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És a nossa Fé!

Real Madrid: vontade indómita

 

O sortilégio do futebol ficou hoje bem patente na final da Liga dos Campeões que trouxe largas dezenas de milhares de espanhóis a Lisboa.

Num fragmento de segundo todos os sonhos se tornam possíveis.

Num fragmento de segundo todos os sonhos começam a ruir.

 

Que o digam os colchoneros: num jogo que estava a ser muito táctico, com as equipas a medirem-se e as defesas a imperar sobre as frentes atacantes, ganharam vantagem aos 36' graças a um erro infantil de Iker Casillas, que muitos consideram o melhor guarda-redes do mundo. Pode sê-lo entre os postes, mas a verdade é que causa calafrios aos colegas do Real Madrid cada vez que abandona o seu reduto. Três passos que já não pôde recuperar, nem sequer correndo o risco de quebrar os rins, puseram o Atlético em vantagem. Nem o autor do golo, Godín, parecia acreditar neste inesperado brinde oferecido pelo guardião rival.

 

Que o digam os merengues: quando o sonho de alcançarem a décima taça referente à equipa campeã da Europa parecia já uma miragem, no terceiro minuto de prolongamento do desafio da Luz, que perdiam por 0-1, surgiu um lance de inconformismo e raiva protagonizado por um defesa apostado em sagrar-se o melhor entre os melhores. Sergio Ramos, que numa enérgica cabeçada, elevando-se acima de qualquer outro, ressuscitou a sua equipa e culminou assim uma temporada digna de figurar em qualquer antologia do futebol.

 

Era o empate. Seguia-se o prolongamento. Que se inicia já com o Atlético derrotado. Do ponto de vista anímico - aí nessa zona recôndita de qualquer de nós onde começam a ser desenhados todos os triunfos e todos os fracassos. No futebol como na vida.

Houve mais três golos nessa meia hora suplementar. De Bale, Marcelo (outro defesa) e Cristiano Ronaldo - para júbilo dos portugueses, incluindo aqueles que, preferindo em abstracto a vitória dos colchoneros, por um dia se tornaram adeptos merengues em tributo ao compatriota formado pelo Sporting que por mérito próprio se sagrou o melhor do mundo. Golos destinados a desfazer qualquer dúvida que restasse quanto à supremacia da equipa orientada por Carlo Ancelotti. Que venceu a partida quando mexeu na equipa, acentuando a pressão atacante.

 

E no entanto tudo poderia ter terminado de forma bem diferente. Se o Atlético contivesse aquele ímpeto durante mais um minuto. E se Ramos não tivesse ousado lutar, ousado vencer.

Campeão antes de o ser. Por muito querer.

 

Uma vitória da tenacidade. Uma vitória da vontade indómita. Um hino à eterna magia do futebol.

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