia hão-de ir para o Panteão!

Domingo há AG

No próximo Domingo, dia 8, vai ter lugar mais uma AG ordinária do nosso clube.

Estão à votação a apreciação do R&C e de gestão 2022/2023, a venda de um imóvel destinado a sede do núcleo de Benavente, se aparecer um grupo de sócios disposto a "largar" 48.000€ para reactivar o núcleo. Não faço a mínima ideia se o valor é alto, baixo, ou assim-assim, mas parece-me que para reactivar o núcleo de Benavente, que até agora não funcionava, se calhar seria para eles mais fácil alugar uma casita, que 48K ainda são uns trocos valentes.

Há depois a votação para atribuição do nome de Cristiano Ronaldo à porta 7, que me parece mais que justo e merecido e me leva a pensar porque não foi tomada antes esta medida, em conjunto com a atribuição dos nomes de antigos jogadores a outras portas. Mais uma vez, desconheço se foi tentado e por diversas razões não foi possível, entre elas a anuência do próprio.

Mas o ponto mais importante a discussão e votação é aquele que configura uma alteração radical na relação dos sócios, nomeadamente os de longe no país e os radicados nos quatro cantos do Mundo. Estará em cima da mesa a votação de alteração estatutária que permitirá o voto electrónico não presencial (o voto electrónico presencial já está implementado há vários anos), ou seja, que permitirá que mais sócios, para além das poucas centenas da área de Lisboa que normalmente decidem os destinos do clube participando nas AG's, permitirá, dizia, que esses sócios expressem na urna a sua vontade e não deixem que mais ninguém por eles decida. É, quanto a mim, um enorme salto civilizacional que o clube dará, demonstrando que acompanha os tempos e não tem medo da modernidade.

Obviamente que a implementação desta novidade terá de ter a garantia de que a segurança do voto é assegurada sem falhas, não pode haver a mínima suspeita de "banhada", mas rodeando-se o clube de gente competente na área, tem toda a vantagem em fazê-lo mesmo gastando mais uns trocos, a desconfiança que alguns ainda poderão ter desvanecer-se-á gradualmente. Não nos esqueçamos que estas coisas são auditadas e terão, em actos eleitorais p.e. a fiscalização dos órgãos e representantes das listas concorrentes.

Não há que temer a mudança e como cantava tão bem as palavras (com mais de 500 anos) de Camões o José Mário Branco,

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o Mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.

Eu vou lá, votar sem qualquer rebuço esta medida já tardia, lá metida no programa da primeira candidatura do presidente do Sporting. Mais vale tarde que nunca.

Sempre pioneiros, sempre na vanguarda

O colectivo do Sporting que hoje vai defrontar na cidade de Graz, na Austria, o Sturm, partiu da cidade e aeroporto de Beja com rumo àquele país do centro da Europa.

Esta opção, que pode ter várias causas, tem certamente uma consequência: Demonstrar que a infraestrutura aeroportuária situada no Baixo Alentejo pode ser o ovo de Colombo que vários dirigentes políticos deste país andam à procura há pelo menos 50 anos.

Construam lá uma ferrovia decente e melhorem a estrutura rodoviária e verão que não é necessário mais um aeroporto no Parque Eduardo VII.

Que este pontapé na letargia dado pelo Sporting seja de bom presságio para o resultado de mais logo e que chegue a Beja com um resultado robusto e positivo. Não faltarão alentejanos sportinguistas para receber a comitiva.

Os melhores do Mundo

Quem faz o favor de perder algum tempinho a ler os meus gatafunhos por aqui (embora seja em letra de imprensa), sabe que sempre considerei, apesar das críticas a maior parte das vezes merecidas, que os nossos jogadores são os melhores do Mundo, Esgaio incluído.

Esgaio que ontem fez uma óptima partida (Sporting 3-0 Moreirense), coroada com um golo pleno de oportunidade*, que revela que o nazareno não sendo um portento tecnicamente, que não é, é um jogador que dá tudo e é bastante útil neste sistema de jogo de Amorim. Não brinco se disser que o espanhol Fresneda terá que mostrar muito empenho para agarrar o lugar. 

Prometi que viria aqui falar de aquisições após o fecho do mercado e aqui estou, porque não gosto de comentar mentideros e "supônhamos". Assim, se em demais anos critiquei de forma clara a direcção, Hugo Viana e Amorim por alguns flops e tiros completamente ao lado, coerentemente não posso deixar de lhes reconhecer o mérito de este ano terem feito o pleno (falta ver actuar o espanhol Fresneda ainda, mas estou com a esperança de que não desiluda) nas contratações mais ou menos cirúrgicas que fizeram e felicitá-los por isso.

Para uns pode ainda faltar um defesa, para outros um médio, para outros um avançado, mas a confirmação dessas lacunas ver-se-á em Janeiro. Seria interessante não haver necessidade de contratar ninguém nesse período, o que quereria dizer que as coisas estariam a correr bem e que se aplicaria a máxima de "em equipa que ganha não se mexe". Seria também importante que ninguém saísse, claro!

A forma em crescendo como a equipa vem evoluindo perspectiva uma época que nos pode trazer boas alegrias, se entretanto os factores externos, como a habilidosa arbitragem de ontem à noite, mais uma, não nos forem aqui e ali, cirurgicamente, prejudicando. Ontem, que o VAR tenha conseguido descortinar um fora de jogo de 5cm eu até dou de barato, mesmo sabendo que 5cm é uma fracção ínfima de segundo, ou seja, muito subjectivo. Já que o bandeirinha tenha olho de lince para ver o mesmo é que é surpreendente, se até a regra e a recomendação que tem é que deixe o lance andar, deixando para o VAR a tarefa de o analisar. É disto que eu tenho receio e é contra isto que temos que lutar, a começar pela direcção. Ontem o central do Moreirense deveria ter ido tomar banho mais cedo, porque o senhor de azul lhe perdoou um amarelo alaranjado ainda o jogo ia no adro e o que lhe mostrou mais tarde dava-lhe guia de marcha para o balneário.

Temos hoje talvez a melhor equipa do campeonato e pedindo a todos os santinhos que não sejamos prejudicados, podemos ter a forte e fundada esperança de chegar na frente lá para Maio. E se porventura não chegarmos na frente, há uma certeza que é clara: Os reforços são mesmo de gabarito e não havendo factores esquisitos, tratar-se-ia de azar, incompetência do técnico, ou aquilo que por vezes acontece, os outros seriam melhores.

Eu por mim estou satisfeito e repito: Belo trabalho de pesquisa!

 

* O golo, como já referi no texto, foi anulado por 5cm. A FIFA está a realizar jogos piloto em que o fora-de-jogo só será assinalado quando todo o corpo do atacante estiver para além do último defesa. Em abono e favor do futebol espectáculo, o meu aplauso veemente.

Circo

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Não deixa de ser curioso que dos três desportivos de hoje, apenas o "A Bola" se refere às declarações proferidas ontem pelo capitão da selecção nacional. Talvez porque os seus profissionais não estejam a gostar (quem gosta?) do despedimento colectivo em curso no periódico da Travessa da Queimada e finalmente estejam a quebrar as amarras que os prendem(ram) a uma linha editorial de subserviência a um clube e a um status quo que todos sabemos quais são. Assim como assim, direi eu, que se lixe a taça, pensarão.

Por ser quem é, por ter o estatuto que atingiu, por estar na idade em que um desportista já pode dizer o que lhe vai na realgana, Ronaldo, o nosso, do Portugal do desporto mas não apenas, maior representante, coloca o dedo na ferida e dá uma lição ao presidente da FPF e ao presidente da Liga Portugal, Fernando Gomes e Pedro Proença.

Estas declarações que deveriam fazer estes dois personagens pensar que caminho querem para o futebol português, cairão, tenho a certeza, em saco roto, porque como até um cego consegue ver, não é do interesse dos interesses (passe a redundância) instalados que as coisas mudem.

Nestas declarações de Ronaldo, com as quais quem gosta de futebol não pode deixar de estar de acordo, pode entender-se porque nunca equacionou voltar ao futebol português e ao Sporting. Como eu o compreendo.

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