Rescaldo do jogo de hoje
Do empate no Funchal. Depois do 2-2 em Chaves, o resultado repetiu-se hoje frente ao Marítimo. Deixando o Sporting a seis pontos do FC Porto e provavelmente a dez do Benfica, que só joga amanhã. Adeus ao título, até para os mais confiantes, ainda antes de o mês de Janeiro chegar ao fim. Mais do mesmo neste início da segunda volta. Pior, aliás: no desafio contra o Marítimo disputado em Alvalade tínhamos vencido 2-0.
Do golo sofrido muito cedo. Outro descalabro defensivo, semelhante ao ocorrido em tantos outros jogos, colocou-nos a perder logo aos 8'. E nunca conseguimos estar em vantagem num só momento deste desafio.
Da nossa primeira parte. Lenta, sem intensidade, com movimentos demasiado previsíveis, a nossa equipa demorava uma eternidade na manobra atacante. Ao contrário do Marítimo, que colocava bolas com rapidez na nossa área, aproveitando o desposicionamento dos laterais. Não admira que a equipa anfitriã tivesse chegado ao intervalo a vencer por 2-1: aos 33 minutos já tínhamos sofrido os dois golos e visto uma bola a embater na barra.
Da equipa de arbitragem, que nos anulou um golo limpo. Decorria o minuto 82 quando Alan Ruiz introduziu a bola na baliza do Marítimo. Golo limpo, mas invalidado por pretensa deslocação do avançado argentino que só existiu na visão deturpada do árbitro auxiliar, avalizada pelo seu chefe. As imagens demonstram, com inequívoca nitidez, que o lance foi regular. Uma vez mais, fomos espoliados - desta vez pelo senhor João Pinheiro, à semelhança do que sucedeu com Artur Soares Dias em Guimarães, Rui Oliveira em Setúbal e Jorge Sousa na Luz.
De Rui Patrício. Culpas evidentes do guarda-redes nos dois golos madeirenses. No primeiro lance, ficou paralisado, sem sequer esboçar uma defesa. Nada pode ser tão elucidativo da crise de confiança que atravessa esta equipa do Sporting. Uma crise que não se resolve - pelo contrário, só se agrava - com berros do presidente na cabina.
De Schelotto. Regressou à competição após dois meses de paragem. Mas não veio em forma: correu muito, mas quase sem eficácia. Falhou cruzamentos e foi apanhado por sistema fora de posição, forçando Coates a ir constantemente à dobra. Um fracasso.
De Marvin. Jorge Jesus voltou a apostar nele nos primeiros 45'. Ninguém percebeu porquê: o holandês mostrou-se desconcentrado, sem intensidade de jogo. Falhou passes sucessivos e nunca deu o contributo que se impunha. Ficou fora ao intervalo.
De Bryan Ruiz. Na primeira parte jogou como segundo avançado - e mal se deu por ele. Na segunda, com Bruno César nessa posição, actuou na ala esquerda - e não funcionou melhor. Com ele em campo, jogamos sempre com dez e meio.
Da nossa falta de velocidade. Ritmo pausado, denunciado, previsível - e com diversos toques de bola até chegarmos à baliza adversária. Complicamos o que devia ser simples, como já tinha sucedido na jornada anterior perante o Chaves. E demonstramos incapacidade total de conduzir um lance rápido, em contra-ataque.
Da nossa tremideira nas bolas paradas. Sofremos os dois golos desta forma. A equipa parece sentir suores frios a cada livre ou cada canto.
Do cartão amarelo a Coates. O central uruguaio, um dos elementos mais influentes do onze leonino, já acumulou cinco e ficará fora na próxima partida.
Do péssimo balanço dos nossos jogos fora. Já somamos quatro empates (V. Guimarães, Nacional, Chaves, Marítimo) e duas derrotas (Rio Ave, Benfica) em nove jogos disputados longe de Alvalade. Catorze pontos perdidos.
Gostei
Da estreia de Palhinha. Aplauso ao treinador por ter lançado o jovem médio defensivo em estreia absoluta na principal competição do futebol português. Ocupando a posição habitualmente protagonizada por William Carvalho (que só entrou aos 63'), o estreante não comprometeu.
De Bas Dost. O holandês soma e segue. Hoje marcou o primeiro do Sporting, ampliando para 14 golos a sua conta pessoal só no campeonato, onde é o rei dos marcadores. Único reforço digno deste nome na temporada leonina 2016/17.
De Gelson Martins. Voltou a marcar a diferença pela acutilância e pela irreverência - ao ponto de podermos elegê-lo novamente como o melhor em campo. Mesmo muito marcado, causou diversos desequilíbrios. E fez o gosto ao pé, marcando o segundo golo. Se todos fossem como ele, o Sporting não seguiria neste humilhante quarto lugar no campeonato.