Empolgante para uns, desesperante para outros, é dificil ficar-se indiferente a Maurício Pinilla. Uma coisa me parece certa: o chileno é um dos muitos jogadores que deixa a ideia de que podia ter alcançado mais.
Atualmente com 32 anos, aproxima-se do final de uma carreira, que à excepção de uma Copa América acaba por ser algo modesta. Mas no início desta prometeu muito, com golos como o segundo do Sporting, na vitória sobre os holandeses do AZ Alkmaar, no jogo da 1ª mão das meias-finais da Liga Europa, na época 2004/2005 (ver 00:35).
Numa eliminatória que fica na história, num ano que a equipa treinada por José Peseiro presenteou todos com o que Ruud Gullitt apelidou de "sexy football", apesar do desfecho, houve muitos bons momentos. Aqui fica um deles. Para lembrar sempre.
Mauricio Pinilla fez 32 anos no mês passado. É um avançado chileno, cheio de tatuagens e ginga, que tem uma carreira modesta passada em Itália (Atalanta, Cagliari, Génova, Palermo, Grosseto, Chievo e Inter); Espanha (Celta e Racing); Escócia (Hearts); Chipre (Apollon) e, claro, Chile (Universidad do Chile, por duas vezes). O seu maior feito foi ter vencido a Copa América em 2015. O seu segundo maior feito foi quase ter eliminado o Brasil do “seu” Mundial, atirando uma bola à barra de Júlio César.
Quando tinha 20 anos e só tinha marcado dois golos na Europa, chegou a Alvalade. Corria o ano de 2004 e o jovem chileno pôs-se ao dispor do Mister Peseiro, envergando a camisa 87. No ataque, tinha a concorrência de Niculae, Sá Pinto, Douala, Danny (iria para a Rússia a meio da época), Liedson, Saleiro e Mota. Não vingou, tendo ficado apenas tempo suficiente para marcar 7 golos em 28 partidas. Lembro-me bem de ter marcado ao AZ (Co Adriaanse ficou lixado) e de ter feito um hat-trick ao Braga.
Mas o golo que aqui destaco foi marcado ao Moreirense. Numa noite fria de novembro, fez o 1-0. Carlos Martins, Hugo Viana e Liedson fariam os outros três da equipa da casa e Afonso Martins (sete anos de leão ao peito) reduziu. Aos 8 minutos de jogo o chileno recebe com o peito e mesmo parecendo atrapalhado, vira-se, deixa dois defesas para trás e quando tem já quatro homens à sua volta, remata para um golão. Indefensável para angolano João Ricardo. Pini, Pini, Pinigol!
Braga, 0 vs. Sporting, 3; a primeira derrota do Braga de Jesualdo Ferreira no campeonato com um dos grandes (empatara duas vezes com o Benfica, uma com o Porto, outra com o Sporting e fora vencer ao Dragão).
Maurício Pinilla, internacional chileno, com 21 anos, demora 21 minutos a marcar três golos que contribuiriam para os 63 que o Sporting de Peseiro somava nessa jornada 31 (o Benfica de Trap tinha 49, o Porto de Couceiro 35).
Voltemos então ao dia 30 de Abril, o jogo com o Estoril no Algarve tinha sido na jornada anterior, nessa noite o Benfica recebia na Luz o Belenenses, o verdadeiro Belenenses. A equipa de Belém domina o jogo mas perde da forma habitual naquelas paragens. O grande herói benfiquista nesse dia chama-se Mário Mendes (o árbitro) assinala mal um penalty a 20 minutos do fim, marcado por Simão e no último minuto do jogo sonega ao clube da cruz de Cristo a oportunidade de empatar, Ricardo Rocha, defesa do Benfica atropela o rápido Lourenço (mais um da nossa formação) mas Mário Mendes que antes vira o que não aconteceu desta vez não consegue ver o acontecido. "Colinho" ontem, "colinho" hoje... há coisas no futebol português que não mudam.
O jogo acaba; Mário Mendes 1; Belenenses verdadeiro 0.
Aquilo que peço para domingo é que os nossos "Pinillas" sejam mais fortes, melhores e mais competentes que os "Mários Mendes" deles... que seja um grande jogo de futebol e que o Sporting vença.
{ Blogue fundado em 2012. }
Siga o blog por e-mail
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.