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És a nossa Fé!

Chuva, vento e erros: tudo em excesso

Rio Ave, 3 - Sporting, 3

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Pedro Gonçalves com ar desalentado após a marcação de um dos três golos da turma anfitriã

Foto: Manuel Fernando Araújo / Lusa

 

Houve muita chuva, muito vento, condições atmosféricas desfavoráveis à prática do futebol tecnicista a que o Sporting habituou os adeptos. Tivemos o pássaro na mão: estávamos a vencer 2-1 no tempo regulamentar, antes da pausa para intervalo. Com golos de Morten (9') e Gyökeres (44'). Mas deixámos voar dois pontos em Vila do Conde, frente a uma equipa aguerrida, que nem parece ocupar um modesto 15.º lugar na classificação deste campeonato.

Fizemos um jogo regular, mas abaixo do patamar médio.

Em circunstâncias normais, marcar três golos ao Rio Ave bastaria para virmos de lá com os três pontos. Ora isso foi insuficiente: chegou apenas para um empate. Primeiros dois pontos perdidos na Liga neste ano de 2024. Estamos agora com 56 - menos dois do que o Benfica, que lidera provisoriamente, sabendo-se que temos uma partida ainda por disputar.

Pontos perdidos por culpa própria? Sim, mas não só.

Acontece que o Rio Ave fez um jogo competente, acima do seu patamar médio. Não é novidade. Costuma portar-se assim com as chamadas equipas "grandes". Basta lembrar que impôs um empate ao FC Porto no Dragão e esteve empatado até ao minuto 58 na Luz, acabando por cair só após ter ficado reduzido a dez.

 

E houve também o árbitro, André Narciso: péssima actuação. Aos 29', ficou um penálti a nosso favor por marcar e um amarelo por exibir a Nóbrega, por entrada de sola sobre Trincão na pequena área. De tal maneira que o avançado leonino teve de sair, lesionado, poucos minutos depois. Faltou exibir também o amarelo ao central rioavista.

Falha grave. Mais lesiva ainda foi a validação do primeiro golo da turma anfitriã, precedido de falta sobre Pedro Gonçalves. Neste caso a responsabilidade maior é do vídeo-árbitro. António Nobre tinha a obrigação de ter visto, de ter assinalado, de ter alertado. Ou terá mesmo alertado e foi Narciso quem ignorou esse alerta?

Por estas e muitas outras, devem ser divulgadas as comunicações entre árbitro e VAR. Cada vez mais urgente. Para desfazer todas as dúvidas. Exige-se transparência no futebol, também aqui.

 

Em jeito de balanço deste desafio muito disputado e que manteve até ao fim o resultado em aberto, eis um facto inegável: houve inadmissíveis erros individuais da nossa parte. Dois dos mais experientes, Adán e Nuno Santos, cometeram penáltis tão infantis quanto desnecessários, acabando por lesar seriamente a equipa. O espanhol ainda teve sorte: foi poupado ao amarelo, que mereceu nesse lance.

Rúben Amorim também não sai isento de críticas. Causou perplexidade a ausência inicial de Eduardo Quaresma, que tão boas provas tem dado. Com ele em campo, na segunda parte, estivemos bem melhor no corredor direito, onde Diomande e Geny nunca combinaram. Era por ali que o Rio Ave carregava, numa ala que parecia um passador.

Aquele relvado, aquelas condições atmosféricas, impunham outro género de jogadores. Daniel Bragança ficou no banco - e compreendeu-se porquê. Não era jogo para ele. Edwards, idem. Mas entrou mesmo, devido à inesperada lesão de Trincão: com Paulinho ausente por lesão, não havia alternativa no banco.

O inglês tentou, mas sem conseguir. Como já se adivinhava.


Mas o pior em campo foi Adán. Uma vez mais. É tempo de dar titularidade a Franco Israel - se, de facto, o treinador acredita nele, algo que ainda não está bem esclarecido.

O Rio Ave (golos apontados aos 3', 45'+4 e 67') foi superior em largos períodos do jogo. Não se percebe como é que na segunda parte esivemos meia hora sem fazer um remate à baliza adversária. Não há vento nem chuva nem relva nem árbitro nem vídeo-árbitro que justifiquem tamanha insuficiência.

Tropeção consumado, agora importa olhar para diante. Já a pensar no desafio de quinta-feira, em nossa casa, frente ao Benfica, na meia-final da Taça de Portugal.

É para ganhar, claro.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Aos 65', cometeu um penálti totalmente escusado: daí resultou o terceiro golo do Rio Ave. Desnorteado, deu outras fifias: numa delas só por milagre não foi golo. E ainda viu, impotente, uma bola embater no poste.

Diomande - Após ausência de dois meses, voltou a ser titular na Liga. Nota-se que está ainda preso de movimentos. Acorreu pouco às dobras a Geny, muito adiantado na ala direita. Melhorou depois, como central à esquerda.

Coates - Não estava a fazer uma das suas melhores exibições, acusando lentidão de processos. Mas redimiu-se como ponta-de-lança improvisado, na fase final: é dele o terceiro golo, de cabeça, aos 73'.

Gonçalo Inácio - No sector recuado, compete-lhe o maior protagonismo no capítulo dos passes longos, a iniciar lances ofensivos. Foi servindo Nuno Santos e Gyökeres. Mas teve de sair ao intervalo, com queixas físicas.

Geny - Terá sido da chuva? Terá sido do vento? A verdade é que passou por completo ao lado da partida, incapaz de fazer a diferença tanto a atacar como a defender. Não era jogo de feição para o moçambicano.

Morten - Cada vez mais influente, de jogo para jogo. Não apenas como pêndulo na posição de médio defensivo, a recuperar bolas, mas também a queimar linhas e a chegar-se à frente. Assim marcou o nosso golo inicial.

Morita - Um dos melhores em campo, naquele estilo de formiguinha, muito útil para o colectivo leonino. Basta dizer que teve participação em dois golos. Foi ele a centrar no primeiro e a assistir no terceiro.

Nuno Santos - Ganhou duelos no jeito reguila que o caracteriza. Contribuiu para o primeiro golo. Mas borrou a pintura ao cometer um penálti totalmente desnecessário. Não era dia auspicioso para ele, longe disso.

Trincão - Estava a ser um dos nossos melhores em campo e prometia não apenas outra boa exibição global mas até algum golo. Impossível: foi ceifado em penálti que ficou por assinalar. Forçado a sair aos 45', magoado.

Pedro Gonçalves - Em clima pouco propício às suas aptidões, sobretudo pelo vento forte, foi um dos menos inspirados. Destacou-se sobretudo por atirar a bola muito por cima da baliza, aos 27' e aos 90'.

Gyökeres - Foi à luta, suou a camisola, puxou os colegas para a frente. Como sempre. E, também como é hábito, marcou. O segundo golo. Já leva 30 marcados em toda a temporada. O melhor dos nossos.

Edwards - Rendeu Trincão aos 45'. Mas mal se deu pela presença dele em campo. Perdeu sucessivos duelos, abusou do individualismo, teve uma atitude passiva em contraste com alguns colegas. Um desperdício.

Eduardo Quaresma - Substituiu Gonçalo Inácio, actuando como central à direita durante toda a segunda parte. Consistente, concentrado, motivado. Visão de jogo, capacidade de passe. Merece ser titular de novo.

Matheus Reis - Em campo desde o minuto 61, substituindo Nuno Santos. Cumpriu sem brilhantismo quando se exigia dele algo mais. Ficou a sensação, como tantas vezes acontece, que poderia fazer melhor.

O dia seguinte

Muita coisa mesmo a correr mal ao Sporting em Vila do Conde. O resultado final até foi menos mau atendendo a tudo o que se passou em campo.

Desde logo o verdadeiro temporal de chuva e vento que acompanhou a partida. Condições que obviamente favoreceram a equipa da casa. Impossível treinar em Alcochete naquelas condições, que prejudicaram os "levezinhos" tecnicistas do plantel como Pedro Gonçalves, que não acertou um cruzamento, Catamo, Morita e Edwards que pouco renderam. 

Depois a arbitragem medíocre, um Narciso esfíngico, incapaz de controlar o jogo, que foi permitindo as marcações cerradas com agarrões constantes dos vilacondenses sem pela admoestação pública aos faltosos nem amostragem de amarelos. Só mesmo no final do jogo eles surgiram para limpar os dois erros grosseiros que cometeu, muito por culpa do VAR Nobre também. O primeiro golo do Rio Ave é precedido de agarrão claro ao Pedro Gonçalves e devia ter sido invalidado, Trincão é alvo duma entrada com o pé alto a varrer que o lesiona dentro da área para penálti, não assinalado. Admito, porque tive a mesma sensação, que julgou ver o Trincão armar o remate e acertar na bota do defensor, mas na câmara lateral é óbvio o movimento da bota com os pitons à vista em direcção ao pé do Trincão. Seja imprudente ou negligente, é um claro penálti de VAR.

Depois os erros também grosseiros de Nuno Santos e Adán. Não são os primeiros, e com erros assim não vamos a lado nenhum. Impossível.

 

De resto, o temporal inclemente, a atitude competitiva do Rio Ave sempre no risco máximo, e as incidências do jogo, que incluiram as lesões de Inácio e Trincão,  desmantelaram todo o modelo de jogo do Sporting, que não conseguiu controlar, nem gerir o ritmo, nem jogar bom futebol, limitou-se a correr atrás dos adversários e do prejuízo, e aí Diomande, Coates, Hjulmand e Gyokeres foram fundamentais. 

Ou seja, ficou mais uma vez evidente que o Sporting para ser competitivo numa época precisa duma base de jogadores altos e fortes. Ontem Paulinho fez muita falta no banco, e se calhar Nuno Santos e Catamo não deviam ter ido a jogo no início, dando lugar a Matheus Reis e Esgaio, muito mais adequados àquelas condições. Mas depois existe o tal ciclo infernal, e a gestão do plantel pensada para o ciclo, e não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.

 

Melhor em campo? Gyökeres, mouro de trabalho, um grande golo.

Arbitragem? Uma arbitragem marca APAF do tal 6.º melhor classificado da época passada, com o colega VAR a deixá-lo enterrar-se, se calhar compete com ele na classificação. Uma  dupla "à maneira", cumprimentos do Paulo Costa.

E agora? Seguir em frente, temos dérbi quinta-feira em Alvalade e vou lá estar, esperando que desta vez não exista uma seita qualquer a comprar bilhetes da central para os revender aos lampiões. Depois a próxima jornada da Liga vai definir muita coisa.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

 

Não gostei

 

De ter começado o jogo a perder. Aos 3' já estávamos a sofrer o primeiro golo, marcado por Embaló, que fez o que quis no nosso corredor direito, onde Geny e Diomande nunca conseguiram completar-se com eficácia, deixando todo o campo livre ao jogador rioavista, que pôs a sua equipa a vencer por mérito próprio e demérito dos nossos.

 

De termos deixado dois pontos em Vila do Conde, os primeiros de 2024. Empate 3-3 em noite de chuva e muito vento, que beneficiou a equipa da casa, muito mais habituada a estas condições climatéricas. Mas demos forte contributo para este tropeção: sofremos dois golos de penálti, aos 31' e aos 67', de forma infantil, quase amadora. Numa partida em que fomos capazes de reagir ao desaire inicial: empatámos aos 9', ganhámos vantagem aos 44', mas voltámos a sofrer um golo, momentos antes do intervalo, num castigo máximo provocado por Nuno Santos sem qualquer necessidade, em lance que estava controlado.

 

Do nosso segundo tempo. Em vez de entrarmos após o recomeço com força e garra, como tem sido hábito do onze leonino, viemos mais apáticos e entregámos ao Rio Ave a iniciativa de jogo, chegando a estar mais de meia hora sem rematar à baliza. Assim tudo se tornou muito mais difícil. Neste período sofremos o terceiro (67') e a partir daí apostou-se tudo numa solução de recurso que há muito não víamos no Sporting: Coates avançou para a posição de ponta-de-lança. Também porque as alternativas no banco, no capítulo ofensivo, eram nenhumas.

 

Da ausência inicial de Eduardo Quaresma. O treinador deixou-o fora do onze, preferindo apostar em Diomande como central à direita apesar de o marfinense não competir desde Dezembro no campeonato português. Opção inexplicável, que também contribuiu para a nossa insuficiente prestação frente ao Rio Ave. Eduardo acabou por entrar logo após o intervalo, remetendo Diomande para a esquerda, e confirmou que continua em boa forma. O titular ali deve ser ele.

 

De Adán. Intranquilo, nervoso, transmitindo insegurança aos colegas, cometeu um penálti indiscutível aos 65', saindo fora de tempo dos postes e derrubando Aziz. Foi a sua segunda saída em falso: já tinha feito o mesmo aos 31' e só por muita sorte nossa o Rio Ave não marcou nesse lance. Sorte tivemos também, 5 minutos depois, ao ver uma bola embater no nosso poste esquerdo. O espanhol esteve igualmente mal na reposição da bola, mandando-a com frequência para fora ou entregando-a ao adversário. E continua incapaz de defender um penálti: faz-nos sentir saudades do Rui Patrício ou até do Renan. Jogo para esquecer.

 

Dos três golos sofridos. Não nos acontecia desde a derrota em Guimarães (2-3), a 9 de Dezembro.

 

Do penálti perdoado ao Rio Ave. Acção claramente negligente do defesa rioavista pondo em risco a integridade física de Trincão, que tinha a bola dominada junto à linha da pequena área e se preparava para rematar. Aconteceu aos 29': Miguel Nóbrega foi de sola em riste. Sem André Narciso o ter admoestado nem assinalado a grande penalidade que se impunha, beneficiando sem margem para dúvida a equipa da casa. Fomos duplamente prejudicados neste lance, pois Trincão ficou magoado, tendo sido substituído ainda antes do intervalo. Eis como um árbitro pode condicionar um resultado por manifesta impreparação ou incompetência.

 

De ver Adrien jogar contra nós. Ainda por cima com braçadeira de capitão, pelo Rio Ave. Entrou aos 64', ainda a tempo de demonstrar que conserva várias qualidades que nos habituámos a admirar nele durante os longos anos em que foi profissional do Sporting.

 

Das lesões. Além de Trincão, que saiu a coxear aos 45', também Gonçalo Inácio se magoou neste Rio Ave-Sporting - lesão muscular, que o impediu de jogar toda a segunda parte, dando lugar a Eduardo Quaresma. Más notícias para o nosso próximo desafio - já na quinta-feira, primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, em que recebemos o Benfica. Serão duas baixas muito prováveis, quase inevitáveis.

 

 

Gostei

 

De Gyökeres. Se há jogador que tudo fez para alcançarmos uma vitória neste embate em Vila do Conde foi o internacional sueco: incansável, correu 10,7 km sempre de olhos fitos na baliza. O melhor dos nossos, voltou a fazer o gosto ao pé num remate fortíssimo, na cara do guarda-redes. Assinando o centésimo golo do Sporting nesta temporada, uma das mais produtivas de toda a história do futebol leonino. O seu 17.º golo na Liga 2023/2024.

 

De Morten. Também ele não merecia estes dois pontos perdidos no vendaval vilacondense. Marcou o nosso primeiro, num remate rasteiro, de ressaca, aproveitando da melhor maneira a bola que foi ter com ele após lance muito embrulhado na grande área. Recuperou bolas, passou com critério, ligou sectores, foi sempre um dos mais inconformados. É um médio com golo: superior a Ugarte - que substituiu no nosso onze titular - pelo menos neste capítulo.

 

De Coates. Há muito que não o víamos como pronto-socorro de emergência para colmatar lacunas no plano ofensivo. Com Paulinho lesionado, Rúben Amorim deu ordem ao capitão para se plantar lá na frente, como nos velhos tempos em que foi solução improvisada em várias partidas. Desta vez ajudou também, mas só em parte: foi dele o terceiro golo, que nos permitiu empatar quando estávamos a perder 2-3: belo cabeceamento, aos 73', correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Morita por via aérea. Mostrou assim como se faz a alguns colegas ontem mais apáticos -  Geny e Edwards, por exemplo. Infelizmente, não bisou: teria sido o ideal.

 

De ver o Sporting marcar há 31 jornadas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De manter a esperança intacta. Continuamos a depender só de nós depois de uma jornada em que o FC Porto também perdeu dois pontos (empate 1-1 em Barcelos)

Temos de falar do árbitro, de Amorim, de Adán e da Rio Ave TV

Começo por dizer que o empate de hoje em Vila do Conde teve como principal autor o árbitro, que foi André Narciso, tal como aliás já tinha acontecido na última vez que perdemos pontos, em Guimarães. Assim temos de começar por falar sobre isso.

Mesmo em várias das vitórias conseguidas ao longo deste campeonato temos muitas queixas da arbitragem. Segundo li em algumas notícias, parece que é estratégia da "Estrutura" não comentar as mesmas, o que toda a gente sabe que é sempre uma estratégia muito acertada, já que ser roubado quase todas as semanas e estar caladinhos é uma receita vencedora. Agora se vier alguma queixa, mais ou menos tímida, decorrente do empate de hoje, eu diria que vem muito tarde.

Voltando à arbitragem deste jogo, só de memória temos:

  • Há uma falta evidente sobre Pote no início da jogada que origina o primeiro golo do Rio Ave;
  • Há um corte perigosíssimo dentro da área do Rio Ave, a tal ponto que provoca um pancada que obriga à saída de Trincão por lesão. Não sei qual é a regra da FIFA invocada esta semana, deve ser aquela que diz que desde que não se arranque a cabeça ao jogador, vale tudo para cortar uma bola. É uma entrada negligente e devia ter sido marcada grande penalidade.
  • Há mais um penálti evidente sobre Pedro Gonçalvez na segunda parte, quando o jogo estava 2-2. O nosso jogador foi agarrado para o impedir de ir à bola.
  • Os defesas do Rio Ave tiveram todos margem para poderem efectuar meia dúzia de faltas cada um, isto porque dessa meia dúzia, duas não são marcadas e três ou quatro são feitas à vontade, porque só há lugar a amostragem de cartões ao fim desse número de faltas.
  • Nos 5 minutos de descontos da segunda parte há uma expulsão de um jogador do Rio Ave, em que este demora mais de um minuto para sair, há a marcação de dois ou três livres e de um canto, mas mesmo assim o jogo acabou assim que se chegaram aos 5 minutos em ponto.

 

Depis temos de falar de Rúben Amorim.

Não sei por que carga de água achou que um jogo fora, com um adversário difícil e com condições climatéricas más era bom para colocar Diomande a titular pela primeira vez desde 18 de Janeiro. Viu-se que o jogador estava fora de forma, com falta de velocidade e preso de movimentos, e foi precisamente pelo seu lado que sofremos logo aos 5 minutos. Tal como não percebo que Quaresma, em excelente forma, tenha ido para o banco logo neste jogo, para dar lugar ao costamarfinense.

Depois, voltamos ao problema de sempre. Como Paulinho está lesionado, inciámos o jogo só com uma opção de ataque no banco, no caso Edwards. Lesiona-se Trincão durante o jogo, entra Edwards ainda na 1.ª parte e vamos para a 2.ª parte sem nenhuma opção de ataque no banco. Ao fim de quase 200 jogos de Amorim no Sporting, ainda andamos a acabar com Coates a ponta-de-lança.

 

De seguida temos de falar de Adán. Depois de duas boas épocas iniciais, teve uma bastante fraca no ano passado, e está a ir pelo mesmo caminho este ano.

Raramente é mais-valia, por isso nunca conto que ele defenda um grande remate, um livre directo ou uma grande penalidade. Fio-me na defesa para deixar criar muito poucas ocasiões ao adversário, porque se essa ocasião aparece mais vale confiar na Nossa Senhora do que em Adán para nos safar.

 Se o espanhol se ficasse por aí, no não acrescentar nada, já podíamos ficar satisfeitos. Infelizmente tem paragens cerebrais, como uma a meio da 1ª parte em que oferece a bola ao adversário que só não deu golo porque não calhou, ou na grande penalidade que comete, numa saída completamente tonta.

Não sei se estamos a preparar Franco Israel ou Diego Callai para a sucessão, ou se pensamos que Adán ainda tem condições para ser titular. O que é certo é que continuamos a sofrer um número assustador de golos para a quantidade de lances de perigo que consentimos.

 

Por fim temos de falar na Rio Ave TV, que fez a transmissão deste jogo. Não sei como é que ainda permitem que jogos da 1.ª Liga sejam transmitidos por canais de clubes, o que dá azo a comentários tendenciosos e a que não se repitam nem se comentem em condições alguns lances duvidosos, como os que referi acima. Um dos comentandores era um tal de Freitas Lobo, que pela maneira como só só via Rio Ave e só falava de Rio Ave, está no sítio certo, a trabalhar no canal do clube do seu coração.

Prognósticos antes do jogo

Mais logo, pelas 20.30, a nossa equipa entra em campo do Estádio dos Arcos para defrontar o Rio Ave. Com o pensamento todo concentrado na vitória.

Na primeira volta do campeonato, em Setembro, vencemos a equipa vilacondense por 2-0. Com golos de Paulinho e Edwards.

Na época anterior, trouxemos de Vila do Conde um triunfo tangencial: 0-1. Foi quanto bastou para garantirmos os ansiados três pontos. Num jogo assinalado pela estreia de Chermiti a marcar na equipa principal do Sporting.

Como será agora? Espero, como sempre, pelos vossos prognósticos.

Os melhores prognósticos

Foi outra ronda com vários vencedores. Cinco, no total. Eis os seus nomes, por ordem alfabética: AHR, Manuel Pinheiro, Marrocos, Paulo Batista e Tiago Oliveira. Todos acertaram no resultado do Sporting-Rio Ave (2-0) e no nome de um dos marcadores - Paulinho mencionado por quatro, Edwards apenas por um destes leitores.

Um quarteto também justifica menção. Por ter antecipado o desfecho, embora sem pontaria para os goleadores. Vale a pena, de qualquer modo, cumprimentá-los. São a Maria Sporting, o Orlando Santos, o Verde Protector e o meu colega de blogue Vítor Hugo Vieira.

Vencer e convencer mesmo sem Gyökeres

Sporting, 2 - Rio Ave, 0

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Sporting soma e segue: seis vitórias em sete jogos até agora, o que faz vibrar os adeptos

Foto: José Sena Goulão / EPA

 

Terá sido a melhor exibição do Sporting nos primeiros 45 minutos em todos os sete jogos já disputados nesta temporada - seis para o campeonato, um para a Liga Europa. O nosso onze entrou em campo como um verdadeiro rolo compressor, usando todos os corredores como via de ataque rápido, ousado, audaz. Nuno Santos, em excelente forma, desequilibrou por completo à esquerda enquanto Edwards imperava nas movimentações da direita para o meio do terreno, levando o pânico à muralha defensiva dos vilacondenses. Com Pedro Gonçalves a movimentar-se um pouco por toda a parte, abrindo linhas de passe, Paulinho desta vez fixo como ponta-de-lança e Morita a situar-se entre linhas, mostrando todo o seu valor na ligação entre o meio-campo e o trio mais ofensivo.

Foi assim, com o astro Gyökeres remetido ao banco de suplentes, que o Sporting cumpriu aquilo que se impunha: derrotar o Rio Ave em Alvalade. E deste modo assumir o comando do campeonato, em igualdade pontual com o FC Porto mas tendo melhor quociente entre golos marcados e sofridos. Vamos no 21.º desafio seguido sem derrotas, no terceiro em casa sem sofrer golos e com 16 pontos somados em 18 possíveis.

Fácil? Não. Há um ano, por esta altura, tínhamos apenas 10 pontos. Faz uma diferença enorme. Comparando com o onze que anteontem entrou em campo, houve apenas dois reforços, ainda ausentes de Alvalade em Setembro de 2022: o central Diomande e o médio defensivo Morten. Todos os outros já lá estavam. E nem por isso as coisas correram bem.

É verdade que o marfinense e o dinamarquês, ambos internacionais pelos seus países, contribuíram para aumentar a qualidade da nossa prestação face ao que ocorria na época anterior. Mas isto não basta para explicar a diferença. A verdade é que esta nossa equipa joga mais ligada, mais entrosada, com maior determinação e sobretudo com muito mais alegria. Contagiando os adeptos: estavam mais de 34 mil no estádio apesar de o jogo ter começado às 20.15 da passada segunda-feira. Horário que certamente contribuiu para que este tenha sido o nosso desafio com mais reduzida assistência na temporada em curso.

 

Destaques? Morita, pêndulo da equipa: quase todos os lances passam por ele. Iniciou o primeiro golo e assistiu para Paulinho empurrar, logo aos 10' - e figurar de novo entre os melhores marcadores da Liga 2023/2024. Edwards, protagonista dos lances mais vistosos - que culminaram no segundo golo, saído dos pés dele após túnel bem medido ao defesa que tentava cobri-lo, marcando de ângulo quase impossível. Obra de arte, deixando evidente que o inglês está de volta às grandes exibições. Voto nele como melhor em campo.

Nuno Santos, já mencionado, justifica também registo elogioso. Criativo, desequilibrador, sem nunca virar a cara à luta. Mas aquilo que vai fazendo deste Sporting um caso muito sério entre os assumidos candidatos à conquista do campeonato, reeditando a proeza de 2021, é a solidez do bloco defensivo. Diomande, Coates e Gonçalo Inácio parecem jogar de olhos fechados, tão bem combinam entre eles.

Com Gonçalo a destacar-se nos passes longos, Diomande na condução com a bola dominada e Coates nas acções de desarme. 

 

Tudo bem? Nem por isso. Caímos demasiado na segunda parte, após chegarmos ao intervalo a vencer por 2-0 - resultado que se manteria até ao apito final. De permeio, sofremos um sério sobressalto quando surgiu um golo do Rio Ave, aos 49', entretanto sem efeito por alegado fora-de-jogo de 6 cm. Pretexto ridículo para anular um golo: é tempo de pôr fim a esta palhaçada, tal como já acontece na Premier League. Tanto faz, para o caso, que o Sporting seja beneficiado (como agora foi) ou prejudicado (como já aconteceu mais do que uma vez).

Mas fizemos mais do que o suficiente para que ninguém possa discutir este triunfo. Basta olhar para a classificação para percebermos como isso é capaz de ser um excelente tónico psicológico. Não apenas para os jogadores: também para os adeptos.

Que diferença em relação ao que se passava faz agora um ano...

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Noite quase sem trabalho, exceptuando no golo vilacondense que viria a ser anulado por escassos 6 cm. Continua a evidenciar problemas a jogar com os pés.

Diomande - Desinibido com a bola, não apenas a defender mas a iniciar ataques. Lesionou-se no tempo extra, acabando substituído. Oxalá não seja nada de grave. Ele faz-nos falta.

Coates - O comandante da nossa muralha defensiva fez jus à fama. Dois lances justificam destaque: desarme perfeito aos 70' e grande passe longo aos 82', a lançar Geny.

Gonçalo Inácio - Sólido, intransponível. Fixou-se finalmente no espaço onde mais rende - o que o tem favorecido até como candidato a titular da selecção nacional. 

Esgaio - Conduziu um bom ataque aos 45'+2, mas esteve quase sempre mais contido do que o seu colega do corredor esquerdo. Não inventou, jogou pelo seguro.

Morten - A sua mais discreta exibição no plano individual desde que chegou ao onze titular. Ganha em concentração e eficácia no desarme o que parece faltar-lhe ainda na condição física.

Morita - Assombrosa exibição, com um raio de acção cada vez mais largo. O primeiro golo é quase todo construído por ele. Equilibra a defesa, municia o ataque, joga bem com os dois pés.

Nuno Santos - Outra actuação a merecer aplauso. Quase marcou em duas ocasiões - aos 14' e aos 56'. Vigoroso, criativo, destaca-se pelo espírito combativo que parece faltar a alguns colegas.

Edwards - Participa nos dois golos leoninos. No primeiro, como um dos construtores do lance tão bem-sucedido. No segundo, surgindo ele próprio a metê-la lá dentro. Fez levantar o estádio.

Pedro Gonçalves - Útil a abrir espaços e arrastar marcações, participou também no processo defensivo. Perdulário no último toque, incapaz de marcar. O melhor que fez foi atirar à trave (30').

Paulinho - Fixou-se como ponta-de-lança, compensando a ausência de Gyökeres. Cumpriu o essencial da sua missão com golo logo aos 10'. Merecido, pois trabalhou bem para a equipa.

Daniel Bragança - Substituiu Morten aos 67'. Não conseguiu imprimir maior acutilância ao nosso meio-campo, incapaz de fazer passes de ruptura. Contribuiu para gerirmos a vantagem.

Trincão - Entrou aos 67', substituindo Edwards. Há que assinalar o contraste entre um e outro, desmentindo aqueles que os equiparam em quase tudo. O ex-Braga foi totalmente inofensivo.

Matheus Reis - Substituiu Nuno Santos (77'). No seu estilo muito mais discreto, menos atrevido, cuidando mais da missão defensiva do que da vertigem ofensiva. 

Geny - Entrou aos 77', rendendo Esgaio. Contribuiu para acelerar o jogo no seu flanco. É um extremo de raiz, o que bem se nota. Mas tem melhorado no plano defensivo.

Neto. Entrou aos 90'+2, compensando a ausência do lesionado Diomande. Poucos minutos em campo, o que bastou para lhe merecer calorosos aplausos dos adeptos.

O dia seguinte

Foram os melhores 45 minutos desta época, mesmo sem a enorme qualidade do sueco ponta de lança, muito pelas extraordinárias prestações de Edwards e Morita. Os dois golos foram pouco para o completo controlo do jogo e as oportunidades criadas, mas o de longe melhor jogador do plantel e essencial no jogo de compensações com a dupla do meio-campo, Pedro Gonçalves, estava naqueles dias em que podia chutar 50 vezes sem acertar na baliza. Isto contra um Rio Ave que ainda há pouco tempo esteve a ganhar ao Porto até quase aos 90 minutos e foi preciso o árbitro inclinar o campo para perder o jogo.

Veio a 2.ª parte, veio o desgaste da jornada europeia, veio um golo invalidado ao Rio Ave que podia ter complicado as coisas, vieram as substituições que enfraqueceram o onze, Pedro Gonçalves continuou a falhar e Paulinho encontrou a sua vertente de santo, em vez de marcar o seu segundo golo resolveu tentar "ressuscitar" o no momento "morto" Trincão, com péssimos resultados, nem marcou nem o Trincão "ressuscitou". Que se passa com o talentoso internacional A por Portugal, que passou pelo Barcelona e pelo Wolves, para dar a triste imagem que deu ontem em Alvalade? Qual será o melhor remédio ?  Não faço ideia.

Sou completamente contra o bullying através das redes sociais aos jogadores. Alimentar ódios aos jogadores para além do que são os gostos e apreciações de cada um sobre o valor dos mesmos, é  como cuspir na sopa que se come. Quem andou no tiro ao alvo ao Paulinho descobre agora que é um dos melhores marcadores do campeonato. Quem andou a gozar com o "soneca" descobre agora que foi o melhor em campo, com um golo simplesmente genial.

Foi o Paulinho, depois o Esgaio, depois o Edwards, agora o Trincão, um dos melhores jogadores da época passada e que atravessa um péssimo período, quando nada sai bem. Quem é do Sporting só pode mesmo apoiar o rapaz. Tudo o resto é de andrade ou lampião. Mas se querem ser isso, estão à vontade para irem para lá bater palmas aos craques que custaram mais e renderam metade do que o Trincão. 

No final do jogo veio o pior: a lesão de Diomande nem ele sabe porquê, depois uma entrada sobre Morita que o deixou combalido. Com Gyökeres no banco, são três jogadores que estavam em grande forma a ter uma semana complicada em vésperas da visita ao Farense. 

Melhores em campo? Edwards e Morita, um no primeiro tempo, outro no segundo. Morita e Huljmand, enquanto não fraquejam fisicamente, fazem um meio-campo de excelência, como se viu ontem na primeira parte.

 

Algumas notas finais.

1. Para a Juveleo, que desta vez esteve impecável no apoio à equipa, reconhecida pela mesma no final. Todos teriamos a ganhar se a claque  controlasse a javardice criminosa de alguns lá dentro que certamente se sabe quem são (ainda agora na Áustria tentaram que o Sporting fosse punido pela UEFA e que não existam adeptos leoninos no próximo jogo fora, penso que na Polónia) e que encontrasse uma forma de convivência com a Direcção eleita no Sporting. É óbvio que o Sporting precisa duma Juveleo forte e entusiástica, e que a Juveleo precisa do Sporting. E que se ultrapasse de vez o triste e vergonhoso episódio do assalto a Alcochete, onde diferentes membros da claque, incluindo um ex-lider, estiveram envolvidos.

2. Para o árbitro, do qual tinha a pior opinião a partir dos jogos em que apitou o Sporting e em que se mostrou um palhaço presunçoso. Desta vez, mesmo mal auxiliado, esteve quase impecável num estilo europeu bem diferente dos APAFs do costume, e dos Duartes Gomes do comentário e putativos candidatos a qualquer coisita. Deveria ter sido o VAR a alertá-lo para a expulsão do Ventura naquela entrada sobre Morita.

3. Para a hora do jogo, 20h15m, demasiado cedo para um dia de semana em Lisboa. Demorei cerca de 1h25m a fazer 20kms, estacionar a quase 2kms, e andar o resto. E a prova é que já o Sporting tinha marcado e ainda havia quem andasse a subir as bancadas para se sentar. Mesmo assim, quase 34 mil em Alvalade numa segunda-feira à noite, vitória clara para o Sporting, cânticos para o Paulinho, cânticos para Amorim, uma noite em cheio.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

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Edwards felicitado pelos colegas após ter marcado o segundo - seu golo de estreia na temporada

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Gostei

 

De vencer mais um jogo, desta vez contra o Rio Ave. Derrotámos a simpática equipa de Vila do Conde (2-0), com resultado construído ao intervalo em Alvalade. Pela quinta vez consecutiva: desde Setembro de 2019 que dominamos sempre este adversário. Foi o nosso sexto triunfo em sete desafios da temporada em curso. Continuamos invencíveis.

 

Da vitória sem sofrer golos. Mantivemos a nossa baliza inviolada: há três jogos seguidos que não permitimos às equipas adversárias fazerem o gosto ao pé em nossa casa. Mérito absoluto do trio de centrais composto por Coates, Gonçalo Inácio e Diomande.

 

Da primeira parte. Nível muito elevado: talvez os melhores 45' iniciais do Sporting até ao momento nesta Liga 2023/2024. Muita dinâmica, muito jogo colectivo, muita bola trocada ao primeiro toque. Equipa confiante. Jogadores concentrados, solidários. Contínua mobilidade do trio da frente. O rolo compressor leonino funcionou quase na perfeição neste período da partida.

 

De Edwards. Grande partida do inglês, a sua melhor até agora na temporada em curso. Rúben Amorim apostou nele como titular - e fez bem. O ex-Tottenham, acutilante e desequilibrador, participa na construção do primeiro golo e foi ele próprio a marcar o segundo, aos 26' - um golaço, fuzilando o guarda-redes de ângulo muito apertado após fazer um túnel ao defesa que tentava segurá-lo. Estreia a marcar em 2023/2024. O melhor em campo. 

 

De Morita. Pêndulo da equipa. Fôlego impressionante, controlo total do meio-campo em parceria quase perfeita com Morten. Assegura equilíbrios defensivos sem nunca tirar os olhos da baliza adversária. Foi assim que iniciou a construção do primeiro golo, em contra-ataque rápido, sendo ele também a fazer a assistência para Paulinho a meter lá dentro, logo aos 10'. Decisivo.

 

De Paulinho. Abriu o marcador, aos 10', encostando a bola após cruzamento perfeito de Morita. Já leva cinco marcados à sexta jornada - tantos como os que assinou em todo o campeonato anterior. Que diferença.

 

De Nuno Santos. Outra grande partida do nosso ala esquerdo, cada vez mais criativo e acutilante. Quase marcou aos 14' e aos 56' - de trivela, neste último lance. Nunca vira a cara à luta. Incorpora como poucos o espírito leonino. Anda a fazer tudo para ser chamado à selecção.

 

De rever Ugarte em Alvalade. Desta vez só na tribuna, assistindo ao jogo - entre os 34.355 que compareceram no estádio. Mas é um sinal inequívoco da excelente atmosfera no balneário do Sporting sob o comando técnico de Amorim. Sente saudades, deixou saudades.

 

De termos conquistado 16 pontos em 18 possíveis. Mais seis do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Estamos no topo da Liga, à sexta jornada.

 

De termos cumprido outro jogo sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e aos desafios das cinco jornadas iniciais deste campeonato, mais o da Liga Europa na Áustria, já levamos 21 sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais. 

 

De ver o Sporting no comando da Liga. Seguimos com os mesmos pontos do que o FC Porto, mas com melhor relação entre os golos marcados e sofridos (12-4 nós, 10-5 eles). A fazer lembrar a nossa dinâmica vitoriosa que nos levou à conquista do título em 2021.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Gyökeres. Após seis jogos a titular, o internacional sueco desta vez ficou de fora. Ainda com queixas musculares originadas no lance do golo que marcou na Liga Europa. O treinador, por precaução, manteve-o no banco de suplentes. Fez bem. De caminho, demonstrou que a equipa não treme sem aquele que tem sido o mais influente dos nossos jogadores.

 

Da lesão de Diomande. O jovem internacional marfinense viu-se forçado a abandonar o relvado com problemas de mobilidade, felizmente mesmo à beira do fim do jogo (90'+2, substituído por Neto). Oxalá não seja nada de grave.

 

Dos desperdícios de Pedro Gonçalves. Foi batalhador, abriu espaços, trabalhou para a equipa, pôs em prática o chamado "jogo invisível". Só pecou na finalização, ao contrário daquilo a que habituou os adeptos. Aos 30', atirou à barra. Isolado por Edwards, falhou por pouco aos 33'. Aos 45'+4 voltou a ser perdulário, rematando por cima (novamente servido pelo inglês). Rasou a trave aos 60'. Queria muito marcar, não conseguiu. Esforço inglório.

 

De Trincão. Outra exibição falhada: ainda não acertou uma na época actual. Substituiu Edwards aos 67', mostrando os defeitos do costume: perde-se em fintas inconsequentes, sem a noção do jogo colectivo, dá sempre um toque a mais na bola, é desarmado com excessiva facilidade, torna-se inofensivo. Até chegou a ouvir assobios num desses lances, aos 86': não havia necessidade.

 

Do golo anulado a Costinha, do Rio Ave. Por 6 centímetros, aos 49' - assim decidiu o vídeo-árbitro Nuno Almeida. Sejamos prejudicados ou beneficiados, direi sempre isto: é ridículo inutilizarem golos por uma distância equivalente ao do tamanho médio de um caracol. São decisões que lesam esta modalidade desportiva que tanto nos apaixona.

Amanhã à noite em Alvalade

Se calhar muitos ainda não perceberam a importância da vitória na Áustria, e não falo daquela seita letal ao Sporting que enxovalha o treinador e os jogadores nas redes sociais até ao momento do golo da vitória e depois desaparece como que por encanto.

O Sporting conseguiu ganhar fora na Liga Europa rodando jogadores, "alargando" o plantel, e possibilitando que amanhã tenhamos Morita, Esgaio, Nuno Santos, Pedro Gonçalves e Edwards nas melhores condições físicas frente a um.sempre difícil Rio Ave.

Huljmand, Gyökeres e Diomande são mesmo excelentes contratações, e nesta equipa de Amorim muito irão evoluir. Arrisco-me a dizer que não me recordo de nenhum defesa do Sporting nos últimos 50 anos com a potência física de Diomande nem nenhum atacante com a de Gyökeres. Essa característica estava a faltar no Sporting nos últimos anos.

Nem tudo está bem. O talentoso Trincão parece atravessar uma crise de confiança alarmante. Para a ultrapassar precisará do apoio de todos. E os jovens de Alcochete do plantel não estão a constituir uma real mais-valia do mesmo. De Catamo ja falei, realmente estranho que Essugo esteja a passar ao lado da época, e se não conta precisávamos de mais um médio-centro. O trio que veio do Porto, agora integrado na B, ainda não demonstra o potencial que se previa.

Sendo assim, prevejo que amanhã o Sporting consiga controlar o jogo do primeiro ao último minuto, que Adán tenha muito pouco que fazer, e que não seja necessário entrar nos minutos de compensação para conquistarmos os 3 pontos.

SL

Quase tudo está bem quando acaba bem

Rio Ave, 0 - Sporting, 1

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A alegria de Chermiti depois de se estrear a marcar pela equipa principal do Sporting

Foto: Lusa

 

Tudo está bem quando acaba bem. Ou quase. É assim que podemos definir o nosso desafio de anteontem em Vila do Conde - no mesmo estádio onde em Agosto o FC Porto foi derrotado (1-3) pela equipa local. O Rio Ave, mesmo tendo subido recentemente ao primeiro escalão do futebol português, é tradicionalmente um onze difícil de enfrentar.

Voltou a acontecer.

 

Um jogo que muitos adeptos pensaram ser de desfecho fácil por seguir-se à goleada leonina frente ao Braga, na jornada anterior. O problema é que existem dois Sportings nesta Liga 2022/2023: o que joga em casa, onde tem obtido triunfos folgados, e o que actua fora de portas, onde já tropeçou várias vezes. Não apenas contra o FCP: também contra o Boavista, o Arouca e o Marítimo. Demasiados desaires para uma época só.

Desta vez a vitória andou tremida. E só aconteceu ao minuto 84, devido ao pontapé bem-sucedido do jovem Chermiti, que neste seu segundo jogo a titular - colmatando a ausência de Paulinho, castigado - se estreou a marcar. Um disparo (facilitado por um erro defensivo clamoroso de Patrick William e pelo guarda-redes Jhonatan, mal batido) que projectou para as manchetes da imprensa o avançado de 18 anos em quem o nosso treinador confia.

Houve estrelinha neste lance que redimiu um jogo medíocre de parte a parte, em que se chegou ao intervalo sem um só remate enquadrado em qualquer das balizas. Gonçalo Inácio - que falhou numerosos passes - desta vez fez chegar a bola ao alvo sem ser interceptada e Chermiti rematou sem muita força mas com instinto de goleador, metendo-a lá dentro. É disto que vivem os pontas-de-lança: avançado sem golos é como jardim sem flores.

Bastou este (0-1) para nos garantir três pontos.

 

Quase tudo o resto esteve mal durante os 96 minutos desta partida, disputada num "ervado" impróprio para a prática desportiva. O nosso corredor direito, de luto pela partida de Porro, não existiu. Esgaio e Edwards apareciam lá, mas mostraram-se inoperantes, incapazes de articular um só lance com princípio e fim. Na ala oposta, Nuno Santos andava aos solavancos, muito receoso: era óbvio que temia ser amarelado e falhar assim o clássico de domingo, em Alvalade, frente ao FCP. Rúben Amorim podia tê-lo substituído mais cedo.

O nosso meio-campo surgiu quase sempre em desvantagem numérica. O treinador do Rio Ave, Luís Freire, povoou-o com quatro elementos liderados pelo ex-benfiquista Samaris que fizeram a cabeça em água ao duo Ugarte-Morita. Passámos assim uma hora atolados num dilema: ou "saíamos em construção" desde trás, com a bola controlada, sem transpor a linha divisória, ou ensaiávamos passes longos que quase sempre resultavam em entrega ao adversário.

Difícil dizer qual dos nossos andou pior neste capítulo, incluindo Adán.

 

Felizmente o colete de forças foi afrouxando a partir do minuto 60, quando os do Rio Ave começaram a acusar fadiga. Alguns atiravam-se para o chão, simulando lesões, mas o árbitro Manuel Mota - talvez o melhor em campo - não foi na cantiga, deixando o jogo fluir. O tal "critério largo" que devia ser regra mas é excepção no futebol português.

Em noite de estreias, destaque - além do Chermiti goleador - para os primeiros minutos de dois reforços com a camisola do Sporting: o espanhol Bellerín e o marfinense Diomande. Prometem. Resta ver se cumprem.

Jogámos mal? Sim. Pouco importa: a verdade é que conquistámos os três pontos. Tantas vezes tem sucedido ao contrário: boas exibições, até show de bola com nota artística, mas sem o triunfo em campo.

Haverá quem pense o contrário. Eu prefiro assim.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Capitão, em vez de Coates - ausente por castigo. Só uma grande defesa, aos 53', mas conseguiu evitar um golo de Boateng que se isolara à sua frente. De resto, pouco trabalho. 

St. Juste - O mais veloz e voluntarioso dos nossos centrais. Funcionou várias vezes como lateral e até como ala, para compensar os frequentes eclipses de Esgaio. 

Gonçalo Inácio - Abusou dos passes na direcção errada: quase nenhum a mais de 10m lhe saiu bem. Excepto o que serviu de assistência para o golo da vitória. Redimiu-se ali.

Matheus Reis - Assobiadíssimo pela claque do Rio Ave, seu antigo clube, cada vez que tocava na bola. Tentou o golo de meia distância, como contra o Braga, mas não lhe saiu.

Esgaio - Voltou à apagada rotina de outros tempos. Lateral subido, muito colado à linha, mas incapaz de progredir em posse, de arriscar um desequilíbrio ou de centrar com critério.

Ugarte - Poço de energia, trabalhador incansável. Muito útil a anular o jogo alheio, desta vez em posição mais recuada. Menos eficaz na ligação ao ataque. Amarelado aos 77'.

Morita - Desta vez não chegou para as encomendas: os adversários tinham a missão de anular as suas incursões ofensivas. Foi o mais marcado dos nossos, a par de Pedro Gonçalves.

Nuno Santos - Demasiado contido. Percebeu-se que receava ver o quinto cartão que o afastaria do clássico. Esgotou a sua prestação útil num par de bons centros (23' e 24').

Edwards - Não combinou com Esgaio na ala direita. Foi-se alheando do jogo, revelando-se apático. Ou recebe a bola no pé, pronta para o drible, ou fica impávido, sem reacção.

Pedro Gonçalves - Condicionado pelas marcações, foi um dos que mais se ressentiram com o péssimo estado do terreno. Inventou um lance de golo aos 65': a bola rasou a barra.

Chermiti - Movimentou-se bem na área, procurando abrir linhas de passe. Amarelado cedo (18'), não se atemorizou. Noite memorável, em que se estreou a marcar na equipa principal.

Arthur - Substituiu Edwards (55'). Actuando como extremo esquerdo, procurou levar acutilância ao nosso ataque, mas também teve muita dificuldade em soltar amarras.

Trincão - Entrou aos 55', substituindo Nuno Santos. De novo incapaz de ser mais-valia. Complica os lances e demora a soltar a bola, parecendo não saber o que fazer com ela.

Jovane - Entrou aos 75', rendendo Esgaio. Fez mais passes errados do que certos. Única nota positiva: o amarelo que recebeu (90'+4) por falta táctica, impedindo ataque perigoso.

Bellerín - Substituiu Pedro Gonçalves aos 88'. Tempo insuficiente para se perceber o que realmente vale. Mas pareceu movimentar-se com desenvoltura no corredor direito.

Diomande - Saltou do banco aos 88' para render Matheus Reis. É central mas mostrou-se sobretudo junto da ala esquerda, com boa estampa física. Oxalá singre no Sporting.

O dia seguinte

Estava frio no Núcleo do Sporting onde vi o jogo, bem menos gente do que no pavilhão João Rocha num jogo da equipa feminina de hóquei em patins, a bifana muito a perder na comparação com a da roulole de Alvalade. Frio estava também em Vila do Conde, onde num batatal impróprio para consumo um Rio Ave que parecia ter estagiado com Sérgio Conceição tentou por todos os meios complicar a vida ao Sporting.

E o Sporting mais uma vez entrou em campo a tentar gerir o jogo através da circulação de bola a toda a largura do terreno, tudo muito lento e denunciado a dar tempo ao adversário para anular as iniciativas atacantes, sem condições físicas no meio-campo para ganhar nas divididas, no fundo a põe-se a jeito para qualquer coisa de má que pudesse acontecer.

Como no 3-4-3 de Ruben Amorim passa muito pelo defesa do meio a responsabilidade de distribuir jogo, caberia a Inácio ter outra dinâmica e capacidade de colocar a bola longa nos atacantes. Por outro lado, nas poucas vezes que conseguimos chegar à linha de fundo, entregámos a bola de bandeja ao guarda-redes adversário. E assim chegámos ao intervalo sem um remate enquadrado, apenas num pontapé de ressaca Morita criou perigo.

 

Veio a segunda parte, o cansaço de ambos os lados começou a pesar. Amorim tentou dinamizar o ataque com substituições, mas Trincão, Arthur e Jovane foram verdadeiras nulidades em campo. No entretanto Pote lembrou-se do que fazia há dois anos e rematou à trave. Teria sido um golaço, e duma bola perdida no ar se calhar em falta por St.Juste, nasceu uma iniciativa do Rio Ave que Adán conseguiu defender e que ia dando também o golo para o adversário.

Quando a vitória parecia uma miragem, quando já se antecipava o tudo ou nada de Amorim sempre de desconfiar, Inácio finalmente descobriu uma linha de passe para Pedro Gonçalves que fez que ia e deixou passar para Chermiti fazer o que um ponta de lança deve fazer: chutar de primeira apanhando o guarda-redes contrário na viagem e forçando o erro. 

 

Foi assim que o Sporting ganhou o jogo. Ainda houve tempo para Amorim testar a sorte colocando em jogo as novas aquisições e retirando um Matheus Reis que estava a ser um baluarte na defesa. 

Uma palavra para o árbitro Manuel Mota. Pode não ser o melhor árbitro português, mas pode dar lições sobre lidar com palhaços. 

Melhor em campo? Ugarte, o carregador de piano que tem de lidar com pianistas e que tem dias, uns melhores que outros.

E agora? Ganhar o próximo jogo em Alvalade. Logo se vê o resto.

SL

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Dos três pontos conquistados em Vila do Conde. Foram arrancados a ferros, é um facto. E aconteceram já no final do encontro perante um adversário que vinha de cinco partidas sem vencer mas soube organizar-se no terreno de modo a condicionar o nosso jogo. Mas não valeram menos por isso. De saudar também o facto de termos voltado a vencer fora, o que não acontecia desde Novembro, em Famalicão. Num campeonato em que já perdemos 16 pontos longe de Alvalade.

 

De Chermiti. Foi o herói da noite frente ao Rio Ave. Ao segundo jogo como titular, marcou o primeiro golo na nossa equipa A. E meteu-a lá dentro na primeira - e única - oportunidade de que dispôs, aos 84'. Aproveitamento total, beneficiando de um erro primário do defesa vilacondense Patrick William num lance em que o guarda-redes Jhonatan foi mal batido. Mas a verdade é que estava lá, no sítio certo, aproveitou e passa a integrar a lista dos goleadores leoninos. Nunca esquecerá esta partida, que terminou 0-1.

 

De Pedro Gonçalves. Outra boa exibição. Coube-lhe boa parte do chamado trabalho "invisível", sem bola, abrindo linhas de passe, desgastando a defesa adversária, procurando inventar lances capazes de desbloquear o jogo. Assim aconteceu aos 65', num remate muito bem colocado, com o pé esquerdo, em que fez a bola tocar na barra: esteve a centímetros de a mandar para o fundo das redes. Crucial também a sua intervenção no lance do golo, arrastando Nóbrega numa movimentação na área que abriu caminho a Chermiti.

 

Da estreia dos dois reforços. Mesmo ao cair do pano, Rúben Amorim fez entrar o espanhol Bellerín, lateral direito (substituiu Pedro Gonçalves aos 88'), e o central marfinense Diomande (substituiu Matheus Reis também aos 88', alinhando no corredor esquerdo). Tempo insuficiente para tirar conclusões sobre o desempenho de ambos, mas é importante saber que já podemos contar com eles.

 

De ver Neto de regresso ao banco. O veterano defesa leonino, que se lesionou com gravidade, não era convocado desde 10 de Setembro. Ainda não jogou, mas sabê-lo entre os suplentes já é boa notícia.

 

De ver Nuno Santos poupado ao quinto amarelo. Tapado com cartões pelo sexto jogo, o ala esquerdo pareceu sempre algo condicionado por este facto. O treinador não arriscou em excesso: deu-lhe ordem de saída aos 55', trocando-o por Trincão. Assim poderá contar com ele no importante desafio do próximo domingo, em Alvalade, frente ao FC Porto.

 

De termos concluído outro jogo com as redes intactas. É sempre um indicador relevante. Adán, aliás, teve pouco trabalho: apenas uma grande defesa, aos 53'. Perante um adversário que neste campeonato já venceu o FC Porto. Não por acaso, já somos neste momento a terceira equipa com menos golos sofridos.

 

De Manuel Mota. Nota muito positiva para o árbitro bracarense: deixou jogar, sem interromper o tempo todo nem exibir-se como vedeta em campo. Ao contrário de vários outros, que transformam cada partida num penoso festival de apito. 

 

Da estrelinha. Acompanhou-nos em 2020/2021, quando fomos campeões após um penoso jejum de quase duas décadas. Parece ter regressado, após ausência em parte incerta, numa partida em que só fizemos um remate enquadrado - o do golo. Sem ela, será sempre mais difícil vencer jogos e ultrapassar obstáculos.

 

De ver o Casa Pia perseguir-nos a maior distância. O quinto classificado está agora oito pontos abaixo do Sporting.

 

 

Não gostei

 

Do jogo. Medíocre, quase sem balizas, num relvado impróprio para a prática de bom futebol, com ambas as equipas deixando passar largos períodos sem sequer tentarem a aproximação ao golo. O zero-a-zero ao intervalo castigava tanto o Sporting como o Rio Ave: nem um remate enquadrado, para qualquer dos lados, nesses 45 minutos iniciais. 

 

Do horário. Novamente em noite de Inverno, durante a semana, com início às 21.15, pela terceira jornada consecutiva. O Sporting continua a ser fortemente prejudicado com estes horários, que se reflectem no número de espectadores nos estádios e na receita de bilheteira. Motivos mais que suficientes para protestar. A menos que se pretenda mesmo jogar com os estádios vazios, como se ainda estivéssemos no tempo da pandemia.

 

Da ausência de Coates. Afastado por acumulação de cartões, para poder estar presente no clássico de domingo, o nosso capitão fez falta neste jogo. Sem ele, a defesa não demonstra a mesma personalidade, embora no essencial St. Juste (à direita), Gonçalo Inácio (ao centro) e Matheus Reis (à esquerda) tenham dado conta do recado. E foi até Gonçalo a assistir no golo, embora só depois de ter desperdiçado uma mão-cheia de passes longos.

 

Do nosso corredor direito. Pura e simplesmente não funcionou. Esgaio e Edwards não combinaram, um foi-se alheando do jogo e o outro fazia passes inconsequentes, mais para trás do que para diante. Não admira que tivessem sido ambos substituídos - o inglês aos 55', por Arthur; o português aos 75', pelo regressado Jovane. 

 

De Trincão. Continua sem se reencontrar. Umas vezes parece perdido, outras parece não saber o que fazer com a bola a não ser rodopiar com ela. Em campo desde o minuto 55, nada fez de relevante: limitou-se a ser mais um a empastelar o jogo.

 

De ver ainda três equipas à nossa frente. Continuamos abaixo do Benfica (15 pontos com mais um jogo para os encarnados), do FC Porto (sete pontos) e do Braga (cinco pontos). Prioridade absoluta, agora, é encurtarmos distância face ao FCP, nosso próximo adversário.

Exigência máxima

Deixemo-nos de calimerices.

Deixemo-nos daquela ladainha lamurienta do «somos sempre roubados».

Deixemo-nos da obsessiva denúncia da Vasta Conspiração Universal Contra o Sporting.

Deixemo-nos daquela conversa fofinha de que «é preciso tirar pressão dos jogadores». Como se eles não fossem futebolistas profissionais, portanto habituados a lidar com a pressão.

É o momento, mais que nunca, de exigência máxima a esta equipa que já se despediu do título, saiu da Taça de Portugal mal entrou e perdeu a final da Taça da Liga contra um rival histórico. Não é hora para desculpas: logo temos de entrar em campo para ganhar. Não sou capaz de conceber outro desfecho do Rio Ave-Sporting.

Já basta seguirmos - com o mesmo número de jogos - 15 pontos atrás do Benfica, sete atrás do FC Porto e cinco atrás do Braga.

Quente & frio

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Gonçalo Inácio e Matheus Reis festejam o golo do primeiro em Vila do Conde

 

Gostei muito da vitória do Sporting em Vila do Conde. Triunfo tranquilo, por 2-0, contra uma equipa que já tínhamos vencido por 3-0 no início do campeonato 2022/2023. Desta vez foi para a Taça da Liga, competição que conquistámos nas duas épocas anteriores. Sem brilhantismo mas com eficácia mínima, construímos o resultado aos 62' (com Gonçalo Inácio a marcar de cabeça, em estreia absoluta como artilheiro nesta temporada) e aos 73' (autogolo de Boateng), ambos na sequência de lances de bola parada. Dois jogos, duas vitórias: oito golos marcados, nenhum sofrido. Temos assegurada a passagem aos quartos-de-final desta competição, onde iremos defrontar o Braga. E já vamos no quarto jogo consecutivo a vencer.

 

Gostei de Porro, ontem o melhor em campo. Incansável. Foi quem mais incutiu dinamismo e acutilância à nossa equipa. Com grandes centros aos 36' (Paulinho), 41' (Nuno Santos) e 59' (Paulinho). Tentou o golo aos 67': merecia melhor. Esteve na origem do segundo, ao marcar de forma exemplar o canto que daria o autogolo de Boateng. Este desempenho do nosso ala direito fez-me pensar que, dos jogadores convocados para Vila do Conde, ninguém merecia tanto ter ido ao Mundial como Pedro Porro. Luis Enrique, o seleccionador espanhol, deve andar a precisar de lentes novas.

 

Gostei pouco do resultado ao intervalo: mantinha-se o nulo inicial. Registou-se supremacia óbvia do Sporting, neutralizando a equipa da casa, mas este domínio não conseguia traduzir-se em oportunidades de golo. O nosso primeiro canto ocorreu só aos 30', a nossa primeira oportunidade surgiu apenas aos 41' (por Nuno Santos). Pareceu quase sempre faltar um suplemento de ânimo aos nossos jogadores.

 

Não gostei do relvado em péssimo estado, que ia ficando cada vez mais impraticável à medida que a chuva caía, copiosa, naquele estádio onde alguns dos nossos jogadores - como Matheus Reis e Nuno Santos - actuaram em tempos idos como profissionais do Rio Ave. O terreno empapado prejudicou os profissionais mais tecnicistas, como Edwards e Trincão, incentivando um jogo duro por parte da equipa da casa. Assim piorou a qualidade do espectáculo nesta noite fria.

 

Não gostei nada do excesso de golos falhados. Paulinho desperdiçou quatro - ou por rematar frouxo ou por pegar mal na bola, aos 33', 36', 59' e 68'. Trincão tem uma perdida clamorosa à boca da baliza, aos 59'. Sotiris (um dos mais fracos dos nossos) deixou fugir um golo cantado aos 90' que lhe foi oferecido por Arthur em passe de bandeja. O grego continua a suscitar muitas dúvidas: entrou aos 84' e dois minutos depois já estava amarelado. Pior talvez só Pedro Gonçalves, novamente remetido ao meio-campo, onde mal se deu por ele. Deixou escapar um ataque promissor ao desentender-se com Nuno Santos (31') e transformou um canto num inócuo passe ao guarda-redes (41'). Pode e deve render muito mais.

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