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És a nossa Fé!

Rescaldo do jogo de ontem

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Apoio inequívoco das claques em Alvalade após derrota em Bérgamo: assim é que é

 

Gostei

 

Da goleada ao Boavista. Cilindrámos a equipa portuense em Alvalade. Foi o segundo resultado mais volumoso do Sporting até agora no campeonato em curso: 6-1. Valeu não apenas pela avalanche de golos, cinco dos quais no segundo tempo, mas por toda a exibição da equipa tão bem orientada por Rúben Amorim. Demonstrando a reacção mais adequada após o nosso recente afastamento da Liga Europa.

 

De Gyökeres. O melhor em campo, para não variar. Verdadeiro motor da equipa: joga e faz jogar, sempre de pé no acelerador. Reforçou o comando da lista dos artilheiros do campeonato com mais três golos. Aos 45' (o golo da reviravolta, que já tardava), aos 68' e aos 79', este de penálti - convertido de modo exemplar. Quarto jogo consecutivo da Liga a marcar: já a meteu lá dentro 36 vezes no conjunto da temporada, 22 no campeonato. E também já protagonizou 14 assistências - ontem mais uma, com inegável classe, para o golo de Nuno Santos. Números extraordinários: o nosso jogador mais caro de sempre vale cada cêntimo que custou ao Sporting.

 

De Paulinho. Uma das suas melhores exibições de verde e branco. Desta vez bisou. Aos 54', marcando o segundo golo - correspondendo de forma exemplar a um cruzamento perfeito de Geny. E a poucos segundos do apito final, aos 90'+5, num cabeceamento sem mácula após a conversão de um canto. E ainda é dele, num centro muito bem medido, a assistência para o golo inicial.

 

De Nuno Santos. Ressurgiu após um período de relativo apagamento. Em boa hora Amorim apostou nele como titular na recepção ao Boavista. Sai deste embate que alguns consideravam difícil com saldo muito positivo: um golo, apontado aos 88', e duas assistências. Notável o passe vertical aos 68' a que Gyökeres deu a melhor sequência. E foi ele a bater o canto que proporcionou o golo final de Paulinho, selando o resultado.

 

De Daniel Bragança. Cumpre, sem dúvida, a sua melhor época ao serviço do Sporting. Ontem actuou durante toda a segunda parte - por troca com Morten, talvez o único que pareceu ressentir-se da derrota contra a Atalanta - e mostrou-se em excelente forma. Oportuníssimas recuperações aos 62' e aos 72' que logo originaram ataques perigosos. Exímio tecnicista, muito eficaz a movimentar-se entre linhas.

 

Do regresso de Morita. Ausente em Bérgamo, devido a uma indisposição que o reteve em Lisboa, voltou ao onze. E foi pedra fundamental deste dilatado triunfo leonino. Na visão de jogo, na capacidade de recuperar bolas, no perfeito domínio técnico demonstrado em cada lance. Consegue estar em acção em diversas zonas do terreno. É dos jogadores que mais procuram e mais merecem o título de campeão em Portugal.

 

Da nossa reviravolta. Tendo sofrido um golo a frio, logo aos 3', soubemos reagir com firmeza e determinação: quase não voltámos a deixar o Boavista aproximar-se da nossa baliza, Israel não chegou a fazer uma defesa digna desse nome e eles só conseguiram um canto aos 90'+3. Protagonizámos uma reacção quase asfixiante à turma boavisteira, que só pecou pela conversão tardia do nosso primeiro golo. Na segunda parte, sobretudo, chegámos a ser brilhantes. Com uma entrada fortíssima, sempre a carregar no acelerador. Deu gosto ver este Sporting imparável, nada fragilizado pelo desfecho da partida anterior, em solo italiano. 

 

Do apoio inequívoco das claques. Com aplausos, cânticos, incentivos de todo o género. E dísticos que não deixam lugar a dúvidas: estão cem por cento com os jogadores, estão cem por cento com a equipa técnica. É para isto que servem as claques. Assim merecem também elas o nosso aplauso.

 

De ver o Sporting marcar há 34 jornadas seguidas. Sempre a fazer golos, desde o campeonato anterior. Reforçamos a nossa posição no topo das equipas goleadoras. Basta comparar: temos mais 15 marcados do que o Benfica e mais 25 do que o FC Porto.

 

Do nosso desempenho global em casa para a Liga 2023/2024. Treze jogos, treze vitórias. Invictos em Alvalade.

 

De mantermos a liderança isolada. Agora com 65 pontos. Mesmo com um jogo em atraso - que, caso seja vencido, deixará o principal rival quatro pontos abaixo de nós. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português. Vamos lá chegar.

 

 

Não gostei

 

De sofrer tão cedo. Foi um banho de água fria em Alvalade, aquele disparo indefensável de Makouta. Desde 2015 que o Boavista não marcava no nosso estádio.

 

De outro golo na nossa baliza. Temos agora mais sete sofridos do que o FCP, mais quatro do que o SLB. Nada de grave, mas é um aspecto a melhorar.

 

De termos esperado 42 minutos para empatar. Só aconteceu aos 45': tardou em excesso. O 1-1 registado ao intervalo era muito lisonjeiro para o Boavista, que já merecia então estar a perder, até por mais de uma bola de diferença. Acabaríamos por acertar contas na segunda parte.

 

Da ausência de Pedro Gonçalves. Os colegas cumpriram bem a missão em campo, mas o melhor jogador português do Sporting faz sempre falta. Infelizmente ainda não sabemos quando poderá estar de volta: continua afastado devido à lesão muscular contraída em Itália.

 

Do horário do jogo. Voltamos ao mesmo: partida iniciada às 20.30, numa noite de domingo. Só dá jeito a quem não precisa de trabalhar e a quem nunca vai ao estádio - alguns nem sequer se dão ao incómodo de assistir às partidas pela televisão, espreitam os resumos mais tarde e já lhes basta. Para esses pode ser em qualquer dia e a qualquer hora.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da inequívoca e clara vitória do Sporting em Arouca. No mesmo estádio onde o FC Porto há menos de um mês foi derrotado também para o campeonato, fomos ganhar 3-0. Num jogo que dominámos sempre, demonstrámos maturidade e muito entrosamento colectivo, apesar das condições atmosféricas adversas e do péssimo estado do terreno. Outro obstáculo contornado, outro objectivo cumprido.

 

De Morten. O melhor em campo. Excelente partida do internacional dinamarquês, que parece estar em todo o lado: apoia lá atrás, constrói no miolo, nunca perde os olhos da meta máxima, que é a baliza. E parece estar em excelente forma física, apesar do intenso calendário de desafios do Sporting, que anda a fazer dois jogos por semana. Essencial na recuperação que deu origem ao nosso segundo golo, repetiu a proeza no terceiro - iniciando e concluindo o lance da melhor maneira. Golo mais do que merecido, mesmo no fim da partida, aos 90'+6.

 

De Gyökeres. Parece ter lugar cativo nestas notas positivas. Mas é mais do que justificado. Voltou a ser determinante neste novo triunfo leonino, abrindo o marcador com um golo surgido cedo, logo aos 19', dando a melhor sequência a um cruzamento de Matheus Reis muito bem calibrado. E ainda ofereceu dois a Pedro Gonçalves, que o nosso n.º 8, vindo de lesão, desperdiçou. Os números são espantosos: o craque sueco já leva 19 golos marcados na Liga e 33 no conjunto da temporada.

 

De Israel. Neste seu quarto jogo consecutivo como guardião titular, cumpriu da melhor maneira. Mantendo a baliza inviolável com duas grandes defesas. Destaque para uma oportuna saída da área a pontapé, aos 31', controlando muito bem a profundidade, como as circunstâncias exigiam. Vai-se afirmando como dono das nossas redes.

 

De Geny. Após uma primeira parte de relativo apagamento, em que perdeu vários confrontos individuais, cresceu no segundo tempo e foi o protagonista da melhor jogada desta tarde chuvosa em Arouca. Desfazendo todas as incertezas que persistiam ao marcar o segundo golo, aos 90'+1. Foi um golaço, obra-prima bem ao seu jeito de evoluir da ala direita para o centro, afinar a pontaria e disparar com o pé esquerdo. Com tal potência que a bola embateu na barra e entrou, indefensável. Provocando uma explosão de alegria nas bancadas, onde não faltaram apoiantes do Sporting a incentivar a equipa do princípio ao fim. Brilhante.

 

Do regresso de Gonçalo Inácio. Recuperado da lesão, voltou em forma. Fez toda a segunda parte e cumpriu bem o seu papel, não apenas na missão defensiva (grande corte aos 56') mas também no apoio à construção de lances ofensivos. Eis um "reforço" inquestionável.

 

De Rúben Amorim. Outra vitória no seu currículo. Conquistada com suor, esforço, muito talento, muito trabalho. O treinador merece destaque: este Arouca-Sporting foi o seu jogo n.º 200 à frente do Sporting. Que venham mais, muitos mais.

 

De Nuno Almeida. Justifica elogio porque adoptou um critério largo, como mandam os bons padrões do melhor futebol europeu, indiferente às sucessivas quedas de jogadores que pretendiam ver o jogo interrompido a todo o momento. Repito o que tantas vezes já escrevi: faltam mais arbitragens como esta nos estádios portugueses.

 

De ver o Sporting marcar há 33 jornadas consecutivas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De mantermos a liderança isolada da Liga 2023/2024. Agora com 62 pontos, reforçamos a liderança isolada. Mesmo mantendo um jogo em atraso - que, caso seja vencido, deixará o principal rival quatro pontos abaixo de nós. Prossegue a contagem decrescente para a conquista do troféu máximo do futebol português, aspiração suprema de (quase) todos nós.

 

 

Não gostei

 

Do relvado transformado em lamaçal. Péssimo terreno, fustigado pela chuva incessante dos últimos dias. Impossibilitou o futebol artístico, apoiado, a que o Sporting habituou os adeptos. Mas nem isso diminuiu a eficácia da nossa equipa.

 

Da escassa vantagem ao intervalo. Vencíamos apenas por 1-0. Sabia a pouco. E só viria a ampliar-se já no tempo extra do segundo tempo, quando marcámos dois golos em cinco minutos. Assim desfizeram-se as dúvidas e tudo acabou em beleza.

 

De Eduardo Quaresma. Tem feito boas exibições pelo Sporting, dignas de aplauso. Não foi o caso desta, antes pelo contrário. Abusou de lances "criativos", desguarneceu o seu flanco, perdeu algumas vezes a bola, foi alvo de um túnel aos 39' que podia ter dado golo do Arouca. Saiu ao intervalo e compreende-se porquê: não estava nos seus dias.

 

Da saída imprevista de Coates. O capitão estava bem no seu posto, comandando a defesa com o brio habitual, quando saiu, cedendo lugar a St. Juste. Aos 67'. Pareceu acusar excesso de desgaste físico, talvez queixas musculares, aliás compreensíveis. Oxalá recupere para o jogo contra a Atalanta, da Liga Europa, a disputar na próxima quinta-feira.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De mais uma vitória: o Sporting soma e segue. Ontem derrotámos o Farense em Alvalade. Por 3-2 (com 2-1 ao intervalo), num jogo em que dispusemos de muito mais oportunidades do que a equipa adversária mas manteve o resultado em aberto quase até ao fim, num grande espectáculo de futebol. Resultado que repete o da primeira volta, no Algarve, desta vez com dois belos golos da turma forasteira - pelo argelino Belloumi (32') e pelo caboverdiano Zé Luís (50'). Mas insuficientes para os de Faro pontuarem no nosso estádio. Convém não esquecer que esta foi a mesma equipa que impôs um empate a zero ao Benfica na Luz e perdeu à tangente com o FCP no Dragão numa partida em que os portistas só fizeram o 2-1 ao minuto 100. 

 

De Daniel Bragança. Grande jogo do esquerdino, que aos 24 anos se estreou como capitão da equipa em Alvalade devido à ausência simultânea de Coates (começou no banco e só entrou aos 69') e de Adán (lesionado). Com os avós na bancada, o médio formado em Alcochete fez jus à braçadeira impondo a sua qualidade de passe e a sua visão de jogo. A vitória leonina começou por ele, logo aos 11': grande disparo com o pé direito, com tanta força que fez a bola bater duas vezes na trave antes de entrar. Interveio também no início da jogada do terceiro golo. Mostrou-se infatigável: à beira do fim ainda corria para recuperar bolas. Melhor em campo.

 

De Gyökeres. É impressionante, vê-lo jogar. Mesmo já sem a frescura que lhe vimos noutras fases, acusando o desgaste de actuar agora de três em três dias, continua a exibir toda a qualidade do seu futebol, em contínua vertigem ofensiva. Num destes lances, marcou, encaminhando-a da melhor maneira para o fundo das redes: foi aos 18', na primeira oportunidade de que dispôs, alargando então a vantagem para 2-0. E serviu os colegas, como aconteceu aos 87', após um estonteante slalom dentro da área algarvia: era para Daniel, a quem só faltou encostar. Tem já 18 golos marcados na Liga e 32 no total das competições.

 

De Pedro Gonçalves. Desta vez jogou menos tempo do que é habitual: Rúben Amorim trocou-o aos 55' por Trincão, já a pensar na eliminatória da Liga Europa com a Atalanta, que vai decorrer depois de amanhã em Alvalade. Mas esteve tempo suficiente para assistir o sueco no nosso segundo golo, num ângulo muito apertado na ponta esquerda, e marcar ele próprio o terceiro, aos 53', após centro de Esgaio. Missão cumprida. Isola-se como segundo artilheiro do Sporting na temporada em curso.

 

Do regresso de St. Juste. Após longa ausência (mais uma), o holandês voltou para integrar um inédito trio defensivo do Sporting, com ele à direita, Diomande ao meio e Matheus Reis à esquerda - rendendo Eduardo Quaresma, Coates e o lesionado Gonçalo Inácio no onze. Cumpriu no essencial, faltando-lhe alguns automatismos, como seria de esperar. Mas saiu dos pés dele uma grande abertura que iniciou o nosso golo inaugural. Podia ter feito melhor na cobertura do lance do segundo golo algarvio, mas vê-lo outra vez operacional já é boa notícia. E aos 24' esteve quase a marcar, de cabeça, na sequência de um canto: a bola foi ao ferro.

 

Da hora do jogo. Começou às seis da tarde, com as bancadas muito compostas (mais de 39 mil espectadores), cheias de crianças acompanhadas dos pais e avós, neste domingo. O ideal para congregar famílias, seja Inverno ou seja Verão, em estádios de futebol. Seria bom que este horário se repetisse. 

 

Da homenagem inicial a Alexandre Baptista. Justa lembrança de um dos nossos melhores centrais de sempre, ontem falecido aos 83 anos. Foi um dos heróis da feliz campanha leonina de 1963/1964 que culminou com a conquista da Taça dos Vencedores das Taças e um dos "Magriços" que subiu ao pódio, com a camisola das quinas, no Mundial de 1966.

 

De Cláudio Pereira. Boa actuação deste jovem árbitro, que não complicou nem atrapalhou nem quis ser o centro do espectáculo. São atributos que deviam ser muito mais frequentes na arbitragem portuguesa, mas isso não acontece. Daí merecer este sublinhado pela positiva.

 

De continuarmos invictos em casa. Nem uma derrota nesta Liga em que confirmamos o nosso estatuto de equipa mais regular. Já levamos 40 golos marcados em Alvalade. E dez jogos consecutivos sem perder neste campeonato (nove vitórias, um empate).

 

De ver o Sporting marcar há 32 jornadas consecutivas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De retomarmos a liderança isolada da Liga 2023/2024. Agora com 59 pontos, beneficiando da humilhante goleada (5-0) do Benfica no Dragão. Um mais do que os encarnados, mais sete do que os azuis-e-brancos e mais dez do que o Braga. Tendo - pormenor que convém não ser esquecido - ainda um jogo por disputar. Se o vencermos, ampliamos a vantagem sobre o SLB de um para quatro. Cenário desejável e bem possível.

 

 

Não gostei

 

De ter sofrido dois golos. Sem culpas para Israel, que ontem substituiu Adán entre os postes por impedimento físico do guardião espanhol. Já são cinco, em duas jornadas, se os somarmos aos três que o Rio Ave nos marcou na ronda anterior, em Vila do Conde. Confirma-se: a nossa defesa, nesta Liga, está num patamar inferior ao nosso ataque.

 

Do início da segunda parte. Viemos sem dinâmica do intervalo, um pouco anestesiados pela magra vantagem obtida nos 45' iniciais. Cinco minutos depois, o Farense empatava: era um justo castigo para a desconcentração leonina. Felizmente não tardámos a pôr-nos de novo à frente do marcador.

 

De ver antigos jogadores do Sporting na equipa adversária. É vulgar acontecer, mas desta vez foram três: Elves Baldé, Cristian Ponde e Rafael Barbosa. Todos formados em Alcochete, onde actuaram em vários escalões menos na equipa principal - excepto Ponde, que ainda chegou a estrear-se, com Marco Silva, numa partida da Taça da Liga. Ausente esteve também outro ex-Sporting: Mattheus Oliveira. Este não passou pela formação e saiu sem ter deixado saudades de qualquer espécie. Foi ele a marcar os dois golos que sofremos no desafio da primeira volta.

 

De Edwards. Nada lhe saiu bem. Voltou a ser titular, beneficiando da recente lesão de Francisco Trincão, entretanto regressado. Mas continua sem justificar a aposta de Amorim: o melhor que fez ontem foi um remate frouxo, à figura, aos 35'. De resto foi abusando das fintas, foi-se comportando como dono da "redondinha" até ser desarmado, foi-se atirando para o chão. O treinador, farto de tanta inoperância, deu-lhe ordem de saída aos 78' (fazendo entrar Paulinho) após duas perdas sucessivas de bola do inglês nos minutos precedentes.

 

Dos assobios dos adeptos à beira do fim. Uma vez mais, quando a equipa mais precisava de apoio e procurava segurar a bola para garantir os três pontos, uma caterva de imbecis instalados nas bancadas desatou a brindá-la com sonoras vaias, iniciadas ainda antes do fim do tempo regulamentar e prolongadas pelos cinco minutos de período extra. Nunca me cansarei de protestar contra tanta demonstração de estupidez.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Não gostei

 

De ter começado o jogo a perder. Aos 3' já estávamos a sofrer o primeiro golo, marcado por Embaló, que fez o que quis no nosso corredor direito, onde Geny e Diomande nunca conseguiram completar-se com eficácia, deixando todo o campo livre ao jogador rioavista, que pôs a sua equipa a vencer por mérito próprio e demérito dos nossos.

 

De termos deixado dois pontos em Vila do Conde, os primeiros de 2024. Empate 3-3 em noite de chuva e muito vento, que beneficiou a equipa da casa, muito mais habituada a estas condições climatéricas. Mas demos forte contributo para este tropeção: sofremos dois golos de penálti, aos 31' e aos 67', de forma infantil, quase amadora. Numa partida em que fomos capazes de reagir ao desaire inicial: empatámos aos 9', ganhámos vantagem aos 44', mas voltámos a sofrer um golo, momentos antes do intervalo, num castigo máximo provocado por Nuno Santos sem qualquer necessidade, em lance que estava controlado.

 

Do nosso segundo tempo. Em vez de entrarmos após o recomeço com força e garra, como tem sido hábito do onze leonino, viemos mais apáticos e entregámos ao Rio Ave a iniciativa de jogo, chegando a estar mais de meia hora sem rematar à baliza. Assim tudo se tornou muito mais difícil. Neste período sofremos o terceiro (67') e a partir daí apostou-se tudo numa solução de recurso que há muito não víamos no Sporting: Coates avançou para a posição de ponta-de-lança. Também porque as alternativas no banco, no capítulo ofensivo, eram nenhumas.

 

Da ausência inicial de Eduardo Quaresma. O treinador deixou-o fora do onze, preferindo apostar em Diomande como central à direita apesar de o marfinense não competir desde Dezembro no campeonato português. Opção inexplicável, que também contribuiu para a nossa insuficiente prestação frente ao Rio Ave. Eduardo acabou por entrar logo após o intervalo, remetendo Diomande para a esquerda, e confirmou que continua em boa forma. O titular ali deve ser ele.

 

De Adán. Intranquilo, nervoso, transmitindo insegurança aos colegas, cometeu um penálti indiscutível aos 65', saindo fora de tempo dos postes e derrubando Aziz. Foi a sua segunda saída em falso: já tinha feito o mesmo aos 31' e só por muita sorte nossa o Rio Ave não marcou nesse lance. Sorte tivemos também, 5 minutos depois, ao ver uma bola embater no nosso poste esquerdo. O espanhol esteve igualmente mal na reposição da bola, mandando-a com frequência para fora ou entregando-a ao adversário. E continua incapaz de defender um penálti: faz-nos sentir saudades do Rui Patrício ou até do Renan. Jogo para esquecer.

 

Dos três golos sofridos. Não nos acontecia desde a derrota em Guimarães (2-3), a 9 de Dezembro.

 

Do penálti perdoado ao Rio Ave. Acção claramente negligente do defesa rioavista pondo em risco a integridade física de Trincão, que tinha a bola dominada junto à linha da pequena área e se preparava para rematar. Aconteceu aos 29': Miguel Nóbrega foi de sola em riste. Sem André Narciso o ter admoestado nem assinalado a grande penalidade que se impunha, beneficiando sem margem para dúvida a equipa da casa. Fomos duplamente prejudicados neste lance, pois Trincão ficou magoado, tendo sido substituído ainda antes do intervalo. Eis como um árbitro pode condicionar um resultado por manifesta impreparação ou incompetência.

 

De ver Adrien jogar contra nós. Ainda por cima com braçadeira de capitão, pelo Rio Ave. Entrou aos 64', ainda a tempo de demonstrar que conserva várias qualidades que nos habituámos a admirar nele durante os longos anos em que foi profissional do Sporting.

 

Das lesões. Além de Trincão, que saiu a coxear aos 45', também Gonçalo Inácio se magoou neste Rio Ave-Sporting - lesão muscular, que o impediu de jogar toda a segunda parte, dando lugar a Eduardo Quaresma. Más notícias para o nosso próximo desafio - já na quinta-feira, primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, em que recebemos o Benfica. Serão duas baixas muito prováveis, quase inevitáveis.

 

 

Gostei

 

De Gyökeres. Se há jogador que tudo fez para alcançarmos uma vitória neste embate em Vila do Conde foi o internacional sueco: incansável, correu 10,7 km sempre de olhos fitos na baliza. O melhor dos nossos, voltou a fazer o gosto ao pé num remate fortíssimo, na cara do guarda-redes. Assinando o centésimo golo do Sporting nesta temporada, uma das mais produtivas de toda a história do futebol leonino. O seu 17.º golo na Liga 2023/2024.

 

De Morten. Também ele não merecia estes dois pontos perdidos no vendaval vilacondense. Marcou o nosso primeiro, num remate rasteiro, de ressaca, aproveitando da melhor maneira a bola que foi ter com ele após lance muito embrulhado na grande área. Recuperou bolas, passou com critério, ligou sectores, foi sempre um dos mais inconformados. É um médio com golo: superior a Ugarte - que substituiu no nosso onze titular - pelo menos neste capítulo.

 

De Coates. Há muito que não o víamos como pronto-socorro de emergência para colmatar lacunas no plano ofensivo. Com Paulinho lesionado, Rúben Amorim deu ordem ao capitão para se plantar lá na frente, como nos velhos tempos em que foi solução improvisada em várias partidas. Desta vez ajudou também, mas só em parte: foi dele o terceiro golo, que nos permitiu empatar quando estávamos a perder 2-3: belo cabeceamento, aos 73', correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Morita por via aérea. Mostrou assim como se faz a alguns colegas ontem mais apáticos -  Geny e Edwards, por exemplo. Infelizmente, não bisou: teria sido o ideal.

 

De ver o Sporting marcar há 31 jornadas. Sempre a fazer golos, consecutivamente, desde o campeonato anterior. Sem eles não há vitórias. E sem vitórias não se conquistam títulos e troféus.

 

De manter a esperança intacta. Continuamos a depender só de nós depois de uma jornada em que o FC Porto também perdeu dois pontos (empate 1-1 em Barcelos)

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De outra vitória leonina. Desta vez aconteceu em Moreira de Cónegos: 0-2. No mesmo estádio onde o Benfica tropeçou (0-0) há dois meses. Respeitámos o adversário, mas impusemos o nosso ritmo, dominando em absoluto. Antes do minuto 25 já tínhamos fixado o resultado, com golos de Morita (3') e Pedro Gonçalves (23'). Depois foi tempo de gerir este domínio traduzido em números, já a pensar na recepção ao Young Boys, para a Liga Europa, na próxima quinta-feira. Mas estivemos sempre mais perto do 0-3 do que o Moreirense de marcar. 

 

De Trincão. Desta vez não a meteu no fundo das redes, mas esteve envolvido nos nossos dois golos. No primeiro, ao cobrar de forma exímia o canto que nos pôs em vantagem mal estavam concluídos 120 segundos de jogo. No segundo, é inegável protagonista - em dois momentos - do excelente lance colectivo do Sporting, de longe o melhor do desafio, que culmina na assistência dele para Pedro Gonçalves concretizar. Além dos golos que já marcou (facturou nos cinco jogos anteriores a este), soma quatro assistências no campeonato. Melhor em campo. 

 

De Pedro Gonçalves. Devolvido à linha dianteira, com proveito para a equipa, pelo segundo desafio consecutivo. Não desperdiçou tempo nem oportunidade: marcou o seu 13.º golo da temporada, igualando Paulinho na lista dos nossos artilheiros. Só Gyökeres está à frente dele. Falhou por muito pouco o 3-0 num remate em que a bola foi caprichosamente embater no poste (47'). Está em grande forma, tanto física como anímica. Esteve igualmente muito bem, nas declarações prestadas no fim do jogo, quando apresentou condolências ao jovem João Neves, do Benfica, que acaba de perder a mãe: exemplo de desportivismo e de civilidade no futebol ainda mais de enaltecer por ser raro nos dias que vão correndo.

 

De Morten.  Nota-se cada vez mais: é mesmo o pêndulo da equipa. Fechou o corredor central, em parceria perfeita com Morita, forçando assim o Moreirense a encarreirar jogo ofensivo pelas faixas laterais, onde Nuno Santos e (esquerda) e Geny (direita) foram praticamente intransponíveis. Com forte sentido posicional e excelente visão de jogo, o dinamarquês tornou-se elemento imprescindível do onze titular leonino - não apenas na recuperação mas igualmente na construção. Desta vez jogou ligeiramente mais adiantado no terreno e a equipa não perdeu com isso, antes pelo contrário. Teve intervenção no início do segundo golo, com excelente passe de calcanhar, vencendo o duelo com dois adversários que o cercavam.

 

De continuarmos a demonstrar excelente produção ofensiva. Marcámos pelo menos dois golos em cada um dos últimos dez jogos do campeonato. Lideramos com enorme vantagem a lista das equipas mais goleadoras, já com 60 concretizados - mais oito do que o Benfica, que surge em segundo. Marcámos em todas as rondas da prova, sem falhar uma. 

 

De termos mantido as nossas redes intactas. Quarto desafio consecutivo para competições internas sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal, contra o Casa Pia em Alvalade (8-0) e contra o Braga, igualmente no nosso estádio (5-0). Balanço destas três partidas em números: 18 marcados, nenhum sofrido. 

 

Da grande dinâmica colectiva. Entrámos com a atitude certa, pressionando muito em cima da baliza adversária e procurando resolver a contenda logo na fase inicial - desígnio estratégico concretizado, sem dar oportunidades aos de Moreira de Cónegos para reagirem, reagrupando-se no terreno. Na primeira parte, em quatro oportunidades, concretizámos duas. O 2-0 que se registava ao intervalo deu-nos muita tranquilidade para temporizar o jogo, pausar a construção e impor o ritmo da partida, de acordo com os nossos interesses. A vitória acabou por ser muito mais tranquila do que quase todos os comentadores previam e do que os adeptos mais ansiosos receavam.

 

Do forte apoio nas bancadas. Mais de cinco mil espectadores no estádio do Moreirense - segunda melhor casa da temporada, até ao momento. Destes, muitos eram adeptos do Sporting. Que incentivaram a equipa do princípio ao fim com os seus cânticos. Pormenor a destacar: viam-se várias bandeiras da Suécia. Gyökeres merece, embora desta vez não tenha marcado.

 

Do árbitro. Nem parecia ele. Mas desta vez Fábio Veríssimo fez bom trabalho. Só um amarelo exibido (a Nuno Santos), critério largo, arbitragem à inglesa - tal como já havia sido a do Sporting-Braga, apitada por António Nobre na jornada anterior. Diferença enorme em relação às habituais exibições de Veríssimo, que costuma protagonizar festivais de apito, interrompendo incessantemente as partidas para assinalar todo o tipo de faltas e faltinhas, reais ou imaginárias.

 

De continuarmos lá em cima. Agora com 55 pontos, igualamos o Benfica no comando, mas mantendo um jogo a menos. E somos a única equipa deste campeonato que ainda não perdeu um só ponto em 2024.

 

 

Não gostei

 

Do  Moreirense. Equipa sem chama, incapaz de um remate perigoso, rendida à marcação, subjugada pelo Sporting e com dois centrais tão obcecados em secar Gyökeres que se esqueciam de reparar nos outros. A gente agradeceu.

 

Que tivéssemos jogado quase a passo em largos períodos da segunda parte. Sabia a pouco, como espectáculo, mas certamente nenhum adepto leonino levou a mal: esta foi uma jornada entalada entre duas partidas europeias, ambas com o líder destacado do campeonato suíço. Há que poupar forças e dosear energias nesta fase em que jogamos de três em três dias. O campeonato é a meta principal, mas a nossa participação na Liga Europa não pode ser menosprezada.

 

De ver o Sporting jogar de preto. Este equipamento alternativo parece imitar o principal da Académica de Coimbra. Mas proporcionou um bom título à crónica do jogo feita pelo SAPO Desporto: «Leão vestiu-se de preto, mas voltou a jogar a cores». Aprecio títulos criativos e chamativos, como este.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada de ontem ao Braga em Alvalade. Aplicámos uma manita à turma braguista: terceira seguida na deslocação desta equipa ao nosso estádio. Num jogo que dominámos do princípio ao fim. Aproveitamento de quase todas as oportunidades de que dispusemos. Os golos foram surgindo em cadência alucinante para os minhotos de visita a Lisboa: por Trincão aos 8', por Eduardo Quaresma aos 18', por Gyökeres aos 71', por Daniel Bragança aos 73' e por Nuno Santos aos 85'. A melhor equipa em Portugal é hoje a nossa, sem a menor dúvida. Como esta partida comprovou: quinta goleada em 2024.

 

Da atitude da nossa equipa. A cada jogo, o Sporting mostra-se ainda mais consistente, confiante, motivadíssimo. Tanto no processo defensivo como ofensivo. Um colectivo cheio de força, cheio de vontade, cheio de energia anímica. Inquebrantável.

 

De Gyökeres. Muito marcado na primeira parte, em que raras vezes conseguiu exibir a qualidade do seu futebol, o sueco soltou-se na meia hora final e voltou àquilo que melhor sabe: marcar. Assinou o terceiro, num remate a meia altura que desfez por completo qualquer veleidade do Braga em conseguir levar um ponto de Alvalade. Tem números impressionantes: este foi o seu 16.º golo no campeonato e o 27.º em todas as competições da temporada. Consolida a sua posição, já indiscutível, de melhor jogador da Liga 2023/2024.

 

De Trincão. O melhor em campo. Grande exibição do avançado que teve formação futebolística em Braga (e por isso não festejou o golo) e confirma agora todas as qualidades que levaram à sua contratação. Voltou a marcar num lance iniciado por ele próprio com uma recuperação muito oportuna, abrindo caminho à goleada. E foi dele a assistência para o terceiro, num magnífico trabalho na meia-direita ofensiva, sentando dois adversários antes de cruzar para Gyökeres. Já leva seis golos marcados nos últimos cinco desafios do campeonato.

 

De Eduardo Quaresma. Exibição superlativa do nosso central à direita. Não apenas no plano defensivo, confirmando todas as qualidades evidenciadas desde o início do ano, mas sobretudo pelo fantástico golo que marcou - desde já candidato a um dos melhores de 2024. Jogada iniciada e concluída por ele, numa corrida de 70 metros em que foi queimando sucessivas linhas com a bola dominada e depois a apontou para o fundo das redes já dentro da grande área quando Pedro Gonçalves tinha ficado sem ela. Golo à ponta-de-lança - o seu primeiro como profissional do Sporting após 25 jogos. Mais do que merecido. Ao ser substituído, no minuto 75, recebeu calorosa ovação no estádio. 

 

De Nuno Santos. O corredor esquerdo foi todo dele. Tanto a atacar (quase sempre) como a defender. Anda a mostrar, de jogo para jogo, que tem valor para estar entre os pré-convocados para o Europeu de França. Exibição coroada com o quinto golo - um golaço, de trivela. Justificando aplauso.

 

De Gonçalo Inácio. Será talvez a última época dele no Sporting: vai deixar saudades. Outra exibição de grande nível. Controlou por completo a manobra defensiva da nossa equipa, acorrendo às dobras dos colegas sempre que necessário, vencendo todos os duelos individuais, destacando-se na precisão do passe na fase de construção. Num desses passes, deu início ao quarto golo. Cortes fundamentais aos 15' e aos 62'. Neutralizou Djaló no seu sector. 

 

De ver o Sporting transformado numa poderosa máquina de fazer golos. Somos, de longe, a equipa mais concretizadora: média de 2,79 golos por jogo na temporada. Reforçamos a primeira posição com o melhor ataque do campeonato: 58 golos marcados nas 20 jornadas que disputámos. Marcámos em todas as rondas da prova. E continuamos invictos no nosso estádio: 11 jogos, 11 vitórias. Melhor ainda: há um ano que não perdemos em casa para a Liga - desde 12 de Fevereiro de 2023.

 

De termos mantido as nossas redes intactas. Terceiro jogo consecutivo sem sofrermos golos, após os encontros em Leiria (3-0) para a Taça de Portugal e contra o Casa Pia em Alvalade (8-0). Balanço destas três partidas em números: 16 marcados, nenhum sofrido. É obra.

 

Do árbitro. Boa actuação de António Nobre, que valorizou o espectáculo evitando ser a figura mais em foco no relvado. Aplicou o chamado critério largo, à inglesa, sem exibir nenhum cartão. Gostava que no futebol português houvesse mais árbitros como ele.

 

Da festa nas bancadas. Quase 40 mil pessoas presentes nas bancadas do nosso estádio: 39.851. Quarta maior afluência de público da temporada, apesar da forte chuva que foi caindo, quase todo o tempo, nesta partida iniciada às seis da tarde de ontem - enfim um horário decente, com reflexo óbvio na bilheteira. Exceptuando as escassas centenas de adeptos do Braga, todos saíram satisfeitos. 

 

 

Não gostei

 

Do Braga. Equipa vulgar, sem criatividade, sem intensidade nem chama. Parece ter entrado em campo já derrotada. Criou uma única oportunidade de golo, que Adán impediu, aos 62', com magnífica defesa a remate de Álvaro Djaló. Nada mais.

 

De chegarmos ao intervalo só a vencer por 2-0. Sabia a pouco.

 

Do primeiro canto a nosso favor ter ocorrido apenas aos 54'. Podia e devia ter acontecido mais cedo. 

 

De voltar a ver Moutinho em Alvalade. Justamente assobiado cada vez que tocou na bola. Não merece outro tratamento, por ter feito o que fez. Ao contrário de outros jogadores agora no Braga que vestiram as nossas cores, como José Fonte (que fez sete anos da formação leonina), Borja e Paulo Oliveira, profissionais dignos de respeito.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da histórica goleada ao Casa Pia. Não vencíamos há meio século uma equipa para o campeonato nacional de futebol por 8-0. Tinha sido na excepcional época 1973/1974, quando conquistámos a dobradinha para assinalar o Ano Zero da liberdade em Portugal. Derrubámos então o Oriental (cinco golos de Yazalde, dois de Baltasar, um de Nelson, a 17 de Fevereiro de 1974). Ontem vencemos o Casa Pia pela mesma marca. Extraordinária marca, fantástico jogo, incrível superioridade leonina do primeiro ao último segundo da partida, que se prolongou até aos 90'+5. Com três jogadores a bisarem (Gyökeres, Coates, Trincão). Pedro Gonçalves e Geny também fizeram o gosto ao pé. Empolgando por completo os adeptos do Sporting, em maioria absoluta entre os 32.869 espectadores que tiveram o privilégio de ver esta partida ao vivo. Foi noite de festa em Alvalade.

 

De Gyökeres. Figura do jogo, sem sombra de dúvida. Excepcional jogador: não apenas (de longe) o melhor deste campeonato, mas também um dos melhores de sempre que já vestiram a Verde e Branca. Ontem passou a liderar isolado a lista dos artilheiros da Liga 2023/2024, ultrapassando Banza. Marcou o segundo, aos 23', solto de marcação defronte da baliza, e o quarto, aos 32', na conversão de um penálti que ele mesmo havia sofrido dois minutos antes. Mas não fez só isso: é ele quem saca o livre que gera o primeiro golo. Com pulmão gigante, aos 90'+1 ainda ofereceu de bandeja um golo que Paulinho desperdiçou e aos 90'+2 ainda tentou marcar mais um, inviabilizado por enorme defesa do guardião Ricardo Baptista.

 

De Trincão. O "patinho feio" anda a virar cisne. Quarto jogo seguido no campeonato a marcar (Estoril, Chaves, Vizela e agora este), correspondendo da melhor maneira à confiança que o treinador nunca deixou de depositar nele. Marcou o quinto, aos 43', e encerrou a conta já no tempo extra, aos 90'+4, assinando o mais belo golo da noite - talvez o melhor do Sporting no mês que chega agora ao fim. Tem garantida a titularidade.

 

De Coates. Nota elevadíssima para o nosso capitão. Foi ele a abrir o activo, cabeceando como mandam as regras na sequência de um livre muito bem convertido por Nuno Santos (14'). E marcou o sétimo, à ponta-de-lança (81'), correspondendo da melhor maneira a uma boa assistência de Geny. Há três anos que não bisava na Liga.

 

De Pedro Gonçalves. Só jogou a primeira parte - com 5-0 ao intervalo, Rúben Amorim decidiu poupá-lo, trocando-o por Daniel Bragança. Mas correspondeu às expectativas. Esteve envolvido em três golos: marcou o terceiro (25'), após Morten picar a bola sobre a defesa adversária, assistiu o internacional sueco no segundo e foi dele uma pré-assistência, para o quinto golo, num soberbo passe vertical para Edwards antes de a bola sobrar para Trincão. Segue com 11 golos e sete assistências na temporada. Merece aplauso.

 

Do regresso de Geny. Em boa hora voltou após a sua participação no Campeonato Africano das Nações, ao serviço da selecção de Moçambique, prematuramente afastada. Substituiu Esgaio aos 57' e deu finalmente vida ao corredor direito, fazendo a diferença. Marcou o sexto golos, aos 64', num soberbo remate em arco na sequência de um canto. E assistiu no sétimo. Missão cumprida: deu forte contributo para encostar o Casa Pia às cordas.

 

De ter visto cinco jogadores da nossa formação nesta partida. Eduardo Quaresma, Gonçalo Inácio e Esgaio foram titulares. Depois ainda entraram Daniel Bragança (fez toda a segunda parte) e Dário (rendeu Morten aos 86'). É outra aposta que vai sendo ganha: estamos no rumo certo.

 

Desta nossa quarta goleada em 2024. Sporting-Estoril: 5-1. Sporting-Tondela para a Taça de Portugal: 4-0. Vizela-Sporting: 2-5. E agora esta. Vinte e dois golos marcados, apenas três sofridos nestes quatro encontros. Vamos em marcha acelerada para a conquista do campeonato. E - espero - também para vencermos a Taça de Portugal com esta veia goleadora.

 

De ver o Sporting reforçar a posição como melhor ataque da Liga. Números extraordinários: 53 golos marcados em 19 rondas, enquanto o Benfica tem apenas 41 e o FC Porto está muito mais abaixo, só com 33. Há 39 anos que não tínhamos mais de 50 golos à 19.ª jornada, de longe a nossa melhor marca deste século. Serve para moralizar ainda mais a equipa. E também os adeptos.

 

De não termos sofrido nenhum. Outro aspecto muito positivo deste jogo que rondou a perfeição. Adán mal chegou a fazer uma defesa digna desse nome.

 

Da nossa liderança cada vez mais consolidade. Mantemos o comando da Liga 2023/2024, agora com 49 pontos. Pressionando todos os outros, que seguem há várias rondas atrás de nós. Está cada vez mais perto o objectivo final.

 

De Rúben Amorim. Após a derrota contra o Braga - por manifesto azar - para a Taça da Liga, o treinador incutiu aos jogadores mentalidade ganhadora, sem permitir dúvidas existenciais ou angústia competitiva de espécie alguma. Daí termos cumprido o décimo jogo desta época para a Liga em casa sempre a somar vitórias. Equipa campeã é mesmo assim. Por isso atingimos um marco que permanecia há 50 anos sem igualar, nesta que é apenas a terceira época do século XXI em que lideramos isolados o campeonato em Janeiro - as duas anteriores foram com Laszlo Bölöni em 2002 e com o próprio Rúben em 2021.

 

 

Não gostei

 

De não ver sequer St. Juste no banco. Parece que o holandês contraiu nova lesão. É tempo de a estrutura leonina reflectir sobre o futuro deste jogador, que vai passando ao lado de outra época desportiva.

 

Do cartão amarelo a Morten. Por falta fora de tempo, aos 38', quando já vencíamos por 4-0. Não havia necessidade.

 

Do corredor direito na primeira parte. Esgaio com muito menor dinâmica do que o titular da ala oposta, Nuno Santos. Melhorou com Geny em campo. 

 

Das ausências de Diomande e Morita. Continuam ao serviço das respectivas selecções: são dois titulares a menos. Mas Eduardo Quaresma e Daniel Bragança vão dando boa conta do recado.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De outra goleada leonina, a terceira de 2024. Desta vez em Vizela, no jogo que assinalou o início da nossa campanha na segunda volta da Liga 2023/2024. Vencemos por 5-2 a equipa minhota, superando a prestação face ao desafio inaugural deste campeonato, que terminou com a nossa vitória tangencial (3-2) em Alvalade, arrancada a segundos do apito final. Agora passeámos classe no estádio vizelense, exibindo superioridade e confiança, actuando quase sempre no último terço do terreno. Com todos os nossos avançados a marcar. E dois golos nascidos de lances de bola parada, algo que ainda há pouco tempo quase nunca acontecia.

 

De Gyökeres. Outra vez a figura do jogo, outra vez o melhor em campo. Já com 22 golos marcados de verde e branco, igualando a melhor marca de sempre da sua carreira quando ainda faltam disputar muitas partidas nesta temporada. Autêntico todo-o-terreno, sempre de olhos fitos na baliza, é um pesadelo para as defesas adversárias. Ontem voltou a demonstrar toda a sua pujança em campo. Mais dois golos marcados: o nosso primeiro, aos 45'+7, e o quinto, aos 86'. Participa na construção do segundo, baralhando marcações. Meteu a bola outra vez na baliza, aos 30', num golo anulado por duvidosa deslocação. E teve as redes à sua mercê, logo aos 18', fazendo a bola embater na barra - rara ocasião em que desperdiça uma oportunidade soberana de marcar. Confirma-se: após este seu quarto bis na prova, ninguém rivaliza com ele no título de melhor jogador deste campeonato.

 

De Paulinho. Voltou a marcar, pelo segundo jogo consecutivo. À ponta-de-lança, sem lugar a dúvidas. Foi dele o nosso terceiro, impondo-se no jogo aéreo e encaminhando-a para a rede de cabeça, na sequência de um livre. Interveio na construção do primeiro, ganhando também uma bola no ar. E aos 45'+1 viu um golo anulado por escassos 12 cm que levantam muitas dúvidas.

 

De Trincão. Outra grande exibição, como avançado a jogar na ponta direita. Coroada com um golo, o nosso segundo, quando estavam decorridos apenas 47'' da segunda parte. É dele também a assistência para o terceiro, com um cruzamento teleguiado para Paulinho. Já tinha assistido o mesmo colega no golo anulado por duvidosa deslocação, no tempo extra da primeira parte. Atravessa o seu melhor período desta época.

 

De Pedro Gonçalves. Poucos como ele trabalham tanto para o colectivo, sem vedetismos. Voltou a acontecer, desta vez em Vizela. Actuando como médio ofensivo, em apoio permanente do trio atacante, exibiu os seus pergaminhos técnicos e tácticos, pondo-os ao serviço da equipa. Distinguiu-se com duas assistências - cruzamento perfeito num pontapé de livre lateral para o quarto golo, marcado de cabeça por Coates aos 72', e para o quinto, num entendimento perfeito com Daniel Bragança, de quem recebeu a bola. Confirma-se como o melhor jogador português deste Sporting, agora com 46 pontos à 18.ª jornada da Liga.

 

Do regresso de Edwards. Foi bom ver o inglês de volta ao relvado, após síndrome gripal. Ainda longe da sua melhor forma, naturalmente. Mas não tardará a recuperá-la. 

 

De ver o Sporting já com o melhor ataque da Liga. Ultrapassámos o Braga como equipa mais goleadora: já temos 45 marcados, enquanto a turma minhota está com 42. Nos últimos quatro jogos (Estoril, Tondela para a Taça de Portugal, Chaves e agora este) marcámos 17, com apenas três sofridos. Mais: já lá vão 29 desafios desta temporada com o Sporting sempre a marcar. No campeonato, este registo ocorre há 26 rondas consecutivas. Mais ainda: há 40 anos que não tínhamos tantos golos à 18.ª jornada. Notável.

 

De outro marco superado por Rúben Amorim no Sporting. Foi a primeira vez que, como treinador leonino, venceu fora com cinco golos. O anterior triunfo do SCP por esta marca havia sido registado ainda com Marcel Keizer à frente da equipa.

 

 

Não gostei

 

Do golo sofrido aos 13'. Conta a corrente do jogo, num lance a frio, na única oportunidade da equipa visitada em todo o primeiro tempo e após livre em que nem sequer falta tinha acontecido. Foi a primeira vez, neste campeonato, que vimos a bola tocar-nos as redes durante a meia hora inicial de uma partida. Fica a impressão muito nítida de que pelo menos dois jogadores do Vizela estavam deslocados: é insólito, o critério de colocação de linhas do vídeo-árbitro Rui Costa. No mínimo.

 

De termos estado mais de meia hora a perder. O nó só foi desatado por Gyökeres (who else?) no tempo extra. Mas não por falta de tentativas da nossa parte. A pressão foi intensa, o nosso domínio foi total.

 

Do empate (1-1) que se registava ao intervalo. Resultado ilusório, em nada reflectindo o que havia acontecido no relvado. Com o Vizela incapaz de criar uma situação de perigo para além do lance fortuito do golo e quase sempre remetido aos seus 30 metros mais recuados.

 

De Coates. Marcou um golo, é certo. Num golpe de cabeça certeiro, muito bem servido por Pedro Gonçalves na cobrança de um livre. Mas enredou-se num disputa de bola em zona que estava sob o seu domínio, perdendo o duelo contra Essende. Esta falha individual do nosso capitão funcionou como inesperado brinde para o Vizela, que assim conseguiu o segundo golo, aos 63', sem hipótese de defesa para Adán. São já 19 golos sofridos neste campeonato.

 

Do amarelo exibido a Morten. O internacional sueco passou a jogar condicionado desde o minuto 16. Com total falta de critério do árbitro André Narciso, que poupou cartões dessa cor a jogadores do Vizela em dois lances muito mais aparatosos para travar Gyökeres. Arbitragem habilidosa, à portuguesa. É também por isto que os nossos apitadores continuam fora das convocatórias para os grandes palcos do futebol mundial.

 

Das ausências de Diomande, Geny e Morita. Continuam ao serviço das respectivas selecções, mas nem isso impediu o oitavo triunfo consecutivo do futebol leonino. Vai seguir-se o Braga, para a Taça da Liga, na próxima terça-feira.

Rescaldo do jogo de hoje

 

Gostei

 

De ir a Chaves vencer por 3-0. Derrotámos sem margem para dúvidas a mesma equipa que há duas semanas fez tremer o FC Porto no Dragão, onde perdeu por tangencial 0-1 tendo mandado uma bola aos ferros à beira do fim. Desta vez nada de semelhante aconteceu. O triunfo leonino na bela cidade transmontana não oferece discussão. Mesmo sem cinco habituais titulares no onze inicial: Diomande, Morita, Geny (ausentes nas selecções), Edwards (a recuperar de uma gripe) e Coates (vindo de lesão, tendo só feito o segundo tempo).

 

De Pedro Gonçalves. Voto nele para melhor em campo. Jogando num estádio que conhece bem, muito perto da terra natal, e contra uma equipa onde nasceu para o futebol, o nosso médio ofensivo confirmou encontrar-se na melhor fase desta temporada. Terceiro jogo seguido a marcar: desta vez fechou a contagem com um belo remate, muito bem colocado, aos 56'. Actuando entrelinhas, no apoio directo ao ataque, esteve em mobilidade constante, abrindo linhas de passe e protagonizando acções de ruptura que puseram a defensiva flaviense em sentido. Podia ter marcado mais cedo, aos 27', quando Gyökeres o isolou perante o guarda-redes, mas permitiu a defesa de Hugo Souza. Redimiu-se não só com o golo mas com o conjunto da sua exibição. Ao ser substituído (79') foi brindado com aplausos em todo o estádio.

 

De Paulinho. Foi ele a desbloquear o resultado, quando faltava pouco para o intervalo, em pontapé de ressaca na sequência de um canto: assim nasceu o remate vitorioso, à queima-roupa, com o Sporting a instalar vários jogadores na área. A equipa também melhorou neste capítulo: sabe aproveitar bem os chamados lances de bola parada, ao contrário do que sucedia noutros tempos. 

 

De Trincão. Actuação muito positiva do esquerdino, sobretudo no segundo tempo, quando marcou o mais belo golo da noite, aos 52', num forte remate em arco sem hipóteses de defesa para o guardião do Chaves. Já tinha sido ele a cobrar o canto de que resultara o nosso golo inaugural. 

 

De Nuno Santos. Também ele tem melhorado a olhos vistos, encontrando-se igualmente na melhor fase da época. Assistiu no segundo golo com um cruzamento muito bem medido. Estave sempre em jogo, sempre combativo, sempre comprometido com a equipa. 

 

De ver as nossas redes incólumes. Adán pouco mais foi do que um espectador deste Chaves-Sporting, mantendo a baliza intacta. 

 

De ter igualado o melhor ataque da Liga. Atingimos a marca dos 40 golos, agora a par com o Braga. Com inegável veia ofensiva. Nos últimos três jogos (Estoril, Tondela e agora este), para duas competições diferentes, marcámos 12 e apenas sofremos um. Com 17 jornadas da Liga sempre a fazer o gosto ao pé - ou à cabeça. Sem uma só partida em branco.

 

De sermos campeões de Inverno. Haja o que houver no resto da jornada 17, continuamos na frente. Terminamos a primeira volta da Liga 2023/2024 no primeiro posto, isolados. Somando já 43 pontos. Com o melhor jogador do campeonato (Viktor Gyökeres) e exibindo o melhor futebol da temporada em curso. 

 

 

Não gostei

 

Do tempo. Muito frio, próprio do mês de Janeiro em Trás-os-Montes, chuva incessante e até alguns fragmentos de nevoeiro. Felizmente o jogo começou às seis da tarde, horário sensato que chamou muita gente ao estádio. Incluindo largas centenas de sportinguistas.

 

Do relvado. Empapado pela chuva copiosa, dificultou muito o futebol rendilhado dos nossos jogadores, sobretudo no corredor central. Optou-se, em alternativa, pelo passe longo e directo, com a bola a sofrer desvios nas ocasiões mais inesperadas. Felizmente ninguém se lesionou.

 

De termos esperado muito para ver o primeiro golo. Só chegou aos 44', quando alguns adeptos já se impacientavam e uns mais exaltados até rogavam pragas - que se comprovaram ser injustas - a Trincão e Pedro Gonçalves.

 

De Coates. Manteve-se no banco toda a primeira parte: ainda não está em forma para render um jogo inteiro. Entrou após o intervalo, substituindo Eduardo Quaresma - terceiro jogo a titular, com boa prestação - para nos dar maior conforto no jogo aéreo defensivo. Mas o capitão continua preso de movimentos. Fez uma falta desnecessária que lhe valeu o amarelo (71') e arriscou outra que lhe podia ter valido outro cartão da mesma cor.

 

De rever Rúben Ribeiro, agora no Chaves. Não deixou saudades no Sporting, onde chegou por insistência de Jorge Jesus, passou sem mostrar talento e deu de frosques a pretexto do assalto a Alcochete quase sem ter sido importunado pelas claques. É lembrado, mas por maus motivos

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da goleada de ontem em Alvalade. Recebemos o Estoril, que estava em nono no campeonato. Mas não lhe demos a menor hipótese, mesmo tratando-se da mesma equipa que, com toda a justiça, venceu o FC Porto no Dragão em Novembro e no mês seguinte eliminou os portistas da Taça da Liga, sem margem para discussão. Mostrando ser de uma fibra muito diferente, o Sporting cilindrou ontem a turma estorilista, vencendo por 5-1. Foi, até agora, o resultado mais volumoso neste campeonato da  nossa equipa, que respira e transmite confiança. 

 

Da superioridade leonina. Entrada de leão do onze comandado por Rúben Amorim: começámos logo de pé no acelerador e mostrámos desde o primeiro lance ter enorme vontade de vencer para manter pressão máxima sobre os emblemas rivais - e resultou, pois logo a seguir o FC Porto voltou a tropeçar, desta vez empatando no Bessa. Tudo está resumido neste excelente título do SAPO Desporto: «Sporting passeia classe, goleia Estoril e segue firme no topo». Domínio absoluto à 16.ª jornada.

 

De Gyökeres. Novamente o homem do jogo, novamente o melhor em campo. Começam a estar gastos os adjectivos que definem cada actuação do avançado sueco, sem discussão a grande figura desta Liga 2023/2024. Desta vez não marcou nenhum dos nossos cinco golos, mas assistiu em quatro - num deles com as mãos, em lançamento da linha lateral (o terceiro, para Nuno Santos, aos 51'). Extraordinária exibição, extraordinário desempenho: é a pedra angular deste Sporting que vai caminhando, jornada a jornada, para se sagrar campeão nacional de futebol. Segue com 18 golos e oito assistências: é um craque.

 

De Edwards. Marcou o primeiro (e também o segundo) golo do futebol português neste ano civil recém-inaugurado. Estava lá, no momento certo e no local certo. Para encaminhar a bola na direcção correcta. Em ambas, assistido por Gyökeres (21' e 45'+2, no último lance da primeira parte). Alguns dirão que bastava empurrar, mas quantas vezes outros falharam golos cantados como estes? Esteve muito perto do terceiro em duas ocasiões: num remate cruzado a rasar o poste direito (33') e num embate ao ferro (75'). Justíssimo destaque.

 

De Gonçalo Inácio. Patrão da nossa defesa, impondo-se naturalmente como líder alternativo na ausência do capitão Coates, ainda lesionado. Logo aos 2' transmitiu aos adeptos o sinal do que iria passar-se ao cabecear em mergulho dentro da área estorilista em lance que poderia ter gerado golo. Preciosos cortes aos 3', 9'', 18', 38' e 45'+1. Impondo o físico e sobretudo a técnica, aliados à precisão exacta do momento da intervenção. Esperemos que permaneça em Alvalade após o mercado de Inverno: é um elemento fundamental no nosso onze nuclear.

 

De Eduardo Quaresma. Integrou um inédito trio de centrais titulares - com Matheus Reis à esquerda e Gonçalo ao meio. Passou com distinção no teste, confirmando que não necessitamos de reforçar a ala direita defensiva: ele próprio é o reforço. Limpou muito bem a área após canto que podia gerar perigo aos 25'. Cortes oportuníssimos aos 54' e aos 57'. Também se distinguiu no passe longo: excelente abertura para Nuno Santos, no flanco oposto, aos 34'. 

 

De Pedro Gonçalves. Grande jogo sem bola, arrastando defesas e baralhando marcações no seu constante vaivém entre linhas. Primeiro à frente e a partir dos 52', com a saída de Daniel Bragança, em missão mais recuada, complementando a acção de Morten como médio mais ofensivo. Foi já nesta posição que protagonizou fantástica arrancada no corredor central e disparou de meia distância, traindo o guarda-redes Carné: a bola roçou no poste esquerdo da baliza e encaminhou-se para as malhas estorilistas. Foi o nosso quarto golo, aos 69'. E o quinto dele nesta Liga 2023/2024.

 

Do regresso de Trincão aos golos. Parecia estar novamente em maré de azar quando fez a bola embater no ferro aos 75'. Mas marcou mesmo, três minutos depois (com assistência de Gyökeres) num soberbo remate cruzado, indefensável. Protagonizou dois outros lances de inegável classe, aos 77' e aos 90'+1. Temos o goleador de volta.

 

Do árbitro Cláudio Pereira. Se todos actuassem como ele ontem, a qualidade do futebol português seria claramente superior.

 

De ver o Sporting marcar em todos os jogos da Liga. Não apenas nesta: levamos 60 jogos seguidos sempre a facturar. Extraordinário registo, bem revelador da vocação ofensiva verde-e-branca. Por isso levamos já mais 14 golos marcados do que o FC Porto, que também disputou 16 partidas.

 

Da nossa folha limpa como equipa visitada. Nono jogo em Alvalade para o campeonato, nona vitória da temporada, desta vez com 37.400 espectadores nas bancadas. Não é fruto do acaso: somos ainda mais fortes em nossa casa.

 

De somarmos 40 pontos em 16 rondas. Apenas oito pontos perdidos - nas deslocações a Braga, Guimarães e Luz. A nossa segunda melhor classificação do século nesta fase da competição. Excelente augúrio para o que vai seguir-se.

 

 

Não gostei

 

De ver várias baixas na equipa. Sem Diomande e Morita (ausentes durante algumas semanas nas respectivas selecções) nem Coates (ainda com queixas físicas). Isto já sem falar no eterno lesionado St. Juste, novamente a passar à margem de uma época desportiva.

 

De Nuno Santos. Sobra-lhe em "atitude" (algo que por vezes parece o que não é) o que lhe falta em discernimento pontual. Aconteceu ontem, em duas ocasiões, ao provocar cantos de forma totalmente desnecessária, aos 24' e aos 43', quando nem estava pressionado por adversários. É verdade que após um remate seu a bola encaminhou-se para as redes estorilistas, mas apenas graças ao desvio no infortunado defesa Pedro Álvaro, aos 51', em autogolo. Exibição insuficiente em noite de gala leonina.

 

Do golo solitário que sofremos. Cassiano, livre de marcação, concretizou em recarga após embate na barra. Único lapso da nossa defesa em todo o encontro. Aconteceu aos 82', repondo alguma justiça no marcador: o Estoril mereceu este golo.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da vitória em Portimão. Outro triunfo leonino, desta vez por 2-1. Foi o 12.º em 15 jornadas desta Liga 2023/2024. Quarto consecutivo. Terminamos o ano civil da melhor maneira. Mostrando que somos a equipa a jogar melhor futebol e com mais solidez exibicional. Num estádio que não costuma ser fácil para os chamados "clubes grandes". E numa jornada em que Benfica (contra o Famalicão) e FC Porto (contra o Chaves) viram penáltis claros perdoados por árbitros incompetentes.

 

Da nossa segunda parte. Após 45 minutos iniciais com diversos momentos penosos, enfrentando um Portimonense que defendia com sete ou oito, formando muralha intransponivel, conseguimos ser muito mais acutilantes na etapa complementar. Menos conformados, menos previsíveis, menos apostados em bombear bolas de forma rotineira. Fez toda a diferença, para melhor.

 

De Gyökeres. Começa a ser repetitivo: voltou a ser o melhor em campo. Foi ele a desbloquear o jogo, após o empate a zero que se registava ao intervalo, inaugurando o marcador. Aos 59', coroando de forma exemplar um excelente passe de Pedro Gonçalves que era quase meio golo. O internacional sueco - autêntico "abono de família" da nossa equipa - dispôs apenas dessa oportunidade. Que não desperdiçou: já soma 11 golos no campeonato. Mas proporcionou, ele próprio, uma assistência de bandeja a Paulinho, aos 90'+5: o colega só precisaria de empurrar. Infelizmente, não conseguiu.

 

De Morita. Grande jogo do internacional japonês, revelando inegável classe com a bola nos pés. Disponibilidade total para as tarefas defensivas e ofensivas, funcionando como pêndulo da equipa. Aos 75', fuzilou a baliza de Portimão, levando Vinicius a fazer a defesa da noite. Cinco minutos depois, assistiu Paulinho no golo que nos garantiu os três pontos.

 

De Adán. É verdade que sofreu um golo. Aos 68', na marcação de um livre com a barreira mal formada em que foi apanhado em contrapé: dificilmente poderia ter mantido as redes invictas na conversão desse castigo. Mas salvou a equipa duas vezes cortando o ângulo de remate ao portador da bola que se isolava para a meter lá dentro. A primeira aos 78', a segunda aos 85' - esta com a ajuda de Eduardo Quaresma nesse lance complicado. Exibição positiva, a merecer destaque.

 

Do nosso segundo golo. Valeu-nos os três pontos. Fruto de eficaz jogada colectiva em que intervieram Matheus Reis, Nuno Santos, Morita e Paulinho, com este a rematar de calcanhar, tendo a sorte do seu lado: a bola tabelou primeiro no defesa Alemão, traindo o guarda-redes. Valha a verdade: todo o lance começou com um lapso da equipa de arbitragem, que assinalou pontapé-de-baliza para o Sporting quando devia ter sido canto favorável ao Portimonense. O VAR não pode intervir em lances destes.

 

De ver o Sporting marcar em todos os jogos. Ainda não ficou em branco neste campeonato. Já contabilizamos 32 golos: mais dez do que o FC Porto, mais quatro do que o Benfica. Por enquanto só o Braga marcou mais. 

 

De somarmos 37 pontos em 15 rondas do campeonato. Apenas oito pontos perdidos. Nas deslocações a Braga, Guimarães e Luz. Mantemos folha limpa em casa.

 

De terminarmos 2023 no comando. Mantemos a liderança isolada do campeonato e continuamos em todas as frentes, de aspirações intactas. O Natal ficou para trás. Vamos festejar o Ano Novo de forma ainda mais alegre e vibrante. A sonhar com o título máximo do futebol português.

 

 

Não gostei

 

Da primeira parte. Sem oportunidades de golo e apenas um pontapé enquadrado com a baliza: aos 45'+1 por Edwards, que levou a bola a sobrevoar a trave. Dez cantos e quinze remates desperdiçados.

 

Das ausências simultâneas de três titulares. Faltaram Coates (por lesão), Gonçalo Inácio e Morten (ambos por castigo). Fizeram falta. 

 

De Neto. Actuou no onze, como central à direita, revelando as limitações técnicas que já lhe conhecemos: abusa dos passes à queima, arriscando entradas negligentes. Numa delas, aos 34', viu Manuel Oliveira mostrar-lhe o amarelo: com outro árbitro, talvez a cor fosse outra. Já não regressou após o intervalo: foi substituído, com vantagem, por Eduardo Quaresma.

 

De Paulinho. Viu-lhe ser creditado um golo, beneficiando da carambola em Alemão. Mas protagonizou um festival de desperdício, fiel à sua imagem de marca. Aos 49', muito bem servido por Edwards, cabeceou à figura. Aos 57', novamente a centro do inglês, atirou para fora. Aos 66', ainda com Edwards a municiá-lo quando estava isolado, demorou uma eternidade a finalizar, permitindo o corte da defesa. Aos 90'+5, com a baliza à sua mercê e Gyökeres a assisti-lo, fez o mais difícil, incapaz de a meter lá dentro. Impossível dar-lhe nota positiva.

 

Das tochas atiradas para a nossa baliza logo a abrir o jogo. Letais ao Sporting, travestidas de "claques", confirmaram uma vez mais que são inimigas do clube. Merecem um castigo pesadíssimo que vai tardando.

Rescaldo do jogo de hoje

 

Não gostei

 

De perder. Há cinco anos que o V. Guimarães não vencia uma equipa grande no campeonato português. Interrompeu hoje o jejum derrotando o Sporting por 3-2 no seu estádio, perante mais de 20 mil espectadores. Com 1-1 ao intervalo, num desafio desenrolado sempre debaixo de chuva. Custou ainda mais porque estivemos a vencer, com um golo aos 41'. Mas a vantagem durou escassos minutos, só até aos 45'+7. No segundo tempo a turma minhota marcou aos 73' e aos 80'. Nós ainda reduzimos aos 77', mas fomos incapazes de segurar ao menos o empate. Segunda derrota leonina nesta Liga 2023/2024. São jogos destes que podem custar a perda de campeonatos.

 

De Gonçalo Inácio. É certo que foi do central esquerdino o nosso golo inaugural, em lance corrido: estreou-se como artilheiro nesta temporada marcando não de cabeça mas com o pé, ainda por cima o direito. Mas a jogada que culmina no penálti (e consequente golo do Vitória) começa com uma perda de bola dele, o mesmo sucedendo no lance do segundo que sofremos. E no terceiro peca por notória falha de marcação em zona que lhe competia vigiar. Anda há várias jornadas muito abaixo do nível a que nos habituou.

 

De Esgaio. Rúben Amorim apostou nele como central à direita, num sistema híbrido em que se desdobrava como lateral desenhando-se uma linha de quatro defensores. Pouco rotinado nesta manobra, e sem um ala pronto a ir-lhe às dobras, claudicou logo nos primeiros embates. Foi poupado ao cartão numa falta que lhe podia ter valido o amarelo aos 12', mas a sua falta de pedalada era óbvia. Cinco minutos depois, volta a travar o adversário com imprudência: amarelado, jogou condicionado a partir daí. Já não regressou do intervalo, sem deixar saudades.

 

De Adán. Em estrito rigor, só parece ter responsabilidade num dos golos. No primeiro, é castigado por penálti que não cometeu. No segundo, foi traído por um involuntário desvio da bola em Morita. Mas no terceiro - o que nos custou a derrota - foi mal batido por Dani Silva, que remata com pouco espaço: o guardião espanhol, hoje capitão da equipa, nem o ângulo cobriu. Valha a verdade que protagonizou duas grandes defesas (73' e 88'), mas voltou a aparentar intranquilidade, contagiando os colegas. E continua incapaz de defender um penálti. 

 

De Trincão. Perdeu o estatuto de titular, mas ao que parece nem para suplente vai servindo. Entrou aos 61', com o jogo ainda empatado 1-1: Amorim apostou nele como criativo para romper a muralha vitoriana, algo que Edwards tinha sido incapaz de fazer enquanto Gyökeres permanecia manietado pelos centrais. O ex-Braga foi incapaz de corresponder: presa fácil da turma adversária, sem conseguir ligação com os colegas, voltando a abusar do individualismo. Muito bem servido por Nuno Santos, aos 71', permitiu a defesa de Bruno Varela - o melhor do Vitória - tal como já tinha acontecido com Pedro Gonçalves aos 8'. Falhada esta finalização, voltou a desaparecer: mal se deu por ele. 

 

De Paulinho. É mais fácil marcar três ao Dumiense, último classificado do quarto escalão do futebol português, do que criar um só lance de perigo frente à equipa que segue em quinto na Liga 1. Em campo desde o minuto 61', substituindo Morten, mal rondou a baliza e nem chegou a estar perto do golo. Mais de meia hora de inútil presença em campo, o que não constitui novidade. Amorim abdicou do melhor médio de contenção sem ganhar eficácia na linha avançada. O Sporting ficou mais exposto ao contra-ataque, facilitando a tarefa à equipa orientada por Álvaro Pacheco.

 

Da ausência de Coates. Afastado deste embate em Guimarães por cumprir castigo, devido à acumulação de amarelos, o internacional uruguaio fez falta. Mesmo lento, algo pesado e um pouco preso de movimentos, continua a ser o patrão indiscutível da defesa leonina. Não restam dúvidas: a equipa fica mais frágil sem ele. 

 

Do penálti inexistente. O árbitro João Pinheiro, sem surpresa, teve influência no resultado. Ao assinalar uma grande penalidade que só ele parece ter visto. Adán, saindo algo inseguro dos postes aos 45'+3, fez uma travagem brusca, ajoelhando para evitar o choque com o portador da bola, Mangas, aliás já em queda não provocada. Nenhuma imagem confirma que tenha havido contacto físico entre os jogadores. Momentos antes haviam sido lançadas tochas para o relvado e permanecia ali muito fumo, dificultando a visão de todos. O VAR Hugo Miguel devia ter sugerido a Pinheiro, pelo menos, que observasse as imagens no monitor. Mas nem isso aconteceu. Assim nasceu a grande penalidade que permitiu ao Vitória empatar no último lance da primeira parte. Sem ter criado verdadeiramente uma situação de golo iminente até esse momento.

 

Daquele desespero final. Últimos dez minutos de pressão contínua mas desordenada e muito caótica da nossa equipa contra a baliza vimaranense, mais com o coração do que com a cabeça, parecendo obedecer ao "sistema táctico" tudo ao molho e fé em Deus. Com estrelinha, talvez resultasse. Mas - talvez por causa da chuva intensa - desta vez ela andou ausente. E, valha a verdade, o Vitória foi sempre uma equipa bem arrumada, bem organizada, tenaz e batalhadora. Com elementos em grande nível, como Varela, Händel, André Silva e Tomás Silva. Num jogo que não merecíamos ganhar.

 

De termos perdido a vantagem. Deixámos de estar isolados no topo do campeonato e fomos incapazes de ampliar a distância face ao Benfica, que empatou em casa com o Farense. Os encarnados estão agora um ponto atrás de nós, o Braga com menos dois e o FCP igualou-nos na pontuação ao vencer o Casa Pia no Dragão por 3-1, resultado insuficiente para nos destronar do comando. Um triunfo em Guimarães deixar-nos-ia com mais quatro do que o SLB e três acima dos portistas imediatamente antes do clássico. Parecemos optar sempre pela via mais difícil.

 

 

Gostei

 

De Diomande. Com Coates ausente, fez ele de patrão da nossa defesa. E cumpriu no essencial, embora não isento de reparos. Perante um Esgaio longe de cumprir os mínimos e um Gonçalo que tem fases de inexplicável desconcentração, foi ele - sendo o mais novo dos centrais - a fazer de adulto naquela zona do terreno. Desarmes perfeitos aos 23' e aos 34'. Grandes cortes aos 63' e aos 70'. Ganhou praticamente todos os duelos neste duro e difícil confronto em Guimarães.

 

De Nuno Santos. Voto nele como o nosso melhor em campo. Não apenas pelo golo que marcou, com assistência de Pedro Gonçalves, mas sobretudo por ter dado sempre mostras de ser o mais inconformado do onze leonino. Fez tudo para empurrar a equipa para a frente, com fibra de lutador. Se há jogador que não merecia esta derrota, é ele.

 

De podermos defrontar o FC Porto sem jogadores castigados. Coates "limpou" os cartões neste V. Guimarães-Sporting. E os três colegas que estavam à bica, quase tapados com amarelos, não foram admoestados por João Pinheiro. Edwards, Morten e Gonçalo Inácio poderão assim integrar o onze titular que defrontará a turma portista em Alvalade no próximo dia 18.

Rescaldo do jogo de ontem

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Gyökeres: nove golos em dez jogos que disputou até agora no campeonato. Ontem, mais dois

Foto: Miguel A. Lopes / EPA

 

Gostei

 

De Gyökeres. Melhor em campo, outra vez. Começa a tornar-se repetitivo: voltou a ser ele o dínamo, a criar desequilíbrios, a empurrar os colegas para a frente, a acreditar que a reviravolta era não só possível mas desejável, e havia que consegui-la tão cedo quanto possível. Assim fez: em quatro minutos (52' e 56') marcou dois golos, fixou o resultado em 3-1, valeu-nos os três pontos neste embate em Alvalade contra o Gil Vicente. E ainda marcou mais dois (9' e 67'), que não valeram por estar ligeiramente deslocado. Em dez jogos do campeonato, já tem nove golos na sua conta pessoal, além de cinco assistências. Um dos melhores pontas-de-lança que até hoje passaram por Alvalade.

 

De Edwards. Voltou a fazer a diferença, com a sua qualidade na condução de bola, infiltrando-se na grande área sempre com perigo, como aconteceu aos 16'. Desta vez não marcou, mas deu a marcar: passe para possíveis golos de Gyökeres (aos 9', anulado por fora-de-jogo) e Pedro Gonçalves (45'+2, falhou por pouco na finalização). Esteve ele próprio prestes a marcar, aos 49', levando o guarda-redes gilista a fazer a defesa da noite, em voo. 

 

De Morten. Excelente nas recuperações, aos 63' e 85': vai refinando a qualidade exibicional de jogo para jogo. Também na precisão do passe vertical: distinguiu-se ao assistir Gyökeres no segundo golo. Melhora também, a olhos vistos, na condição física: desta vez aguentou os 90 minutos sem acusar cansaço. Um dos elementos imprescindíveis do onze titular.

 

Das substituições ao intervalo. Rúben Amorim nem hesitou: havia que acelerar e melhorar o jogo. Esgaio, já amarelado, deu lugar a Geny, que trouxe mais acutilância à ala direita. Gonçalo Inácio, talvez o nosso pior em campo, foi tomar duche mais cedo, entrando St. Juste para central - e passando Diomande da direita para a esquerda. Nuno Santos (que aos 43' até fez o remate do primeiro golo, que por capricho da sorte Pedro Tiba desviou para as redes gilistas) cedeu lugar a Matheus Reis, mais regular no processo defensivo, para compensar o adiantamento do moçambicano no flanco oposto. Resultou. A equipa foi muito superior no segundo tempo

 

Do 344.º jogo de Coates entre nós. O  capitão uruguaio foi distinguido de modo especial pelo facto de se ter tornado no estrangeiro que até hoje mais vezes envergou a verde-e-branca. Toda a equipa jogou desta vez com a sua assinatura estampada nas camisolas. Bonita homenagem a um dos nossos melhores centrais de todos os tempos. Ele bem merece.

 

Do regresso de Eduardo Quaresma. Rendeu St. Juste como central à direita. Muito concentrado, cumpriu a missão que lhe estava destinada, nomeadamente na cobertura a Fujimoto, um dos mais perigosos da turma de Barcelos. Bom desarme aos 70'. Bom corte aos 80'. Foi apenas o seu terceiro jogo oficial da temporada. Merece mais.

 

De vencer. Sexto triunfo consecutivo em casa nesta Liga 2023/2024: continuamos imbatíveis em Alvalade. E quarto desafio, nestas 12 jornadas, em que chegamos à vitória depois de termos estado a perder - excelente sintoma de tenacidade e robustez psicológica. 

 

De ver o Sporting isolado no comando do campeonato. Recuperámos a liderança, aproveitando o empate do Benfica em Moreira de Cónegos. Seguimos com 31 pontos à 12.ª jornada - mais dois do que os encarnados e três do que os portistas. Somos claramente a melhor equipa em competição, quando entrámos já no segundo terço da prova: apenas cinco pontos perdidos até agora.

 

 

Não gostei

 

De sofrer um golo aos 34'. Aconteceu na primeira vez em que o Gil Vicente chegou perto da nossa baliza: a defesa leonina voltou a tremer em lance de bola parada. Com Adán, uma vez mais, a surgir algo hesitante na fotografia: podia ter feito melhor entre os postes. Mas reagimos bem à desvantagem: fomos para cima deles e marcámos dez minutos depois. Ao intervalo, 1-1. Antevia-se uma segunda parte largamente dominadora para o Sporting. E assim foi. 

 

De Gonçalo Inácio. Voltou a ter um lapso que afectou a equipa: abordou com displicência um lance na nossa meia esquerda defensiva, acabando por fazer uma falta desnecessária. Desse livre resultou o golo solitário do Gil Vicente. Ia-nos custando cara, a desconcentração do central canhoto. Fez bem o treinador em substituí-lo ao intervalo. Uma forma de lhe mostrar que tem obrigação de fazer muito melhor. 

 

Da primeira parte. Chegámos ao fim do primeiro tempo sem conseguirmos, em estrito rigor, um único remate enquadrado. O domínio territorial e a chamada "posse de bola" não se reflectiram em produção ofensiva de qualidade. E até o golo que nos sorriu só se tornou possível porque a bola tabelou num defesa. Na etapa complementar, o nosso desempenho foi muito superior: oito remates e dois golos.

 

Do cartão exibido a Coates. Amarelado aos 75', o nosso capitão vai ficar fora do desafio de sábado em Guimarães: foi o quinto amarelo que recebeu até agora. Esta é a parte má. A parte boa é que limpa os cartões para poder ser titular na partida seguinte: o clássico contra o FC Porto, a disputar em Alvalade.

 

Da lesão de St. Juste. Mais uma: desta vez foi uma entorse. Entrou ao minuto 46, só esteve cerca de 20 minutos em campo. Acabou por ceder lugar a Eduardo Quaresma, aos 67', saindo a coxear. Quanto tempo ficará agora afastado dos relvados?

 

Do horário tardio. Este Sporting-Gil Vicente terminou quase às 22.30, em véspera de dia laboral. Nada de novo, como sabemos. Mesmo assim, havia 33.712 espectadores a assistir ao vivo ao jogo nesta noite fria - mais de Inverno do que de Outono. Sinal inequívoco de que a militância leonina não abranda. Agora, com a nossa equipa de novo no comando, a nação leonina vai redobrar de entusiasmo, faça chuva ou faça sol.

Rescaldo do jogo de ontem

 

Não gostei

 

De perder o clássico na Luz (2-1). Derrota mesmo ao cair do pano, com dois golos sofridos, aos 90'+4 e aos 90'+6. Um pesadelo em casa do nosso velho rival: no tempo regulamentar de jogo tínhamos mais 6 pontos do que o Benfica. Agora estamos em igualdade pontual.

 

De termos jogado com menos um durante mais de 40'. Gonçalo Inácio viu dois amarelos exibidos pelo árbitro Artur Soares Dias: o primeiro logo aos 22', o segundo aos 52'. O que lhe valeu o vernelho por acumulação de cartões ter-se-á devido a uma entrada intempestiva, à queima, mas as imagens não confirmam se chegou realmente a tocar em Rafa. De qualquer modo, se algum factor, do nosso lado, contribuiu para esta derrota tangencial na Luz foi sem dúvida este. Disputar um clássico de alta voltagem e com grande intensidade com apenas dez em campo conduz à exaustão física, potenciando um resultado negativo - que, mesmo assim, estivemos a escassos minutos de evitar. Após termos sido melhores enquanto jogámos onze contra onze.

 

De Gonçalo Inácio. Nervoso, intranquilo, desconcentrado, imprudente. Não jogará a próxima partida, o que lhe faz bem: precisa de uma cura de banco. Espera-se que aproveite este período fora do onze para reflectir sobre a quebra anímica que por vezes o afecta em confrontos especiais. Voltou a acontecer, na partida de ontem. Penalizando toda a equipa.

 

Da lesão de Geny. Infelizmente, o internacional moçambicano continua lesionado. Se estivesse em boa condição física, seria ele o titular da nossa ala direita. É muito mais dinâmico e acutilante do que Esgaio, incapaz de fazer cruzamentos bem medidos, hesitante e sempre tímido na manobra atacante. Não admira que o Benfica tenha conduzido a grande maioria dos seus ataques pelo corredor esquerdo - era ali que estava o nosso principal ponto fraco.

 

Da saída de Matheus Reis, magoado. Boa actuação do brasileiro, ontem titular no clássico: praticamente anulou Di María, sem temer o campeão mundial argentino. Infelizmente, por jogarmos em inferioridade numérica, foi ele um dos que mais acusaram desgaste fisico, acabando por ser substituído aos 73'. Nuno Santos, que o rendeu, teve desempenho muito inferior: deixou João Neves movimentar-se à vontade, sem marcação, no lance do primeiro golo encarnado. No segundo, andou desaparecido. Defender com os olhos não basta.

 

Das oportunidades não concretizadas. Com destaque para um cabeceamento de Diomande aos 30' que levava selo de golo e de um remate de Pedro Gonçalves aos 33' só com Trubin pela frente. Em ambos os casos, o guarda-redes ucraniano impediu que marcássemos.

 

De Rúben Amorim. Com dois dos três centrais amarelados (Coates também tinha visto cartão, logo aos 15'), o treinador hesitou em fazer a substituição em tempo útil. Devia tê-lo feito, até porque contava com St. Juste no banco. O holandês acabou por entrar, mas só aos 57', quando já estávamos com um a menos. Também pouco compreensível a troca de Morita por Paulinho aos 85', quando precisávamos de reforçar o meio-campo e não a linha avançada - havia Daniel Bragança, mas nem chegou a calçar. Enfim, nem estrelinha nem sabedoria no momento de mudar.

 

De termos sofrido a primeira derrota em jogos nacionais em nove meses. A última tinha sido em Fevereiro, contra o FC Porto. Terminou um ciclo de 24 desafios sem perder.

 

De termos desperdiçado a liderança da Liga 2023/2024. À 11.ª jornada, após cinco rondas no comando, mantemos os 28 pontos (cinco perdidos, nas deslocações a Braga e à Luz), agora em igualdade pontual com o SLB, mas em desvantagem no confronto directo. E com mais três do que o FCP. Mas estamos na luta. Com igual número de golos marcados e apenas mais dois sofridos do que o Benfica. Ainda há ainda muito campeonato por disputar.

 

Da falta de condições de segurança. Durante todo o jogo, foram sendo rebentados petardos no estádio. Nos minutos finais, registou-se uma autêntiva invasão de campo, com os adeptos do SLB a pisarem o relvado perante a total impotência dos assistentes de recinto desportivo. Qualquer semelhança entre um cenário destes e o Terceiro Mundo não é pura coincidência.

 

 

Gostei

 

De Gyökeres. Voltou a ser o melhor Leão em campo. Voltou a fazer o gosto ao pé. Mesmo muito marcado (por António Silva e Otamendi) destacou-se, na primeira oportunidade de que dispôs, ao marcar um golaço. Aos 45', no último lance da primeira parte, que nos abria as melhores expectativas para o segundo tempo. 

 

De Edwards. Uma vez mais, foi ele o nosso maior desequilibrador. Primoroso passe para golo aos 33', isolando Pedro Gonçalves após neutralizar a defesa encarnada. E excelente passe vertical que lançou o internacional sueco para o primeiro golo da partida, aos 45'. Fixando o resultado ao intervalo. Já com a nossa equipa reduzida a dez, foi sacrificado aos 57' (saiu para a entrada de St. Juste). Fez-nos falta, com a sua evidente capacidade de criar lances de ruptura. 

 

Do nosso desempenho colectivo até aos 90'+4. Ao terminar o tempo regulamentar, quando no estádio da Luz já havia sonoros assobios ao treinador alemão e a vários jogadores (João Mário foi alvo de uma vaia monstruosa, ao ser substituído no minuto 85) e começavam a ver-se lenços brancos nas bancadas, o onze leonino - reduzido a dez - demonstrava ser equipa unida, compacta e solidária. Tudo se desmoronou nos instantes finais, desta vez sem qualquer estrelinha: o segundo golo do SLB é validado por escassos 4 cm pelo VAR. 

Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

Da difícil mas justíssima vitória leonina contra o Estrela. Triunfo por 3-2 num jogo cheio de emoção em que chegámos ao intervalo a vencer por 1-0. Na segunda parte, a equipa da Amadora mudou isto em dois minutos (50' e 52'), mas soubemos operar a reviravolta demonstrando toda a qualidade do nosso futebol ofensivo, com enorme capacidade de reacção, inegável robustez psicológica e boa organização colectiva. Num plantel que confirma ter fibra de campeão.

 

De Rúben Amorim. Fez as mudanças certas, mexendo na equipa quando se impunha, com atenta e competente visão de jogo. Todas as trocas mudaram o onze para melhor: Coates por Gonçalo Inácio, St. Juste por Matheus Reis, Daniel Bragança (já muito fatigado) por Paulinho, Esgaio por Trincão. Era preciso virar o resultado - e conseguimos. Mérito indiscutível do treinador.

 

De Edwards. Parecia estar a passar ao lado da partida quando assina uma jogada de sonho, à Maradona ou à Messi, marcando o nosso segundo golo - que é também, sem sombra de dúvida, o melhor do Sporting nesta temporada 2023/2024. Pegou na bola perto da linha direita e conduziu-a para o interior driblando sucessivamente quatro adversários antes de lhe surgir pela frente o guarda-redes, também impotente para o travar. Era o minuto 71': um golaço, daqueles que fazem do futebol o melhor espectáculo do planeta. Podia ter ficado por aí, mas fez mais: foi dele a assistência para o terceiro, cruzamento teleguiado para Paulinho converter de cabeça aos 79'. Assim garantimos os três pontos. Melhor em campo, o avançado inglês.

 

De Morten. Exibição em crescendo, desta vez sem o parceiro japonês a combinar com ele. Esteve bem na primeira parte, mas mostrou todo o seu talento sobretudo nos últimos 45', com recuperações, passes verticais, muita disputa bem-sucedida, travando o passo ao Estrela. Tornou-se dono do corredor central. E ainda tentou o golo, primeiro à queima-roupa (58'), depois num disparo que rasou a barra (90'+4).

 

Da estreia de Daniel Bragança a marcar nesta Liga. Com Morita ausente, coube-lhe o papel de médio de construção. Que cumpriu no essencial, tanto na progressão com bola como em passes a rasgar linhas. Mas o seu mérito principal foi no golo de meia distância - único do primeiro tempo, assinalando o seu regresso como artilheiro do campeonato, algo que não sucedia desde a Liga 2021/2022. Aos 33', com assistência de Gyökeres, levando a bola cheia de efeito a aninhar-se no canto esquerdo da baliza adversária. 

 

De Gonçalo Inácio e St. Juste. Mencionados em simultâneo por terem feito a diferença mal entraram em campo, aos 59'. Aumentaram a rapidez de reflexos e a velocidade do nosso bloco defensivo, impedindo por completo o Estrela de pôr a bola nas nossas costas. 

 

De Gyökeres. Desta vez não marcou. Mas assistiu para Daniel Bragança, depois de ter ido ganhar a bola junto à linha de fundo e foi criando desequilíbrios ao longo de todo o jogo. Espectacular, a recepção orientada aos 43' em que progride na ala esquerda deixando para trás o lateral adversário com perfeito domínio técnico. Ainda tentou o golo, atirando pouco acima da trave, aos 90'+6. Se há jogador que jamais baixa os braços, é ele.

 

Do guarda-redes do Estrela, António Filipe. Fez uma série de enormes defesas, negando o golo a três jogadores nossos: Morten (58'), Pedro Gonçalves (82') e Trincão (90'). No último lance, deu até a sensação de que a bola chegou a entrar: foi travada já praticamente para além da linha de baliza.

 

De termos conquistado 28 pontos em 30 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 18 jornadas seguidas a marcar. Os 38.408 espectadores do desafio de ontem em Alvalade viram mais três.

 

De continuarmos sem perder. Somando as 14 rondas finais do campeonato anterior às dez decorridas deste, são já 24 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota na prova máxima do futebol português.

 

De ver o Sporting cada vez mais líder. Comandamos o campeonato. Mantemo-nos no topo há cinco rondas consecutivas. Somos a única equipa invicta na Liga 2023/2024.. Ampliámos a vantagem, estando agora ainda mais isolados no posto de comando. Seguimos com mais três pontos do que os encarnados (que defrontaremos na próxima jornada, a disputar na Luz), mais seis do que a turma portista (derrotada em casa pelo Estoril) e mais oito do que o Braga. Aumentando o desgosto daqueles idiotas que, dizendo-se sportinguistas, desejavam que tudo nos fosse correndo mal porque odeiam o presidente, detestam o treinador e passam o tempo a vomitar bojardas contra os jogadores.

 

 

Não gostei

 

De sofrer dois golos. Ambos na sequência de contra-ataques rapidíssimos, com a nossa defesa em contrapé - o segundo na sequência de uma perda de bola de Pedro Gonçalves no meio-campo. E estivemos quase a sofrer outro, aos 37', quando Adán saiu muito bem dos postes, fazendo a mancha com Leo Jabá isolado à sua frente.

 

De Coates. Preso de movimentos, com reacção lenta, teve responsabilidades nos dois golos. No primeiro, provocando um penálti sem margem para discussão. No segundo, batido em velocidade, abriu uma cratera no nosso corredor central. Foi substituído de imediato. Percebe-se agora melhor por que não tem sido convocado para a selecção do Uruguai: atravessa um período de menor fulgor físico, neste caso com más consequências para o colectivo leonino.

 

Das lesões de Geny e Morita. Nem chegaram a sentar-se no banco - onde se estreou o jovem Quenda, com apenas 16 anos mas já estrela da formação. Os dois internacionais fazem falta ao nosso onze titular. Haveremos de perceber isso ainda melhor quando estiverem ausentes ao serviço das selecções de Moçambique e do Japão.

 

Dos assobios. Voltamos ao mesmo: vários daqueles que antes de começar o jogo cantam a plenos pulmões «Farei o que puder / pelo meu Sporting» são os primeiros a vaiar os jogadores quando as coisas não estão a correr bem. Uma vez mais, lá se ouviram os malfadados assobios no nosso estádio quando o Estrela marcou o segundo golo e ficámos temporariamente na mó de baixo. Que raio de "apoio" este: se querem assobiar, façam-no lá em casa, fechados no chuveiro.

Rescaldo do jogo de ontem

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Geny muito cumprimentado pelos colegas após marcar o seu primeiro golo no campeonato

Foto: José Coelho / Lusa

 

Gostei

 

Do nosso triunfo num dos estádios mais difíceis. Fomos ao Bessa derrotar a turma axadrezada por 2-0 (um golo em cada parte do desafio). Vitória sem discussão numa partida emotiva, quase sem tempos mortos, com futebol de qualidade. Perante um adversário que já venceu o Benfica nesta Liga 2023/2024 e no mesmo estádio onde há um ano fomos derrotados (1-2). Comprovando assim, para quem ainda tivesse dúvidas, que estamos francamente melhor do que na época anterior. Cada vez mais embalados para o título.

 

De Pedro Gonçalves. Respondeu da melhor maneira, em campo, à infeliz e deselegante frase do seleccionador Roberto Martínez, que o acusou numa entrevista de ser um jogador «com azar». Rúben Amorim esteve bem, na conferência de imprensa de domingo, ao não alimentar lamúrias: limitou-se a incentivar o jogador a «melhorar, marcar golos, assistir e correr muito». Pedro assim fez: exibição de qualidade frente ao Boavista, culminando no nosso segundo golo, marcado com nota artística, de calcanhar, com assistência de Esgaio (85'). Imediatamente antes, no chão, tinha rematado ao poste. E logo aos 6' quase marcou, de livre directo - proporcionando grande defesa ao guarda-redes João Gonçalves. Demonstrou a atitude certa. E mantém uma contabilidade elevada: 61 golos em 106 jogos de verde e branco. Melhor em campo.

 

De Geny. Lançado como titular, correspondeu à confiança que nele depositou o treinador. Amorim facilitou-lhe a tarefa, mantendo-o com extremo direito, só com missão ofensiva, num desenho mais próximo do 4-3-3 (com Matheus Reis mais recuado) do que do habitual 3-4-3 - o que parece ter confundido Petit, treinador do Boavista. O jovem moçambicano pressionou e fixou os defensores adversários, baralhando marcações e abrindo espaços lá na frente. Sai deste jogo com boa nota, sobretudo pelo belo golo que marcou, aos 37', aproveitando um excelente cruzamento de Matheus a quase toda a largura do terreno. Foi a sua estreia como artilheiro no campeonato. Não custa vaticinar que terá sido o primeiro de muitos.

 

De Morten. Talvez a sua melhor exibição desde que chegou ao Sporting. Está mais solto, mais seguro, com maior precisão de passe, sempre de frente para o jogo. Fez boa parceria com Morita: completam-se bem no centro do relvado. Com o japonês tendo como missão central a distribuição de jogo e o internacional dinamarquês actuando sobretudo como médio de contenção. Ganhou a maioria dos duelos contra uma das equipas mais combativas do nosso campeonato. O segundo golo nasce de uma recuperação dele. Só foi pena aquele cartão amarelo tão desnecessário, por falta cometida aos 90'+7, no penúltimo minuto da partida.

 

Da nossa organização defensiva. Teve dois elencos, ambos resultaram. Primeiro com o habitual trio Diomande-Coates-Gonçalo Inácio: inabalável. Depois, com a saída de Coates aos 69', o jovem marfinense passou a central ao meio e St. Juste colocou-se à direita. Desempenho recompensado: a nossa baliza ficou incólume (Adán só fez uma defesa difícil, aos 83') no primeiro jogo desta Liga em que o Boavista permaneceu em branco. Temos de momento a segunda defesa menos batida do campeonato - sete golos, só mais um do que o FCP.

 

Da homenagem a Bas Dost ao minuto 28. Os adeptos leoninos, que compareceram em força no Bessa, prestaram um comovente tributo ao craque holandês neste momento da partida, em alusão ao número que ele usava no Sporting. Bas caiu, inanimado, num jogo da Liga holandesa disputado no domingo. Ainda hospitalizado, aguardando veredicto médico, já agradeceu os justos aplausos e o familiar cântico que lhe foram dedicados.

 

Da arbitragem de Nuno Almeida. Sereno e competente. Não atrapalhou, deixou jogar. Oxalá todos fossem assim.

 

De termos conquistado 25 pontos em 27 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 17 jornadas seguidas a marcar.

 

De termos cumprido outro jogo sem perder na Liga. Se somarmos as 14 rondas finais do campeonato anterior às nove decorridas deste, são já 23 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota na prova máxima do futebol português. Venham mais assim.

 

De ver o Sporting cada vez mais líder. Comandamos o campeonato. Mantemo-nos no topo há quatro rondas consecutivas. Somos a única equipa que ainda não sofreu qualquer derrota. Ampliámos a vantagem, estando agora ainda mais isolados no posto de comando. Beneficiando do empate do Benfica com o Casa Pia na Luz. Seguimos com mais três pontos do que os encarnados e a turma portuense, mais seis do que o V. Guimarães e já com mais oito do que o Braga. Para desgosto de uma minúscula falange de adeptos que anseia por desaires da equipa e tem como lema "quanto pior, melhor". Não acertam uma - nem sequer nisto.

 

 

Não gostei

 

De alguns golos desperdiçados. Desta vez a "fava" calhou a quatro: Gyökeres, estranhamente muito apagado, falhando emenda à boca da baliza (11'); Pedro Gonçalves, isolado por Edwards com um passe picado de excelente execução técnica (31'); Edwards, também só com o guarda-redes pela frente (53'); e Paulinho, incapaz de a meter lá dentro com Nuno Santos a servi-lo de bandeja (90'+2).

 

Do calafrio aos 77'. Quando o Boavista conseguiu introduzir a bola nas nossas redes. Os adeptos da casa festejaram, mas em vão. O golo acabou anulado pelo VAR: havia deslocação de 27 cm. 

 

De Trincão. Foi o último a entrar - só aos 86', substituindo Geny. Já com o Boavista acusando evidente desgaste fisico. Mesmo assim, falhou o drible nas duas vezes em que teve a bola nos pés. Atravessa um período de baixo rendimento já excessivamente prolongado.

 

Do péssimo estado do terreno. Chamar àquilo "relvado" é um insulto a qualquer relvado. Cada vez que alguém dava um pontapé na bola, saltava um tufo de ervas do lamaçal do Bessa.

 

Das tochas lançadas pelas claques. A Juve Leo e o Directivo XXI não têm emenda: obrigam o Sporting a pagar multas atrás de multas em todas as jornadas. Ontem forçaram a interrupção do Boavista-Sporting por vários minutos após arremessarem vários engenhos pirotécnicos... contra a nossa própria baliza, perturbando Adán. E contribuindo para lesar o nosso clube. São mesmo letais ao Sporting.

Rescaldo do jogo de ontem

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Gyökeres: melhor em campo no Sporting-Arouca e melhor jogador do campeonato português

Foto: Manuel de Almeida / Lusa

 

Gostei

 

Da vitória sofrida mas justíssima do Sporting. Derrotámos o Arouca por 2-1 em Alvalade. A mesma equipa que não conseguimos vencer nas duas voltas do último campeonato, a mesma equipa que já impôs um empate ao FC Porto no Dragão. Um triunfo alcançado em circunstâncias difíceis, pois jogámos só com dez desde o minuto 42.

 

De Gyökeres. Simplesmente o melhor futebolista do campeonato 2023/2024 - alguém duvida? À oitava jornada, segue com seis golos marcados (mais dois na Liga Europa). Foi ele a inaugurar ontem o marcador, aos 31', à ponta-de-lança. Mas também fez de extremo, à esquerda e à direita, durante o jogo todo - correu quase 11km neste Sporting-Arouca. Ajudou no processo defensivo: desarme espectacular aos 85'. E ainda fez expulsar um adversário aos 87'. Melhor em campo? Claro que sim.

 

De Edwards. Foi ele a criar o maior número de desequilíbrios enquanto esteve em campo. Exibição muito positiva, culminando na assistência para o golo inicial, com passe de ruptura milimétrico para o internacional sueco. Foi sacrificado, já não regressando ao relvado após o intervalo, porque Rúben Amorim precisava de dispor a equipa de outra forma após a expulsão de Diomande, mas merece nota muito positiva sem favor algum.

 

De Pedro Gonçalves. Desta vez não marcou, mas deu a marcar: foi ele a inventar o segundo golo, que nos valeu os três pontos, num belíssimo lance individual em que desbaratou metade da defesa arouquense. Contribuiu também para abrir espaços lá na frente e nunca descurou o trabalho colectivo, pressionando o portador da bola, condicionando a manobra de penetração dos adversários, pausando o jogo quando era necessário. Está a voltar à boa forma que lhe conhecemos de outros campeonatos.

 

De Morita. Muito útil como elemento de ligação entre o meio-campo e a linha ofensiva. Não perdeu um duelo individual: dotado de uma técnica muito acima da média, o internacional nipónico nunca dá descanso às equipas adversárias - voltou a acontecer esta noite frente ao Arouca. E deu enorme alegria aos adeptos quando marcou o golo decisivo, que fixou o resultado, aos 68'. Carregador de piano e virtuoso do violino em simultâneo.

 

De Geny. Voltou a entrar muito bem, pelo segundo desafio consecutivo. Desde o minuto 58 em campo, abanou o jogo, acelerou o ritmo no corredor direito e esteve quase a marcar o terceiro golo, num forte disparo em arco com o seu potente pé esquerdo que o guarda-redes Arruabarrenna impediu rubricando a defesa da noite.

 

Da homenagem a Laszlo Bölöni antes do jogo. O último treinador que nos deu a dobradinha, em 2002, estava visivelmente emocionado ao ver quase 37 mil espectadores nas bancadas a aplaudi-lo em pé. A gratidão é bonita na vida - e no futebol também. Foi bom rever em Alvalade o técnico romeno que nos deixou saudades.

 

De termos conquistado 22 pontos em 24 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Aliás estamos há 16 jornadas seguidas a marcar.

 

De termos cumprido outro jogo sem perder na Liga. Se somarmos as 14 rondas finais do campeonato anterior às oito decorridas deste, são já 22 desafios seguidos sem conhecermos o amargo sabor da derrota. Venham mais assim.

 

De ver o Sporting no topo do campeonato. Terceira jornada no comando da prova, segunda como líderes isolados. Tendo como meta reeditar a cavalgada heróica que nos conduziu ao título máximo do futebol português em 2021. Após esta quarta vitória consecutiva na Liga, seguimos com mais um ponto do que o Benfica (que tem 21) e mais três do que o FC Porto (que tem 19). Enquanto estes nossos adversários tiveram vitórias ainda mais suadas do que a nossa, ambas conseguidas mesmo ao cair do pano - o SLB venceu o Estoril por 1-0 com golo aos 90'+3, o FC Porto não conseguiu melhor do que uma vitória caseira contra o Portimonense, também por 1-0.

 

 

Não gostei

 

Da expulsão de Diomande. Viu o segundo amarelo - e consequente vermelho, sem possibilidade de intervenção do VAR - aos 42', por conduta "negligente" que só o árbitro António Nobre enxergou. Decisão errada deste apitador que tudo fez para ser a estrela da noite, distribuindo 13 cartões amarelos (que geraram dois vermelhos) com critério disciplinar mais do que duvidoso. Percebe-se cada vez melhor por que motivo as equipas de arbitragem portuguesas têm ficado fora das grandes competições internacionais. 

 

Da falha da nossa defesa no golo sofrido. Aos 52', Mújica movimentou-se inteiramente à vontade entre os centrais, Coates e Matheus Reis, já depois de o extremo esquerdo, Jason, ter centrado sem oposição. Um lance que nos impediu de chegar ao fim desta partida com folha limpa e manteve em dúvida o resultado durante os 16' seguintes, até a dupla Pedro Gonçalves-Morita construir o golo do triunfo. 

 

De Eduardo Quaresma. Teve a primeira oportunidade de actuar nesta época na equipa principal: o treinador deu-lhe ordem para entrar aos 58'. Esteve apenas meia hora em campo: perdeu vários duelos, foi permeável como lateral direito e viu um amarelo logo quatro minutos após ter entrado. Podia ter visto um segundo pouco depois, sobretudo atendendo ao critério disciplinar do árbitro. Já com o resultado em 2-1, Amorim trocou-o por Neto aos 88'. Oportunidade perdida para o jovem defesa formado em Alcochete. Falta saber quando haverá a próxima. Talvez não esteja para breve.

Rescaldo do jogo de ontem

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Gyökeres muito cumprimentado pelos companheiros: bisou a converter penáltis

Foto: Luís Forra / Lusa

 

Gostei

 

De ver o Sporting ultrapassar um adversário muito difícil. Saímos do estádio de São Luís com uma vitória suada (2-3) mas nem por isso menos saborosa: o Farense é sempre uma equipa muito complicada. Como bem sabe o Braga, que perdeu neste mesmo estádio por 3-1. Como bem sabe o FC Porto, que arrancou a ferros uma vitória tangencial ao onze algarvio no Dragão - com o golo decisivo marcado aos 90'+10. 

 

De Gyökeres. Soma e segue: mais dois golos no seu currículo. Leva agora seis de verde e branco - cinco na Liga - e ascende ao primeiro posto da nossa galeria de artilheiros. Foi ele o homem do jogo ao bisar de grande penalidade de modo irrepreensível. Primeiro aos 21', depois aos 90', sentenciando a partida e fixando o resultado. Mas não se limitou a marcar: foi um batalhador incansável. Sempre a disputar a bola mesmo policiado em permanência por dois defesas adversários.

 

De Pedro Gonçalves. Excelente notícia, ter voltado a afinar a pontaria: marcou um belo golo (o seu segundo da temporada) aos 35'. Um golaço, com remate rasteiro, forte e muito bem colocado na sequência de um canto. Confirmando que o Sporting, nesta época, tem elevado índice de aproveitamento dos chamados lances de "bola parada". Pormenor a salientar: nos dois penáltis, que em princípio deveria ter sido ele a bater, fez questão de oferecer a bola a Gyökeres, dividindo com ele o protagonismo neste jogo. Bonito gesto de companheirismo: merece ser enaltecido.

 

De Mattheus Oliveira. Não está aqui por engano, apesar de actuar pelo Farense: merece mesmo destaque. Fez a melhor partida desde que está em Portugal, marcando os dois golos da sua equipa (aos 36' e aos 55'), ambos na conversão de livres directos que Adán foi incapaz de travar. Dois estupendos remates que pareceram soar a vingança contra o Sporting, onde o médio ofensivo filho do antigo campeão mundial Bebeto esteve sob contrato mas quase não foi utilizado - só disputou quatro jogos na nossa equipa principal. Talvez não volte a fazer um jogo com o brilhantismo deste, em que esteve perto de marcar o terceiro, em lance corrido (grande defesa de Adán aos 81').

 

Da atmosfera no estádio. Bancadas cheias, apoio incessante às duas equipas do princípio ao fim. Quase tudo irrepreensível, excepto o arremesso de tochas e potes de fumo para o relvado no início do encontro. Pelos mesmos de sempre, que forçam o Sporting a pagar largos milhares de euros em multas impostas pela Liga: não têm emenda.

 

De termos conquistado 19 pontos em 21 possíveis. Mais nove do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. 

 

De termos cumprido outro jogo sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e aos desafios das seis jornadas iniciais deste campeonato, mais o da Liga Europa na Áustria, já levamos 22 sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais. 

 

De ver o Sporting a liderar isolado o campeonato. Tal como na época em que fomos campeões, assumindo o comando à jornada 7, seguimos em primeiro. Agora com mais um ponto do que o Benfica (que tem 18), mais três do que o FC Porto (que tem 16) e mais seis do que o Braga (que tem 13). Haverá quem não goste, mesmo entre alegados adeptos leoninos? É bem possível. Com toda a franqueza, já nada me admira.

 

 

Não gostei

 

Da lesão de Coates. O nosso capitão teve de passar a braçadeira a Adán logo aos 11'. Saiu com queixas musculares, cedendo o lugar no onze a Matheus Reis (Gonçalo ficou ao meio). Oxalá recupere depressa: precisamos dele.

 

De termos passado de 0-2 a 2-2. Mesmo a jogarmos só contra dez a partir do minuto 19, beneficiámos pouco ou nada dessa vantagem numérica. Pelo contrário, foi a partir daí que os leões de Faro se empolgaram ainda mais e partiram para cima de nós em rápidos lances ofensivos de que resultaram os dois golos. Valeu-nos o segundo penálti - muito duvidoso - que Luís Godinho assinalou por suposta falta sobre Edwards sem que o vídeo-árbitro Manuel Mota o tivesse contrariado. Sinceramente, não parece ter existido motivo para castigo máximo nesse lance. Mas foi graças a ele que trouxemos os três pontos de Faro.

 

De Morten. Partida para esquecer do internacional dinamarquês. Aos 36', fez uma falta indiscutível e totalmente desnecessária de que resultou o primeiro golo da turma algarvia. Amarelado, aos 42' voltou a fazer outra falta sem margem para dúvidas e também sem qualquer necessidade que em estrito rigor lhe deveria ter valido o segundo amarelo e consequente expulsão. Rúben Amorim deve ter sofrido um calafrio. De tal modo que trocou Morten por Paulinho ao intervalo. Percebeu que, com ele em campo, arriscaria passar a jogar só com dez.

 

De Daniel Bragança. Voltou a fazer a diferença, novamente para pior. Em campo desde os 83', substituindo Nuno Santos, foi incapaz de ser útil à equipa quando precisávamos de desfazer o empate e de trazer qualidade ao meio-campo leonino. Pelo contrário: logo no minuto seguinte viu o amarelo ao cometer uma falta sem qualquer nexo. Aos 90'+3, quando precisávamos de pausar o jogo e segurar a bola, precipitou-se entregando-a ao Farense lá na frente. Assim dificilmente será titular do Sporting. Absolutamente decepcionante.

 

De ter sofrido dois golos, mesmo em superioridade numérica. Ainda não foi desta que mantivemos as nossas redes invictas na condição de equipa visitante. É o próximo marco a conquistar.

Rescaldo do jogo de ontem

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Edwards felicitado pelos colegas após ter marcado o segundo - seu golo de estreia na temporada

Foto: José Sena Goulão / Lusa

 

Gostei

 

De vencer mais um jogo, desta vez contra o Rio Ave. Derrotámos a simpática equipa de Vila do Conde (2-0), com resultado construído ao intervalo em Alvalade. Pela quinta vez consecutiva: desde Setembro de 2019 que dominamos sempre este adversário. Foi o nosso sexto triunfo em sete desafios da temporada em curso. Continuamos invencíveis.

 

Da vitória sem sofrer golos. Mantivemos a nossa baliza inviolada: há três jogos seguidos que não permitimos às equipas adversárias fazerem o gosto ao pé em nossa casa. Mérito absoluto do trio de centrais composto por Coates, Gonçalo Inácio e Diomande.

 

Da primeira parte. Nível muito elevado: talvez os melhores 45' iniciais do Sporting até ao momento nesta Liga 2023/2024. Muita dinâmica, muito jogo colectivo, muita bola trocada ao primeiro toque. Equipa confiante. Jogadores concentrados, solidários. Contínua mobilidade do trio da frente. O rolo compressor leonino funcionou quase na perfeição neste período da partida.

 

De Edwards. Grande partida do inglês, a sua melhor até agora na temporada em curso. Rúben Amorim apostou nele como titular - e fez bem. O ex-Tottenham, acutilante e desequilibrador, participa na construção do primeiro golo e foi ele próprio a marcar o segundo, aos 26' - um golaço, fuzilando o guarda-redes de ângulo muito apertado após fazer um túnel ao defesa que tentava segurá-lo. Estreia a marcar em 2023/2024. O melhor em campo. 

 

De Morita. Pêndulo da equipa. Fôlego impressionante, controlo total do meio-campo em parceria quase perfeita com Morten. Assegura equilíbrios defensivos sem nunca tirar os olhos da baliza adversária. Foi assim que iniciou a construção do primeiro golo, em contra-ataque rápido, sendo ele também a fazer a assistência para Paulinho a meter lá dentro, logo aos 10'. Decisivo.

 

De Paulinho. Abriu o marcador, aos 10', encostando a bola após cruzamento perfeito de Morita. Já leva cinco marcados à sexta jornada - tantos como os que assinou em todo o campeonato anterior. Que diferença.

 

De Nuno Santos. Outra grande partida do nosso ala esquerdo, cada vez mais criativo e acutilante. Quase marcou aos 14' e aos 56' - de trivela, neste último lance. Nunca vira a cara à luta. Incorpora como poucos o espírito leonino. Anda a fazer tudo para ser chamado à selecção.

 

De rever Ugarte em Alvalade. Desta vez só na tribuna, assistindo ao jogo - entre os 34.355 que compareceram no estádio. Mas é um sinal inequívoco da excelente atmosfera no balneário do Sporting sob o comando técnico de Amorim. Sente saudades, deixou saudades.

 

De termos conquistado 16 pontos em 18 possíveis. Mais seis do que na mesma fase do campeonato anterior. Eficácia sem margem para dúvida. Marcámos até agora em todos os jogos. Estamos no topo da Liga, à sexta jornada.

 

De termos cumprido outro jogo sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e aos desafios das cinco jornadas iniciais deste campeonato, mais o da Liga Europa na Áustria, já levamos 21 sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais. 

 

De ver o Sporting no comando da Liga. Seguimos com os mesmos pontos do que o FC Porto, mas com melhor relação entre os golos marcados e sofridos (12-4 nós, 10-5 eles). A fazer lembrar a nossa dinâmica vitoriosa que nos levou à conquista do título em 2021.

 

 

Não gostei

 

Da ausência de Gyökeres. Após seis jogos a titular, o internacional sueco desta vez ficou de fora. Ainda com queixas musculares originadas no lance do golo que marcou na Liga Europa. O treinador, por precaução, manteve-o no banco de suplentes. Fez bem. De caminho, demonstrou que a equipa não treme sem aquele que tem sido o mais influente dos nossos jogadores.

 

Da lesão de Diomande. O jovem internacional marfinense viu-se forçado a abandonar o relvado com problemas de mobilidade, felizmente mesmo à beira do fim do jogo (90'+2, substituído por Neto). Oxalá não seja nada de grave.

 

Dos desperdícios de Pedro Gonçalves. Foi batalhador, abriu espaços, trabalhou para a equipa, pôs em prática o chamado "jogo invisível". Só pecou na finalização, ao contrário daquilo a que habituou os adeptos. Aos 30', atirou à barra. Isolado por Edwards, falhou por pouco aos 33'. Aos 45'+4 voltou a ser perdulário, rematando por cima (novamente servido pelo inglês). Rasou a trave aos 60'. Queria muito marcar, não conseguiu. Esforço inglório.

 

De Trincão. Outra exibição falhada: ainda não acertou uma na época actual. Substituiu Edwards aos 67', mostrando os defeitos do costume: perde-se em fintas inconsequentes, sem a noção do jogo colectivo, dá sempre um toque a mais na bola, é desarmado com excessiva facilidade, torna-se inofensivo. Até chegou a ouvir assobios num desses lances, aos 86': não havia necessidade.

 

Do golo anulado a Costinha, do Rio Ave. Por 6 centímetros, aos 49' - assim decidiu o vídeo-árbitro Nuno Almeida. Sejamos prejudicados ou beneficiados, direi sempre isto: é ridículo inutilizarem golos por uma distância equivalente ao do tamanho médio de um caracol. São decisões que lesam esta modalidade desportiva que tanto nos apaixona.

Rescaldo do jogo de ontem

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Confirma-se: Viktor Gyökeres e Morten são dois grandes reforços deste Sporting 2023/2024

Foto: Rodrigo Antunes /EPA

 

Gostei

 

Da vitória clara, indiscutível e com todo o mérito do Sporting. Contra o Moreirense, em Alvalade, fizemos melhor do que nos três jogos anteriores a receber a mesma equipa. Ao contrário desses triunfos sempre por margem mínima, desta vez vencemos por 3-0. Com todos os golos feitos na segunda parte.

 

De Gyökeres. Trabalha, disputa a bola, não dá um lance por perdido. Tem impressionante robustez e uma capacidade técnica invulgar. Grande reforço do Sporting para esta temporada, o ponta-de-lança que veio do Championship fez o nosso segundo golo desta noite, de cabeça, correspondendo da melhor maneira a um cruzamento de Nuno Santos. Foi aos 61': aí ficou evidente que a vitória seria mesmo nossa. Já tinha ajudado a construir o primeiro golo. Mas nem assim o internacional sueco abrandou a marcha: continuou a lutar até ao fim, inconformado, em pressão constante sobre a defesa visitante. Correu quase 11 km nesta partida. Muito importante: sacou três amarelos (um deles convertido em vermelho) aos adversários. Melhor em campo.

 

De Diomande. Outra excelente contratação. Vai melhorando de jogo para jogo. Dando segurança ao nosso bloco defensivo, fazendo circular a bola com qualidade. E ainda foi à frente, no último lance do desafio, marcar o nosso terceiro golo, de cabeça, na sequência de um canto (90'+6). Merecido golo, coroando óptima exibição. O seu primeiro nesta temporada.

 

De Morita. Um dos motores do onze leonino, patrão do meio-campo. Fez duas posições, primeiro como médio de construção e a partir dos 82' como médio defensivo. Sempre com inegável competência. Quase marcou por duas vezes (14' e 42'). Ganhou numerosos duelos. Titular absoluto, é um elemento-chave da nossa equipa.

 

De Nuno Santos. Após um par de jogos algo apagado, voltou a estar em foco. Qualidade irrepreensível nos centros para a área: saíram dos pés dele, sem sombra de dúvida, os melhores lances cruzados do desafio - aos 31', 48' e 65'. Sem esquecer, claro, aquele em que assiste Gyökeres no nosso segundo golo recuperando in extremis uma bola junto à linha de fundo. Além de ter feito um disparo fortíssimo que só não entrou devido a intervenção aparatosa do guarda-redes Kewin Silva (42')  Merecida ovação quando foi substituído, aos 75'. Tem de ser chamado à selecção nacional.

 

De Morten a revelar-se como artilheiro. Foi ele a abrir o marcador, aos 55'. Com um disparo rasteiro, colocadíssimo, aproveitando da melhor maneira uma bola ganha por Gyökeres, estreou-se como goleador do Sporting dias após se ter estreado como internacional pela Dinamarca. Confirma-se: é um grande reforço. Muito atento e concentrado, recuperou várias bolas, impedindo investidas do Moreirense.

 

Da qualidade do jogo. Sem dúvida a melhor exibição leonina nesta temporada 2023/2024 perante um Moreirense que deu boa réplica durante a meia hora inicial. Futebol de ataque, pressionante, fazendo correr a bola. Vinte remates nossos à baliza, nove dos quais enquadrados - e ainda três bolas aos ferros, por Morten (29'), Morita (42') e Paulinho (79').

 

De não termos sofrido golos. Pormenor que merece ser sublinhado, tal como o facto de este ter sido o primeiro jogo que vencemos na Liga em curso por mais de um golo de diferença. O caminho faz-se caminhando.

 

Do apoio incessante à equipa. Grande ambiente nas bancadas, com cânticos e ovações e palavras de incentivo aos profissionais leoninos. Isto sim, é o chamado "12.º jogador". Apesar de ser segunda-feira, de o jogo ter começado já depois das 20.30 e de a noite estar chuvosa, havia 36.813 espectadores em Alvalade.

 

De seguirmos no comando do campeonato. Em 15 pontos possíveis nestas cinco primeiras jornadas, conquistámos 13. Estamos lá em cima, com pontuação igual à dos portistas mas melhor relação entre golos marcados e sofridos. Com o Benfica atrás e o Braga a perder terreno. 

 

De termos cumprido 19 jogos seguidos sem perder. Se somarmos o de ontem às 14 rondas finais da Liga 2022/2023 e aos desafios das quatro jornadas iniciais deste campeonato, já levamos quase duas dezenas de jogos sem conhecer o mau sabor da derrota em partidas oficiais. 

 

 

Não gostei

 

De chegar ao intervalo com empate a zero. Domínio claro do Sporting, com quatro grandes oportunidades goradas pelo guarda-redes ou pelos ferros da baliza. Morita (duas vezes), Morten e Nuno Santos estiveram muito à beira de marcar neste período.

 

Do golo anulado a Esgaio aos 31'. Emendou muito bem um remate cruzado de Morita, encaminhando-o para o fundo das redes. Mas viria a ser anulado por ridículos 5 cm, segundo as linhas virtuais. É tempo de pôr fim a alegadas "deslocações" do tamanho de meio dedo: não faz qualquer sentido e ajuda a liquidar o futebol como espectáculo.

 

De Edwards. Foi o elemento mais apagado do Sporting neste jogo. Rúben Amorim voltou a apostar nele como titular, deixando desta vez Paulinho fora do onze, mas o inglês não aproveitou a oportunidade. Continua a mostrar-se desligado da equipa: falta-lhe intensidade, capacidade de pressão e poder de choque. Saiu aos 75', deixando novamente a sensação de que é capaz de fazer muito mais do que mostrou.

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