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És a nossa Fé!

Atirar a pedra e esconder a mão

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1. Pedro Madeira Rodrigues convocou ontem os jornalistas para uma inusitada conferência de imprensa, cerca das 23 horas, a propósito de uma gravação não datada - feita à socapa sabe-se lá com que intenções - entre o banqueiro José Maria Ricciardi e o auditor Sikander Sattar, da KPMG, acusando inopinadamente o primeiro de querer subtrair aos sócios a maioria do capital da SAD leonina. Há um projecto em curso para tirar o Sporting dos sócios", declarou, assegurando que Bruno de Carvalho é "uma marioneta" do banqueiro. 

 

2. O candidato alternativo à presidência do Sporting iniciou a campanha com um erro lapidar, transformando Jorge Jesus em seu opositor, e prepara-se para terminá-la com outro erro, agora ao eleger como inimigo Ricciardi, que integra a lista do actual presidente aos novos corpos sociais, enquanto candidato ao Conselho Leonino. Dois clamorosos lapsos estratégicos, que Bruno de Carvalho bem poderá agradecer-lhe: com esta actuação tão errática, Madeira Rodrigues perde de vista o adversário principal.

 

3. "Não sei a data. Pode ter sido recentemente ou há anos", confessou o candidato. Confirmando assim o seu inacreditável nível de preparação. A data é o que mais interessa neste misteriosa gravação anónima "que apresentava vários cortes" - assegura o jornal Record - e esteve ontem algumas horas disponível no Youtube mas foi rapidamente retirada de circulação, após ter sido reproduzida em blogues benfiquistas sob o sugestivo título "O plano secreto dos amigos do Carvalho". À hora tardia a que o rival de Bruno convocou os jornalistas o tal diálogo Ricciardi-Sattar já se tinha tornado inaudível.

 

4. Ao contrário do que Madeira faz crer, a data da gravação é fundamental para contextualizar as declarações de Ricciardi, que foi um dos principais apoiantes dos anteriores presidentes leoninos - designadamente Soares Franco, Bettencourt e Godinho Lopes. Referências a uma recente renovação do contrato de Adrien e a "dois candidatos" eleitorais sugeriam desde logo que a tal conversa terá ocorrido em Março de 2013, quando Carvalho e José Couceiro concorriam à presidência do Sporting e Godinho Lopes procurara acautelar in extremis uma eventual transferência do actual capitão leonino para o FC Porto aumentando-lhe o salário.

 

5. Quaisquer dúvidas existentes sobre o contexto da gravação dissiparam-se já hoje com uma revelação do próprio Ricciardi ao Record: "Aquelas declarações foram feitas no final da era Godinho Lopes, quando o Sporting se encontrava num estado calamitoso, nomeadamente quase em pré-falência. Não via, na altura, outra solução que não fosse o Sporting abrir as portas a investidores, mesmo que isso implicasse a perda da maioria da SAD."

 

6. Interessa saber a data porque na disputada campanha de 2013 a questão da eventual perda do controlo dos sócios do Sporting da maioria do capital da SAD leonina foi o tema que mais dividiu os candidatos. Com José Couceiro a admiti-la e Bruno de Carvalho a recusá-la liminarmente. A vitória do actual presidente deveu-se em parte a esta posição, sufragada nas urnas. E o líder leonino honrou a promessa: a SAD continua maioritariamente nas mãos dos sócios e Carvalho não se tornou "marioneta" de ninguém, ao contrário do que agora apregoa o seu opositor.

 

7. Acontece que há quatro anos Madeira Rodrigues não parecia preocupado com esta questão. Tanto assim que, como já admitiu, votou Couceiro nesse acto eleitoral. Tal como Ricciardi, aliás.

 

8. Que o candidato recorra agora a gravações clandestinas replicadas na blogosfera benfiquista para tentar denegrir o rival é algo que só pode entender-se pelo desespero de quem já se pressente derrotado. É também neste contexto que devem ser entendidas as suas críticas de ontem a Bruno de Carvalho por "só dizer atrás do teclado aquilo que não consegue dizer cara a cara". Palavras que não deixam de ser caricatas, vindas de alguém que, a coberto do anonimato, se especializou durante três anos em críticas ao presidente, à  equipa técnica e aos  jogadores num blogue em que atirava a pedra e escondia a mão.

A delgada memória do José Manuel

 

No canal televisivo A Bola, o ex-guarda-redes suplente do Benfica foi buscar lã e saiu tosquiado. Estava ele a vergastar os maus modos de Bruno de Carvalho quando José Couceiro, e muito bem, lhe lembrou esta peixeirada ocorrida em 2004 durante um programa da SIC Notícias que foi interrompido em directo:

 

 

Um exemplo de elegância, dignidade e respeito pela liberdade de informação: invadir os estúdios de um canal televisivo, como um xerife manhoso a entrar num saloon a pontapé nos westerns de série B.

Delgado, armado em fino, acha bem. O Bruno é que não tem modos.

 

Via O Artista do Dia

A importância de Couceiro no futuro do Sporting

 

Que João Mário é, neste momento, um jogador de primeira liga, não será propriamente uma novidade para a maioria dos sportinguistas, mesmo para os mais cépticos. No entanto, a recente afirmação deste brilhante jogador em Setúbal trouxe para o plano da realidade aquilo em todos acreditávamos.

Para o ano terá lugar na primeira equipa e esse é o maior prémio que poderia receber.

 

Juntou-se-lhe na aventura por Setúbal, Betinho. Na última jornada assumiu a titularidade e gostaria que Couceiro lhe desse a oportunidade de a manter até final do campeonato porque precisa para continuar a crescer e o Setúbal ganhará com essa opção.

 

Em especial João Mário, poderia ter sentido muitas dificuldades de adaptação a jogar numa equipa como o Setúbal que, convenhamos, não tem os mesmos princípios de jogo com que João Mário esteve em contacto durante toda a sua curta carreira de futebolista. Equipa dominadora, mais tempo de posse que os adversários, liderança da equipa, futebol apoiado.

É aqui que entra o papel do treinador. Se José Mota ainda estivesse em Setúbal, a evolução de João Mário tenderia para zero e provavelmente não sairia do banco.

 

Couceiro, pelo contrário, é um treinador com muitas qualidades, que prepara muito bem as suas equipas, que lhes transmite princípios de jogo correctos e que procura potenciar jovens com valor. A sua participação na evolução de João Mário não deverá ser despiciente e ninguém mais que o próprio o considerará.

 

Caso Couceiro se mantenha em Setúbal, o que me parece complicado, apesar de já nos ter habituado a ser um homem de causas e crenças em detrimento das opções mais fáceis, poderá ter um papel decisivo no futuro do Sporting. Mais propriamente nos jovens jogadores com maior potencial. É ele o treinador ideal para uma fase de transição entre equipa B e plantel principal, juntando a isso o facto de o Vitória de Setúbal ser um clube perfeito para o efeito. Conjugadas estas duas situações, ter a possibilidade de ver Betinho (novamente), Iuri Medeiros, Ricardo Esgaio e Filipe Chaby a jogarem juntos e a afirmarem-se na primeira liga seria muito importante para o Sporting e, estou certo, seria uma mais valia para Couceiro e para o Setúbal.

 

Por esta razão não poderia deixar de ressalvar o contributo de Couceiro para o crescimento de João Mário (apenas o início de uma grande carreira, assim o espero) e, simultaneamente, manifestar a minha opinião de que, no cenário de Couceiro continuar em Setúbal, a actual direcção deverá estabelecer uma ligação de proximidade que permita colocar alguns dos nossos jovens com maior potencial a rodar naquele clube.

Faz hoje um ano

 

Manchete garrafal do jornal O Jogo: "Couceiro parte à frente". Qual a justificação deste título? Uma sondagem elaborada pela empresa Eurosondagem. De acordo com este inquérito, publicado a 5 de Março de 2013, José Couceiro venceria o escrutínio de 23 de Março, com 52,3%, à frente de Bruno de Carvalho (com 44,6%) e Carlos Severino (3,1%).

No mesmo dia, A Bola também publicava uma sondagem, elaborada pela empresa Euroexpansão. Mas com resultados muito diferentes: vitória de Bruno de Carvalho (com 41,4%), um distante segundo lugar para Couceiro (26,6%) e Severino com uma posição quase residual (1,7%).

 

 

Couceiro, apontado como o candidato mais próximo da direcção cessante, procurava desfazer essa ideia em sucessivas intervenções públicas. Foi o que voltou a fazer há um ano exacto, num pequeno-almoço com jornalistas. "Queremos implementar uma estrutura diferente. Ninguém da administração anterior da SAD passará para a futura, garantidamente", declarou. Para surpresa de poucos: qualquer conotação com Godinho Lopes seria meio caminho andado para um desaire nas urnas.

Faltavam 18 dias para as eleições.

O bom exemplo de José Couceiro

 

«Temos de nos unir porque se trata de uma questão de sobrevivência.»

José Couceiro, 15 de Março

 

Apetece-me dizer a alguns sportinguistas: ponham os olhos em José Couceiro. Fez uma digna campanha eleitoral, sufragada por quase 40 por cento dos sócios, sem escamotear as enormes dificuldades existentes nesta nova etapa da vida do Sporting. E retirou as devidas ilações dessa derrota: não organizou claques nem mobilizou descontentes contra a nova direcção. Ninguém o viu pavonear-se nas parangonas dos jornais em ataques aos legítimos titulares dos órgãos sociais do clube. Mal foram contabilizados os votos, deixou bem claro o seu pensamento nesta matéria: «O Sporting não precisa de oposições internas.»

Não se limitou a falar: procedeu também dessa forma, adequando as palavras aos actos. E no domingo participou, como outro sócio qualquer, na assembleia geral que viabilizou por esmagadora maioria o plano de reestruturação financeira apresentado por Bruno de Carvalho. Demonstrando também deste modo que ele será sempre parte da solução e nunca parte do problema.

Precisamente ao contrário de outros que utilizaram o nome de Couceiro como arma de arremesso contra o actual presidente e são incapazes de lhe seguir o exemplo. Comportando-se como se a campanha eleitoral ainda decorresse e preferindo pronunciar-se nas redes sociais enquanto viram costas à assembleia geral do clube, que é o "parlamento" de todos os sportinguistas.

Por tudo isto, cada vez mais me apetece apontar o exemplo de José Couceiro. Foi um adversário leal em campanha, aceitou com galhardia o veredicto das urnas, cumpre o que prometeu ao rejeitar a manutenção de oposições internas, comporta-se com a noção clara de que a unidade é condição indispensável para a sobrevivência do clube.

Em suma, um verdadeiro sportinguista.

Já dizia José Couceiro

Andam alguns muito escandalizados com as restrições orçamentais postas em prática no Sporting por imperativos sérios de contingência financeira. São os mesmos que louvavam os estendais de desperdício das gestões anteriores, nomeadamente da que antecedeu esta. Mas cabe perguntar: se José Couceiro tivesse sido eleito em Março presidente do Sporting o rumo seria diferente?

Claro que não. Aliás o próprio candidato derrotado deixou isso bem claro durante a campanha eleitoral, que decorreu com uma dignidade inquestionável. Disse na altura Couceiro, com a seriedade que o caracteriza: "O clube tem tido problemas graves na sua gestão desportiva. Há que inverter esse caminho e ter uma política desportiva diferente, que possa ter suporte numa política financeira que seja compatível com um clube da dimensão do Sporting."

Quase tudo dito em escassas palavras. Desautorizando as leituras delirantes daqueles que imaginam o Sporting como um clube a nadar em dinheiro, capaz de sobreviver sem cortes na sua pesadíssima estrutura de funcionamento.

Só não vê quem não quer.

Ressabiadíssima minoria

 

Dizem-me que uns quantos nostálgicos da gestão anterior andam por aí, derramando uma incontida raiva em blogues e redes sociais que desmente todo o "institucionalismo" de que davam mostras até agora e debitando frases azedas contra os sócios do Sporting por terem votado como votaram. Esquecidos já, alguns deles, que ainda há pouco andavam de sportingómetro em punho, exigindo certificados de pureza leonina a quem encontravam no caminho.

Contam-me que alguns desses tais ameaçam devolver o cartão de sócio, havendo também quem brade contra essa maçada que é a via democrática para escolher dirigentes. E já terá mesmo havido quem desabafasse que esta coisa de um clube de futebol pertencer aos sócios já devia ter passado à história. Tudo isto entre proclamações iradas contra Bruno de Carvalho, a quem juram oposição aberta ainda antes da tomada de posse dos novos corpos sociais, alegando por exemplo que o 42º presidente do Sporting Clube de Portugal está ferido de ilegitimidade por ter obtido uma votação menos expressiva do que se imaginava (não a imaginavam certamente eles, pois anteviram-no como derrotado nas urnas). Esquecendo que o antecessor de Bruno de Carvalho foi eleito em 2011 com menos 17 pontos percentuais, apenas com uma diferença de quatro décimas.

Nada mais patético do que estas explosões de raiva contra o presidente do Conselho Directivo que os sportinguistas escolheram. E nada mais distante da nobre atitude revelada por José Couceiro na própria noite eleitoral ao dar um apertado abraço de felicitações a Bruno de Carvalho e apelando a esforços conjuntos para salvar o clube da mais grave crise de sempre, com uma frase que vale a pena reter: "O Sporting não precisa de oposições internas."

Gestos como o de Couceiro é que devem ser valorizados. Os outros, pertencentes à minoria ressabiadíssima dos seus alegados apoiantes, não têm a menor expressão. Couceiro foi só derrotado uma vez - e soube perder com dignidade. Os ressabiados, que torcem para que tudo agora dê errado, terão muitas derrotas pela frente. Quanto mais irritados andarem, tanto melhor para o Sporting: é sinal de que a escolha dos sócios esteve certa.

Estar dentro e estar fora

Não quero fazer aqui qualquer apelo, direto ou indireto, ao sentido do voto. Apenas me chamou à atenção um comentario à sintese do P Correia, sobre o debate de ontem, quinta. Diz esse sportinguista que o Couceiro mostrou tudo com o dizer que tem lá dentro o técnico de finanças. Não sei se ele disse isso mesmo. Mas espantou-me esse «estar dentro ou fora». Então um candidato que, por exemplo, tenha um grupo de sócios como consultores financeiros -estes «estão fora»? Os sócios do clube estão fora, se não estiverem na listas de um qualquer candidato? Que clube é este que tem adeptos que acham que um sócio «está fora», se ele não está nas listas do seu candidato? Os sócios são parte do clube e das soluções ou apenas o «fuhrer» de cada eleitor? Esta é a imagem de um certo Sporting, o que se canibaliza em guerras internas e dá achas aos adversários.

O que está em jogo? (1)

MAIORIA DO CAPITAL DA SAD E A IMPORTÂNCIA DOS SÓCIOS

 

Uma das questões mais importantes para mim nestas eleições é o papel que cada candidato entende estar reservado aos sócios na tomada de decisões da vida do Sporting. Se até há alguns anos não havia volta a dar e a última palavra era sempre dos sócios, desde a criação da SAD que a alteração desse estado de coisas é uma possibilidade. E é uma tentação em que muitos já quiseram cair. Aliás, a tentativa de diminuir a importância dada à vontade dos sócios na condução dos destinos do Sporting foi uma das características mais marcantes do status quo em que o Sporting mergulhou há quase 20 anos. Soares Franco chegou até a assumir com todas as letras que queria "um clube só de futebol, sem sócios mas com adeptos que não se intrometam na gestão nem tenham voto nas eleições dos corpos sociais"


É por isso que a manutenção da maioria do capital da SAD nas mãos do clube e, portanto, dos sócios, ou a sua venda a um (ou vários) investidores externos, é uma questão que se reveste da maior importância. Por uma questão de princípio, sempre defendi o primeiro cenário. A condução dos destinos de um clube centenário tornado grande pelo ritmo da emoção e da paixão dos seus adeptos e sócios, não pode dispensar a sua palavra, nem deixar de a considerar decisiva. Dificilmente alguém decidirá o melhor para o Sporting e se preocupará mais com ele do que aqueles que mais o amam. As comparações com clubes ingleses, onde a cultura é diferente e os clubes vivem exclusivamente para o futebol, não servem. Nem a comparação com o fc porto, clube que não tem a maioria da sua SAD, mas que tem uma gestão com resultados desportivos do melhor que Portugal já viu, e que baixa substancialmente o risco inerente a não ter uma posição maioritária.


Sobre este assunto, os dois principais candidatos têm convicções diferentes. Há dois anos, Bruno de Carvalho defendeu que o Sporting não deve abrir abrir mão da maioria do capital da sua SAD, muito menos enquanto estiver tão fragilizado, posição que reafirmou durante os últimos dois anos. Nesta campanha, manteve-se coerente. Pode ler-se no seu programa que pretende a "entrada de novos investidores na Sporting SAD, com o Sporting Clube de Portugal a ficar sempre com a maioria do capital." O único cenário em que Bruno de Carvalho admitirá, no futuro, ponderar a hipótese de um Sporting sem maioria na SAD, é em condições de sucesso desportivo do clube, ao ponto de o mesmo poder pensar ganhar uma Liga dos Campeões. Ou seja, um clube com uma liderança tão bem sucedida e eficaz, que os outros investidores (ainda que na maioria quando somados) não terão motivos para por em causa as decisões do clube e dos seus sócios. Perda da maioria do capital da SAD num Sporting forte é diferente da perda dessa maioria num Sporting fragilizado.


Quam não percebe essa diferença é José Couceiro que se tem mostrado altamente receptivo à ideia de um Sporting sem a maioria da SAD, apresentando-a como uma solução para os problemas do clube no imediato. Vai dizendo que tal cenário só aconteceria se os interesses do Sporting fossem acautelados, sem dizer que tal não seria possível garantir na prática, principalmente num momento como este. Apesar de não ter confirmado que iria por este caminho, a sua disponibilidade para o percorrer já é perigosa que chegue para mim. É, portanto, o único dos dois candidatos que não vê grande problema em reduzir o peso da vontade dos sócios nas decisões do futuro do Sporting, que se adivinha extermamente sensível e delicado. A desvalorização do papel dos sócios está, assim, presente nesta candidatura. Couceiro terá, inclusivamente, dito ontem numa entrevista que o facto de os estatutos consagrarem a possibilidade de os sócios poderem convocar uma Assembleia Geral para discutir os destinos do seu clube é um erro. Sintomático.


Sempre entendi que o Sporting fará tanto mais sentido quanto mais for dos sportinguistas e para os sportinguistas. No dia 23, uma eventual vitória de Couceiro será a materialização de uma grande ironia: a maioria dos sócios dar a vitória a alguém que lhes quer tirar o clube.

 

 

(Alguns leitores poderão achar útil ler isto e isto.)

O que diz José Couceiro

 

«O quadro é negro e difícil. Dia 23 temos de nos unir porque se trata de uma questão de sobrevivência.»

 

«Entre Janeiro e Maio de 2011 baixámos a massa salarial em 2,5 milhões. Depois, a massa salarial aumentou em mais de 50 por cento e isto é muito grave.»

 

«Há responsabilidades da actual Direcção que são lamentáveis, como deixar dois meses de salários em atraso.»

 

«O Conselho Leonino prestou péssimo serviço ao Sporting nestes últimos anos.»

 

«O caso Pereira Cristóvão prejudicou o Sporting. Não sei que consequências trará no futuro, mas o que é estranho é que o Sporting não se tenha constituído assistente no processo.»

 

«Há diferenças [com Bruno de Carvalho] na forma de liderança. Acho que as definia entre mandar e comandar. No comandar prefiro ter uma equipa e não gosto muito de quem utiliza o poder para mandar sem saber comandar...»

 

José Couceiro, em entrevista à edição de hoje d' A Bola.

 

Acidentes de campanha (7)

 

José Peyroteo, sabem quem é?

Eu também não. Ou antes: não sabia até ao início desta campanha. Numa boa jogada de marketing eleitoral, José Couceiro decidiu agora incluir no seu nom de guerre o histórico apelido familiar que lhe confere pergaminhos especiais entre os sportinguistas: o seu tio-avô Fernando Peyroteo é uma das mais míticas figuras de sempre do clube (tão mítica que já restam poucos dos que ainda viram jogar o fantástico artilheiro dos Cinco Violinos, nosso principal goleador de todos os tempos).

Os seus rivais poderão acusá-lo de demagogia, mas qualquer deles faria o mesmo no lugar de José Peyroteo Couceiro. Porque haveria ele de desperdiçar tal trunfo?

Na vasta família leonina, onde todos nos proclamamos herdeiros espirituais de Peyroteo, em termos metafóricos também poderia haver um Carlos Peyroteo Severino e um Bruno Peyroteo de Carvalho. Mas não seria a mesma coisa. Porque a voz dos genes pode fazer a diferença e os laços de sangue ainda são o que são.

 

Foto: Correio da Manhã

Acidentes de campanha (5)

O Tiago Loureiro cita aqui uma alegada notícia do diário A Bola que dá como garantido - com base nas habituais fontes anónimas, palpiteiras e bitaiteiras - que José Roquette, José Eduardo Bettencourt e Godinho Lopes votarão em José Couceiro.

Sobre os outros dois, não me pronuncio: é-me totalmente irrelevante saber em quem votam ou deixam de votar. E acredito que a esmagadora maioria dos sportinguistas pense exactamente como eu.
O caso de Luís Godinho Lopes é diferente. E parece-me no mínimo estranho que o ainda presidente apoie um candidato que figurou em primeiro lugar na sua lista de despedimentos, dois meses após ter iniciado funções. Depois dele seguiram-se Domingos, Sá Pinto, Luís Duque, Carlos Freitas, Vercauteren... Escapou Jesualdo, por um triz, mas não se livrou de uma declaração de intenções de Godinho Lopes, apostado em ver Jorge Jesus no comando da equipa técnica.
Parece-me ainda mais estranho tratando-se de um candidato que acaba de dizer frases como esta, transcrita na edição de ontem do Record: «Estamos absolutamente conscientes de que o caminho a percorrer para salvar o clube deste abismo em que se encontra é extremamente difícil e cheio de obstáculos.» Ou esta: «Não podemos repetir o que foi feito nos últimos anos. Os processos têm de ser claros. Estamos nesta grave crise devido a uma péssima gestão desportiva e não devido à falta de meios.»
Admito que Godinho Lopes seja masoquista. Mas suponho que até um masoquista impõe limites nas sessões de auto-flagelação...

Acidentes de campanha (4)

A inviabilização, por entrega fora de prazo, da lista ao Conselho Leonino que seria liderada por João Paiva dos Santos, além de mostrar a inépcia daquele que chegou a anunciar a pré-candidatura à presidência do Sporting, foi sintomática a outro nível: de algum modo prenuncia o fim desta estrutura pertencente aos corpos sociais do clube - uma assembleia consultiva que funciona essencialmente como anacrónica feira de vaidades. Nada lá se delibera. Do que se discute, quase nada se sabe - o secretismo é a marca distintiva desta espécie de clube dentro do clube que, na prática, tem servido apenas para prestar vénias aos sucessivos poderes de turno.

Bem fez, portanto, José Couceiro em não apresentar lista ao Conselho Leonino. É uma atitude de ruptura com o passado que tem todo o cabimento. E aponta na direcção correcta para o Sporting, que queremos ver livre de anacronismos.

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