Cuidados Intensivos (7)
Ontem, durante a transmissão pela Sport TV do Costa Rica - Grécia, após um lance na grande-área grega em que, por causa de uma na mão na bola, foi reclamada grande penalidade, o jornalista Rui Pedro Rocha decidiu dar, em primeira mão, público conhecimento de uma alteração das regras do jogo de que, misteriosamente, a própria FIFA ainda não se tinha apercebido. Disse então este jornalista, comunicando-nos a palpitante novidade, passo a citar, E é penalty. Não é intencional, mas a generalidade dos penaltys não é intencional... nem é normal fazer um penalty intencional...A não ser cortar com a mão em cima da linha de golo uma bola que vai entrar...De resto, não há muito mais situações em que haja um penalty intencional.Até esta alteração, tanto quanto sabíamos e como qualquer interessado poderá facilmente confirmar, a lei XII do jogo determinava que fosse concedido um pontapé-livre directo - ou uma grande penalidade, de acordo com a lei XIV, quando a falta tivesse lugar dentro da grande-área - à equipa adversária do jogador, salvo o guarda-redes na sua área de grande penalidade, que, no entender do árbitro, tivesse tocado deliberadamente a bola com as mãos.
Numa altura em que o jornalismo é tão insistentemente vilipendiado por tanta gente e acusado, entre muitas outras perversões, de desonroso alheamento dos trabalhos de investigação, é recompensador verificar que ainda há profissionais que se esforçam por ir ao fundo das coisas, esclarecendo conceitos ultrapassados e anunciando descobertas como a da Sport TV, graças à qual somos os primeiros a saber da modificação. Não somos só os primeiros, somos também os únicos, pelo que, para evitar confusões e a descoordenação das equipas de arbitragem, talvez conviesse alertar o International Football Association Board, que parece estar inadmissivelmente desatento a toda esta evolução, para a necessidade de informar o mundo do futebol sobre uma mudança tão radical.