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És a nossa Fé!

As (doces) palavras de um lampião

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Conheci e fui amigo do seu pai, com quem privei e a quem aturei algumas birras e também algumas euforias e leio o filho concedendo-lhe o respeito que o pai me mereceu e que ele conquistou por direito próprio. Com a devida vénia, transcrevo o "postal do dia" de Luis Osório:

"1.

O Sporting voltou aos treinos e com eles, o Paulinho.

Ele é técnico de equipamentos, mas é muito mais do que roupeiro.

Ele é amigo de todos os que se cruzam consigo, dos jogadores, dos treinadores, dos funcionários e também dos adversários - todos são amigos, não há ninguém a quem rejeite oferecer o seu abraço.

Ele é o que chora quando alguém está infeliz, o que move o mundo para "sacar" um sorriso dos que acordam maldispostos. Olham para o Paulinho e caem em si.

Ele é o exemplo de que na vida tudo é mesmo possível, mesmo o impossível.

2.

E como para ele a vida foi difícil.

Abandonado em criança pela mãe, com deficiências psicomotoras relevantes, habituado a ser rejeitado, conformado por ser rejeitado, Paulinho ia levando os seus dias fazendo rir os outros pela sua boa disposição, falando do Sporting, fazendo silêncio sobre a memória de uma família que o deixou desamparado e entregue ao destino.

Na CERCIS e na Santa Casa da Misericórdia tinha amigos e abraços, mas os seus dias não tinham futuro. Era um igual ao outro, sem perspetivas de arranjar um trabalho.

(em meados da década de 1980 poucos eram os que abriam as portas das suas empresas a um portador de deficiência, um problema na sua cabeça foram-lhe dizendo quando perguntava o que tinha de diferente).

Na CERCIS existia o senhor Manuel. E o senhor Manuel era tudo pois levava-o aos fins de semana a ver o Sporting. O que ele gostava desses domingos em Alvalade.

E um dia o senhor Manuel deixou de vir trabalhar e ele deixou de ir ao estádio.

Mas o que a vida retira com uma mão pode oferecer com a outra. O Paulo Gama - assim se chama o Paulinho - não imaginaria que uma psicóloga da CERCIS iria mudar-lhe a vida. A dra. Lina, como ele lhe chamava, uma jovem psicóloga que uns anos depois viria a ter um caminho profissional de referência no apoio a jovens com paralisia cerebral.

Mas contava-lhe que Lina Gameiro mudou-lhe a vida por que numa manhã que ameaçava ser igual a todas as outras lhe perguntou o que o Paulinho gostaria de fazer se pudesse escolher.

Respondeu-lhe com uma única palavra.

"Sporting"

3.

Corria o ano de 1985.

Lina decidiu enviar uma mensagem a João Rocha, então presidente do Sporting.

Mal não faria.

Falou-lhe de um maravilhoso rapaz, do sonho que tinha, das suas qualidades e do projeto "Pirilampo Mágico".

João Rocha respondeu-lhe que sim, que o miúdo viesse.

Foi trabalhar como roupeiro na secção de hóquei em patins e Livramento protegeu-o e amparou-lhe os dias que passaram a ser gastos em Alvalade. Via os treinos do futebol, ouvia os sócios na porta 10 A, e tudo o resto que já sabe.

4.

O Sporting voltou aos treinos e o Paulinho lá está, feliz como no seu primeiro dia de trabalho, faz agora 35 anos.

O miúdo fez-se homem.

Conheceu o mundo, é feliz.

Vai de férias com as estrelas, foi de férias com Frederico Varandas.

Muito feliz por isso, mas mais feliz ainda por ver todos os jogos, em casa e fora, sentado no banco de suplentes do Sporting.

5.

Um dia também gostaria de conhecer o Paulinho.

Um dia espero que ele me leve à bola, mais o senhor Manuel que um dia lhe faltou.

Que ninguém lhe diga em algum momento que sou lampião.

Só depois do último abraço lhe direi."

 

Ah, se todos fôssemos assim, como o Luis e o Paulinho...

Vasco Pulido Valente, benfiquista de gema

«Comecei logo por ser do Benfica (aos cinco anos?). Lá em casa havia a opinião, altamente absurda, que o Benfica estava "ligado" à "esquerda" e o Sporting ao regime. Nada disto fazia sentido. Os clubes populares de Lisboa eram o Oriental, o Atlético e até certo ponto o Belenenses. Não era o Benfica.»

«O Benfica do salazarismo também era uma organização autoritária. Os jogadores (que os dirigentes tratavam por "tu") dependiam inteiramente do clube, que regulava ao pormenor toda a sua vida. Com o "marcelismo" e o "25 de Abril", isto passou e o Benfica não se deu tão bem com a liberdade. A liberdade trouxe uma certa indisciplina e uma certa confusão, que pouco a pouco lhe reduziram a estatura e o domínio do futebol português.»

 

Vasco Pulido Valente

(Público, 10 de Maio de 2008)

Posso repetir um postal? ... Obrigado

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(Aqui botei em 29 de Novembro passado. E repito-me ...)

 

Honestamente? Custa-me a crer que Jorge Jesus volte ao Benfica. Seria inédito. E violentaria o princípio de "não voltar ao sítio onde se foi feliz". Mas o futebol tem esta magia, a das constantes surpresas. 

Honestamente? Gostarei que Jorge Jesus volte ao Benfica. Mergulharei no portal "cheapflights", ou similar, buscarei entre companhias barateiras um voo acessível para Lisboa. Ficarei 2 ou 3 dias em Lisboa, dedicados ao convívio com os meus bons amigos benfiquistas. Lembrando o que deles ouvi há alguns anos, tantos agravos com o homem, tantas declarações da sua imoralidade. Tantos insultos também, desbragados. Tantos vitupérios à sua inadequação ao espírito do Benfica. E tantas declarações sobre a sua radical incompetência como treinador, e inabilidade como gestor de recursos humanos. 

Vão ser dois ou três dias deliciosos, bebericando umas cervejas, uns vinhos tintos, até digestivos. E rindo-me, decerto que até às lágrimas, cruel, do ar atrapalhado desses meus amigos. E gozando com as tropelias retóricas que vão encontrar para justificar e saudar o "novo" treinador do seu clube.

Espero que Vieira não me desiluda, não me estrague esta cómica visita à terra. Que não vá buscar outrem, um qualquer Vítor Pereira, Paulo Sousa ou quejando. 

"Esta sujeira de empresários"

«O fundador do Benfica era o grande Cosme Damião, um homem que tinha a quarta classe e que morreu cedo com uma tuberculose. Vivia numa casa muito modesta e fazia de tudo. Dizia que no dia em que o Benfica se tornasse um clube profissional acabava. Depois, quando se vê esta sujeira de empresários, isto e aquilo e do dinheiro que deixou de ter valor. O Benfica nasce de uma vontade do povo. Era impensável que o Águas ou o Coluna fossem jogar para outro lado ou que o Travassos viesse jogar para o Benfica. Havia um amor genuíno ao clube. Agora não, com estes presidentes, mediocridade e coisas que não me parecem sérias. Não sei se são ou não, mas não me parecem. Quero lá saber desses mercenários de merda.»

 

António Lobo Antunes, adepto do Benfica, em entrevista à edição de ontem do Diário de Notícias

Elogio a um benfiquista

«Continuarei a escrever, convictamente, com a ortografia antes do chamado novo Acordo Ortográfico, que empobrece a língua portuguesa sobretudo pela estúpida prevalência do critério fonético em detrimento da raiz etimológica e, modestamente, procurarei não alimentar a indigência gramatical que se vai tornando norma no nosso país.»

Palavras de António Bagão Félix no artigo inaugural do seu novo espaço de opinião do jornal A Bola, onde substitui o amigo do bruxo, um fanático anti-Sporting em boa hora corrido daquele periódico.

«Não tenho cartilhas», garante Bagão Félix neste texto de abertura. Terá em mim um leitor atento. Por ser benfiquista em vez de lampião. Por cuidar da gramática. E por militar contra o acordês, tal como eu milito.

Aldrabices

Este blogue tem a presença regular de adeptos do clube do outro lado da 2ª circular, espero que algum deles faça chegar ao seu presidente o que Godinho Lopes disse no fim do encontro que o tal referiu : 

"Em relação ao que se passou no Estádio da Luz, condenamos o sucedido e a nossa perspetiva é, como sempre, colaborar com as forças de segurança para que tais situações não se repitam", afirmou ao site oficial do clube, após uma reunião com a direção nacional da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP)"

Opinião de um benfiquista

 

«Na exaltação exponenciada da genialidade de Eusébio (tratou-se, de facto, de um talento invulgar, quase único, no futebol de todos os tempos), foi apagado o que é inapagável em futebol: o contexto de equipa que tornou possível os sucessos de Eusébio e das suas equipas (Benfica e Selecção) que pouco variavam de composição. Mais, esse apagamento dos companheiros de Eusébio representa uma profunda injustiça de memória para com outros futebolistas excepcionais (José Augusto, Coluna, Santana, talvez outros mais) e que também foram determinantes para atingir as vitórias com Eusébio e garantiram sustentar essas mesmas vitórias.»

João Tunes, O efeito perverso no culto a Eusébio

Os anti anti-benfica são umas papoilinhas de estufa

Existe um neo-benfiquismo, em oposição ao benfiquismo clássico old-school que é anti-lagarto e que compreende o anti-lampionismo, que se está a tornar doentio. É aquilo a que eu chamo, as papoilinhas de estufa. Muitos deles benfiquistas que nasceram já com o o seu clube no inicio da sua fase de decadência de titulos e que cresceram neste totalitarismo asfixiante dos seis milhões, ou sete ou oito, já nem sei bem. Nas últimas duas semanas, dois benfiquistas que eu conhecia na vida real bloquearam-me no Facebook. Hoje, por um acaso, reparei que um conhecido benfiquista me bloqueou no Facebook. Um benfiquista que sempre tive em grande consideração e estima, um bom profissional. Ele que ainda há poucos anos, muitas vezes e bem, disparou muitas piadas contra o Sporting e várias vezes me chamou de calimero e outras coisas. Mas parece que os meus posts de piadas (não ofensivas) ao Benfica são intoleráveis. Parece que sou um anti. O que é que se passa? Pois bem, estes anti anti-Benfica é que estão a estragar a rivalidade clássica entre os dois maiores clubes portugueses. Sim, o Sporting e o Benfica ainda são os dois maiores clubes. Mas estes neo-benfiquistas acham que o Sporting já só é um clube simpático que se deve rebaixar à soberba benfiquista, por isso as piadas vindas de Sportinguistas caem-lhes mal e quando vindas de portistas são assumidas com naturalidade. Há pouco mais de dez, quinze anos não era assim. Ser anti-lampião e anti-lagarto é no fundo uma forma de respeitar e reconhecer a grandeza do rival. Desde sempre que tive picardias com amigos e familares do Benfica, e ninguém se zangou por causa disso. Ando a levar há muitos anos com piadas ao Sporting, nunca me perturbei e muitas vezes até rio. Já fiz e continuo a fazer piadas com o Sporting. Mas esta onda recente (6, 7 anos?) de anti anti-benfiquismo deixa-me estupefacto pela sua extrema intolerância. Há humoristas (Sportinguistas)que começam a evitar fazer piadas com o Benfica com medo de perderem público, os jornais é só Benfica porque têm medo de perder leitores, as televisões, rádios. Vi numa televisão uma reportagem com benfiquistas em hospitais para ver como tinham reagido à derrota contra o Chelsea, etc. Começa a ser sufocante esta polícia moral benfiquista. A cartilha poliicamente correcta do neo-lampionismo é fazer crer que o Benfica é Portugal. Isso já lá vai! Ninguém está a faltar ao respeito a ninguém, é apenas rivalidade. Parece que quanto menos o Benfica ganha mais intolerantes estes neo-benfiquistas se estão a tornar, é a arrogância na desgraça. E depois, por mais simpáticos que os Sportinguistas queiram ser, não podem. Como é que os Sportinguistas podem dar os parabéns ao Benfica se o Benfica também não anda a ganhar nada? Nos últimos 13 anos (treze!) dei os parabéns aos meus amigos benfiquistas três vezes, é pouco, mas não podia dar mais! Até ganharam menos do que o Sporting! O resto é diversão, é apenas futebol. Para os anti-anti, as papoilinhas de estufa, o inferno não é a Luz, o inferno são os outros.

Um abraço aos meus amigos Benfiquistas (old school)

Saudações Leoninas para todos os Sportinguistas

 

PS. Não falarei mais sobre este assunto.

Maio de má memória

Nunca me hei-de esquecer daquela fatídica semana de Maio de 2005 em que o Sporting perdeu o campeonato para o Benfica e três dias depois a liga Europa para o CSKA, jogo que deixou o meu enteado literalmente em lágrimas. Desses dias alucinantes ainda sobeja no porta-bagagens do meu carro uma bandeirola verde leonina de fixar no vidro que ainda não foi estreada. Nessa quarta-feira alucinante, os urros esfusiantes dos lampiões no bar por debaixo da minha casa deixaram marca. Nesse ano percebi como nestas coisas “da bola”, de pouco interessa estar-se na luta por um título se não o ganharmos. E como pode ser amarga uma derrota. 

 

Uma dor d'alma

Mas o que mais me comoveu foi o ar estupefacto de Ola John ao minuto 45. Que excentricidade foi aquela de o árbitro marcar um penalty por um derrube na grande área? Ainda por cima uma coisa igualzinha ao que dias antes ninguém viu, juro que ninguém viu, contra o Wolfswinkel aos 5'. Ola John, desorientado, fazia um "eu???" com as mãos no peito, olhando em volta com quem procura ânimo nas bancadas da Luz. Mas onde está generosidade, o carinho pedagógico, dir-se-ia mesmo: a moral, de um Capela? Isto assim não é benfiquismo, não é nada, é só futebol... 

Recebido por email...

Diferenças entre Sportinguistas e Benfiquistas

 

Estavam 3 Benfiquistas e 3 Sportinguistas numa estação, à espera de comboio para irem a um jogo de futebol.

Os 3 Benfiquistas vão até à bilheteira e compram três bilhetes.

A seguir, vão os 3 Sportinguistas até à bilheteira, mas só compram um bilhete.

Os Benfiquistas ficam espantados e perguntam:

- Como é que vocês são três e só compram um bilhete? Vocês não têm hipótese de fazer a viagem e passar o mesmo bilhete para os três...

- Não se preocupem que vocês vão ver... (respondem os Sportinguistas)

 

Mal entram no comboio, os 3 Sportinguistas dirigem-se ao sanitário e apertam-se lá dentro o melhor possível, de maneira a fechar a porta.

Quando vem o revisor, pica os bilhetes dos Benfiquistas, vê a luz do sanitário acesa, bate à porta e diz:

- BILHETE, por favor!

A porta abre-se só com uma frincha, através da qual sai uma mão com o bilhete.

O Revisor agradece e segue.

Os Benfiquistas acham a ideia fantástica e decidem fazer o mesmo, na  viagem de regresso.

- Estes Sportinguistas são uns génios!!!! (dizem os Benfiquistas)

 

No regresso, os 3 Benfiquistas compram só um bilhete, mas os Sportinguistas não compram nenhum.

- Como é que vocês vão viajar sem bilhete? É impossível!

- Vocês vão ver, está tudo sob controlo - objectam os Sportinguistas.

Quando entram no comboio, os Benfiquistas espremem-se todos para dentro de um sanitário e fecham a porta.

Os Sportinguistas fazem o mesmo no sanitário ao lado.

Passado um minuto, sai um dos Sportinguistas, bate à porta do sanitário dos Benfiquistas e diz:

- BILHETE, por favor!

{ Blogue fundado em 2012. }

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