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És a nossa Fé!

Guerra contra a liberdade de expressão

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Varandas: «Durante anos ouvi um discurso divisionista, discriminatório e xenófobo»

 

Como já escreveu o Filipe Moura, é um absurdo querer responsabilizar o Sporting pelas opiniões pessoais que qualquer comentador possa exprimir na Sporting TV. Em espaços de comentário, diferentes das rubricas noticiosas, essas opiniões só vinculam quem as exprime - nem os responsáveis editoriais da estação e muito menos a direcção do clube ou a administração da SAD. Não pode haver outra interpretação num país onde a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa estão protegidas pela Constituição da República.

Tentar vislumbrar relação de causa-efeito entre o que Carlos Xavier afirmou sobre Taremi e o Sporting é uma anomalia, possível num regime ditatorial (como o do Irão, onde vigora uma brutal tirania) mas totalmente fora de propósito num quadro democrático. Como se as opiniões tivessem tutela. Como se não houvesse distinções entre um profissional do futebol no activo ou um dirigente clubístico e um comentador televisivo no uso integral da sua liberdade de expressão - que é um direito mas também lhe impõe deveres de urbanidade e cidadania, no pleno respeito pelas normas legais. 

O anúncio de um processo disciplinar ao Sporting, com menção ao artigo 113.º do Regulamento Disciplinar da Liga «relativo a processos discriminatórios», é uma entorse que até um jurista de vão de escada está habilitado a contestar com êxito. Numa competição desportiva sujeita às regras da equidade não pode valer de tudo invocando a despropósito leis e regulamentos que neste caso só beneficiam os rivais directos do nosso clube.

 

Frederico Varandas esteve ontem muito bem ao recordar: «Durante anos ouvi pessoas tratarem as pessoas de Lisboa como mouros, um discurso divisionista, discriminatório e xenófobo, alimentando a divisão.» Na altura, os responsáveis federativos, da Liga e do Conselho de Disciplina nem pestanejaram. Muito menos entidades que parecem entrar agora neste filme, aos gritos, como se estivesse em causa algum delito de lesa-majestade. Incluindo - confesso que pasmei - a Amnistia Internacional. Só faltou convocarem de emergência o Conselho de Segurança da ONU.

Se o FC Porto pretende superar o Sporting, que o vença em campo. Nunca à boleia de um regulamento que no limite pode condenar o nosso clube a disputar cinco jogos à porta fechada como punição pela opinião de um comentador.

Algo nunca visto no futebol português, tão fértil em aberrações. 

 

Tudo isto dá razão ao que Mike Hume escrevia em 2015 a propósito das fortíssimas restrições à liberdade nas sociedades contemporâneas em geral e no desporto em particular. «A cruzada para domar o monstro do futebol e transformá-lo num gatinho que joga à bola tem ganhado força nas últimas épocas. (...) Como noutras vertentes da guerra contra a liberdade de expressão, as movimentações vão além da lei. Há também uma vaga de censura e reprovações informais em todo o futebol inglês, apoiada pela federação, pelos clubes, por grupos de interesse e até pelos adeptos.» Palavras deste jornalista britânico num livro excelente, que muito recomendo: Direito a Ofender (Tinta da China, 2016, tradução de Rita Almeida Simões).

Quem imagina não haver relação entre uma coisa e outra, está profundamente equivocado.

"Quem é este mouro para chamar muçulmano ao Taremi, carago?"

Que fique claro: as declarações do Carlos Xavier são lamentáveis. Mas só o Carlos Xavier (que, felizmente, já se retratou por elas) deve ser por elas responsabilizado. O Carlos Xavier é um grande sportinguista, mas não é dirigente do Sporting. Querer responsabilizar o Sporting por isso é ridículo. Há dez anos um célebre deputado e candidato autárquico, ferrenho portista, chamou "magrebinos" aos adeptos de Benfica e Sporting. Onde estava o CD da FPF? E muito bem esteve o presidente Frederico Varandas a falar sobre o caso.

Delito de opinião

Os meus pais deram-me uma educação esmerada, na medida das suas parcas possibilidades.

Ensinaram-me que nunca se deve responder a uma ofensa com outra, que no preciso momento em que o fazemos, perdemos toda a razão.

Por isso mesmo e porque isto é um blogue de sportinguistas com visões diferentes da política e do Mundo, limitar-me-ei a informar que o comunista deste dislate sou eu, para que outros não se sintam visados ou melindrados.

Se querem saber se sou putinista ou não (não sou de todo, nunca fui, nunca serei), tenho uma página no FB que revela em várias publicações o que penso sobre o personagem.

Para quem desconheça, o autor da coisa atrás referida escreve num blog, que sigo com interesse, chamado "Delito de Opinião". Curioso, direi eu.

E como quem não deve não teme e como quem faz da minha vida o que quer sou eu, por aqui me manterei, com a convivência com opiniões díspares e não querendo impingir a minha a ninguém. Respeito, na mesma medida em que quero ser respeitado.

Ah! E para que não restem dúvidas, contra a guerra, esta e todas as guerras.

 

Nota: Não é minha intenção alterar a linha editorial do blogue, por isso peço que compreendam que alguns comentários que não sejam no meu entender publicáveis, o não sejam. Não o entendam como censura, p.f. ficam para mim, apenas.

 

Inteiramente de acordo

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«Sou completamente contra notícias e programas que parasitam à volta de possíveis vendas ou possíveis transferências. Isso não acrescenta nada ao futebol. Uma coisa é algum elemento de alguma equipa ou de alguma estrutura vir demonstrar o interesse num jogador, outra coisa é "informação daqui, informação dacolá". Sou completamente contra isso.»

 

Sofia Oliveira, no canal 11 (7 de Janeiro)

Especialista em fracasso

Em artigo publicado no blogue Leonino, o antigo candidato à presidência do Sporting Fernando Tavares Pereira anuncia a criação de mais um grupo «com vista à união de todos os sportinguistas».

Anotei a novidade. Era mesmo o que nos estava a faltar: outra capelinha verde e branca. Ainda só havia mil setecentas e vinte e cinco. Todas prometendo unir o Clube.

 

Neste artigo, talvez por falta de melhor assunto, o plumitivo de Tábua entoa um lamento nada original: «Em 40 anos, apenas TRÊS campeonatos.»

Assim mesmo, sublinhando até o numeral com maiúsculas.

Subentende-se: com ele à frente, o clube estaria provavemente em melhores condições de conquistar o título de campeão nacional que nos foge desde a época 2001/2002. 

 

Fui recordar, portanto, a percentagem obtida por Tavares Pereira na eleição de há dois anos: 0,88%, correspondendo a 197 votantes. Mais sócios votaram em branco do que nele. 

Não restam dúvidas: haverá poucos tão qualificados como este ex-candidato presidencial para se pronunciarem sobre os fracassos do Sporting. Venha o tal grupo para debater isto.

Sporting Clube de Vichy

Texto de Joaquim Vicêncio e Paulo Correia

Quando há praticamente oito décadas foi assinado o fatídico armistício, depois da invasão da França pela Alemanha nazi, que terminou com uma parada militar em plenos Campos Elíseos, o acordo previa a criação no sul de França daquilo a que se chamou de “Estado Fantoche”. Este tinha sede em Vichy, e era liderado pelo General Pétain. Estávamos perante uma novidade estrutural. Transpondo para o plano da vida interna do nosso clube, desafiamos o leitor a fazer uso da expressão para criar uma analogia com o futebol português e o estado em que se encontra o Sporting Clube de Vichy... perdoem-nos, o Sporting Clube de Portugal.

No primeiro caso, organizado através de afinidades da mais variada índole, este é constituído por estruturas que, por norma, dizem-se independentes, mas que assumem posições que as vinculam a interesses tantas vezes a raiar a opacidade. Tal seria já de si deprimente, não fosse o caso de estarmos perante uma novidade: a inclusão do Sporting Clube de Portugal no lote de clubes cuja estratégia e pensamento para o futebol português é acéfala. Pior, rege-se pelo ondular entre as boas relações que os seus dirigentes, para infelicidade de quem pugna por um clube com uma reputação acima de qualquer dúvida, pretendem reatar ou fortalecer com quem tem levado os níveis éticos da modalidade para um grau catastrófico.

As últimas semanas trouxeram à liça mais uma demonstração da total dependência do Sporting Clube de Portugal face a interesses terceiros, e que em nada dignificam a modalidade. A disputa de poder, mais uma, no interior da Liga Portugal mereceria uma reação forte. Colocar o dedo na ferida, um bater de punho na mesa. Mas os punhos de renda de quem governa um clube com 114 anos e mais de 3 milhões de adeptos não lhes permite, como sabemos há muito tempo, sequer o esforço mental de tentar abandonar a órbita de mais um dos muitos coveiros do futebol português.

Apenas a última de tantas e tantas demonstrações de falta de alma e sentimento verde-e-branco! Basicamente, estamos a assumir a nossa posição de clube fantoche.

Triste clube que se permite, mais uma vez, ter à frente dos seus destinos quem não se preocupa em encontrar soluções que visem ultrapassar as dificuldades (conjunturais ou não), antes preferindo comunicar, constantemente, em canais amigos (?) os dramas da pesada herança. E, não vá alguém ter dúvidas do destino previamente definido, aqui e ali, cada vez mais desprovidos de falta de pudor, surgem os arautos da venda da SAD. Até já se discorre sobre exemplos tão extraordinários como o Wolverhampton (oh! Ironia) para justificar tamanho desiderato. Não se preocupem, caros amigos, a memória não é curta, também conhecemos o destino do Málaga, do Rangers ou do Parma. E nem precisamos de ir muito longe, por certo que Beira Mar, ou Belenenses, vos diz algo.

Triste sina de viver em constante convulsão interna, o famoso dividir para reinar. Os exemplos são tantos que nem um encarte especial do jornal do clube teria espaço suficiente para enumerá-los. Mas deixamos uns poucos à consideração do caro leitor, desde as claques como origem de todo o mal, aos adeptos a quem se exige que retirem o calçado antes de entrar no estádio, sem esquecer o desplante de considerar o Sporting Clube de Portugal um simples ponto de passagem para um grande da Europa; o Valência, talvez, eventualmente o Mónaco ou, hélas, o tão famoso Wolverhampton.

Temos no nosso seio demasiados interesses. Interesses que fogem ao critério de quem sofre, vibra e sonha com muito mais para um clube que, ainda que em constante confronto autofágico, tem todas as condições para se assumir como a verdadeira potência desportiva. Tal como acontece até nos Estados Fantoche, as populações inevitavelmente têm um assomo de dignidade e vontade de serem livres, acreditamos que, um dia, ousaremos lutar juntos pelo Sporting Clube de Portugal.

O que eles dizem

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«O Ministério Público pediu a absolvição de Bruno de Carvalho neste tristíssimo e dramático caso - o mais vergonhoso da história do Sporting Clube de Portugal - mas ele ainda não foi absolvido. Mas os brunistas mais empedernidos - aqueles que ainda existem, e são alguns - fizeram já disto uma razão suficiente para se acharem no direito de exigir o regresso dele não apenas à condição de sócio do Sporting, da qual foi expulso, mas também à reocupação do lugar do qual foi destituído. Os brunistas sabem o que estão a fazer: é mais um embuste, mais uma batotice, mais uma vigarice. Inflamam as massas com mais uma cortina de fumo para enganar toda a gente.

A expulsão de sócio e a destituição de Bruno de Carvalho não teve nada a ver com Alcochete. Rigorosamente nada. Ele até podia ter estado à porta de Alcochete a defender a honra do clube e a integridade física dos jogadores e dos técnicos que foram agredidos por aquela gentinha. Ele foi destituído e expulso por tentar impedir a realização da assembleia geral de 23 de Junho e pela violação da suspensão preventiva a que estava sujeito; pela usurpação de funções e pela tentativa de bloqueio das contas do Sporting;  pela criação de órgãos fantasmas completamente à revelia dos estatutos do clube; e pelo uso indevido de meios do clube.»

António Macedo, Sport TV+, 13 de Março

 

 

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«Espero que perante este comportamento do Ministério Público que, provavelmente, conduzirá à sentença de absolvição do ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, se não confunda a responsabilidade criminal com justa causa e responsabilidade disciplinar.

Os sócios do Sporting Clube de Portugal reunidos em assembleia geral fizeram justiça ao deliberarem a sua destituição com justa causa e a confirmação da pena de expulsão aplicada - deliberações com as quais [Bruno de Carvalho] se conformou. Não há que misturar absolvição de um crime público com destituição, ou expulsão e readmissão, no seio de uma associação privada. 

Uma coisa são os factos criminosos praticados em Alcochete; outra coisa são os desvarios e as infracções disciplinares praticadas em Alvalade. Aqueles foram testemunhados por menos de uma centena de pessoas; a estes assistiram milhões, estupefactos e incrédulos.»

Dias Ferreira, A Bola, 14 de Março

O que eles dizem (actualizado)

 

Alexandre Pais:

«O líder leonino foi à concorrência buscar um técnico - com potencial, é certo, mas por enquanto um epifenómeno - com o objectivo de dar um salto para a frente quando em frente está o abismo. Repete, aliás, a estratégia que levara à contratação de Silas: salvar a face, se tudo corresse bem. Como não correu, o dr. Varandas tirou da cartola um novo coelho que confessou, nas suas barbas, nunca ter pensado que alguém desse 10 milhões por ele... Por vezes, a frontalidade mata. Existe agora uma diferença: se Amorim falhar, não depois mas já neste horrível final de temporada, não haverá mais rede que suporte a loucura à solta que varre Alvalade. E aos dois mil que ontem reclamaram a demissão da gestão do manicómio, muitos outros se juntarão.»

 

Dias Ferreira:

«A rulote do Dr. Zenha tem uma especialidade que a torna inédita, face às congéneres: não tem janelas, mas… varandas! (...) Não tinham dinheiro, mas mandaram às malvas José Peseiro, com todas as consequências financeiras e não só. Depois a prata da casa, Tiago Fernandes, e adquiriram um treinador de marca branca, Marcel Kaizer. E depois Leonel Pontes, Silas e Rúben Amorim, este por dez milhões, mais juros e encargos.»

 

Jesualdo Ferreira:

«É impressionante a facilidade com que o Sporting muda de treinador. Rúben Amorim é o quarto na época. Foi Silas quem acabou por anunciar que se ia embora e também o nome do substituto, o que também não é uma situação normal ou pelo menos não é habitual. De todo o modo, Silas foi de uma grande dignidade na hora da saída e tenho a certeza que a sua seriedade e o seu profissionalismo não foram afectados. Falhou nos objectivos, mas é muito fácil falhar no Sporting.» 

 

Luís Figo:

«Na minha opinião, é uma loucura pagar esse valor por um treinador, mas é uma decisão de quem gere o clube e, certamente, tem mais informação do que eu para poder falar sobre a parte financeira. (...) A troca de treinadores é sempre uma decisão de gestão das pessoas competentes para tomarem esse tipo de decisões. Significa que os resultados desportivos não são os melhores ou aqueles que o clube pretende. Em relação ao Sporting, ter quatro treinadores numa época não é normal, ainda mais pela situação financeira do Sporting. E, para Portugal, ter de gastar uma quantia como aquela que foi gasta no novo treinador é uma aposta importante.»

 

Manuel José:

«Ele [Frederico Varandas] é médico mas deve ser Dr. Jekyll and Mr. Hyde de vez em quando. (...) Vão sair os dois de mão dada [de Alvalade], quase de certeza. Espero enganar-me. Tenho o maior respeito pelo Sporting, pelo Rúben Amorim. (...) É evidente que um treinador que tem um passado ligado ao Benfica como jogador de oito ou nove anos... ali não há perdão. Só se ganhar e este ano não vai ganhar. A mim chamavam-me o melancia quando cheguei. Mas depois calaram-se. Era verde por fora e vermelho por dentro. Ali não há perdão.»

  

Manuel Queiroz:

«É óbvio que Frederico Varandas fez de Rúben Amorim a sua bala de prata - ou o novo treinador resolve tudo, ou cai o presidente daqui a uns meses. E de outro ponto de vista não foi bonito - pegar em tantos milhões (que não tinha) e ir buscar o treinador da equipa que está imediatamente à frente não é o máximo da ética de que Varandas tem falado. (...) Não conheço ninguém que não diga maravilhas de Rúben e fez algo extraordinário no Braga, um grande (quase) início de carreira. Mas ainda lhe falta muito para ser treinador, se me permitem. Pelo menos, o nível e o tempo...»

 

Paulo Andrade:

«Recuso acreditar que o Sporting tenha dado dez milhões de euros por um treinador que há seis meses era estagiário num clube de terceiro nível. Esta situação que se viveu, neste ano, de termos mais-valias no primeiro semestre de 37 milhões mais a venda de Bruno Fernandes deu uma capacidade de tesouraria muito forte ao Sporting, mas não é para ser desbaratada e é evidente que o Sporting gasta com o Rúben Amorim uma parte da mais-valia que conseguiu com o Bruno Fernandes. Um acto de gestão destes, para mim, é inqualificável.»

 

Rogério Casanova:

«Pagar dez milhões por um treinador com 13 jogos, e que há um mês e meio teria custado zero milhões, não é, evidentemente, uma "decisão" de quem se acha competente para executar um "projecto", mas o gesto de quem já percebeu que não vai convencer o mundo da sua competência e a quem só resta convencer o mundo do seu génio. Vasculhando o repositório de instintos que repousam em câmara-ardente no interior da sua cabeça, encontrou aquilo que achou mais semelhante a um golpe de asa: pagar dez milhões de euros ao Braga por Rúben Amorim.»

 

Rui Calafate:

«Em 16 meses não são seis treinadores, é falta de rumo, estratégia de ziguezagues sem sentido, perda de coerência, desconhecimento da história do clube, desunião com adeptos. Gerir um clube com a grandeza do Sporting não é uma brincadeira de meninos mimados nem de licenciados em Football Manager. (...) Todos perceberam que esta contratação não é audaz, é apenas a demonstração cabal da insanidade e desespero de um presidente autista que deu mais um passo para o abismo.»

 

Samuel Almeida:

«O que distingue a contratação de Rúben Amorim de Keizer ou Silas? Nada, excepto o pequeno pormenor que o primeiro implica um investimento de cerca de 20 milhões de euros pela SAD leonina (10 milhões mais IVA e cerca de 7 milhões de salários até 2023). São todos jovens, sem currículo,  sem habilitações e todos apostariam na formação e são os homens certos para levar adiante o projecto para o futebol sportinguista. O problema é que já toda a gente percebeu que não existe qualquer projecto desportivo. (...) Esta administração já desbaratou, até ao momento, cerca de 67 milhões de euros em aquisições, dos quais 52 milhões em aquisições mais os 12 milhões de Rúben e cerca de 3 milhões em indemnizações a treinadores.»

 

Sérgio Abrantes Mendes:

«Este silêncio ensurdecedor dos responsáveis leoninos, motivado ou não por estratégias de gosto duvidoso, poucos ou nenhuns resultados tem produzido. Daí que o anúncio do novo treinador Rúben Amorim pela boca de Silas - trata-se, estou certo, de uma nova política comunicacional que a CMVM não entendeu capazmente - a par dos valores envolvidos na contratação de um treinador que ainda não é detentor do nível IV exigido. (...) É também uma realidade o facto de ser cada vez maior o número de sócios que não vê capacidade de liderança e gestão nos actuais responsáveis leoninos.»

 

Tiago Fernandes:

«Silas tinha condições para ficar até ao final da época. Já era uma época perdida. A 11 jornadas do final poderiam programar a próxima com mais tranquilidade e não de uma forma tão precipitada. (..) Se o Sporting não conseguiu ser campeão com Leonardo Jardim, Marco Silva e Jorge Jesus, o problema não é o treinador. O Sporting tem de contratar mais jogadores com nível para vestir aquela camisola.»

O Benfica bateu no fundo...

"Só alguém muito distraído ou muito tonto é que pode reduzir a Operação e-toupeira a um pequeno caso de um funcionário judicial fanático do Benfica, que, a troco de uns bilhetes para si e para os amigos, passava informações inócuas sobre processos envolvendo o clube. Convém que não nos façam passar por parvos. As suspeitas que recaem sobre o Benfica e sobre o próprio Luís Filipe Vieira são de uma gravidade extrema. Altos dirigentes daquela que é a maior e mais popular instituição do país terão decidido infiltrar-se no sistema judicial, recorrendo a funcionários de tribunais e a peritos informáticos, de forma a recolher informação em segredo de justiça e conhecer o conteúdo de processos, antever buscas e até mesmo formar funcionários do clube sobre como receber a polícia, e envolvendo pelo caminho grandes sociedades de advogados. Se isto não é uma coisa séria, então não sei o que uma coisa séria possa ser.

Quem faz isto, faz quase tudo. Uma coisa são as famosas fugas ao segredo de justiça que acabam em notícia de jornal, e que incomodam tanta gente neste país que para as criticar há sempre uma longa fila de advogados que alternam nas televisões a bater no Ministério Público. Outra coisa é a fuga ao segredo de justiça que agora está em causa, cuja gravidade é infinitamente superior a qualquer capa do Correio da Manhã, mesmo que motive menos indignação por parte dos tais advogados – este é o tipo de fuga que afunda processos, alerta investigados e conspira na sombra a favor dos poderosos.

Aquilo a que temos assistido é verdadeiramente assustador. Quando juntamos operações como a Fizz, a Lex e agora a e-toupeira, em que estão envolvidos procuradores do Ministério Público e até mesmo juízes, somos obrigados a concluir que uma parte significativa do sistema judicial parece ter estado (ainda está?) à venda pelo melhor preço. O preço feito ao Benfica, pelos vistos, era particularmente baixo, aproveitando a malfadada paixão clubística – mas isso de forma alguma torna aquilo que aconteceu mais aceitável.

Aos benfiquistas mais fervorosos, que nas caixas de comentários irão desconversar com os pagamentos do Porto ao Estoril, devo recordar isto: o Benfica é dirigido por um presidente que já foi sócio do FC Porto; o CEO do grupo Benfica, Domingos Soares de Oliveira, é regularmente acusado de ser do Sporting; o agora tão popular Paulo Gonçalves passou pelo Porto e pelo Boavista; Luís Bernardo, director de comunicação do Benfica, estava há três anos a dirigir a comunicação do Sporting (através da sua empresa WL Partners). E eu acho tudo isto muito bem: uma empresa como o Benfica deve contratar as melhores pessoas que encontra no mercado, e a dedicação ao clube mede-se através da qualidade do trabalho de cada um.

Mas, sendo isto assim, convinha que os adeptos fervorosos abrissem os olhos e percebessem de uma vez por todas que o seu fanatismo é apenas uma arma de arremesso e de pressão, utilizada quando convém por pessoas que muitas vezes nem sequer partilham a sua paixão clubística. No actual estado do futebol português, aquilo que temos diante de nós não são camisolas vermelhas, azuis ou verdes; é uma mesma história de dinheiro, poder e corrupção, em que a bola é apenas um meio particularmente eficaz para pessoas sem escrúpulos subirem depressa na vida e praticarem as mais variadas trafulhices, enquanto os ministros pedem bilhetes para ir ao futebol e as bancadas batem palmas à passagem da águia Vitória."  

 

 

João Miguel Tavares, lampião dos quatro costados, in Público 

Delito de opinião

Oiço e leio por aí gente apostada em dividir os sportinguistas, fragmentando-os entre bons e maus consoante as opiniões que emitem. O que é grave. E preocupante, sobretudo nesta fase crucial da temporada desportiva, em que o apoio de todos aos nossos jogadores e atletas jamais será em excesso.

Acontece que não há "verdadeiros sportinguistas".

Há sportinguistas. Ponto.

No Sporting Clube de Portugal nunca vigorou nem vigorará o delito de opinião.

Há quem não perceba a Liberdade

«Será que os membros do Conselho de Disciplina sabem em que País vivem?

Será que eles (ou elas) já nasceram depois do 25 de Abril e ninguém lhes explicou que em Portugal houve, há 43 anos, um Movimento que derrubou o fascismo e o colonialismo e abriu as portas à Liberdade? E que dessa Liberdade, é bom acentuá-lo, pois há quem não perceba, faz parte a capacidade de todos e de cada um expressarem a sua opinião, de forma livre e aberta, desde que não coloquem em causa a Liberdade dos outros? Parece que não, que há quem não saiba isso ou, pelo menos, o queira ignorar.»

 
Vasco Lourenço, capitão de Abril e membro do Conselho Leonino, hoje no Record

Palavra de benfiquista!

"O motivo principal disto é a arbitragem. Não tenho dúvidas nenhumas". Foi assim, em entrevista à Sporting TV, que Jorge Jesus justificou os sucessivos desaires da equipa de futebol que ele próprio treina. Pois bem, concordo com Jorge Jesus. Sem ironia, concordo mesmo.

 Não se trata de assentir com teorias de conspiração, nem de acusar polícias e ladrões, mas sendo certo que cada um vê de acordo com a sua opinião, a opinião do que vejo é que o Sporting tem sido prejudicado sucessivamente ao longo do campeonato. Não em todos os jogos, não nos jogos inteiros, mas sempre naquele lance decisivo que basta para mudar o rumo do resultado. E assim foi até o Sporting ficar derrotado e desmoralizado, a equipa em baixo com o presidente em cima, e já tudo ser mais ou menos irrecuperável.

 Agora, o Sporting já não conta para o Totobola, já não compete pela liderança do campeonato, agora já não são as arbitragens, são mesmo as más exibições, porque agora o leão já está de juba mansa. É opinião, não é facto, mas também não é tendência. Da mesma maneira que na época passada aqui escrevi que o Sporting teria sido um justo vencedor do campeonato, este ano acho que ninguém chega para o Benfica, que de uma forma ou de outra está a limpar a competição. O FC Porto ainda está na peugada, mas aquele futebol não enche a alma.

 Independentemente disso, e da boa organização desportiva, dos negócios milionários (como a venda de Guedes ao PSG) que resultam de uma estratégia acertada da administração com o treinador do Benfica, o Sporting foi arrumado por um punhado de decisões erradas de árbitros. Não a tem em muito mais mas, nisso, Jorge Jesus tem razão. O Sporting perdeu muitos pontos por erros de arbitragem. Pontos de mais


 

Pedro Santos Guerreiro, in Record

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