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És a nossa Fé!

A propósito dos apanha-bolas

Texto de Sol Carvalho

Matheus Reis vai, aparentemente, ser julgado por ter agredido um menor apanha-bolas. Nada contra, pelo contrário. Assim deve ser feito, cabe ao tribunal ajuizar se houve agressão e em que condições foi feita...

Mas quando li a notícia ocorreu-me uma questão que também envolve o Sporting, tal como todos os clubes. Ocorre-me perguntar:

Os apanha-bolas são escolhidos pelos clubes da casa, certo? São dadas indicações específicas sobre como se comportar, certo? A sermos precisos, eles estão a fazer um "trabalho", não é?

Pergunto: Os apanha-bolas são pagos? Se são pagos quer dizer que são contratados e então... não estamos a assistir à exploração laboral de menores, algo que é proibido por lei?

E se não são pagos? Pior ainda. Não será a exploração ainda mais grave porque eles não recebem qualquer recompensa?

Não estaremos a assistir a um crime perante os olhos de todos? A concepção que estamos a dar uma prenda a um menor para ele fazer um trabalho orientado (ou seja, ele não é livre de se comportar como quiser) não estará a mascarar uma irresponsabilidade dos clubes nesta área?

Alguém pode me esclarecer os contornos legais desta questão? Ou o dito agredido é menor para um caso e já não é para outro?

 

Texto do nosso leitor / colaborador Sol Carvalho

Calão rima com corrupção e com campeão

Com sucessão e panteão

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Porque hoje não é sábado (é importante ler a Sábado) e eu não sei fazer links, nem ligações, nem corrupções, a partir do telemóvel, este texto (em imagens) é a minha contribuição.

Luís Filipe Vieira queria um sucessor que fosse incompetente, chulo e calão, depois de muito procurar parece que encontrou.

Calão é, de certeza.

Marc Batta topou-o, o actual presidente do Benfica a impedir o actual treinador do FC Porto de entrar em campo.

Quanto ao resto, enfim, é o "príncipe da Damaia", cheio de boa sorte, boa ventura como diria o Di Maria, o jogador que obrigou Lucílio Baptista a ver uma mão no peito de Pedro Silva (consultem o youtube).

Não sou de raivas, nem de vinganças, nem de ficar calado, nem com um melão [feliz dia dos namorados] mas gosto de ver pessoas importantes no panteão.

César Boaventura, Luís Filipe Vieira, Rui Costa, qual estátua junto a Eusébio, bah, pensar pequeno, um lugar no panteão, isso sim.

Quanto mais depressa, melhor.

Quem cabritos vende

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E cabras não tem, de algum lado vem.

O homem deu-se como falido, a origem do dinheiro é desconhecida, dias antes de ter oferecido dinheiro para que fosse facilitada vitória ao seu clube do coração, apareceu-lhe o dinheiro na conta.

Não se sabe de onde veio o dinheiro e a ordem, sabe-se que César Boaventura foi hoje considerado culpado.

Terá em consequência da sua condenação, que pagar 30 mil euros a uma instituição de caridade para não ser preso.

Duas dúvidas me assolam:

1- Se o homem está falido, caso "bata a cláusula", de onde lhe aparecerá o dinheiro na conta;

2- Se a instituição de caridade será o Benfica, que lhe fez, diz-se, chegar tanto dinheiro à conta, a troco de nada.

E com esta decisão do douto tribunal, lá vai para as urtigas a mais que justa pretensão do Sporting a vencer "a título póstumo" o campeonato de 2015/2016. É o que temos...

Assim anda a justiça

No dia 13 de Maio, no jogo contra o Marítimo, em vésperas de derby, um desses abjectos delinquentes que andam no futebol de apito - tem nome de gente a alimária: Tiago Martins - decidiu apresentar serviço mostrando dois cartões amarelos, e consequente expulsão, a Adán, motivados por dois nadas. Adán não jogou, pois, contra o SLB.

Quatro meses depois, o Tribunal Arbitral Desportivo veio dar razão ao Sporting e a Adán. O mal estava feito e a decisão tem tanto valor formal como se ilibasse um condenado à morte depois de executado.

É óbvio que se tudo isto se tivesse passado com algum jogador dos dois clubes mandantes o charivari que por aí não andaria, era aberturas de telejornal, comentadeiros aos gritos, sei lá se secretários de estado a dizer que assim não pode ser.

Mas claro que esta miserável pouca vergonha jamais aconteceria a um eles, foi só com o Sporting - "no pasa nada."

Paga o que deves, Rafael

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O Sporting vai continuar a dar luta a Rafael Leão, que abandonou Alvalade em Junho de 2018 e nunca se mostrou receptivo a compensar o clube que o formou, quando tinha uma cláusula de rescisão de 45 milhões de euros.

Esta é a quantia que a SAD leonina exige por inteiro ao jogador, recusando receber apenas os 16,5 milhões de euros, acrescidos de 3,8 milhões em juros, que o Lille se prontificou a pagar por receber e registar o avançado, à época com 18 anos, sem ter direito a isso. 

Frederico Varandas não abdica da cláusula penal determinada pela justiça e deu instruções ao gabinete jurídico do Sporting para interpor recurso junto da FIFA, caso seja necessário. O Lille encaixou 30 milhões de euros pelo passe do jogador quando este se transferiu para o Milan, garantindo ainda 20% de uma futura venda. Tudo inaceitável para nós.

Vais ter de pagar o que deves, Rafael. És ingrato e traiçoeiro. Trataste da pior maneira um emblema que te deu tudo. Continuas com o salário penhorado - e é muito bem feito. Se for preciso, ficarás anos assim.

Não penses que te escapas.

Justiça

Agora foi o Boaventura que foi condenado por corrupção e outras vigarices para beneficiar o Benfica.

A exemplo de Paulo Gonçalves, entenderam os doutos juízes que apesar de um criminoso (ups! ainda não transitou em julgado) ter cometido uma carrada de crimes para beneficiar um clube/SAD e ele/a terem acabado por beneficiar desses crimes, o facto de não haver ligação contratual entre ambos, não incrimina o beneficiado. Calhou, foi sorte ter um amigo que os ajudava. Nem o velho crocodilo nos tempos em que se pirou para Vigo conseguiu tal façanha.

Que merda de justiça esta, é o que se me apraz dizer.

Palhaço, javardo, imbecil

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Francisco Seixas da Costa, reconhecido adepto do Sporting, acaba de ser condenado por ter escrito em 2019, numa rede social, um vocábulo visando o treinador do FC Porto. Sérgio Conceição sentiu-se difamado, tendo accionado um processo contra o embaixador para efeitos de reparação na justiça civil. 

A condenação foi tornada pública no Tribunal do Portoque deu como provado o delito de difamação agravada, condenando agora o antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus a uma reparação ao técnico portista em forma de multa. 

 

Tomo conhecimento da notícia com preocupação. Por concluir que configura um recuo da liberdade de expressão em Portugal.

À luz da lógica perfilhada pela juíza do Porto, vários textos já publicados neste blogue estariam eventualmente sujeitos a condenação: o técnico que se sentiu difamado por Seixas da Costa já terá sido aqui contemplado com expressões tão ou mais duras.

E o que dizer do presidente da Câmara Municipal da Cidade Invicta, Rui Moreira, que sendo em simultâneo membro do Conselho Superior do FC Porto, brindou há poucos dias um jornalista da Sport TV com a elegantíssima expressão «perfeito imbecil»?

Será mais benigna do que «javardo»?

 

A sentença que condena Seixas da Costa não transitou em julgado: seguirá para apreciação em recurso. Onde - estou convicto - vai imperar a jurisprudência que vigora, em larga medida, nos nossos tribunais.

Recordo que em Maio de 2013 um notório adepto portista, Miguel Sousa Tavares, chamou «palhaço» a Cavaco Silva, à época Presidente da República. Fê-lo em afirmação reproduzida em letras garrafais, na manchete dum jornal diário. Dias depois deixou claro que não tencionava pedir desculpa por tal frase.

O processo nem chegou a prosseguir: foi arquivado à nascença pelo Ministério Público.

 

Há também jurisprudência estabelecida neste domínio no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Que tem sancionado o Estado português por sentenças judiciais que vêm comprimindo a liberdade de expressão entre nós. Foi o que se verificou aquiaqui, aqui e aqui - só a título de exemplo.

Tudo isto, que ultrapassa em larga medida a questão clubística ou o universo do futebol, justifica atenção. Pela minha parte, assim o farei. Fica prometido.

O bataclan do dragon

Guardador de vacas e de pesadelos

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A justiça desportiva determinou que o FC Porto vs. Sporting não seria disputado no estádio do Dragão devido aos atentados à verdade desportiva que ocorreram há cerca de seis meses.

O FC Porto, enquanto instituição, tolhido pelo medo, encontrou uma brecha na lei que suspende a aplicação do castigo.

Suspender, significa adiar, neste caso o jogo devia e teria de ser adiado até existir uma decisão definitiva.

(O Bataclan de Paris esteve encerrado cerca de um ano após o atentado)

Comparar um castigo que está ligado à segurança de um espaço físico, uma sala de espectáculos, com o direito de um trabalhador exercer sua profissão é misturarmos conceitos e "direitos" distintos, uma coisa é o direito de Palhinha ou de Otávio exercerem a sua profissão, o caso de Otávio é ridículo, o internacional português foi impedido de exercer a sua profissão, durante um jogo, por ter efectuado uma filmagem, com telemóvel, no seu período de lazer, curiosamente, a entidade patronal não reclamou do castigo, o caso de Palhinha é diferente, mas é a reclamação de um cidadão, não de uma entidade.

O Constantino de Alves Redol guardava vacas e sonhos, outros pastoreiam vacas, também, mas guardam pesadelos, o pesadelo que um dia a brecha da justiça se feche, que um dia seja o fim da macacada.

O medo e os suspensórios

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Basta recordarmos o que aconteceu no último FC Porto vs. Sporting.

Eles têm medo, têm muito medo.

Têm medo de cumprir o que a justiça determinou: receberem o Sporting noutro estádio.

O Sporting não pode ficar quieto, o departamento jurídico leonino tem de pedir JÁ o adiantamento do jogo até existir uma decisão definitiva.

A suspensão da suspensão tem, realmente, de deixar tudo em suspenso, não pode favorecer os mesmos de sempre.

São quarenta anos de trafulhice, é suficiente.

Mais expressões novas para o vocabulário de futebolês

Penalti tecnológico!

Claro que a criatividade envolve o Sporting, quem mais poderia ser, designadamente o lance que envolveu Paulinho e o guarda redes do Paços de Ferreira, no recente jogo em Alvalade e que culminou na marcação de grande penalidade. Uns artistas da TV e dos jornais e ainda a newsletter de um certo clube (não há pior dor que a dor de...aquela tal...), apesar de toda a evidência das imagens, do levantar da bandeirinha do fiscal de linha, da chamada de atenção do VAR e da revisão da decisão pelo árbitro, enveredaram pelo caminho da desvalorização da vitória leonina e de tentar enlamear o que foi limpinho, criando o "penalti tecnológico": penalti, pelo toque no pé direito do Paulinho que lhe provocou a queda. No dia seguinte jornais houve que, na capa, titularam o que nas páginas interiores não era sustentado pelas opiniões de profissionais da arbitragem que neles avaliam as decisões arbitrais. Ainda hoje, no Record, o antigo árbitro espanhol Iturralde Gonzalez reforçava as opiniões dos seus colegas, na coluna Tira-Teimas, e que passo a citar: "Neste...lance não há muito a dizer. O Paulinho dribla o guarda redes que, com a perna esquerda, contacta e derruba o avançado do Sporting, cometendo penalti. Falta bem assinalada e cartão amarelo bem exibido...". Que chatice para as virgens ofendidas e viúvas do velho sistema!

O VAR veio mudar muita coisa no futebol (estou convencido que só com o VAR o Sporting foi campeão e está na luta este ano), mas ainda tem um caminho  a percorrer no sentido de ainda maior verdade desportiva. Pelo menos e para já, acabaram muitas das vergonhas que assistiamos nos campos pois agora alguns rapazes pensam duas vezes antes de saltarem o muro para ir à fruta ou de se sentarem à mesa para refeições grátis. Dá mais nas vistas a inclinação dos relvados... Mas como dizia, ainda há caminho, muito para percorrer (e os jogadores também têm de ajudar, quanto a disciplina e simulações, não são nadadores nem mimos). Veja-se o escândalo dos cartões amarelos ao nosso jogador Palhinha. Pelo menos 3 mal exibidos, dos 5 que o excluem do próximo jogo. A "field of play doctrine" não pode continuar a ser a vaca sagrada das leis do futebol, caso contrário transforma-se antes em reiterada doutrina de injustiça autoritária ou numa "reveange doctrine" como no caso Palhinha. Ainda que não se atualize as normas de intervenção corretora do VAR quanto a injustiças cometidas por um árbitro em campo (revertendo cartões amarelos manifestamente mal exibidos ou pontapés de canto mal assinalados e que podem resultar em golos, por exemplo), não há razão para que os diálogos entre os diversos intervenientes das equipas de arbritragem não sejam públicos. E que a justiça dos órgãos jurisdicionais competentes se demita de julgar e aplicar as leis de acordo com os factos subjacentes à realidade, preferindo continuar à sombra da bananeira da "field of play doctrine". Por uma questão de justiça e de verdade desportiva.

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(fotografia Jornal Record)

PS- Para complementar e até porque foi referido num comentário a questão dos especialistas não serem unânimes, aqui ficam os recortes dos principais opinadores especialistas: 

 

 

Estado de Direito?

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Frederico Varandas, segundo um comunicado oficial do SCP, foi alvo de uma espera à saída do Dragão com tentativa de agressão, seguida de roubo da sua carteira e telemóvel. Os autores terão sido: Vítor Baía, vice-presidente do FCP, Sérgio Conceição, treinador do FCP, e um tal de Rui Cerqueira, assessor do clube e ex-jornalista da RTP. A isto somam-se balas encontradas no relvado, jogadores do Sporting agredidos por ‘stewards’, cadeiras atiradas para cima de outros jogadores e por aí adiante. As autoridades e o Governo estão calados que nem ratos, ao contrário do que aconteceu no caso triste de Alcochete. Que País é este?

Luís Filipe e Jorge Nuno

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Jorge Nuno Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira fizeram, durante largos anos, um percurso comum no futebol. Com muito mais encontros do que desencontros. Houve até um tempo em que Vieira foi sócio do FC Porto: para onde ia um, seguia o outro. Depois amuaram, fizeram birrinha, houve uns arrufos entre eles. Coisa sem grande importância. A prova é que voltaram a ser compinchas e a partilhar suculentos repastos de leitão na Mealhada. 

Seguem linhas tão convergentes que até recebem visitas da Polícia Judiciária e do Ministério Público com poucos meses de intervalo. Em Julho, Vieira foi detido no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de burla, abuso de confiança e branqueamento de capitais - juntamente com o filho, o Rei dos Frangos e o "empresário" Bruno Macedo. A operação Cartão Vermelho, como lhe chamou a Judiciária - nome bem apropriado.

 

Ontem houve buscas policiais à sede da SAD portista e à residência de Pinto da Costa. Cumprindo 33 mandados de busca numa operação conjunta da PJ e da Autoridade Tributária. Por suspeitas da prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios. Que, segundo o Expresso, envolverão pelo menos 40 milhões de euros. Revela o Observador que Pinto da Costa é suspeito de desviar fundos da SAD e o filho, Alexandre, também está sob mira das autoridades. Além do tal "empresário" Bruno Macedo, que parece estar em todas. Será coincidência?

 

Unidos na prosperidade e no infortúnio: parece uma fórmula matrimonial. Um já caiu, o outro está em vias disso. Até nisto estão próximos. É mais que tempo.

Alguns capangas podem lamentar, mas nenhum deles faz falta ao futebol português. O desporto não se quer obscuro e trapaceiro: quer-se limpo. Dentro e fora dos relvados, agora e sempre.

Dura lex, sed lex

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A lei é dura, mas é lei. A justiça tarda, mas não falha. Os romanos já tinham percebido tudo isto há muitos séculos, bem antes da Itália ganhar à Espanha e estar prestes a ganhar o Euro.

E estamos a ver isso mesmo no futebol português. Não me refiro ao presidente do Benfica andar a dormir fora de casa, à conta de pequenas, médias e grandes vigarices, que ainda nem percebi bem quais foram, nem ao presidente do Porto andar numa corrida entre a lei da vida e a demora dessa mesmo justiça, não sei se quando forem à procura dele estará de novo em viagem para Vigo, nem ao ex-presidente do Sporting se ter safado da caldeirada alcocheteana que conduziu o seu colega de conversas pela noite fora Fernando "Mendes" Barata à prisão, nem ao presidente da JuveLeo que agora se vê também condenado por actividades nocturnas à boleia dum ex-director do tempo do Godinho Lopes.

 

Refiro-me à pena exemplar para o presidente do Sporting em exercício, 60 dias de suspensão e 15300€ de multa, por actos hediondos (onde é que já ouvi isto?) cometidos a 5 de Dezembro do ano passado. Na prática, indignou-se com o o golo anulado a Coates no final do jogo com o Famalicão e disse: "Este golo jamais seria anulado aos nossos rivais." Parece que se tratou da lesão da honra e da reputação dos órgãos da estrutura desportiva e dos seus membros. Membros esses escolhidos a dedo pelos... nossos rivais.

Ou seja, o nosso presidente foi duramente punido por ter dito o óbvio.

 

A lei é dura, mas é lei. A justiça tarda, mas não falha. Mas estes juízes mereciam estar a fazer companhia ao Vieira.

 

#OndeVaiUmVãoTodos

SL

Sorte e merecimento

A capa de "A Bola" que o Pedro Oliveira nos trouxe aqui, anunciando o fim do primeiro grande jejum de títulos do futebol do Sporting, em 2000, tem como título "Merecem". Creio que era esse o sentimento generalizado na altura relativamente ao título do Sporting, como era em 2002 e é em 2021. Na maior parte dos casos que eu conheço, e na generalidade da opinião pública, é reconhecida a justiça do título leonino. Com os nossos rivais nem sempre é assim. Não são raras as vezes em que ganham com sorte, sem convencerem, e em que a crítica se divide sobre o seu mérito. Não é sempre, atenção: obviamente, muitas vezes são campeões com reconhecimento geral. Mas nos anos mais recentes, pode dizer-se que pelo menos o Benfica em 2005 e o FC Porto em 2007 foram campeões sem convencerem, e outros poderiam perfeitamente ter sido os campeões. Mesmo o FC Porto em 2013 e o Benfica em 2016 terão tido mérito, mas não me parece que fossem as melhores equipas daqueles campeonatos. É uma sensação que é estranha para um sportinguista. São muito mais as vezes que o Sporting tem azar do que as que tem sorte. Mesmo assim, às vezes o Sporting tem sorte, mas é raro essa sorte dar troféus. O único troféu que eu me lembro de o Sporting ter ganho com sorte foi a taça da Liga de 2019, com Keizer (e mesmo assim teve o azar de ter uma equipa bem desfalcada nessa final). Nunca ganhou assim um campeonato.

Pode ter-se sorte numa eliminatória ou mesmo numa final, mas para se ter sorte numa prova de regularidade como um campeonato é preciso dominar o "sistema". E isso sabemos que não é com o Sporting. Provavelmente vamos continuar, portanto, sem saber o que é ganhar um campeonato "com sorte". O que é preciso é que os vamos ganhando com frequência.

Um par de piretes para este futebol

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O senhor Miguel Cardoso, treinador do Rio Ave, recebeu um jogo de suspensão por fazer estes lindos gestos no recente embate com o Boavista, dirigido ao banco da equipa axadrezada e ao seu colega Jesualdo Ferreira em particular. 

O país inteiro viu a requintada linguagem gestual do referido técnico, que cultiva o pirete em dose dupla como afirmação de personalidade.

O que faz o Conselho de Disciplina? Aplica-lhe oito dias de suspensão, punição fofinha: Cardoso ficará um joguinho sem se sentar no banco.

No mesmo dia, o mesmíssimo órgão decide punir o treinador do Sporting com 15 dias de suspensão, impedindo-o de orientar a equipa nos próximos três desafios - contra Farense, B-SAD e Braga - em fase crucial do campeonato. O dobro do tempo de castigo aplicado a Cardoso e o triplo dos jogos na comparação com o mesmo técnico.

 

Qual foi o pecado de Rúben Amorim? Ter dito dois palavrões, dos mais usuais em estádios de futebol, o que parece ter ferido os delicados tímpanos do quarto árbitro no final do Sporting-Famalicão.

Toma e embrulha, Rúben: esta é a "disciplina" do futebol que temos.

 

Entretanto, o treinador do FC Porto, principal rival do Sporting na corrida ao título 2020/2021, continua sem ser punido apesar das cenas vergonhosas que protagonizou na partida contra o Portimonense, em que injuriou e ameaçou Paulo Sérgio, seu colega de profissão, e esteve a um curto passo de se envolver em confrontos físicos com ele, acabando impedido por jogadores da sua própria equipa. 

Isto aconteceu a 20 de Março. Sonolento, o Conselho de Disciplina ainda nada deliberou sobre isto, ocorrido há quase um mês: Sérgio Conceição permanece impune, aguardando o desfecho dum processo disciplinar sem prazo à vista. Enquanto a coisa faz que anda mas não anda, solicitaram-lhe que se dignasse pagar uma "multa" de... 2.040 euros

Dois pesos, duas medidas, "justiça desportiva" mais vergonhosa que nunca. Apetece brindá-la com um monumental pirete e mandá-la para onde Rúben Amorim mandou o outro. Com bilhete sem retorno.

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