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És a nossa Fé!

Caldeirada à moda do Porto

Qualquer conhecedor do prato inventado pelos pescadores sabe que tudo tem a ver com a combinação de ingredientes e de sabores, à partida julgados difíceis de combinar.

No FC Porto é a mesma coisa. Existe também um Caldeira vice-presidente, o mesmo que insultou o Bruno de Carvalho no João Rocha, mas a bondade inata dele logo esqueceu e perdoou, e existem os ingredientes: droga, candonga, armas de fogo, coacção, agressão, muito dinheiro em numerário e o que mais vier à tona.

Se calhar Villas-Boas foi à guerra com as costas bem protegidas, e a partir de Lisboa. Não acredito que tenha sido a PJ ou a PSP do Porto a conceber a Operação Pretoriano. Aquilo vai ficar preto lá pelas Antas, todos rezando para que o coração do velho padrinho aguente. Mas isso é problema deles.

Nos só queremos a carteira e o telemóvel do presidente de volta.

 

PS: Quando for para discutir o polvo encarnado cá estaremos também, mas o tema do post não é esse.

SL

O melhor prognóstico

Houve um idiota que, dizendo-se sportinguista, prognosticou vitória de 3-1 do FC Porto em Alvalade: por aqui se vê o "amor" dos letais ao Sporting.

Mas destes não reza a história. Parabéns a quem acerta, sem renegar as nossas cores. Aconteceu ao prezado leitor Paulo Batista: só ele anteviu o 2-0 deste clássico que tão bem nos soube. Antevendo também que Gyökeres marcaria um dos golos, como aconteceu. 

Caso inequívoco para lhe dar os parabéns. Acompanhados de votos de um Natal bem verde - isto é, cheio de esperança. Para que 2024 seja ano de muitas celebrações.

Como Rúben venceu duelo com Conceição

Sporting, 2 - FC Porto, 0

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Pedro Gonçalves acaba de marcar o segundo golo, apontando para Gyökeres, que o assistiu

Foto Miguel A. Lopes / Lusa

 

Foi um clássico que nos correu muito bem. O melhor desde que afastámos o FC Porto das meias-finais da Taça da Liga, está quase a fazer três anos. Vencemos anteontem a turma azul-e-branca em Alvalade. E convencemos, sem margem para discussão.

Desmentindo os prognósticos das aves agoirentas que piavam por aí, o Sporting dominou com toda a naturalidade, foi claramente a equipa mais pressionante. Derrotámos o adversário por 2-0 (golos de Gyökeres e Pedro Gonçalves), poderíamos ter ganho por 4-0, estivemos sempre mais próximo de ampliar a vantagem do que os portistas de a reduzirem. 

 

O FCP marcou um golo ilegal, bem anulado, em flagrante deslocação. Nós marcámos quatro limpos: num deles o vídeo-árbitro Tiago Martins transformou uma tentativa de falta defensiva em falta atacante, anulando um belíssimo golo de Gyökeres - e anulando também o magnífico trabalho de Eduardo Quaresma na construção desse lance.

O jovem central bem merecia que tivesse sido validado. Não apenas em respeito à verdade desportiva, mas para recompensar a excelente exibição neste que foi o seu primeiro jogo como titular leonino em três anos.

Ele secou Galeno, o mais perigoso e competente dos portistas.

Pepe - expulso com vermelho directo por flagrante agressão a Matheus Reis, aos 51' - nunca conseguiu travar (sem falta) Gyökeres, o nosso abre-latas, com impressionante dinâmica do princípio ao fim. Claramente o melhor em campo. Claramente o homem do jogo. Claramente o grande jogador desta Liga 2023/2024.

 

Resultado e exibição confirmam que Rúben Amorim preparou melhor a partida, leu melhor o jogo, esteve superior ao colega do FC Porto. E contornou com talento a súbita dificuldade nascida da lesão de Coates, afectado por mialgia na última sessão de treino antes deste clássico. Parecia um golpe de azar, mas não foi.

O infortúnio de uns propicia oportunidades a outros. Vamos precisar de Quaresma nos difíceis meses de Janeiro e Fevereiro, mesmo que venha novo defesa (Eric Dier?) neste mercado de Inverno. Convém lembrar que Diomande e Geny estarão ausentes, ao serviço das respectivas selecções, enquanto St. Juste é um lesionado crónico e Coates, em bom rigor, anda preso por arames há muito tempo.

 

Enfim, fomos superiores em todos os processos de jogo. Na manobra defensiva, na construção apoiada, nos lances em profundidade, no controlo do corredor central, no domínio das alas - e até na finalização, algo que costumava desequilibrar estes clássicos a nosso desfavor.

Vitória não só dos jogadores: também do treinador, nomeadamente ao incluir sem receio Eduardo Quaresma no onze inicial. Arriscou, foi recompensado.

Conclusão: Rúben Amorim venceu no duelo muito particular que mantém com Sérgio Conceição. Foi outro triunfo que celebrámos em Alvalade. Nós, os que desejamos mesmo ver o Sporting novamente campeão.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Capitão por ausência do uruguaio, só fez duas defesas com elevado grau de dificuldade (45'+4 e 64'), respondendo bem. Assim transmitiu confiança redobrada aos companheiros.

Eduardo Quaresma - No primeiro jogo como titular da equipa principal em três anos, secou Galeno, o melhor portista. Sete duelos ganhos, seis desarmes conseguidos. Grande exibição.

Diomande - Voltou a passar com distinção o difícil teste de substituir Coates como comandante do nosso bloco defensivo, apesar de ter apenas 20 anos. Vencedor absoluto nos duelos aéreos.

Gonçalo Inácio - Aos 22 anos, era o mais idoso dos nossos centrais neste clássico. Cumpriu a missão que lhe cabia na meia esquerda. Ao ver um quinto amarelo, fica fora do próximo jogo.

Geny - Ala titular pela direita, ajudou a anular Galeno. Vem melhorando no processo defensivo, preenchendo bem os espaços. Com um belo passe vertical, foi ele a iniciar o segundo golo.

Morten - Talvez a sua melhor exibição de leão ao peito. Excelente nas recuperações (20' e 82'), protagonizou um desarme perfeito na nossa grande área (42'). Exímio nos passes longos.

Morita - Combinação perfeita com o internacional dinamarquês, seu parceiro no domínio do meio-campo: graças a eles, o corredor central foi nosso. Essencial para neutralizar Pepê.

Matheus Reis - Vem-se revelando mais influente. Com toque de classe, assistiu Gyökeres no primeiro golo. Anulou João Mário. Agredido por Pepe aos 49', levou o FCP a jogar só com dez.

Pedro Gonçalves - Voltou aos golos, marcando o segundo aos 60', neste seu jogo 150.º pelo Sporting. Mas permitiu defesa (64') e rematou ao lado (82') quando podia fazer bem melhor.

Edwards - Agarrou-se demasiado à bola, com pouca propensão colectiva. Aos 58', porém, esteve à beira de marcar um grande golo, de pé direito: Diogo Costa fez a defesa da noite neste lance.

Gyökeres - Outra exibição superlativa. Marcou (11'), deu a marcar (60'), viu um golo limpo ser anulado (44'). Balanço provisório: 17 golos e sete assistências em 20 jogos. Uma máquina.

Nuno Santos - Quando entrou (61'), substituindo Quaresma, já estava amarelado: portou-se mal no banco ao reter uma bola. Quis redimir-se com um centro perfeito para Pedro Gonçalves (64').

Esgaio - Entrou aos 75', rendendo Geny, já exausto. Também teve sucesso a neutralizar Galeno, seu competidor directo. Viu um cartão amarelo desnecessário aos 90'+6.

Paulinho - Em campo desde o minuto 75, por troca com Edwards, até marcou um golo, aos 90'+3. Que o vídeo-árbitro Tiago Martins deu indicação para anular, de modo errado. Era golo limpo.

Daniel Bragança - Substituiu Morita aos 84'. Envolvido no lance do nosso segundo golo anulado, erradamente invalidado por suposta falta que não cometeu.

Trincão - Entrou aos 84', substituindo Pedro Gonçalves. Teve o mérito de ajudar a suster jogo quando já tínhamos uma vantagem confortável: o resultado estava construído.

A porta dos fundos

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Não sabia eu a data e hora do jogo com o Contumil e achei que deveria, após visionar centenas de sketches no Youtube, usufruir de hora e meia do meu tempo a assistir a uma peça do colectivo d' A Porta dos Fundos, na Aula Magna.

Calhou coincidir e olhem, não foi por falta de confiança ou fé, foi por querer assistir a um espectáculo que tinha expectativa de me fazer soltar umas belas gargalhadas, o que veio a acontecer. A peça é extraordinária e o contra-balanço seria um camadão de nervos, que é o que sinto sempre que assisto aos jogos do Sporting na televisão. E o meu coração já não aguenta tanta emoção.

Como a função dos artistas brasileiros só começou às 21.30 horas, deu para ver o jogo até esse momento no "esmartefone". E, amigos, é por jogos como este que por vezes me arrependo de não ter renovado a GB. Pois, a este não iria pelos motivos atrás aduzidos, mas lá os nervos são muito menos do que em casa, podem crer, e ao que assisti foi ao Sporting meter o Porto no bolso e a Gyökeres causar algumas hérnias discais ao Pepe, que mais uma vez decidiu mudar de modalidade e transitar para a "nobre arte", usando Matheus como saco de treino. Foi ao banho mais cedo, numa decisão tão inédita como estranha. Afinal o Ferrari vermelho já havia anulado um golo limpinho, limpinho e foi permitindo cacetada da grossa aos dajantas sem tugir nem mugir. Fez sangue e o apitadeiro não teve como não o expulsar, ao Pepe, por indecência e má figura.

Durante a saga de uma borracha da "Hello Kitty" (a peça, de improviso, repito, é uma delícia), o telefone vibrou e mesmo correndo o risco de levar uma patada do vizinho de trás, não resisti a ver o segundo e depois o terceiro, que tal como o primeiro segundo, também não valeu. Ambos os dois por ordem de um aziado Tiago Martins, nosso velho conhecido e "amigo" que ontem pontificou como VAR.

A coisa estava feita para um empate pela malta que manda nisto tudo e vocês sabem bem de quem é que eu estou a falar, mas por manifesta falta de comparência e de uma exibição excelente da nossa equipa, o Porto que brilha na Europa foi banalizado.

Do que vi, destaque para a defesa e para a enorme exibição de Quaresma (meteu Galeno no bornal), que tem andado um pouco arredado das boas prestações e que ontem esteve "intratável". Saiu em lágrimas e o miúdo merece. Grande destaque para o tanque Viktor, para o pêndulo Huljmand e até para Matheus Reis, mais não seja por ter dado os beiços ao manifesto.

Como muitas vezes dizemos, para ganhar aos adversários directos, o Sporting tem de jogar o dobro e foi isso mesmo que aconteceu: Marcou quatro golos legais, mas só lhe concederam dois.

Nota final: Assisti a um espectáculo de enorme competência de Gregório Duvivier e C.ia saindo da Aula Magna duplamente satisfeito, pela prestação dos artistas e pela vitória do Sporting. Pela porta da frente. Conceição, pela azia, Pepe pelo pugilismo e Diogo Costa por algumas penas de frango a adornar-lhe a camisola côderrosinha, sairam desonradamente pela porta dos fundos. E depois ainda tive que levar com os autocarros da macacada toda a sair para a A8. De rabo entre pernas.

A seguir vamos a Portimão. O caminho faz-se caminhando.

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Rescaldo do jogo de ontem

 

Gostei

 

De derrotar o FC Porto, em Alvalade, por-2-0. Quem disse que este Sporting de Rúben Amorim era incapaz de vencer equipas do seu escalão, como o SLB e a turma portista, equivocou-se. Como já se enganou em tantas outras matérias. Não triunfámos apenas: superámos largamente a equipa adversária, que no campeonato anterior nos tinha derrotado em casa por 1-2. Desta vez nem sequer fizeram nada para estar ao nosso nível: este clássico foi dominado em toda a linha pelo onze leonino.

 

De Gyökeres. Que gigante! Voltou a ser a figura do jogo, voltou a ser o melhor em campo. Marcou o primeiro, logo aos 11', com assistência de Matheus Reis: leva já mais golos marcados nesta temporada do que todo o ataque do FC Porto. Além disso assistiu Pedro Gonçalves no segundo, aos 60'. E ainda interveio em outros dois que acabaram anulados sem motivo válido: é ele quem a mete lá dentro aos 44' e constrói o lance que culmina com Paulinho a marcar aos 90'+2. Pepe tentou anulá-lo, sem conseguir.

 

De Morten. Outro excelente jogo do internacional dinamarquês, que funcionou como pêndulo colectivo, neutralizando o caudal ofensivo portista no corredor central. Impecável nos desarmes, utilíssimo nas recuperações. De jogo para jogo, vai dando cada vez mais consistência à nossa equipa.

 

De Diomande. Rúben Amorim apostou num trio de jovens centrais: à esquerda, Gonçalo Inácio (22 anos); à direita, Eduardo Quaresma (21 anos); ao meio, Diomande (20 anos). Ninguém diria que o internacional marfinense é tão novo, dada a maturidade que exibe em campo, tendo ocupado neste clássico a posição habitual do capitão uruguaio. Ganhou todos os lances aéreos, foi decisivo para banalizar o ataque portista.

 

De Eduardo Quaresma. Foi a grande surpresa do nosso onze: há três anos que não actuava como titular no Sporting. A súbita lesão de Coates proporcionou-lhe esta oportunidade - e o central formado na Academia de Alcochete correspondeu à aposta que o treinador fez nele, exibindo-se em grande nível. Venceu quase todos os confrontos com Galeno, o melhor extremo portista. Oportunos cortes e desarmes aos 14', 15', 22' e 24'. No corredor esquerdo, protagonizou magnífico lance individual que culminou lá na frente com assistência para golo de Gyökeres, anulado por indicação do VAR Tiago Martins. Injustiça manifesta: não havia motivo para esta invalidação. Já amarelado, saiu aos 61', sob forte e merecida ovação.

 

Do 1-0 registado ao intervalo. Resultado provisório que só pecava por escasso - e também injusto, pelo segundo golo anulado a Gyökeres sem motivo válido. Mas merecido, numa partida em que soubemos fechar bem os corredores e fomos claramente superiores no jogo interior. Com apenas uma intervenção de Adán, aliás decisiva: aos 45'+4, defendendo por instinto, com os pés, um remate de Galeno que levava selo de golo.

 

Da expulsão de Pepe. Já amarelado pelo árbitro Nuno Almeida, viria a receber ordem de saída aos 51'. Não com segundo amarelo mas com vermelho directo por óbvia agressão a Matheus Reis, que ficou a sangrar do rosto. Passámos a jogar com mais um durante os 50 minutos finais (incluindo 9 de tempo extra).

 

De ver o estádio cheio. Melhor casa até agora, nesta época 2023/2024: 44.385 espectadores nas bancadas. Condimento fundamental para a festa do futebol. 

 

De não sofrer golos. Tem sido facto raro, daí merecer destaque: mantivemos as redes intactas pelo segundo jogo consecutivo após a vitória contra o Sturm Graz, por 3-0, também em Alvalade. 

 

De ver o Sporting novamente isolado no comando do campeonato. Conservamos a liderança, mas agora sem nenhuma outra equipa em igualdade pontual. Com mais um ponto do que o Benfica (que ainda terá de jogar em Alvalade), mais três do que o FC Porto ontem derrotado e mais cinco do que o Braga. Rumo à conquista do campeonato: sempre acreditei que iríamos conseguir, acredito agora mais que nunca.

 

Do Natal verde. Quem disse que esta quadra festiva não é doce para nós? Enganou-se redondamente.

 

 

Não gostei

 

Da lesão de Coates. Uma súbita mialgia na perna esquerda, mesmo no fim do último treino antes do clássico, forçou o nosso capitão a ver o jogo da tribuna de Alvalade. Baixa de vulto que preocupou alguns adeptos. Mas sem necessidade. Diomande deu boa conta do recado.

 

De Pedro Gonçalves. É certo que marcou um golo, construído com Gyökeres, em que ele quase só teve de encostar. Mas falhou escandalosamente outros dois, revelando uma displicência que o torna irreconhecível para quem se lembra das suas exibições da saudosa época 2020/2021. Aos 64', permitiu a defesa de Diogo Costa. Aos 82', novamente muito bem servido pelo sueco, rematou ao lado. Nem parece o mesmo jogador.

 

Dos amarelos a Gonçalo Inácio e Morten. Estavam tapados com cartões, ficarão impedidos de participar na próxima jornada, em que visitamos o Portimonense. Duas baixas importantes no onze titular.

 

Dos dois golos anulados. Gyökeres aos 44', Paulinho aos 90'+2: ambos por intervenção do vídeo-árbitro, sem que se vislumbrasse qualquer justificação. Só assim o FC Porto evitou sair goleado de Alvalade.

 

Do comportamento rufia do FCP. Pepe agrediu Matheus Reis à cotovelada, acabou expulso. Taremi fez o mesmo com Gonçalo Inácio, ficando impune. Exemplos evidentes de conduta antidesportiva da turma portista, à imagem e semelhança do treinador Sérgio Conceição. Alguns adeptos do Sporting, totalmente baralhados, atrevem-se a chamar "intensidade" a coisas destas. Andam a ver o filme errado: isto nada tem a ver com desporto.

 

Dos "olés" nas bancadas, no segundo tempo. Não gosto nada destas manifestações de arrogância, por vezes vindas dos mesmos que logo rasgam a equipa ao menor desaire. Ganhámos um jogo importante, sim. Vencemos um clássico. Mas ainda não vencemos nada: apenas cumprimos a jornada 14. Convém ter o sentido das proporções. Toda a arrogância é má conselheira.

 

De Navarro. Jogou uns minutos pelo FC Porto, sem fazer nada. Inútil, uma vez mais. É o tal jogador que alguns exigiam, aos berros, que Frederico Varandas e Rúben Amorim trouxessem para o Sporting. Ainda bem que não veio.

O dia seguinte

Grande vitória do Sporting ontem em Alvalade, num jogo em que foi muito superior ao adversário e que só a arbitragem por um lado anulando dois golos de forma mais do que discutível e a precipitação ofensiva por outro, quando em vantagem numérica, impediram a goleada.

O que desde logo só pode significar um trabalho muito bom de Rúben Amorim, mas quando a equipa entra em campo sem o capitão que se lesionou no final do último treino e em vez dele alinha um colega com menos minutos na época, e esse faz uma enorme exibição, então é mesmo um trabalho excepcional, se calhar a melhor noite de Amorim de sempre ao comando do Sporting, vulgarizando o malcriado batoteiro Conceição. Vá lá que desta vez não ajudou a roubar a carteira e o telemovel de ninguém, ficou-se por ameaçar o árbitro com aquilo que aconteceu ao careca Godinho.

Excelente exibição do Pepe. Compensa a natural falta de velocidade e os efeitos das pomadas milagrosas com uma atitude e ambição notáveis, ao dar cabo de qualquer um que lhe apareça à frente, ao pontapé, ao murro ou à estalada, tudo serve para agradar a alguns Sportinguistas que se queixam da falta desses valores no nosso plantel. Para eles seriam sempre onze Pepes.

Adán, com uma excelente defesa, foi decisivo antes do intervalo, enquanto antes o Diogo Costa sofreu um golo do mesmo jeito que ele tinha sofrido em Guimarães. Pelo que só mesmo não percebendo grande coisa de futebol se pode dizer que uma e outra sejam frangos do guarda-redes. Cada um procurou cobrir a área mais provável para o avançado rematar, mas o avançado arriscou pelo buraco da agulha e teve sucesso.

 

Falando agora mais do jogo, arbitragem à parte, o 3-4-3 assimétrico de Amorim realmente funcionou. Catamo muito mais projectado do que Matheus Reis, Quaresma caía em cima do Galeno e Catamo do Zaidu, destruindo completamente o lado esquerdo do Porto. E defendendo bem, sabendo alternar entre saída a jogar e lançamentos em profundidade, sempre apareciam situações de lançamento do Gyökeres, para fazer miséria lá na frente. A única oportunidade do Porto no final da 1.ª parte resulta da equipa do Sporting não ter conseguido digerir no momento a anulação do golo por pseudo-falta de Quaresma.

Na 2.ª parte o Pepe quis resolver o jogo ao murro e depois de ter sido expulso tudo ficou mais fácil. O Porto tinha de atacar e foi levando com bolas nas costas dos defensores que podiam e deviam ter dado mais golos, o Diogo Costa fez outra enorme defesa, Nuno Santos centrava de olhos fechados, e Pedro Gonçalves mais uma vez não acertava na baliza. 

Todas as substituições foram lógicas. Foram saindo os mais desgastados por menor utilização, e entrando aqueles que tinham sido titulares na última quinta-feira. Paulinho e Gyökeres garantem logo que a defesa começa no ataque, porque correm para trás como correm para a frente e não dão um lance por perdido.

 

Melhor em campo? Gyökeres.

Melhor exibição de sempre pelo Sporting? Eduardo Quaresma, mesmo com o cartão amarelo escusado. Temos finalmente Edu? É como Amorim diz, o que fez neste jogo tem de fazer sempre, nos treinos e nos jogos. Sempre concentrado, sempre a jogar simples, sempre eficaz.

E agora? São apenas 3 pontos, ainda nem sequer terminámos a 1.ª volta, mas sabe muito bem seguirmos em primeiro. Mesmo com o amargo de boca dos últimos dois minutos na Luz. Seriam mais três pontos nossos e menos três deles. Mas enfim...

E sobre a azia dos ressabiados sempre a clamar pelo "rabolho Amorim"? Aguentem e não chorem.

SL

Prognósticos antes do jogo

Grande clássico em perspectiva. Logo à  noite, a partir das 20.15, em Alvalade: vamos receber o FC Porto.

Na época anterior, em Fevereiro, este confronto saldou-se por uma derrota amarga: perdemos por 1-2. 

«Não adianta iludir os factos, nem desviar a conversa nem arranjar focos de distracção em óbvia estratégia de contenção de danos: o Sporting está numa das suas piores épocas de sempre.» Foi assim que comecei a minha crónica do jogo, no És a Nossa Fé. Infelizmente os factos comprovaram que tinha razão.

Como vai ser hoje? Aguardo os vossos prognósticos.

Hasta la vista!

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Conceição e Carmo derrotados pelo Estoril na Amoreira: FC Porto fora da Taça da Liga

 

O FC Porto acaba de saltar fora da Taça da Liga. Eliminado pelo Estoril, que derrotou sem espinhas a turma de Sérgio Conceição por 3-1. 

Com actuação calamitosa de David Carmo, o mais caro "reforço" da história portista (20 + 2,5 milhões de euros). E excelente exibição do nosso Mateus Fernandes, com assistência para o segundo golo estorilista. Que volte depressa ao Sporting, são os meus votos.

De cortar à faca

A assembleia geral do FC Porto terminou ontem pouco depois de ter começado, em atmosfera siciliana, entre insultos, agressões e intimidações diversas a quem não presta vénia e culto ao Capo di Tutti Capi. 

Antes da interrupção, registaram-se confrontos verbais e físicos entre sócios, confirmando que o clima lá na agremiação está de cortar à faca. 

«Foi uma vergonha», desabafam muitos sócios portistas nas redes sociais. Nem faltou quem bradasse: «Fechem este clube!»

André Villas-Boas, sem papas na língua, também não conteve a indignação: «Órgãos sociais do FC Porto assistiram impávidos e serenos às agressões.» Merece aplauso pelo desassombro.

Ele que se cuide: qualquer dia acorda com uma cabeça de cavalo aos pés da cama.

Wrexham till i die

Quando não tem mais nada, o FC Porto tem sempre Lisboa para se motivar. Podem estar mortos, exauridos e divididos, que Lisboa existirá sempre para ser derrotada. É o que os mantém vivos há quatro décadas.

Com os milhões de milhões de milhões a desaguar no futebol internacional e local, perdeu-se territorialidade e noção das rivalidades de sempre. Terá sido esse o erro da estrutura do Benfica, porque para o adepto normal, é muitíssimo mais importante vencer a Liga que ir aos quartos (ou meias) da Champions. A excitação com a Champions existia, porque achavam que o Marquês estava no papo.
  
Creio que o principal problema do Sporting-de-Varandas-e-de-Amorim é não ter um rival preciso, uma motivação, um ‘ódio’ de estimação. Os jogadores são pessoas e as pessoas por vezes movem-se por motivações muito terrenas. Os jogadores são miúdos, muitas vezes sem grandes modelos de educação e formação além de técnicos de desporto. Ou seja, sim, os recortes de jornal afixados no baleneário funcionam.  

“Ir à Champions” é um objetivo que interessa às Finanças do clube. Interessará aos jogadores como montra, mas interessa sobretudo aos diretores e ao tipo do Financeiro, que tem o IVA e os salários para pagar.

Esta época é um fracasso em toda linha da administração e da equipa técnica. Só a boa imprensa que Amorim tem – merecidamente, porque é um ativo valioso da industria mediática e porque tem indiscutível qualidade – tem permitido que o clube não se desintegre em guerrilhas internas.

O principal fracasso, parece-me, foi nunca ter sido encontrado um castelo para conquistar, um objetivo concreto, a que os atletas se pudessem agarrar todas as noites quando estavam prestes a adormecer. É um mal que vem de longe e persiste. Schimdt não o parece ter percebido bem e algo me diz que a renovação do contrato por 150 anos não irá correr bem.

Quem quer ser grande e dominador, precisa sempre de se agrupar em torno de um mesmo objetivo.
“Ir à Champions” não é objetivo coisa nenhuma. A desgraça do futebol dos milhões é sobretudo essa, a da imaterialização das conquistas.

p.s.

Tenho acompanhado a época do Wrexham, comprado por dois atores de Hollywood, e que tem o objetivo muito preciso de subir de divisão (o que não acontece há muitos anos). É muito provável que seja este ano. Isso sim, é o futebol.

Sérgio Conceição queria estes três

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Bruno Prata, que tenho visto apontado como simpatizante do FC Porto, revelou quinta-feira, na sua página de opinião do Record, alguns dos motivos que têm levado Sérgio Conceição a exprimir insatisfação cada vez mais pública (e mais vociferante) perante as condições que lhe são propiciadas pela administração das Antas.

Entre esses motivos, destaca-se um relacionado com o Sporting: o técnico portista fez um pedido expresso à SAD azul e branca para contratar três jogadores que acabaram por rumar a Alvalade: Nuno Santos (vindo do Rio Ave), Ugarte (que actuava no Famalicão) e Pedro Gonçalves (também oriundo do Famalicão). Com a agravante, do ponto de vista dele, de Nuno Santos ter feito boa parte da sua formação - seis anos - no FCP.

Pinto da Costa recusou fazer-lhe a vontade e Frederico Varandas não tardou a trazer para o Sporting este excelente trio de jogadores - dois dos quais contribuíram para a conquista do campeonato em 2021. 

Sérgio Conceição ficou com isto sempre atravessado. Cheio de azia, para usar uma expressão a que ele recorre com frequência.

Outro jogador que constava da sua lista e que a administração da SAD igualmente lhe negou foi André Almeida, então no V. Guimarães e entretanto transferido para o Valência.

Deram-lhe David Carmo (20 milhões de euros), que quase ainda não calçou no Dragão, Veron (apenas um projecto de jogador por 10 milhões de euros) e um guarda-redes de que ele não precisava, Samuel Portugal (4 milhões de euros), até agora apenas aproveitado durante 360 minutos.

Bruno Prata conclui que a azia já vem de longe. Dos que constavam da lista do treinador, nas últimas três épocas, apenas chegou Taremi como «único reforço significativo da equipa». Muito pouco para quem tanto queria.

Isto num clube que, desde que Sérgio Conceição assumiu o comando da equipa, encaixou 280 milhões de euros em receitas da Liga dos Campeões e 453 milhões de euros brutos em transferências de jogadores. Nada disto evitou que o passivo portista aumentasse, para impensáveis 481 milhões de euros, e registe agora 178,9 milhões de euros em capital próprio negativo. Quadratura do círculo, mesmo com a UEFA a fiscalizar-lhe de perto as contas.

Desaire após desaire após desaire

Sporting, 1 - FC Porto, 2

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Paulinho: nulidade contra o FC Porto no clássico de Alvalade

Foto: António Pedro Santos / Lusa

 

Não adianta iludir os factos, nem desviar a conversa nem arranjar focos de distracção em óbvia estratégia de contenção de danos: o Sporting está numa das suas piores épocas de sempre. Afastado da Taça de Portugal, logo ao primeiro embate, por uma equipa do terceiro escalão. Taça da Liga perdida contra o FC Porto. Título de campeão tornado inalcançável ainda antes de termos chegado ao fim da primeira volta. E agora, com enorme probabilidade, dissemos adeus à hipótese, que já era remota, de atingirmos um lugar de acesso directo à próxima Liga dos Campeões.

Até o terceiro posto na Liga está cada vez distante.

Só podemos queixar-nos de nós próprios. Nem da conjunção astral, nem de árbitros, nem de jornalistas ou comentadores, nem da vasta conspiração global contra as nossas cores. Tenham lá paciência: a culpa é toda nossa.

 

Voltou a acontecer no confronto de anteontem, quando recebemos o FC Porto. Queríamos vingar a pesada derrota no Dragão, por 0-3, ocorrida no início da primeira volta. Não só tal desígnio ficou por alcançar como voltámos a sair derrotados, desta vez em nossa casa, com quase 40 mil espectadores nas bancadas. Quase nenhum aguentou até ao fim: houve debandada geral antes do apito derradeiro, tão grande era a frustração. Cada vez é mais notório o divórcio entre a massa adepta e a equipa - incluindo a equipa técnica, liderada por Rúben Amorim.

E no entanto o jogo nem começou mal para nós. Fomos superiores na primeira parte, em que criámos quatro oportunidades de golo - duas por Edwards, uma por Chermiti, outra desperdiçada por Trincão frente ao guarda-redes. Diogo Costa, na defesa da noite, impediu em voo entre os postes que o nosso craque inglês marcasse um soberbo golo de livre directo. 

Ponto mais positivo? A inclusão de Chermiti: aos 18 anos começa a dar nas vistas. Voltou a marcar, pelo segundo jogo seguido: leva dois golos e uma assistência em apenas três partidas. Se outros fossem como ele, não andávamos tão mal.

Aposta ganha, aqui sim: foi o melhor dos nossos. Nota positiva também para o lateral direito Bellerín e o central Diomande, os mais recentes reforços. Ambos estreantes em Alvalade, o primeiro já como titular.

 

Mas foi só. Como tantas vezes tem acontecido, a equipa regressou irreconhecível do intervalo. Cedeu terreno, caiu estrondosamente em termos anímicos, foi vítima da desarrumação táctica imposta pelo treinador. Amorim teima em pôr o nosso homem-golo, Pedro Gonçalves, na linha média. Insiste com Gonçalo Inácio para jogar de pés trocados. Tão depressa deixa Fatawu fora da convocatória como o chama para titular contra o campeão nacional - numa espécie de alucinada montanha russa cujo fim mal se descortina.

Tomou decisões ainda mais incompreensíveis na partida de anteontem, chamando sucessivamente três jogadores para ocuparem o lugar deixado vago por Pedro Porro, agora na Premier League: um deles, Esgaio, entrou e não tardou a sair, sem que se percebesse porquê. A inclusão de Trincão no onze roçou o absurdo, sobretudo porque se apressou a retirá-lo também: parece que o jogador se queixava de "amigladite". E a troca deste por um Paulinho incapaz de cumprir os mínimos deixou-nos em definitivo só com dez em campo. Ao ponto de nos interrogarmos por que raio o departamento jurídico leonino interpôs uma providência cautelar para adiar o terceiro jogo de castigo do ex-Braga. Mais valia terem ficado quietos.

 

Ponto da situação à 20.ª jornada, agora cumprida? Péssimo para nós.

Levamos 33 pontos de atraso face aos três da frente, distribuídos desta forma: menos 15 do que o Benfica, menos dez do que o FC Porto e menos oito do que o Braga. Consequência de seis derrotas até ao momento na Liga. Onze no total da época.

Quase pior que isto, continuamos incapazes de vencer a turma portista: quinta derrota consecutiva frente aos comandados por Sérgio Conceição. Só na época em curso, esta foi a terceira. Balanço muito negativo: sete golos sofridos, apenas um marcado.

Houve quem estranhasse a debandada final, quando perdíamos por 0-2 e Chermiti ainda não tinha conseguido reduzir, confirmando ser o nosso melhor em campo. Estranho seria se essa debandada não acontecesse. É um sinal, pelo menos, de que ainda existe capacidade de reacção neste clube.

Se não acontece no relvado, ao menos que suceda fora dele. Como foi o caso.

 

Breve análise dos jogadores:

Adán - Sofreu dois golos, sem responsabilidade directa. Bons reflexos numa dupla defesa aos 9'. Fabuloso passe-assistência isolando Edwards aos 28'. Merecia ter sido golo.

Gonçalo Inácio - Alterna o bom com o sofrível. Desta vez pouco lhe correu bem. Deixou-se driblar no primeiro golo do FCP e falhou o confronto aéreo no segundo (90'+5). A vê-las passar.

Coates - O capitão, talvez por fadiga física acumulada, atravessa um momento de menor inspiração. Com reflexos mais lentos e escassa capacidade de comando. Demasiado discreto.

Matheus Reis - O mais inspirado dos três centrais - melhor no passe e na ousadia ofensiva. Excelente cruzamento aos 20', fechou bem aos 41', corte oportuno aos 47'. 

Bellerín - Deu boas indicações no corredor direito, embora não faça esquecer Porro. Arriscou pouco, mas quando o fez esteve seguro. Aos 23' ofereceu golo que Trincão desperdiçou.

Ugarte - Estancou grande parte do fluxo ofensivo portista no primeiro tempo, mesmo sem ter Morita a seu lado. Infeliz ao passar inadvertidamente a bola a Uribe no primeiro golo (60').

Pedro Gonçalves - Voltou a ser vítima da teimosa opção do treinador em fazê-lo recuar no terreno, retirando-o da linha de fogo. Isso teve reflexos no nosso jogo colectivo.

Fatawu - Aposta como titular, em vez de Nuno Santos, como ala esquerdo. Conseguiu causar desequilíbrios lá na frente, junto à linha, mas foi menos competente a defender.

Edwards - Protagonizou alguns dos melhores momentos do jogo. Fez a bola rasar o poste, assistiu Chermiti (41'), quase marcou de livre directo (45'+1), voltou a servir Chermiti (87').

Trincão - Parece um corpo estranho nesta equipa. Apático, triste, desinteressado, sem intensidade competitiva. Teve o golo nos pés (23'), mas optou por um passe ao guarda-redes.

Chermiti - O novo herói leonino. Marcou no fim (90'+7). Justa recompensa pelo seu labor na área portista. No primeiro tempo, Zaidu travou-lhe o golo. Aos 90' meteu-a lá dentro, mas fora-de-jogo. À terceira conseguiu.

Paulinho - Substituiu Trincão logo aos 34'. Mudança inútil: nada fez. Nem um remate, nem um passe a rasgar, nem uma desmarcação que ficasse na retina. Parecia estar a ver o jogo.

Nuno Santos - Actuou em toda a segunda parte, rendendo Fatawu. Anda longe da melhor forma, como ficou evidente neste clássico. Quase sempre incapaz de criar desequilíbrios.

Esgaio - Ninguém percebeu, provavelmente ele também não. Quase não chegou a suar a camisola: substituiu Bellerín aos 55', Amorim deu-lhe ordem de saída aos 71'. Entrou para quê?

Arthur - Desta vez à direita, foi ele a substituir Esgaio. A tempo de se mostrar um dos nossos melhores. Assistiu Chermiti no golo com um belo passe de ruptura. Merece aposta mais consistente.

Diomande - Substituiu Matheus Reis aos 71', ocupando a posição de central à direita. Com boa estampa física, revela capacidade técnica e robustez anímica.

Prognósticos antes do jogo

Finalmente, vamos jogar a horas decentes. Será neste domingo, às seis da tarde: vamos receber o FC Porto.

Na primeira volta, fomos lá perder 0-3 - com péssima exibição de Adán. Primeira derrota neste campeonato que está a ser tão decepcionante.

Há um ano, registou-se um empate (1-1) no Sporting-FC Porto para o campeonato. Pena não termos conseguido fazer melhor.

Agora como será? Aguardo os vossos prognósticos.

Quente & frio

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Marcano acaba de marcar o segundo, aos 86', selando o resultado: Sporting perdeu final

Foto: Paulo Novais / Lusa

 

Gostei muito da exibição global do Sporting na primeira parte desta final da Taça da Liga disputada em Leiria com o FC Porto. Superioridade no terreno, aliás traduzida em número de remates: oito, contra apenas um da equipa adversária. Neste período tivemos duas bolas aos ferros (Porro mandou um petardo à trave, a mais de 30 metros de distãncia, Pedro Gonçalves viu uma bola desviar-se para o poste e um passe soberbo a isolar Edwards aos 13' dar golo, infelizmente anulado por deslocação de 41 cm). Partida disputada taco a taco até à expulsão de Paulinho, aos 71'. Mesmo com um a menos na meia hora final, o jogo terminou com superioridade leonina em remates: 11-4. Infelizmente, superioridade que não se traduziu no resultado: 0-2. Final perdida, após três vencidas - uma com Marcel Keizer, duas com Rúben Amorim. Pior: até agora, nesta época, fomos incapazes de marcar ao FCP. Balanço destes confrontos: dois jogos, duas derrotas, cinco golos sofridos. Nem um golito conseguimos marcar-lhes nesta que está a ser a nossa segunda mais negativa temporada de sempre.

 

Gostei das exibições de Pedro Gonçalves, já salientado, e de Edwards. Fizeram pressão alta, ganharam diversos lances individuais e revelaram boa reacção à perda de bola. Mas o nosso melhor, sem sombra de dúvida, foi Pedro Porro. Precisamente no dia em que se despediu dos adeptos, como ficou bem evidente na sua reacção emotiva junto da bancada no fim desta partida. Jogou e fez jogar, sempre em rendimento máximo. No primeiro tempo imperou no seu corredor, neutralizando Wendell. Grandes passes longos, infelizmente desaproveitados, para Nuno Santos (28') e Morita (31'). O petardo à barra foi dele (36'). Tentou novamente o golo num remate rasteiro que Cláudio Ramos só à segunda defendeu (47'). O melhor em campo. Infelizmente, na despedida.

 

Gostei pouco do desempenho de alguns dos nossos jogadores, que revelaram défice de inteligência emocional. Com destaque para Adán, um dos protagonistas - pela negativa - desta final perdida. Monumental frango logo aos 10', vendo a bola rematada à distância por Eustáquio escapar-lhe entre as luvas - a fazer lembrar aquela tarde negra em Marselha para a Liga dos Campeões. Também para Paulinho: após falhar o golo da praxe, aos 42', viu dois amarelos em oito minutos (63' por falta táctica e 71' por conduta antidesportiva ao acertar com um cotovelo na cara de Otávio quando conduzia a bola), levando-nos a ficar reduzidos a dez e pondo o campo inclinado em definitivo para o FCP. E ainda para Matheus Reis, que chegu a encostar o nariz à cara do árbitro aos 90'+6, totalmente descontrolado: viu só amarelo quando podia ter visto vermelho directo. Fala-se muito dos jovens, mas foram alguns dos jogadores mais experientes a enterrar a equipa nesta final. 

 

Não gostei da arbitragem de João Pinheiro, confirmando a sua inaptidão para esta tarefa e demonstrando por que motivo não houve apitadores portugueses no recente Mundial do Catar. Disparidade clara no critério disciplinar: poupou cartões a Pepê por tentativa grosseira de simulação de penálti e a João Mário por travar ataque prometedor a Fatawu, que lhe fez um túnel (65'). Poupou Wendell à expulsão (67') após o portista esmurrar Pedro Gonçalves no peito - sendo aqui a falha imputável sobretudo ao vídeo-árbitro, Tiago Martins. É certo que podia ter feito o mesmo ao  imprudente Tanlongo, que teve o mesmo gesto contra Otávio à beira do fim, mas aí o jogo já estava definitivamente estragado por acção e omissão do árbitro.

 

Não gostei nada de comprovar que as substituições feitas por Rúben Amorim não acrescentaram qualidade à equipa: é um problema estrutural, existente desde o primeiro dia desta triste temporada 2022/2023. Nem do clamoroso falhanço colectivo da nossa defesa que levou Marcano, central portista, a sentenciar a partida aos 86' isolado perante Adán. Gostei ainda menos de ver uma larga franja de membros da Juventude Leonina, uma vez mais, transformar o incentivo à equipa em berraria rasca contra a turma adversária gritando «O Porto é merda!» Comportamento indigno de um clube com as tradições e os pergaminhos do Sporting que acaba por dar moral à equipa que enfrentamos. Muito pior foi o arremesso de tochas, a partir dos 55', vindas do sector do estádio onde se concentravam esses elementos - em direcção ao nosso banco de suplentes, ainda por cima. Esta gente está a mais no futebol. Esta gente afugenta o cidadão comum dos estádios. Esta gente, que no final também queimou cadeiras, devia experimentar, na pele, as novas medidas punitivas para quem usa material pirotécnico em recintos desportivos: prisão até cinco anos ou multa até 600 dias

Humor de perdição

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Quem terá proposto e quem terá aprovado este título?

Ao tentar fazer um trocadilho com "Amor de Perdição" os génios d' O Jogo escreveram o que não queriam.

Vejamos, se o título fosse: "Jamor de perdição" significaria uma derrota, uma perda, uma perdição.

O contrário de confiar é desconfiar. O contrário de perder é ganhar não é empatar.

Desconfio que se o árbitro se chamasse Tiago Martins e o jogo se tivesse disputado em Leiria, o FC Porto teria tido mais possibilidades de vencer o Casa Pia, da mesma forma "limpa" que os arguidos ganharam aos gansos.

Outra desconfiança que tenho, será que tais adeptos que Sérgio Conceição referiu vivem a 150 km de Lisboa? É que se o treinador furibundo se estava a referir a uma viagem de vinda e volta, a partir do Porto, são cerca de 600 km.

Nota negativa para o FC Porto em campo e para o discurso do treinador.

Adversários sim, compradores de árbitros não

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Subscrevo todas as palavras do meu colega/camarada (e mais que isso da pessoa que há mais de dez anos me convidou para escrever neste "blog") Pedro Correia, estão no postal abaixo, é só ler.

Posto isto, quando somos coniventes e Sérgio Conceição é conivente, concorda com os métodos de Pinto da Costa, colocamo-nos a jeito.

Sérgio Conceição e Pinto da Costa sabem como venceram o campeonato passado, toda a gente sabe.

Não há declarações do treinador a demarcar-se dos métodos para atingir os resultados.

Nesta jornada, nos jogos entre Estoril e Porto e entre Boavista e Sporting estão nomeados todos os "pesos pesados" Godinho e Soares Dias para ajudar o Porto, João Pinheiro para prejudicar o Sporting.

Está tudo encaminhado.

As pedras que atingiram o automóvel de Sérgio Conceição (um acto condenável) mais que uma condenação aos 0-4, que são um resultado normal, para a qualidade futebolística do FC Porto, são uma condenação à forma ilegal como, internamente, o FC Porto vai disfarçando a mediocridade.

Comparemos o desempenho dos dois clubes em jogos arbitrados por juízes não portugueses:

FC Porto: Dois jogos, duas derrotas, zero pontos, seis golos sofridos, um marcado.

Sporting: Dois jogos, duas vitórias, seis pontos, cinco golos marcados, zero sofridos.

A mesma pergunta, duas semanas depois

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Pepe no FCP-Brugge (0-4): «noite de desastre» no Dragão, segundo O Jogo

 

Há 15 dias, precisamente, perguntei aqui aos leitores - em jeito de óbvia provocação - que jogadores do FC Porto gostariam de ter no Sporting.

Eis algumas respostas recolhidas, que agora recordo sem comentários adicionais:

 

«Todos.»

«Diogo Costa, Pepê, Otávio e Evanilson.»

«Toni Martínez no lugar do Paulinho.»

«São tantos que se tornaria exaustivo referir todos. Nesse sentido, vou referir aqueles que acho que entrariam no onze titular, ou seja, Diogo Costa, Pepe, Zaidu, Uribe, Otávio e Edmilson ou Tony Martínez.»

«Qualquer ponta-de-lança deles tinha lugar no Sporting.»

«Otávio para o lugar do Matheus Nunes, Evanilson para o lugar do Paulinho.»

«Diogo Costa, um excelente guarda-redes. Uribe para o nosso carenciado meio-campo. Toni Martínez para o ataque.»

«O Pepê é mesmo um belo jogador, o melhor do Porto. Para ser titular no SCP, só mesmo ele e o Uribe.»

«Diogo Costa, Uribe e Evanilson. (...) Creio que estes jogadores supriam lacunas no nosso plantel actual!»

«Se fizermos o exercício ao contrário, Porro, Matheus Reis e Pedro Gonçalves são os únicos que entram de caras no 11 do FCP.»

«Nenhum Sr. Pedro Correia, nenhum Sr. grande mestre do blog. Ai de quem se atreva a responder com nomes a esta inocente pergunta. Leva logo um correctivo que é para aprender. É claro que nenhum dos jogadores do Porto pode ser superior aos do nosso grande Sporting ou teria a mais mínima possibilidade de entrar no nosso melhor onze. Aquele frangueiro do Costa, aquele molinho do Uribe, aquele brinca na areia do Otávio ou aquele cabeça de pepino do Martinez que mete um golo cada vez que entra. Nunca na vida. O facto de eles nos terem enfiado 3 batatas é só porque nós deixámos. Foi para dar um pouco de animação ao campeonato. Assim, com o Sporting a 8 pontos da liderança a partir desta noite, os outros distraem-se e há grandes probabilidades de ganharmos o campeonato. Principalmente se contratarmos mais um extremo ao Estoril.»

 

Enfim, limito-me a questionar os mesmos se duas semanas depois - e após o FCP ter sido humilhado pelo Brugge no Dragão, sofrendo goleada 0-4 - continuam a pensar tão bem do plantel portista e tão mal do plantel leonino.

Teorias das relatividades

Na vida tudo é relativo e com o resultado do Porto a nossa derrota com o Chaves tornou-se bastante menos má.

Num caso e noutro, houve claro desrespeito de SCP e de FCP para com os adversários e mesmo horas, dias depois, vi muito pouco mérito a ser reconhecido a Rio Ave e ao Chaves.

Aliás, é pena é que haja poucos destes resultados.

Se houvesse mais jogos destes, em que o clube mais fraco e mais pobre se impõe sem espinhas, talvez as nossas equipas conseguissem ser mais competitivas lá fora, menos perdulárias, menos dadas a individualismos e erros evitáveis.  

O que se viu nos nossos jogadores - e depois nos do Porto - , foi um misto de incredulidade e sensação de chatice porque agora tinham de correr atrás de um resultado positivo que acabou por não aparecer.

Não me parece que num caso e no outro, sejam precisos reforços de 15 milhões. Porque se forem precisos reforços de 15 ou 20 milhões para ganhar a Chaves e ao Rio Ave, então há aqui qualquer coisa que não faz sentido nenhum… Reforços de 15 ou 20 milhões são para ganhar a Porto/Benfica/Sporting e Braga e assim chegar à Champions, não são para vencer clubes ditos pequenos.

Mas também se digam estas duas coisas:

- os clubes pequenos tiveram a ‘sorte’ do jogo (o Porto falhou um penalti e podia ter empatado no tempo de compensação; o primeiro golo do Chaves é quase um acaso, pela trajetória da bola). Não há mérito em ter sorte, mas também não há demérito.

- os clubes pequenos não aguentam este tipo de compromisso nos jogos do seu próprio campeonato. No inconsciente dos seus jogadores e treinadores está a clareza de saberem que lhes darão muitíssimo mais atenção quando competem com um grande do que nos jogos com clubes de valor análogo.

Para chegar onde? A isto: Braga e Benfica haverão de ter também os seus dias em que tudo corre mal e tudo corre bem aos seus oponentes.

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