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És a nossa Fé!

Um asco

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João Pinheiro, árbitro, e o inefável Bruno Paixão, vídeo-ábitro, ofereceram de bandeja a vitória ao Benfica contra o Feirense, domingo passado.

Quando a equipa local, já a vencer por 1-0, marca o segundo golo, sem qualquer irregularidade, a dupla Pinheiro & Paixão decide invalidá-lo. No estádio e fora dele, ninguém conseguiu entender tal decisão.

Como se não bastasse, minutos depois, um pontapé em riste de Pizzi na grande área do Feirense é transformado em penálti contra a equipa fogaceira. Consumando-se assim a reviravolta: em vez de 0-2, desfavorável ao Benfica, abria-se a avenida que permitiu à turma encarnada, com mais uma exibição sofrível, sair de Santa Maria da Feira com os três pontos no bornal.

Esta arbitragem envergonha todos os verdadeiros desportistas portugueses. Também a mim. E mais: dá-me asco.

Os melhores prognósticos

Cinco palpites certos na antevisão do resultado do Feirense-Sporting feita aqui no blogue. Registo o nome, o pseudónimo ou as iniciais de quem antecipou o resultado correcto: Ambrósio Geraldes, António de Almeida, CAL, Cristina Torrão e Leão de Queluz.

Aplicado o critério de desempate, relativo aos marcadores dos golos, o grupo reduziu-se de cinco para três. Eis, portanto, quem subiu desta vez ao pódio: CAL, António de Almeida e Leão de Queluz.

Parabéns pela pontaria.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Dos três pontos. O que mais interessa foi conseguido: vencemos o Feirense por 3-1, em Santa Maria da Feira. Num estádio que tem funcionado esta época, para nós, como uma espécie de talismã: três jogos ali disputados, para três competições diferentes, com três triunfos leoninos. Primeiro por 4-1 para a Taça da Liga, depois por 2-0 para a Taça de Portugal. Não houve duas sem três: regressámos enfim às vitórias, seis jogos depois. E às vitórias fora para o campeonato, o que não sucedia desde 3 de Dezembro. Conseguindo um resultado muito superior à exibição.

 

De Bruno Fernandes. Uma vez mais, o melhor em campo. Keizer apostou nele, sem o poupar para o desafio de quinta-feira da Liga Europa frente ao Villarreal, e a verdade é que sem o n.º 8 provavelmente não teríamos saído com três pontos do estádio do Feirense. Foi ele o autor do segundo e do terceiro do Sporting. Dois grandes golos - um aos 58', com um mergulho de cabeça, dando a melhor sequência a um cruzamento de Diaby, outro aos 68', na espectacular cobrança de um livre directo, quase à entrada da grande área. E leva 20 marcados, só nesta época - proeza para um jogador que actua na posição de médio. Mais ninguém conseguirá imitar-lhe o exemplo neste frustrante Sporting 2018/2019?

 

De Acuña. Outra grande exibição do internacional argentino, recuperado enfim para o seu lugar natural - na posição mais adiantada da nossa ala esquerda. É aqui que mostra todo o seu talento e toda a sua combatividade. Voltou a fazer uma boa partida, com várias incursões perigosas, criando desequilíbrios. Numa delas, aos 44', nasceu o nosso golo inaugural: um centro de Acuña para Borja, que assistiu Wendel. O brasileiro não lhe deu a devida sequência, mas a bola acabou desviada para a baliza por um defesa adversário.

 

Da estreia de Francisco Geraldes. Custou mas foi: Keizer mandou enfim equipar o nosso talentoso médio que não actuava profissionalmente desde Maio do ano passado. Entrou aos 75', substituindo Bruno Fernandes, assim dispensado de quase 20 minutos de desgaste suplementar. Bom toque de bola, sem comprometer. Faltam-lhe rotinas e automatismos, como é lógico, mas esperemos que este seja o seu primeiro de vários outros jogos de verde e branco nesta temporada.

 

De ver Bruno Fernandes e Coates poupados a cartões. Estão ambos tapados com amarelos: se tivessem sido sancionados nesta partida, faltariam no próximo desafio para o campeonato: o Braga-Sporting, onde serão elementos fundamentais. Felizmente poderemos contar com eles.

 

Da sorte. Ver anulado um golo aparentemente limpo do Feirense aos 25' pelo vídeo-árbitro Bruno Esteves e ter o nosso primeiro enfiado nas redes deles devido a uma carambola ocasionada pela inépcia de um defesa fogaceiro talvez tenha esgotado as nossas reservas de fortuna para o que resta da temporada em curso.

 

De ver a nossa distância encurtada face ao líder da Liga. O empate do FC Porto em Moreira de Cónegos permitiu-nos ganhar-lhe dois pontos.

 

 

 

Não gostei

 

Da nossa medíocre primeira parte. Entrada nervosa do Sporting, com posse infrutífera de bola (63% neste período), mas muitos passes falhados, ausência de fio de jogo e de dinâmica ofensiva. Só aos 32' fizemos o primeiro remate. Fomos para intervalo a vencer por 1-0, graças a um autogolo do Feirense, mas não merecíamos essa vantagem. Apesar de estarmos a defrontar a equipa classificada na última posição do campeonato e que não vence há 19 jogos, os adversários provocaram nesse período mais situações de perigo.

 

De Bas Dost. Onde anda o goleador holandês? Outra partida muito fraca do ponta-de-lança leonino, que só rematou uma vez com perigo. Andou demasiado resguardado atrás da defesa contrária e quase não conseguiu ganhar um duelo aéreo, ao contrário do que é costume.

 

De Gudelj. Fraco a recuperar bolas e ainda menos útil no capítulo da construção ofensiva, mostrando-se capaz apenas de concretizar passes curtos e muito lateralizados, sem progressão no terreno. Compreende-se muito mal a aposta contínua do técnico holandês no médio sérvio, que não demonstra categoria para ser titular do Sporting. Hoje, a partir do minuto 65', jogou um pouco mais adiantado, com a entrada de Idrissa Doumbia para o lugar de Wendel, mas continuou a revelar uma impressionante ineficácia. Se alguém merece um período prolongado no banco de suplentes, é ele.

 

Do golo sofrido. Não podia falhar: voltámos a terminar um jogo com um golo nas nossas redes - já somos a equipa com pior defesa entre as sete primeiras. Como se fosse tradição entre nós. Fomos incapazes de segurar uma vantagem muito folgada, por 3-0: aos 76', permitimos que o Feirense marcasse, com um golo acrobático de Petkov. Consequência de uma falha infantil do colombiano Borja, que tentou fazer um corte de calcanhar em zona proibida, com uma displicência difícil de compreender.

 

De algumas ausências importantes. Continuam a faltar-nos Mathieu e Nani, ambos lesionados. Além de Montero, que ainda não recuperou. Sem mencionar Battaglia, perdido para esta época. Não explica tudo mas explica alguma coisa num plantel com notórias fragilidades, que perdeu de uma assentada Rui Patrício, William Carvalho, Podence, Gelson Martins e Rafael Leão - jogadores com bons desempenhos em diversos campeonatos, da Inglaterra à Grécia, passando por Espanha e França.

 

De continuarmos em quarto lugar no campeonato. Vamos a nove do FC Porto, a oito do Benfica e a sete do Braga. É fundamental vencermos a equipa minhota no próximo embate em Alvalade.

Quente & frio

Gostei muito do regresso do Sporting às vitórias folgadas associadas às boas exibições em campo. Aconteceu nesta noite fria e húmida, em Santa Maria da Feira: triunfo leonino por 2-0 para a Taça de Portugal. Com passagem natural da nossa equipa às meias-finais da competição que promete jogo grande: vamos defrontar o Benfica a 5 de Fevereiro. Vencemos e convencemos, com dois grandes golos - o primeiro, aos 64', marcado pelo buliçoso Wendel, que com um tiro indefensável disparado em diagonal, de fora da área, se estreia como artilheiro de verde e branco na Taça verdadeira, coroando uma exibição muito positiva nesta partida; o segundo, aos 66', apontado pelo incansável Bruno Fernandes, num potente remate de ressaca, de meia-distância. Voto no brasileiro para melhor em campo: foi ele que desatou um nó que persistia bem atado, certamente para alguma irritação e muito nervosismo dos adeptos.

 

Gostei  que não tivéssemos sofrido nenhum golo pelo segundo desafio consecutivo. E das mexidas feitas na equipa pelo treinador Marcel Keizer. Apostou em Salin na baliza - e fez muito bem, pois o francês protagonizou grandes defesas aos 39', 71', 84' e 89'. Bruno Gaspar, tocado, deu lugar a Ristovski, que demonstrou ser mais dinâmico e acutilante nas acções ofensivas. Acuña, após castigo, retomou sem surpresa a titularidade como lateral esquerdo, antes confiada a Jefferson. Raphinha destaca-se mais como extremo do que Diaby: o maliano desta vez nem foi convocado. Gostei sobretudo de ver enfim Luiz Phyllipe mostrar o que vale ao serviço do Sporting, hoje com o belo equipamento Stromp: entrou aos 76', rendendo um apático Bas Dost, e mostrou que se pode contar com ele quando disparou um petardo ao poste, iam decorridos 83'. Um grande momento do jogo que merecia ter resultado em golo.

 

Gostei pouco da exibição de Bas Dost, que parece atravessar uma crise de confiança. É certo que marcou um golo, aos 34', mas pareceu-me bem anulado pelo árbitro Fábio Veríssimo por ser precedido de falta (o holandês apoiou-se num defesa adversário no momento do cabeceamento). Aos 44', numa recarga, permitiu a defesa do guarda-redes Brígido. Nada mais conseguiu fazer de relevante nos 76 minutos em que permaneceu em campo. Excepto - pela negativa - numa escandalosa perdida à boca da baliza, desperdiçando um excelente cruzamento de Acuña, que aos 51' lhe proporcionou um meio-golo servido de bandeja. Irreconhecível.

 

Não gostei  de ver o Feirense com dupla linha defensiva estacionada bem atrás da divisória do meio-campo durante praticamente o jogo todo, dominado pelo Sporting do primeiro ao último minuto. Este dispositivo hiper-defensivo, confinando toda a actuação da equipa da casa num espaço de 40 metros, dificultou a manobra ofensiva leonina, com Wendel, Bruno Fernandes, Raphinha, Acuña e Nani a enfrentarem uma floresta de pernas que persistia em encurtar-lhes margem de manobra e anular-lhes linhas de passe. Felizmente os nossos jogadores souberam reagir com maturidade e paciência, insistindo em ataques envolventes não apenas pelas alas mas também pelo corredor central. Esta persistência deu bons frutos. E a vitória impôs-se com toda a naturalidade, para enorme satisfação das claques leoninas, que compareceram em grande número no apoio vibrante à nossa equipa.

 

Não gostei nada  de ver petardos rebentar junto da baliza do Sporting, em clara provocação ao guarda-redes Salin, procurando perturbar a sua actuação ou mesmo causar-lhe danos físicos. É inaceitável que a Federação Portuguesa de Futebol permita agressões deste tipo no decurso de jogos da Taça, competição que organiza. É urgente que as acções punitivas sejam rápidas, eficazes e exemplares. Não podem ficar-se por multas com valor pouco mais do que simbólico: só assim se conseguirá pôr ponto final ao vandalismo que se pratica nos estádios deste país.

Amanhã há Taça

Amanhã à noite, a partir das 20.45, disputamos com o Feirense, em Santa Maria da Feira, os quartos-de-final da única taça que interessa: a de Portugal.

Vale a pena perguntar a quem me lê: estão optimistas ou pessimistas quanto ao desfecho desta eliminatória? Recordo que o Sporting não vence a Taça de Portugal há quatro épocas.

Quente & frio

Gostei muito do regresso do Sporting às vitórias após o esporádico desaire em Guimarães. Regressámos também às goleadas: esta noite batemos o Feirense por 4-1, em Santa Maria da Feira. Com golos de Raphinha (5'), Bruno Fernandes (22'), Bas Dost (60', de penálti) e do defesa da equipa anfitriã Luís Machado, na própria baliza, após Miguel Luís ter conduzido uma veloz infiltração no reduto adversário (67'). Destaque para a exibição de Bruno Fernandes,  novamente o melhor em campo: autor de um belíssimo golo, com um chapéu ao guarda-redes Brígido, foi ele o comandante das operações leoninas a partir do meio-campo. Raphinha, ao marcar logo no nosso primeiro lance ofensivo, foi outro elemento nuclear. E Bas Dost confirma a veia goleadora: leva já 16 marcados desde o início desta temporada. São jogadores como eles que fazem a diferença.

 

Gostei  da forma como Marcel Keizer organizou a equipa, povoando muito bem o meio-campo, com Petrovic desta vez como médio titular mais recuado, Miguel Luís como médio interior esquerdo e Bruno Fernandes na posição inicial de médio interior direito. Isto possibilitou as constantes subidas de Acuña pelo seu flanco - de um excelente cruzamento do argentino, elemento nuclear do Sporting, resultou o nosso golo inicial. Os jogadores tinham claramente instruções para pressionarem a saída de bola do Feirense e trocarem-na em ritmo acelerado, condicionando a manobra do adversário. Salin esteve bem entre os postes e regressou aquela que é - de longe - a nossa melhor dupla de centrais, formada por Coates e Mathieu. Ingredientes que estiveram na base desta vitória - a sétima goleada conseguida por Keizer em nove jogos. Com ele ao leme, o Sporting já soma 34 golos. Despedimo-nos da melhor maneira deste ano de 2018, que noutro plano não nos deixa saudades.

 

Gostei pouco da réplica do Feirense, equipa que abusou da "intensidade" física. Phelipe Sampaio recebeu um tardio cartão amarelo só aos 57' após ter sido protagonista de diversos lances à margem das regras e outro defesa, Tiago Silva, acabou expulso por ter dirigido ostensivamente palavras insultuosas ao árbitro Rui Costa. Seguimos assim em frente na Taça da Liga, única competição conquistada pelo antecessor de Keizer, Jorge Jesus, ao longo de três anos no comando técnico em Alvalade. A vitória de hoje qualifica-nos para as meias-finais, em que defrontaremos o Braga. Mantemo-nos, portanto, em todas as frentes.

 

Não gostei  da actuação de Diaby, que continua a revelar um défice de participação nas movimentações defensivas da equipa e desta vez foi incapaz de compensar esta lacuna com eficácia na finalização. O jovem maliano foi protagonista de dois lances pela negativa: falhou o golo aos 65', quando se encontrava na cara do guarda-redes, e uma recarga vitoriosa aos 75', com a baliza aberta, após um tiraço inicial de Jovane que levou a bola a embater no poste.

 

Não gostei nada desta inversão de prioridades que tem vindo a registar-se na organização dos torneios profissionais de futebol. Jogamos ao fim de semana uma competição menor, como é a Taça da Liga, e na próxima quinta-feira vamos receber o Belenenses para o campeonato nacional. Anda alguém aqui com o passo muito trocado.

Os melhores prognósticos

Vencemos o Feirense por marca tangencial, apenas por 1-0, mas na nossa ronda de prognósticos o triunfo foi mais folgado: nada menos de três vencedores, com palpites certos.

Ficam aqui os meus parabéns a este trio, composto pelos leitores Carlos Pereira, José Manuel e Luís Ferreira. Este ano a competição parece mais renhida que nunca. Ainda bem.

Pressão alta

Bisoprolol é o que eu tomo diariamente para controlar a pressão arterial.

Estou desde já avisado que em dia de jogos do Sporting, terei que reforçar a dose.

Assisti hoje ao primeiro jogo ao vivo em Alvalade esta época e confesso que, satisfeito pela vitória obviamente, sinto um misto de satisfação e de inquietude, pelo que vi durante o tempo de jogo.

Conseguimos os três pontos, é um facto. A vitória é mais que merecida, sem qualquer dúvida, mas depois de 26 remates enquadrados com a baliza, marcar apenas um golo e quase no final do jogo, sabe a muito pouco.

Se é certo que quem não tem cão caça com gato, não havendo Bas Dost, não se percebe porque se conduz o jogo pelas alas, sabendo-se que Montero não é um homem de área e que Nani já não é o extremo de antigamente.

Aos sessenta e poucos minutos Peseiro percebeu isto e fez sair o inútil Jefferson, desfazendo o desnecessário duplo pivot ao fazer deslocar Acuña para a lateral esquerda, posicionando Nani atrás do ponta de lança e com Jovane em jogo a coisa começou a fluir e em pouco mais de cinco minutos tivemos outras tantas oportunidades de marcar, altura em que o guarda-redes deles deu em fazer de Salin (na Luz) e defendeu tudo e mais um par de botas. Apesar de tarde, Peseiro deu a volta ao jogo, o que abona em seu favor. Já não abonará tanto, o facto de olharmos para a miserável exibição de Bruno Fernandes e pensarmos que o seu substituto natural está agora em Nuremberga e que das três substituições que fez, a única que atingiu o objectivo foi a entrada de Jovane, já que se estava a jogar com um a menos com B. Fernandes em campo, com a entrada de Castaignos e depois de um dos ic's o Petrov, ficou a jogar apenas com oito. E se ganhar com oito ao Feirense é obra, provavelmente parte da culpa é sua.

 

Nota final: O golo solitário que nos deu a vitória foi apontado pelo único jogador da formação que actuou (descontemos Nani, que já tem muito Mundo). Deixem-me concluir que se porventura mais jogassem, talvez o resultado fosse a mesma vitória, mas com outro sabor.

Rescaldo do jogo de hoje

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Gostei

 

Da vitória, mesmo arrancada a ferros. Triunfo merecido do Sporting neste segundo jogo em casa, por 1-0, contra um Feirense muito compacto e bem organizado no terreno - e que só hoje sofreu o primeiro golo de bola corrida (o anterior havia sido de penálti) e a primeira derrota no campeonato. Exibição leonina com solidez colectiva, maturidade psicológica e exemplar cultura táctica. Uma equipa que está a ser moldada com muita eficácia pelo treinador José Peseiro.

 

Do nosso ímpeto atacante. Caudal ofensivo leonino do princípio ao fim. Entrámos em campo de pé no acelerador e nunca deixámos de pressionar. E esta dinâmica intensificou-se com a entrada de Jovane em campo. Entrada tardia, mas ainda a tempo de alcançar a vitória.

 

De Jovane. Foi ele a fazer a diferença. Quando enfim pisou o relvado de Alvalade, iam decorridos 66', esticou o jogo, deu-lhe intensidade e comprimento, criou desequilíbrios, trazendo mais acutilância ofensiva ao onze leonino. E foi também ele a destacar-se ao marcar o golo que nos valeu três pontos. Golo mais que merecido face à exibição da equipa em geral e do jovem caboverdiano em particular. Voto nele como o melhor dos nossos.

 

De Raphinha.  Impôs-se rapidamente como titular, numa confirmação clara do seu valor. O ex-vimaranense é um verdadeiro reforço, como hoje reiterou num excelente trabalho pelas alas. Sobretudo na ala direita, com destaque para o lance de golo, em grande parte construído por ele com uma arrancada veloz e um túnel que abriu na defensiva adversária.

 

De Salin. Voltou a actuar bem entre os postes: começa a transmitir a ideia de que será o guarda-redes titular durante a temporada. Saímos de campo não apenas com três pontos mas também sem golos sofridos, o que ajuda a moralizar ainda mais a equipa. E a ele isso se deve também: chamado a intervir, cumpriu sempre. E assim transmitiu confiança aos colegas.

 

Do balanço destes quatro jogos.  Dez pontos amealhados em 12 possíveis - e já fomos à Luz. Quem diria, no início da temporada, que seríamos capazes deste desempenho com um plantel destroçado e um clube afectado por graves convulsões internas nestes meses mais recentes? Apesar das lacunas ainda existentes na equipa, da falta de automatismos e das lesões de titulares fundamentais. Mérito para todos, a começar no treinador.

 

Da homenagem a Nelson Évora. O grande atleta leonino foi medalhado e ovacionado ao intervalo, recebendo calorosos aplausos dos 38 mil espectadores por se ter sagrado campeão europeu do triplo salto. Um enorme Leão que sabe rugir.

 

 

Não gostei

 

Das lesões de Bas Dost e Mathieu. Dois elementos nucleares do onze titular leonino estiveram novamente ausentes por se encontrarem ainda com problemas físicos. Ambos fazem falta, sobretudo o holandês: precisamos de um avançado posicional que Montero, o seu substituto, claramente não é.

 

Do sofrimento até aos 88'. Estamos muito habituados a isto: a nossa paciência está sempre a ser testada em cada jogo, sobretudo nos que se disputam em Alvalade. O empate nulo que se registava ao intervalo e se manteve tempo de mais começou a irritar os adeptos, o que muito se compreeende. Só não consigo compreender quando esta impaciência se traduz em assobios.

 

Dos cantos desaproveitados. Beneficiámos de muitos pontapés de canto, mas fomos incapazes de conseguir transformá-los em ocasiões de golo. Foi confrangedor ver tanto desperdício.

 

Do festival de golos falhados. Battaglia, Montero, Nani, Raphinha e até André Pinto tentaram o golo, sem conseguir. Graças à boa exibição de Caio Secco, guardião do Feirense. Mas sobretudo por notória e exasperante falta de pontaria: 26 remates, apenas um golo.

 

De Jefferson. O brasileiro voltou a demonstrar que está abaixo do patamar médio de qualidade da equipa. Não apenas no plano defensivo, onde se desposiciona com muita facilidade, mas também no défice da sua prestação ofensiva: hoje não lhe saiu um só cruzamento com qualidade. Foi bem substituído aos 66', quando Jovane entrou e Acuña recuou para lateral esquerdo.

 

Do árbitro Rui Oliveira. O senhor do apito fez tudo para estragar o espectáculo desatando a exibir cartões amarelos por tudo e por nada. É caso para perguntar-lhe se assistiu ao recente Mundial da Rússia: o seu critério disciplinar em nada coincidiu com o que vimos no maior certame planetário da modalidade. O futebol é um desporto de contacto físico, facto que o senhor Oliveira ainda não percebeu.

Prognósticos antes do jogo

Quarta jornada. Vamos receber o Feirense este sábado, a partir das 21 horas. Sem Mathieu, lesionado, e com Bas Dost e Bruno Fernandes ainda em dúvida no momento em que escrevo estas linhas. Como se já não bastassem as carências que sabemos no onze titular.

Mas o pensamento não deixa de ser positivo. É isso que pretendo confirmar ao desafiar-vos a deixarem aqui os vossos prognósticos para este jogo.

Os melhores prognósticos

Não me lembro de nenhum jogo do Sporting que tenha merecido tantos palpites certos aqui no És a Nossa Fé: registei dez vaticínios que anteciparam o 2-0 final do Sporting-Feirense de domingo.

Fica o registo, por ordem alfabética, de todos quantos acertaram: Carlos Silva, Cristina Torrão, Edmundo Gonçalves, Fernando Albuquerque, Leão da Estrela, Leão de Lordemão, Leão de Queluz, Leoa Maria, Noureddine e P. Batista.

Nestas circunstâncias, aplica-se o critério do desempate: não basta prever o resultado, é também preciso antecipar o nome dos marcadores de golos. Um deles (William Carvalho), ninguém adivinhou. O outro (Montero) foi mencionado por três leitores: Leão de Lordemão, Noureddine e P. Batista.

São eles os vencedores do "troféu" esta semana. No final da época fazemos as contas definitivas.

Rescaldo do jogo de ontem

Gostei

 

Da bela exibição do Sporting ao fim da tarde de ontem em Alvalade. Domínio leonino absoluto do princípio ao fim do jogo com o Feirense, que vencemos 2-0. Vitória que só pecou por escassa numa partida em que jogámos sempre em ataque continuado. Chegou a adivinhar-se goleada, só impedida pela excelente actuação do guarda-redes adversário, por alguns incríveis falhanços dos nossos jogadores, pela incompetência do árbitro Luís Ferreira (de Braga), que perdoou um penálti à equipa visitante e pela desastrosa intervenção do vídeo-árbitro Manuel Oliveira (do Porto), que nos anulou um golo limpo logo aos 18'.

 

De William Carvalho. O nosso capitão fez-nos muita falta no jogo anterior, frente ao FC Porto, para a Taça de Portugal. Felizmente regressou ao onze titular. E em óptima forma, como ficou demonstrado nesta partida, em que funcionou como o grande pensador e organizador do nosso jogo, actuando como médio de construção. Aos 6', já isolava Doumbia com um passe longo quase milimétrico. Aos 34', fez um cruzamento exímio que Doumbia (novamente) e Coates desperdiçaram quando bastaria um toque na bola para a enfiar na baliza. Tentou ele próprio o golo, de cabeça, aos 42'. E acabou por consegui-lo, aos 78', desfazendo só então o nulo inicial. Golo merecidíssimo do melhor jogador em campo. Golo inaugural de William na Liga 2017/18. Tenho a certeza de que não será o único.

 

De Gelson Martins. Com ele em campo, a qualidade global da equipa melhora de imediato. Acelerou e esticou o nosso jogo, criou constantes desequilíbrios na grande área do Feirense, abriu muitas linhas de passe. A melhor nota artística deste jogo emocionante aconteceu num rodopio dele aos 42' que suscitou aplausos espontâneos das bancadas. Foi crucial na assistência para o segundo golo, aos 90'+1, num passe decisivo que seria bem aproveitado por Montero. E na última jogada do desafio ainda isolaria Bruno Fernandes, que falhou por centímetros aquele que teria sido o golo da noite.

 

Da estreia de Rafael Leão.  Estavam decorridos 69' quando Jorge Jesus mandou avançar o avançado da formação leonina, em estreia absoluta no campeonato nacional. Muito aplaudido pelos adeptos, o jovem correspondeu de imediato, com um bom remate de meia-distância para defesa incompleta do guarda-redes e um cruzamento bem medido que quase funcionou como assistência para golo. As primeiras impressões contam muito: Rafael passou no teste.

 

Da estreia de Lumor.  Outra novidade neste jogo: o treinador lançou aos 73' o ganês, ex-lateral esquerdo do Portimonense, que foi um dos reforços de Inverno do Sporting. Mal tocou na bola, fez um excelente cruzamento para Montero. Cumpriu. E deixou-nos com vontade de ver mais.

 

Do regresso de Montero aos golos. Ainda longe da melhor forma física, o colombiano fez parceria com Doumbia na frente de ataque. Desta improvisada dupla resultaram alguns apontamentos interessantes, prejudicados pelos sucessivos falhanços do marfinense. Mas o melhor momento de Montero aconteceu já com o colega fora de campo, quando marcou o segundo do Sporting. Dois anos depois, voltámos a ver um golo dele ao vivo. Já tínhamos saudades.

 

De Mathieu. Exímio na marcação de dois livres directos, aos 8' e aos 42': levavam ambos selo de golo e apenas foram travados pela competente intervenção do guarda-redes Caio Secco. Corte decisivo aos 14'. Continua em grande forma.

 

De Rui Patrício. Influente, como de costume. Três excelentes defesas, aos 23', 30' e 72'. Na última, esticou-se in extremis e acabou por levar a bola a embater no poste. Teria sido golo do Feirense, quando ainda havia 0-0.

 

 

 

Não gostei

 

 

Do lamentável desempenho da equipa de arbitragem. Luís Ferreira fez vista grossa a um penálti do Feirense, aos 30', contemporizou com o antijogo da equipa visitante, falhou na cronometragem do tempo de compensação, exibiu um cartão amarelo totalmente injustificado a William Carvalho. Aos 44', assinalou uma grande penalidade favorável ao Sporting que não tinha existido, talvez como compensação daquela que nos escamoteou. Pior esteve o vídeo-árbitro, Manuel Oliveira, que validou a decisão errada do árbitro ao perdoar um penálti que todo o estádio viu e nos roubou um golo limpo, marcado por Doumbia aos 18', com base numa suposta falta ocorrida duas jogadas antes e que o árbitro deixara por assinalar. Espero não ver nenhum destes senhores tão cedo novamente em Alvalade.

 

Do empate a zero que se mantinha ao intervalo. Foi quanto bastou para gerar muito nervosismo nas bancadas, onde chegaram a ser escutados alguns assobios mais impacientes.

 

Da nossa ala esquerda. Desta vez confiada a Bruno César e Bryan Ruiz. Sem comprometer, esteve no entanto longe da dinâmica de outros jogos, com outros protagonistas: Coentrão e Acuña, ausentes a cumprir castigos.

 

Dos golos desperdiçados. Anotei estes: Doumbia aos 6' (a passe de William); Doumbia aos 13' (a passe de Montero); Bryan Ruiz aos 14'; Montero aos 29' (a passe de Ruiz); Doumbia e Coates aos 34'; William aos 42'; Bruno Fernandes aos 44'; Bryan Ruiz aos 50'+6 (a passe de Gelson); Doumbia aos 48' e aos 71'; Montero aos 73' (a passe de Lumor); Bruno Fernandes aos 90'+4 (a passe de Gelson). Num total de 28 remates, 11 dos quais enquadrados com a baliza, a percentagem de aproveitamento foi muito reduzida.

 

De Doumbia. Esforçou-se muito, tentou bastante, marcou até um golo limpo que o VAR invalidou. Mas transmitiu-nos uma notória sensação de insuficiência, nuns casos por incapacidade e noutros por infelicidade. Nunca fez esquecer Bas Dost, novamente ausente por lesão.

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Feira da ladra

Concordo com Jorge Jesus, o VAR é uma "farramenta" (e não, uma ferramenta). Esta noite, em Alvalade, a visita da equipa da Feira foi uma farra...

 

Durante o jogo sonhei (com os olhos bem abertos) que estava numa feira: Rui vendia amuletos de São Patrício, Piccini era o pizzaiolo, Coates grelhava carne de vaca gaúcha maturada, Mathieu amassava a baguete francesa, Bruno César comia croissants, William era o operador do carrossel, Bruno Fernandes pintava Rembrandts, Gelson testava as motos do poço da morte, Bryan Ruiz permanecia na secção de antiguidades, Montero mostrava as novas fragrâncias, cheirinhos (a golo), Rafael Leão estava na banca (ou banco) das verduras, Battaglia engolia fogo, o recém-chegado ganês alegrava a multidão com o seu sentido de Lumor e Doumbia, na barraca dos tirinhos, entretinha-se a atirar ao alvo Caio Secco e vendia elefantes de marfim com a tromba para baixo. Este último pormenor (o da tromba para baixo) não augurava nada de bom. A adicionar a este sentimento, a expressão que se podia observar nas pessoas que rodeavam a tenda da cartomante mostrava que a sina lida não tinha sido auspiciosa. 

 

Por momentos, e dado os últimos pormenores que vislumbrei, detive-me na suspeição de que o sonho afinal poderia virar pesadelo. Um pesadelo com nome próprio e apelido: Luis Ferreira

 

O árbitro protagonizou um erro no protocolo do vídeo-árbitro (ou será ele próprio um erro de protocolo, confesso que não percebi). Sugestionado pelo VAR (Manuel Oliveira), Luis Ferreira anulou um golo limpo de Doumbia (que, por ironia, assistido por Montero, finalmente tinha acertado com a baliza) por considerar uma alegada falta (de Bruno Fernandes), tão, mas tão anterior ao lance de golo, que se diria ocorrida no milénio passado, porventura aquando da nossa fundação. Para além da alegada falta não ter sido clara, esta, a ter existido, aconteceu antes do início do movimento atacante que resultou em golo. Logo, uma péssima decisão, aos 18 minutos de jogo.

 

Não ficaria por aqui o árbitro do encontro: aos 29 minutos, William tentou passar a bola na área e esta foi interceptada deliberadamente com a mão (baixou-se para interceptar a bola) por Tiago Silva, jogador dos fogaceiros. Luis Ferreira (desta vez não reviu as imagens) ouviu o VAR e mandou seguir. Um "penalty" por marcar...

 

Ainda na primeira parte, o árbitro apitou (mal) para "penalty" favorável ao Sporting. Após consultar o VAR anulou a sua decisão. O problema foi o tempo que gastou nestas "demarches" todas. Ora, revejam comigo: o golo anulado implicou que a partida esteve parada 2 minutos e 48 segundos (entre os 18:00 e os 20:48), a revisão do "penalty" não assinalado custou 30 segundos (entre os 29:30 e os 30:00), finalmente a análise da possível grande penalidade, mais a lesão de um jogador feirense, manteve o jogo parado por 4 minutos e 42 segundos ( entre os 43:08 e os 47:50). O homem do apito tinha dado 5 minutos de desconto (já vimos que deveria ter dado 8, sem falar de outras paragens para assistência de jogadores), mas acabou por abreviar a coisa para uns míseros 3 minutos e 30 segundos (houve jogo entre os 47:50 e os 51:20), sonegando quatro minutos e trinta segundos ao jogo. Se não acreditam, vejam as imagens. O senhor precisa tanto de uma reciclagem como de umas aulas de aritmética. É obra!!! 

 

Perante isto, Luis Ferreira até poderia ter feito (que não fez) uma exibição de final de Champions na segunda parte, que mesmo assim não mereceria deste Vosso autor uma nota melhor que DÓ MENOR. Sem dó nem piedade...

 

Para além destes incidentes, o Sporting protagonizou um Festival de Futebol...e de golos perdidos. Caio Secco negou o golo aos leões, com enormes defesas, aos 7, 12, 13, 28 e 41 minutos. Doumbia por mais 3 vezes e Bryan Ruiz falharam sozinhos outros golos cantados. E assim, perante todas estas contrariedades, chegámos injustamente ao intervalo com o nulo no marcador.

 

O Sporting entrou mais nervoso no segundo tempo e o critério disciplinar de Luis Ferreira também não ajudou. Aos 47, 52 e 54 minutos foram perdidas mais 3 oportunidades. Aos 61 minutos, mais uma "imoralidade": cartão amarelo a William, após uma normalíssima disputa de bola. JJ mandou avançar Rafael Leão e o jovem foi o talismã que quebrou a maldição do apito. Já consigo em campo, a bola beijou o poste de Patrício (ainda desviou) e ressaltou para fora. Aos 78 minutos, finalmente o golo. Confusão, bola bate na cara de Coates, ressalto para os pés de William e golo. Os leões cresceram e Montero - que perfume tem o seu futebol entrelinhas, que inteligência têm as suas movimentações! - , a passe de Gelson, estrear-se-ia a marcar neste regresso a Alvalade. O jogo acabaria a fazer jus àquilo que foi a sua tónica: Bruno Fernandes, isolado por Gelson, falhou na cara de Caio Secco.

 

Parece que todos sempre esperam que seja Bruno de Carvalho a quebrar o protocolo, mas afinal Luis Ferreira e Manuel Oliveira é que o fizeram esta noite, ajudando a que este autor considere que esta vitória foi contra tudo (má sorte, guarda-redes adversário) e contra todos (arbitragem infelicíssima incluida). É Carnaval, ninguém leva a mal!? (blague subtraída ao Nosso Leão de Queluz)

 

Tenor "Tudo ao molho...": William Carvalho

sportinhfeirense.jpg

 

Rescaldo da vitória frente ao Feirense

Felizmente vencemos o jogo e conquistámos os 3 pontos em disputa, que é o mais importante. Árbitro e VAR erraram na anulação do golo porque a falta cometida pelo Bruno Fernandes existiu, mas em jogada anterior, logo não passível de análise segundo o protocolo. Mas nada justifica o desperdício dos nossos avançados na hora de rematar à baliza, mesmo compreendendo a natural ansiedade que se apoderou da equipa nos últimos tempos. Gostei da estreia do Rafael Leão, boa atitude, pode ir longe. O reforço Lumor também deixou bons apontamentos. Para não variar, após o final do jogo Bruno de Carvalho ensaiou uma vez mais uma comunicação irónica, desnecessária, sem que tenha ficado perceptível o objectivo que pretendeu alcançar, excepção feita ao apelo à mobilização dos sócios para o entronizarem imperador na próxima Assembleia. 

Tudo ao molho e FÉ em Deus - Bas Dost em discordância com o ponto de tangência

Feirense x Sporting 2-3

 

Em geometria descritiva, o ponto de tangência é o ponto único em que duas linhas (ou superfícies) se tocam. Por sua vez, à interrelação entre duas (ou mais) entidades geométricas, através da tangência, dá-se o nome de concordância. Vem isto a propósito do facto de, com a excepção de uns 10 minutos, ter parecido que as linhas por onde se cosia o jogo leonino praticamente tocavam as que Nuno Manta trazia como proposta, daí resultando uma quase permanente igualdade no marcador e o espectro de saírmos da "feira" só com um ponto. Assim, os rapazes de Santa Maria da Feira quase conseguiam levar a fogaça para a festa do empate. Os Fogaceiros, pela atitude e capacidade de dar a volta a um jogo em que a derrota parecia irremediável, talvez merececem um ponto. Em não concordância com a situação esteve o "flying dutchman", que começou por assistir de cabeça Coates, no lance do penalti, e acabou a finalizar ("dostar") da marca dos 11 metros, garantindo uma vitória à tangente.

Contra o treinador da moda em Portugal, que estendeu a manta o mais que pôde, a equipa leonina pareceu adormecida na primeira parte, por um lado literalmente, devido ao "jet lag" patenteado por alguns jogadores regressados na véspera de vôos atlânticos, por outro devido à alteração forçada motivada pela lesão de Piccini.

O jogador que entrou, Alan Ruiz, contrastou - com as suas chuteiras Louboutin - com uma equipa feirense para quem até ao pescoço era canela. Em conformidade, o argentino, arguto, apresentou-se de saltos altos, de forma a que a agressividade adversária não atingisse o seu umbigo.

Os dois golos consecutivos, obtidos na primeira metade da segunda-parte, fizeram o Sporting adormecer, o que foi aproveitado pela turma de Nuno Manta para se agigantar e chegar à paridade no resultado. Valeu o forcing final e o golo na última jogada da partida, num jogo em que o metro quadrado esteve caríssimo, tal a ocupação de espaço provocada pela boa organização do Feirense.

Não começa mal a época: uma hecatombe fez caír do "play-off" vários cabeças-de-série, o sorteio ditou a equipa mais fraca (Steaua), golo ao Setúbal no final do jogo, salvos pelo vídeo-árbitro contra o Estoril e, uff, golo em cima da hora em Santa Maria da Feira. Para não falar no timing de venda de Adrien (a melhor sorte, grande capitão) que o Leicester (sem a mesma arte ou sortilégio) já não conseguiu inscrever por (14) segundos.

Em conformidade, a equipa continua a "falar" dentro do campo e a "comunicar" bem com as redes adversárias. 

Em resumo, 5 jogos, 5 vitórias (um Penta), um "défice positivo" diria Rui Pedro Brás, homem que comenta finanças com a leveza e o conhecimento que eu emprego quando discurso sobre a actividade dos esquimós no Ártico e a sua necessidade de Vitamina C.

 

Análise dos jogadores, um-a-um:

 

Rui Patricio - Etebo testou a pontaria na primeira parte, mas Ruuuuuuuui estava lá. Insistiria na segunda parte e aí Rui não teve defesa possível. Pelo meio, batido por uma cabeçada certeira de João Silva. Despromovido a capitão, ele que é um General ainda preso no labirinto de ausência de títulos.

Nota: Sol

 

Piccini - Lesionou-se sozinho no pé esquerdo, o que não deixa de ser irónico para um jogador destro. Até aí, não estava a jogar bem nem mal, antes pelo contrário...

Nota:

 

Coates - Saiu da Portela praticamente para o jogo. Ainda em modo de vôo, cabeceou para defesa do guardião feirense. Na recarga, marcou com o pé direito. Nos últimos instantes ganhou o penalti que Bas Dost converteria na vitória leonina. Check-out com aclamação. Alternativa para melhor em campo, só não saiu em ombros porque deu demasiado espaço a Etebo no lance do momentâneo empate, mas bem mereceria pois as olheiras que ostentava denunciavam o cansaço que sentia.

Nota:

 

Mathieu - "Que mal fiz eu a Deus?" foi título de sucesso do cinema francês. Jesus disse que esteve febril e talvez isso justifique a péssima actuação do experiente central gaulês, a quem tudo correu desastrosamente. Há dias assim: começou por passar mal, numa saída de bola, provocando um lançamento lateral no enfiamento da grande-área leonina, aos 4 minutos. Ainda na primeira parte, voltou a tentar saír com bola e perdeu-a, isolando Edson Farias que se assustou perante Ruuuuuuui. Finalmente, falhou a intercepção no segundo golo feirense. Já mostrou a sua enorme qualidade, espera-se que um Melhoral resolva a questão.

Nota:

 

Jonathan - Alguns bons cruzamentos, naquele jeito azougado feito mais de vontade e garra do que de pulmão, que nos faz sempre esperar a entrada em campo do Dr. Varandas munido de uma máscara de oxigénio e de um desfibrilhador.

Nota: Sol

 

William - Sir William está de volta, naquele seu estilo inconfundível. Curiosamente, nos instantes finais, abdicou da forma e mandou um pontapé para a molhada donde resultaria o penalti vitorioso. Simples, mas eficaz, o que não deslustra a realeza.

Nota: Sol

 

Battaglia - Premonitoriamente, com 1 minuto jogado, avançou pelo lado direito e tirou um belo cruzamento para a pequena área. Jesus deve ter gostado, porque quando Piccini se lesionou mandou-o para lateral direito. Cruzou com muito perigo para Dost em lance que resultaria no canto que proporcionou a abertura do marcador. Posteriormente, assistiu Iuri numa jogada que proporcionaria um livre directo na meia-lua da área feirense. Sempre combativo, a lutar por cada palmo de terreno que aliás transforma num latifúndio.

Nota:

 

Bruno Fernandes - 18 golos do Sporting, 10 com a sua influência (4 golos, 2 assistências, participação noutros 4). Hoje começou por assistir Coates para o primeiro da noite e marcou ele próprio logo de seguida. Seria o melhor em campo caso não lhe tivesse faltado agressividade no ataque à bola no primeiro golo do Feirense.

Nota:

 

Gelson - Menos inspirado, o rastafari leonino viria, ainda assim, a assistir Bruno Fernandes para o segundo golo leonino. Comprometido com a equipa, ajudou a proteger Battaglia, na defesa do flanco direito da nossa defesa, zona do terreno intransponível aos intentos feirenses.

Nota: Sol

 

Acuña - Eu bem dizia que Jesus não deveria chamar a atenção dos auxiliares, na sequência do jogo com o Estoril. Aos 13 minutos, tiraram-lhe uma jogada de golo promissora, isolado sobre a esquerda, por clara precipitação do fiscal-de-linha, quando tinha 3 (!!!) jogadores a pô-lo em campo. Lutador incansável, resistiu ao cansaço de uma viagem extenuante e dois jogos pela Argentina. Merecia o prémio daquele golo que, por ilusão de óptica, vi entrar na baliza dos fogaceiros.

Nota: Sol

 

Bas Dost - Parece que não anda por ali, mas no final do dia "dostou" uma vez mais e, como contra o Vitória sadino, de forma decisiva. Pelo meio, participou no segundo golo, arrastando inteligentemente a marcação do central feirense, movimento que permitiu a Bruno Fernandes aparecer isolado na cara do golo. Adicionalmente, o penalti sobre Coates começou numa assistência sua para o uruguaio.

Nota: Si

 

Alan Ruiz - Esteve em campo? Entrou e saiu, esta última a melhor coisa que nos aconteceu. Sem compromisso com a equipa, raramente tocou na bola ou arrastou marcações, apesar dos pedidos constantes de Jesus.

Nota: Dó menor (meteu dó)

 

Iuri Medeiros - Entrou tarde mas ainda se destacou por ter ganho um livre directo em posição frontal. Deveria ter sido ele a entrar em vez de Ruiz.

Nota: Fá 

 

Doumbia - Praticamente não tocou na bola.

Nota: -

 

Tenor "Tudo ao molho e Fé em Deus": Bas Dost

 

  

Rescaldo do jogo de hoje

Gostei

 

 

Da nossa vitória.  Muito sofrida, conseguida no último lance do jogo, de grande penalidade, quando já decorria o oitavo minuto do tempo extra. Vencemos o Feirense, equipa da casa, por 3-2. No mesmo estádio onde na época passada tínhamos perdido por 1-2.

  

De Bruno Fernandes. No dia em que festeja o 23.º aniversário, o nosso médio mais avançado voltou a fazer uma grande exibição, revelando-se o melhor jogador em campo. Foi ele a dar o primeiro sinal de perigo, com um fortíssimo remate defendido in extremis pelo guarda-redes, aos 47'. Foi ele também a marcar o canto de que nasce o nosso primeiro golo (62'). Foi ele ainda a marcar o segundo, com um primoroso chapéu, indefensável. Leva já quatro marcados no campeonato, como se fosse um ponta-de-lança.

 

De Coates. Primeiro golo do internacional uruguaio na Liga 2017/18. Desfez o nulo, que se arrastou tempo de mais, numa insistência à boca da baliza. E conseguiu a grande penalidade que nos valeu três pontos.

 

De Bas Dost. Fez uma partida discreta até ao último minuto, em que foi protagonista decisivo. Chamado a converter o penálti ao cair do pano, não vacilou. Cumpriu a missão e garantiu-nos a manutenção do comando no campeonato. É a segunda vez que decide desta forma mesmo à beira do fim do jogo.

 

Do regresso de William Carvalho. Um mês depois, o nosso médio defensivo mais cotado regressou ao onze titular. No final de uma semana em que viu o nome dele invocado até à exaustão, revelou o profissionalismo de sempre. Exibição de grande nível, para não variar. Foi dele o passe longo para a área do Feirense que nos permitiu ganhar o penálti e conquistar a vitória à beira do fim.

 

De ver Rui Patrício com a braçadeira de capitão. Merecida prova de confiança da equipa técnica no melhor guarda-redes do Campeonato da Europa 2016.

 

Do Feirense. Boa réplica da equipa de Santa Maria da Feira, que se apresentou bem organizada, a explorar com eficácia o contra-ataque, valorizando esta vitória leonina. A partida foi emotiva até ao fim, com uma segunda parte muito disputada em que se marcaram os cinco golos.

 

Que a sorte do jogo nos sorrisse. Será já a estrelinha de campeão a brilhar para nós?

 

Que continuemos no comando. Cinco jogos, cinco vitórias. A liderar o campeonato.

 

 

 

Não gostei
 

 

Da nossa primeira parte. Sem uma oportunidade de golo, o empate a zero manteve-se até ao intervalo. E o Feirense teve até duas hipóteses de marcar.

 

Do sofrimento nos últimos 20 minutos. Uma vez mais, não havia necessidade de tanto nervosismo. Com uma vantagem de dois golos, construída aos 64', o Sporting começou demasiado cedo a gerir o resultado, relaxando em excesso nesse período do jogo.

 

De termos encaixado dois golos. E vão três em dois jogos. A nossa consistência defensiva já não parece tão sólida como nas partidas iniciais.

 

Da lesão de Piccini. O italiano só durou 20 minutos em campo: saiu lesionado. Má notícia para a equipa, que jogará a primeira eliminatória da fase de grupos da Champions já na terça-feira: neste momento estamos sem laterais titulares.

 

Da ausência de Adrien. Primeiro jogo, após vários anos, com o nosso ex-capitão já fora do Sporting. Guardaremos sempre dele a imagem de um grande batalhador no meio-campo, forte e consistente, líder natural da equipa.

 

Da entrada tardia de Iuri Medeiros e Doumbia. O treinador retardou em excesso a entrada de reforços em campo com o jogo empatado 2-2. O português e o marfinense deviam ter aparecido bem mais cedo.

 

De Alan Ruiz. Tal como na época passada, tarda em mostrar fôlego e arte para merecer a convocatória. O treinador lançou-o em campo aos 24' e retirou-o aos 85', numa evidente punição pelo seu fraco desempenho. Lento e preso de movimentos, o argentino ficou muito aquém da dinâmica que a equipa exigia para se superiorizar ao Feirense de forma inequívoca.

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